quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Material de Literatura sem exercícios.


Material do Cursinho
Literatura
Serie: 1º ano

Momento lúdico

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), alguns países trocaram mensagens secretas. Para que elas ficassem ocultas do inimigo, foi necessário inventar diferentes códigos. O texto abaixo, tirado de um livro de aventura, é também uma mensagem secreta.
Leia e decifre o código, depois responda as questões propostas

ORIENO MIT ROP SADI DNOCSE SAT SIPELAT  IVMEG ASN EMAMU OÃR ARTNOC NE OÃNES “SIAREC EDSOÃRG REOM A RAPOHNEGNE” OÁTSE EDNO RAGU LONZIRAN ORETEM MEDOP OÃN OTIPER MEDOP OÃ NSETOX IPSIOD SOESA NOJ OIT

A literatura e a correspondência
Todas as cartas de amor
Fernando Pessoa


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam carta de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas



(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas)



Intertextualidade

Pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos.
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma.
O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde.
Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc.
A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura.


 Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bombril, o ator se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima".
Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci).
Nesse caso pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro.


Paráfrase

Paráfrase consiste em reescrever com suas palavras as ideias centrais de um texto.
Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular.
 A paráfrase mantém o sentido do texto original.
Paráfrase representa uma reescritura do texto original com novas palavras sem que o sentido do mesmo seja modificado.
Assim, a paráfrase é uma reprodução da idéia do autor com as palavras do discente (aluno), utilizando-se de sinônimos, inversões de períodos, etc. Trata-se de reescrever o texto original com as palavras do aluno, mas sem alterar o sentido.
O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu claramente a idéia do texto. Além disso, são exigências de uma boa paráfrase:
1. Utilizar a mesma ordem de idéias que aparece no texto original.
2. Não omitir nenhuma informação essencial.
3. Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz no texto original.
4. Utilizar construções que não sejam uma simples repetição daquelas que estão no original e, sempre que possível, um vocabulário também diferente

COMPREENDENDO E PRATICANDO A PARÁFRASE:

Texto Original:

PARA ONDE?
Assim dá para organizar bolsa de apostas: qual será , afinal, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante tentam, no STJ, anular a decisão do Ministério da Justiça e garantir sua volta para Bangu 1 Mas o ministro da Justiça, embora afirme que Beira –Mar não permanecerá mais do que trinta dias preso em São Paulo, garante que ele não voltará para o Rio e nem será transferido para o Acre.

(Jornal Zero Hora, março de 2003)

PARÁFRASE:

PARA ONDE?

Dessa forma é possível organizar bolão de apostas: qual deverá ser, finalmente, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante buscam, no STJ, a anulação da decisão do Ministério da Justiça, o que garantiria seu retorno a Bangu 1. Porém, o ministro da Justiça, apesar de afirmar que Beira-Mar permanecerá no máximo 30 dias preso em São Paulo, assegura que o detento não retornará para o Rio e também não será transferido para o Acre.

Conforme você pode perceber nos textos acima, a PARÁFRASE é uma atividade de REFORMULAÇÃO de partes ou da totalidade de um texto . É um mecanismo sintático que cria alternativas de expressão para um mesmo conteúdo.

Há várias maneiras de elaborar paráfrases e transformar um enunciado “ A “ em um enunciado “ B”. Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1:
Pegue o pano e enxugue a louça.
       Pegue o pano e seque a louça.

Explicação: O verbo "enxugar "foi trocado por seu sinônimo "secar". Essa é uma transformação que utiliza sinônimos.

Exemplo 2 :

As filhas do gerente do banco foram convidadas para a festa de formatura.

As moças mais bonitas do meu bairro foram convidadas para a festa de formatura.

Explicação: "As filhas do gerente do banco" e "As moças mais bonitas do meu bairro" não são necessariamente expressões sinônimas, mas, num determinado contexto , referem-se às mesmas pessoas.

Exemplo 3: A mãe contou a história ao filho.
A história, ao filho, a mãe contou.

Explicação: Os termos da oração são simplesmente deslocados de lugar, sem que haja necessidade de alterar a construção verbal . ( processo de inversão de elementos )


Paródia

A Paródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, (também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.
Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes.
Na literatura a paródia é um processo de intertextualização, com a finalidade de desconstruir ou reconstruir um texto.

A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma obra já existente e, em geral, consagrada.
 Seu objetivo é adaptar a obra original a um novo contexto, passando diferentes versões para um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para passar um pouco de alegria. A paródia pode ter intertextualidade.



