domingo, 26 de agosto de 2018

PROPOSTA DE REDAÇÃO: A liberação do Aborto no Brasil.


Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo (opinião com argumentos) em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A liberação do Aborto no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Aborto – A lei

Considerado crime contra a vida humana, o aborto clandestino mata muitas mulheres ao redor do mundo. A interrupção da gravidez, também conhecida como aborto, é caracterizada pela retirada de um embrião ou feto antes que chegue a termo (cerca de 40 semanas), o que resulta na sua morte.
O aborto pode ser de dois tipos: a) aborto espontâneo: aquele que ocorre de maneira natural; b) aborto induzido: aquele que ocorre quando o final da gestação é feito por meio da ingestão de remédios ou da curetagem, um procedimento cirúrgico em que há a raspagem da parede uterina para a retirada do embrião ou feto.

O aborto no Brasil

Em nosso país, o aborto induzido é considerado crime contra a vida humana previsto pelo Código Penal Brasileiro desde 1984. Fazer um aborto induzido pode acarretar em detenção de um a três anos para a mãe que causar o aborto ou que dê permissão para que outra pessoa o cometa.

Situações em que o aborto não é considerado crime contra a vida humana

O aborto no Brasil somente não é qualificado como crime em três situações: a) quando a gravidez representa risco de vida para a gestante; b) quando a gravidez é o resultado de um estupro e c) quando o feto for anencefálico, ou seja, não possuir cérebro. Esse último item foi julgado pelo STF em 2012 e declarado como parto antecipado com fins terapêuticos.

Consequências do abordo clandestino

Por ser considerado crime previsto de reclusão, muitas mulheres procuram clínicas clandestinas que apresentam condições precárias e profissionais sem a qualificação necessária para conduzir o