 


As variedades lingüísticas

CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
“rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)






Presada Cenhora,
Quero candidatarme pra o lugar de auçiliar de iscritório que vi no jornau. Eu teclo muito de pressa con um dedo e fasso contas ben.
Axo que sou bom ao tefone  em bora  seija uma peçoa sem muito extudo.
O meu salario tá aberto há discução pra que a senhora possa ver o que mi pode pagar e a Cenhora axar qui eu meresso.
Pósso comessar imediatamente. Agradessido em avanso pela sua resposta.
Cinceramente,
José Machado Valente
PS : Como o meu currico é muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.



Foto censurada



Resposta da selecionadora:
Querido José Machado,
O emprego é seu. Nós temos correção automática no word. Compareça já amanhã.


Figuras de linguagem

Definição: também chamadas de figuras de estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou quem escreve, para comunicar à expressão mais força, intensidade e beleza.

São 3 tipos:

·         Figuras de palavras (tropos - desvio)
·         Figuras de construção (sintaxe)
·         Figuras de pensamento

FIGURAS DE PALAVRAS

Metáfora: comparação mental entre dois seres ou fatos
Tio José é uma fera.        Paulo é um poste.

Comparação: identificação de elementos a partir de características comuns, destacando semelhanças, traços comuns.
Tio José é bravo como uma fera.           Paulo é alto como um poste.

Antítese/paradoxo: oposição, antônimo, ideias contrastantes no primeiro caso; no segundo por ideias absurdas.
A tristeza de uns é a alegria de outros.      Amo-te assim: meio odiosamente.

Catacrese: metáfora forçada, já desgastada pelo uso. O nome diz significa abuso.
Pé da mesa, aterrissar em alto mar.

Metonímia/sinédoque: relação de sentido e a associação de ideias provocam a substituição de um termo por outro.
Estou vendo o filme de Spielberg. (autor pela obra)
Os aviões semeavam a morte. (causa: bombas, efeito: morte)
A terra inteira chorou a morte de João Paulo II. (continente pelo conteúdo)
Ele é um bom garfo. (instrumento pela pessoa)

Eufemismo: atenuação de ideia desagradável por uma mais suave.
Ir para o Reino de Deus. Faltar com a verdade (chamar de mentiroso)
Pessoa problemática (neurótica) Mal incurável (AIDS)
Apropriar-se (roubar) Amigo do alheio (ladrão)    Deixar o mundo dos vivos (morrer)

Perífrase/antonomásia: designar um ser através de uma característica que o tenho celebrizado.
A capital da República. A cidade-luz. O rei dos animais. Ouro negro.
Cidade maravilhosa.

Sinestesia: transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo, ou seja, na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos.
Sons noturnos. Perfumes macios. Fresca musica da brisa Agora, o cheiro áspero das flores.

Hipérbole: exagerar uma ideia para obter maior impacto em sua expressão.
Ele chorou um rio de lágrimas. Eu estou morrendo de fome.

Ironia: inverter o sentido de uma afirmação visando a ridicularizarão da ideia.
Cássio é o melhor governador do universo.

Prosopopéia/personificação: personificação ou animismo de seres que não são humanos.
Milho foi o grande vilão da temporada.
A solidão é fera, solidão devora, é amiga das horas, prima e irmã do tempo.

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO

Polissíndeto: repetição de uma conjunção no inicio ou meio da oração.
Trabalha, e temia, e lima, e sofre, e sua.

Assíndeto: ausência de conectivos, conjunções.
O mosquito pernilongo/trança as pernas, faz um M,/depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,/faz um S.

Hipérbato/inversão: inversão da ordem direta dos termos da oração a fim de dar destaque.
Justo ela diz que é, mas eu não acho que não.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante.
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.

Elipse: termo oculto facilmente identificável.
Fomos à tarde, chegamos à noite. (nós)/ De dia, me lava roupa/ De noite, me beija a boca. (ela)

Zeugma: omissão de um termo já enunciado anteriormente.
Todo dia ela faz tudo sempre igual,/Me acorda às 6 horas da manhã,/ Me sorri um sorriso pontual/ E me beija com a boca de hortelã.
(zeugma: todo dia)

Anáfora: repetição de uma palavra no inicio da frase ou de versos.
Já fui loura. Já fui morena.
Já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena.

Anacoluto: abandonar um termo solto na frase.
A memória, é em nós que ela existe,
É como um inventário de coisas.
A filha dele, a mãe era muito mais alta e mais encorpada.

Pleonasmo: repetição de um termo para reforçar seu significado.
A mim resta-me a independência para chorar.
Foi o que eu vi com meus próprios olhos.
Obs. Cuidado para não virar vício de linguagem, como descer para baixo, subir para cima.
Gradação/clímax: enumeração de palavras de forma organizada, de modo a provocar um clímax.
Tudo na casa era cinza, nebuloso, assustador. Foi um tímido, um frouxo, um covarde.

Apóstrofe: evocação ou interpelação enfática de pessoas ou seres.
Santa Virgem Maria, vós que sois mãe do canto e do dia, dá-nos a luz do luar.
Oh! Deus. Onde estás que não respondes...  

Silepse: concordância ideológica e não com os termos da frase.
São de três tipos:

·         Gênero: Vossa Excelência está ansiosa. (feminino)
·         Número: A família inteira aplaudiram cada palavra dita pelo padre.
·         Pessoa: Alegres, tolerantes, bonachões: todos em Taitara éramos assim antigamente, antes da chegada de tio Baltazar.

Reiteração: retificar uma afirmação anterior
É uma jóia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.

Paradoxo/oxímoro: usar intencionalmente um contra-senso.
Valentia covarde assaltar e matar pessoas indefesas.

FIGURAS DE PENSAMENTO

Aliteração: repetição de uma consoante
O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha com raiva rasgou o resto.

Assonância: repetição de um som vocálico.
A linha feminina é carimá/ moqueca, pititinga, caruru...

Onomatopéia: representação de certos sons, produzidos por animais ou coisas, ou mesmo de certos sons humanos
O tic tac do relógio me incomoda.
A abelha faz zum zum.

VÍCIOS DE LINGUAGEM

São incorreções e defeitos na língua falada ou escrita. Originam-se do descaso ou do despreparo lingüístico de quem se expressa. Os principais são:

Ambiguidade: duplo sentido
Vi Célia passando com sua irmã.

Barbarismo: palavras erradas, relativamente a pronúncia, forma ou significação
Cidadões, Fazem dez anos...

Cacofonia: som desagradável ou palavra de sentido ridículo e torpe, resultantes da contigüidade de certos vocábulos na frase.
A boca dela. Mande-me já isso. Nunca Brito vinha aqui. A dis-puta...

Estrangeirismo: uso de palavras, expressões ou construções próprias de línguas estrangeiras (galicismo, francesismo etc.)
Menu/ lady/ Office-boy

Hiato: seqüência antifônica de vogais.
Andréia irá ainda hoje ao oculista.

Colisão: sucessão desagradável de consoantes iguais ou idênticas.
O que se sabe sobre o sabre, viaja já, aqui caem cacos

Eco: concorrência de palavras que tem a mesma terminação.
A flor tem odor e frescor.  Com medo, Alfredo ocultou-se no arvoredo.

Pleonasmo: redundância, presença de palavras supérfluas na frase.
Entrar pra dentro, sair pra fora, brisa matinal da manhã.

Linguagem denotativa: sentido real: O muro é de pedra.
“Uma sociedade extremamente organizada, que não possui nenhum tipo de liderança. Parece impossível? Não no mundo das formigas. Pertencentes ao grupo de insetos sociais, elas vivem em colônias. Dentro do ninho, as tarefas são divididas entre as castas e cada uma cumpre seu papel.
A maioria das formigas em uma colônia é formada por fêmeas, reprodutoras (rainhas) e não reprodutoras (operárias). Essas últimas fazem o trabalho pesado: constroem o ninho, coletam comida e água, limpam, alimentam machos, larvas, e em alguns casos a rainha, e protegem o formigueiro. Em certas espécies, as soldados diferem-se das operárias comuns por terem partes do corpo maiores, principalmente cabeça e mandíbulas.”
(Juliana Tiraboschi, As poderosas da terra, Galileu, jan/2007)
Linguagem conotativa: sentido figurado: João tem um coração de pedra.
Eu vejo um avião no céu
Que vai pra onde você mora
Eu sinto a toda hora
Essa coceira, este calor
Eu acho que sentei
No formigueiro do amor
(Herbert Vianna)
Linguagem literária  X   Linguagem não-literária

Linguagem não-literária
Linguagem literária
1. Anoitece.
A mão da noite embrulha os horizontes. ( Silva Alvarenga)
2. Aos cinqüenta anos, inesperadamente apaixonei-me de novo.
Na curva perigosa dos cinqüenta / derrapei neste amor. ( Carlos Drummond de Andrade)

Identifique o tipo de linguagem (literária ou não-literária) nos fragmentos abaixo:
Conto de todas as cores
Mario Quintana
Eu escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.
Até que apareceu uma Comissão de Doutores – os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...
- Mas nós não nascemos – interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!
(QUINTANA, Mário. A vaca e o hipogrifo. 3 ed. Porto Alegre, L&PM, 1979. p.34.)

EFEITO ESTUFA
Aquecimento global está chegando a um ponto crítico, dizem pesquisas.
Dois novos estudos, publicados no início de 2005, alertam para agravamento do efeito estufa. Cientistas ingleses e norte-americanos advertem que problema está chegando a um ponto crítico de não-retorno e que apenas o Protocolo de Quioto será insuficiente para reverter quadro atual.






Coesão e Coerência
Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz.
            Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto.
A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos.
A coerência, por sua vez, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entro os usuários da língua.
Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido constituído pelo leitor.
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
Uma das propriedades que distingue um texto de um amontoado de palavras ou frases é o relacionamento existente entre si. De que trata, então, a coesão textual? Da ligação, da relação, da conexão entre as palavras de um texto, através de elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes.
Uma das modalidades de coesão é a remissão. E a coesão pode desempenhar a função de (re)ativação do referente. A reativação do referente no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas.
A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos.
Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele , o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce para o outro time – são anafóricos.
A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais.
Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.
Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o professor – são catafóricos.
De que trata a coerência textual ? Da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.
 (Núcleo de estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB in: Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)

Redação Incoerente

Exemplo de um texto incoerente: Está redação foi feita pelo aluno Rodrigo Longo do Colégio Dom Bosco, no dia 20/04/04. Viva a educação brasileira!

O vestibular é muito polêmico, e agora o governo resolveu fazer cotas para negros e prá quem veio de escola pulblica.
No caso dos negros,é injusto, já que 50% dos negros nascem pretos, e a metade não. Mas isso ficaria indeciso, pois existem pessoas como o Maicon Jecksson que násceram pretas e não brancas, então pode- se alegar que um loiro têm descendência afro-africana, bem como os orientais.
Logo, podemos dar cotas aos alcólatras, pois estes seguem o exemplo do Presidente. Mas para evitar a complicação do vestibular o ideal seria o sorteio de vagas, assim só os sortudos conseguiriam entrar na faculdade, ou seja, além de um profissional competente, o cara iria ser um profissional de sorte.
É uma pouca vergonha o sistema de cotas, porque os homossexuais seriam desfavorecidos perante ao curso superior, novamente mais um motivo para o Presidente ser bêbado. E não são todas as pessoas que tem oportunidade de estudar em uma boa escola como o COLÉGIO DOM BOSCO.
Todavia, a metodologia do vestibular é totalmente ineficiente e fálico, pois se descobrirem vida em outros planetas o conceitos dos concursos ' Miss Universo' teriam de ser repensados.Desejo a todos uma boa viagem.
** O texto só auxilia na nitidez da redação, não modifica nem interfere no conteúdo da mesma.**
Exemplo de falta de coesão.


Coesão: plano do texto, das palavras, a ligação entre as frases.


A Joana não estuda nesta Escola.
Ela não sabe qual é a Escola mais antiga da cidade.
Esta Escola tem um jardim.
A Escola não tem laboratório de línguas.


O Paulo estuda Inglês.
A Elisa vai todas as tardes trabalhar no Instituto.
A Sandra teve 16 valores no teste de Matemática.
Todos os meus filhos são estudiosos




Ex. Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990. 

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo
masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da violência no Brasil.

(Adaptado de http:// www.brasil.gov.br/acoes.htm)

a) 1 – Tanto é assim que              b) 2 – Lamentavelmente
c) 3 – ou seja                                d) 4 – Simultaneamente
e) 5 – Se bem que



Coerência: plano das ideias, a ligação das ideias no texto
É resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente.

As árvores estão plantadas no deserto,
A árvore está grávida,

Tipos de linguagem

Coloquial – informal – não padrão: a linguagem da fala, sem regras.
Exemplo de uma pessoa falando ao juiz (RJ)

Doutor, o patuá é o seguinte: depois de um gelo na coitadinha, resolvi esquinar e caçar uma outra cabrocha que se preparasse a marmita e amarrotasse o meu linha no sabão. Quando bordejava pelas visas, abasteci a caveira e troquei por centavos um embrulhador. Quando  então vi as novas do embrulhador, plantado com um poste bem na quebrada da rua, veio um paraquedas se abrindo, eu dei a dica, ela bolou, eu fiz a pista, colei; colei, solei, ela aí bronquiou, eu chutei, bronquiou mas foi na despista, porque, muito vivaldina, tinha se adernado e visto que o cargueiro estava lhe comboiando. Morando na jogada, o Zezinho aqui ficou ao largo e viu quando o cargueiro jogou a amarração dando a maior sugesta na recortada. Manobrei e procurei ingrupir o pagante, mas sem esperar recebi um cataplum no pé do ouvido. Aí dei-lhe um bico com o pisante na altura da dobradiça uma muqueada não moradores e taquei-lhe os dois pés na caixa de mudança pondo-o por terra. Ele se coçou, sacou a maquinae queimou duas espoletas. Papai, muito esperto, virou pulga e fez a dunquerque, pois o vermelho não combina com a cor do meu linho.

Culta-formal – padrão: a linguagem da escrita, com regras determinadas na gramática,aceita na sociedade como a padrão.
Variação lingüística: variação que uma língua apresenta, de acordo com:
a)      Social: Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.
b)      Regional: Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades lingüísticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas,ou seja,pessoas que moram em outras regiões tem formas diferentes de falar e cada região tem seu devido sotaque.
c)      Etária: é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria: o jargão ou gíria. É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolingüístico.

d)     História: Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

O texto de humor que se segue foi veiculado na Internet no ano de 2003. Leia e responda as questões propostas.
Assaltante nordestino
- Ei, bichin... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdao, meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da mulestia.
Assaltante mineiro
- Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passá logo os trocado  que eu num to bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!!!
Assaltante gaúcho
- O, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.
Assaltante carioca
- Seguinte, bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra *%#@+&%#@  Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto...
Assaltante baiano
- Ô, meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho... (longa pausa). Num repare se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante paulista
- Orra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu... Mas rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu...


Gêneros literários
Lírico: sentimento, da emoção.
Épico: feito heróico ou fato histórico
Dramático: encenação

Linguagem verbal: é aquela em que se usa palavras, textos, frases.
Linguagem não-verbal: é aquela que se usa fotos, gráficos, mapas, sinais, etc.
Funções da linguagem

·         Emotiva: emoção
·         Apelativa: apelo
·         Poética: poesia
·         Referencial: passa-se a informação, sem emoção
·         Fática: testa-se o canal na conversa
·         Metalingüística: o dicionário

Interpretação de texto



Discurso e discussão
Há r para discurso
Mas discussão, não
(discurso é
pronunciamento
e debate é discussão):
“O discurso do prefeito
causou muita discussão” [...]

Janduhi Dantas, In: Revista Educação, nov, 2005, p. 61.


Quinze anos.

Imaginava eu que nessa idade as meninas morenas e loiras sonham sempre com longas festas, onde sempre aparece um cara que, além de tocar uma baita bateria, consegue um equipamento de luz negra, e tem um conjunto que faz um som da pesada, ou então chega com duas caixas e um amplificador, e tudo fica muito louco até o momento solene da valsa, com as meninas portando velas acesas e os rapazes com flores, enfim, a zorra dos quinze anos que os pais curtem com tremor dentro do peito, isso quando não se cotizam para o grande baile das debutantes, rigorosamente lindas, apresentadas geralmente por um compenetrado colunista social ou por um artista que, como anunciamos ao distinto público, acedeu ao convite da cidade, mesmo tendo de abandonar compromissos profissionais já assumidos, como a filmagem dos vinte últimos capítulos da novela em que é personagem principal.
Quinze anos.
Onde terei errado na minha função de pai?
Pois a menina de quinze anos, que carreguei no colo e que admirei através do vidro da maternidade na noite de novembro em que a lâmpada cor-de-rosa se acendeu, recusa com um sorriso provocador qualquer coisa que lembre essa festa de aniversário, e apenas me deposita um beijo na minha testa, como se esse gesto bastasse para ela provar que acaba de completar quinze anos.
Não sei onde foi buscar esse despojamento e essa indiferença pela vaidade frágil que dura o tempo do spray no ar. Chego a me atemorizar. Penso que, por desleixo ou falta de prática, falhei nalgum ponto – e criei a filha de um operário, de um ferroviário, de um lutador de boxe que perdeu por pontos, de um balconista das Casas Pernambucanas, de um lanterninha de cinema, ou – para pensar o pior – criei a filha de um mero cronista da Cidade.
Que Deus me perdoe se falhei. E que Deus me abençoe se minha filha de quinze anos pensa exatamente como deve pensar uma garota morena de quinze anos, sem os cacoetes e sem os falsetes que nós, os adultos, gostamos de emprestar a essa idade própria das decisões pessoais, quando se aprende a usar o dom – hoje raro e falsificado – chamado: a liberdade de ser.
DIAFÉRIA, Lourenço. In: NOVAES, C. E. et alii. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1981. (Vol. 7 - Crônicas)


A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele e quem sabe,
e vai desmatando
 o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
 Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
 a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.



QUANDO CHEGA A HORA DE DECIDIR O FUTURO
Dr. Luiz Albert Py

Um período dramático na vida de quase todos os jovens começa quando se coloca a questão da escolha da profissão. São raros os que têm certeza do que querem fazer na vida, do que pretendem ser [...] Os que já estão se preparando para cursar faculdade se perguntam qual seria a melhor escolha e como saber o que decidir. Antigamente, os pais procuravam interferir, tentando conseguir que os filhos preenchessem seus próprios sonhos, principalmente quando não realizados. Os pais viam os filhos como fonte de satisfação para seus antigos desejos.
Atualmente, isso é mais raro: a maioria das pessoas sabe a importância de deixar que o outro faça a escolha por si mesmo.


Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?

(MEIRELES, Cecília. Retrato. In: _____. Os melhores poemas de Cecília Meireles. Seleção de Maria Fernanda. 11 ed. São Paulo: Global, 1999, p. 13).



Trovadorismo

Definição: trovador é o poeta que musicaliza a poesia nas cortes.
A língua utilizada pelos trovadores era o galego-português, uma mistura de espanhol (castelhano) com português.
Início: 1189/1198: surge com a Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.
Contexto Histórico
1308 – Fundação da Universidade de Coimbra.
1415 – Conquista de Ceuta.
1420 – Início da Expansão marítima. Descoberta da Ilha da Madeira.
1453 – Os turcos conquistam Constantinopla (capital do Império Romano do Oriente). Fim da Idade Media.
1482 – Diogo Cão descobre a foz do Zaire.
1487 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
1492 – Colombo descobre a América.
1498 – Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias.

A hierarquia da sociedade feudal: clero, nobreza e povo (vilões, semi-servos e escravos)
O espírito da época é o TEOCÊNTRICO (Deus como o centro do Universo).
As Cantigas eram as primeiras produções literárias da época e se dividiam em 4:
·         Cantigas de Amor: eu lírico é masculino que sofre por amor.
·         Cantigas de Amigo: eu lírico é feminino que sofre por amor.
·         Cantigas de Escárnio: ataque satírico indireto, não citando o nome da pessoa.
·         Cantigas de Maldizer: ataque satírico direto, citando o nome da pessoa.

Os artistas dessa época eram:
·         Trovador: pessoa culta, fidalga que escrevia e musicalizava sua poesia sem receber nada em troca.
·         Segrel: fidalgo decaído, que levava o jogral para se apresentar nas cortes, castelos.
·         Jogral: saltimbanco (palhaço) que leva sua apresentação a corte
·         Menestrel: músico ligado a determinada corte.

Produção literária
A primeira escola literária galego-portuguesa foi representada pelo trovadorismo, onde suas cantigas foram organizadas pelos cancioneiros, que eram divididos em: 
·         Cancioneiro da Ajuda ou do Real Colégio dos Nobres
·         Cancioneiro da Vaticana
·         Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa ou Collocci-Brancuti
·         Cantigas de Santa Maria.
·         Novelas de cavalaria
·         Crônicões
·         Hagiografias
·         Livros de linhagem (nobiliários)
Os cancioneiros:

Como vimos, existiam três tipos de cancioneiros, eles eram classificados de acordo com a qualidade e quantidade de suas cantigas.

Vejamos cada um deles:
• O cancioneiro da Ajuda
• O Cancioneiro da Vaticana
• Cancioneiro da biblioteca nacional
Com 310 cantigas, quase todas de amor. Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado de D. Afonso III. É o único que remota a época trovadoresca.
Com 1.205 cantigas de variados autores, mas todas com as quatro modalidades (amor, amigo, escárnio e maldizer), incluindo 138 cantigas de D. Diniz, que era considerado o Rei-Trovador.
Com 1.647 cantigas de todas as modalidades. O Cancioneiro também é chamado de Calocci-Brancutti em homenagem aos seus dois possuidores italianos.

Os cancioneiros não são coleções de poesia lusa, mas de poesia peninsular na língua galego-portuguesa.

Trovadores – Jograis – Segréis – Menestréis

Em ordem decrescente era constituída a hierarquia dos poetas-músicos medievais e que era de bastante importância social e artística.

1. Trovadores: são poetas nobres, cultos criadores de cantigas e textos.

2. Jogral: são poetas humildes, eles também eram compositores de cantigas.

3. Segrel: estabelecia uma classe intermediária entre o trovador e o jogral. É importante lembrarmos que o segrel existiu somente na escola galego portuguesa. Eles eram da pequena nobreza, que reproduzia suas próprias composições.

4. Menestrel: era o nome que os músicos da corte passaram a ser chamado no século XIV, quando o nome jogral passou a ser desagradavelmente usado para chamar os bobos.

As cantigas de amor

Nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante.

O poeta fica na posição de fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe. Esta cantiga teve origem no sul da França, apresentando um eu – lírico é masculino e também sofredor. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em galego-português não tinham feminino, portanto ele dizia “minha senhor”, ele cantava a dor de amar, onde está sempre acometido da “coita”. Essa palavra (coita)é muito usada nessas cantigas, ela significa sofrimento por amor.



Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós

1- No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e - ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.

As cantigas de amigo

Essa cantiga tem sua origem popular, são marcadas pela literatura oral, ou seja, paralelismo, refrão, reiterações e estribilho, onde isso são recursospróprios do texto que servem para serem cantados e que propiciam facilitação de memorização. Nas cantidas populares, ainda são usasos esses recursos.

Essa cantiga teve origem na Península Ibérica, ela apresenta um eu-lírico feminino, pore´m com um autor masculino, ele canta seu amor pelo seu amigo, em um ambiente
mais natural, em grande parte, faz um diálogo com a suas amigas ou com a sua mãe. Na cantiga de amigo, a figura feminina é de uma jovem que começa a amar, lembrando as vezes da ausencia do amado, ou cantando a sua alegria por um encontro com ele. Essa cantiga pode mostrar também a tristeza da mulher, pelo fato do seu amado ter ido para a guerra.
Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.








Humanismo

O Humanismo foi um grande movimento intelectual, moral e religioso iniciado em fins do século XV e todo o século XVI, que buscava uma humanidade melhor, pois os idealizadores propunham um ideal de paz e sabedoria, através do aperfeiçoamento das qualidades intelectuais e morais dos homens.

Contexto Histórico
1448 – Gutenberg inventa a tipografia.
1453 – Constantinopla cai nas mãos dos turcos.
1481 – A Inquisição é instaurada na Espanha.
1500 – Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.
1531 – Henrique VIII rompe com o papa e funda a igreja anglicana.
1536 – Paulo III estabelece oficialmente a Inquisição em Portugal.

O misticismo medieval perde força, e o TEOCENTRISMO dá lugar ao ANTROPOCENTRISMO (o homem como o centro do universo).
O maior artista: Gil Vicente
A área dele era o teatro. Foi contemporâneo de Michelangelo, Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci, Nicolau Maquiavel, etc.
Começou com a peça Monologo de um vaqueiro – O auto da visitação, encenado na câmara real de d. Maria de Castela, por ocasião do nascimento de d. João III, filho de d. Manuel.
Tipos de peças de Gil Vicente: mistérios, milagres e moralidades.
Outras peças: Auto da barca do inferno; Farsa de Inês Pereira, Auto da Índia, O juiz da Beira, etc.
Novelas de Cavalaria: ciclo arturiano é o mais importante.



Classicismo

É combinado com o Renascimento, em que se há uma transformação política, econômica e cultural nos séculos XV e XVI.
Exalta-se a natureza, a cultura greco-romana, a razão é maior que a emoção.
Características
·         Imitação dos autores greco-latinos.
·         Preocupação com a forma.
·         Uso da mitologia greco-latina.
·         Idealismo

Autores
·         Luis Vaz de Camões – o principal
·         Francisco Sá de Miranda
·         Bernadim Ribeiro
·         Antonio Ferreira

Camões escreveu Os lusíadas, com 10 cantos, versos decassílabos, 1102 estrofes, cuja divisão é:
·         Proposição
·         Invocação
·         Dedicatória
·         Narração
·         Epílogo







Quinhentismo

Literatura dos anos de 1500, em que se tem como base principal a Carta, de Pero Vaz de Caminha.
Ela é a certidão de nascimento do Brasil e nela é visto o deslumbramento do europeu com a nova terra, como também seus equívocos e as reais intenções do colonizador.

Há nesse período dois tipos de literatura:
·         Informativa ou dos cronistas (ou viajantes);
·         Dos jesuítas.

Literatura Informativa
Existem vários textos que falam da vinda dos europeus ao Brasil, são eles:

·         Tratado da Terra do Brasil;
·         Historia da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil;
·         Tratado descritivo do Brasil;
·         Diálogos das grandezas do Brasil.

Literatura dos Jesuítas

Pe. José de Anchieta – o maior nome da catequese no Brasil.
Escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais, utilizando-se do latim, do tupi e do português em suas obras quase sempre de inspiração missionária.


Barroco

Início em 1601, com a obra Prosopopéia, de Bento Teixeira. A religiosidade ainda estava muito forte. A Reforma Protestante e a Contra-Reforma estavam se organizando.
O homem vivia em constante tensão por ora querer viver a vida santa ou ora querer viver a vida profana. A Inquisição fazia seu papel de controladora da moral católica. O índex librorum prohibitorum estava em vigência.

Características
·         Culto do contraste (uso de antíteses – oposição)
·         Consciência da transitoriedade da vida
·         Gosto pela grandiosidade
·         Cultismo (jogo de palavras)
·         Conceptismo (jogo de ideias)
·         Frases interrogativas

Autores

·         Gregório de Mattos (Boca do inferno);
Escreveu poesias lírico-amorosas; religiosa e satírica.

·         Bento Teixeira

·         Manuel Botelho de Oliveira


·         Padre Antonio Vieira
Defendia os negros e os índios, como também os cristãos novos (judeus convertidos ao catolicismo). Sofreu perseguição pela Inquisição.
Sua obra está dividida em cartas, profecias e sermões.
Os Sermões são os mais importantes, dentre eles o Sermão da Sexagésima – que fala sobre a arte de pregar e ensinar.




TEXTO

Sermão vigésimo sétimo

Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria.

(VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão vigésimo sétimo. In: AMORA, Antônio Soares, org. Sermões, 2 ed. São Paulo, Cultrix, 1981, p. 58.)

8. O trecho a seguir vincula-se ao conceptismo barroco:

“Sendo, pois, certo que a palavra divina não pode deixar de frutificar por parte de Deus, segue-se que ou é por falta do pregador ou por falta dos ouvintes. Por qual será? (...) Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles grande fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça fruto, faz efeito. (...) a palavra de Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras não frutificou, mas nasceu até nas pedras.” (Padre Antônio Vieira. Sermão da Sexagésima).






Arcadismo

Início em 1768 com o livro Obras Poéticas, de Claudio Manuel da Costa.
A religião dá lugar à razão, o homem vive no Século das Luzes, diferente do anterior, que era o das Trevas.
Começa a Revolução Industrial na Inglaterra; surgem os Iluministas, organiza-se a grande Enciclopédia, com 35 volumes. A Revolução Francesa estaria prestes a acontecer, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.

Características

·         Imitação dos clássicos;

·         Bucolismo;

·         Pastoralismo;

·         Idealização do amor e da mulher;

·         Uso de pseudônimos (falsos nomes);


·         Uso de frases latinas: carpe diem, fugere urbem, inutilia truncat, etc


Autores

·         Claudio Manuel da Costa (Glauceste Saturnio)

·         Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)

Escreveu Cartas Chilenas e Marília de Dirceu

·         José Basílio da Gama (Termindo Simpílio)
Escreveu O Uraguai.

·         Frei José de Santa Rita Durão
Escreveu Caramuru.
Súplica por uma árvore.
                                  Cecília Meireles.

Um dia, um professor comovido falava-me de árvores. Se avô conhecera Andersen, esse pequeno deus que encantou para sempre a infância, todas as infâncias, com suas maravilhosas historias. Mas, além de conhecer Andersen, o avô desse comovido professor legara a seus descendentes uma recordação extremamente terna: ao sentir que se aproximava o fim de sua vida, pediu que o transportassem aos lugares amados, onde brincara em menino, para abraçar e beijar as árvores daquele mundo antigo – mundo de sonho, pureza, poesia – povoado de crianças, ramos, flores, pássaros... O professor comovido transportava-se a esse tempo de ternura, pensava nesse avô tão sensível, e continuava a participar, com ele, dessa cordialidade geral, desse agradecido amor à Natureza que, em silêncio, nos rodeia com a sua proteção, mesmo obscura e enigmática.
            Lembrei-me de tudo isso ao contemplar uma árvore que não conheço, e cujo tronco há quinze dias se encontra ferido, lascado pelo choque de um táxi desgovernado. Segundo os técnicos, se não for socorrida, essa árvore deverá morrer dentro em breve: pois a pancada que a atingiu afetou-a na profundidade de sua vida.
Meireles, Cecília. Suplica por uma árvore. In: O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980, p. 63.

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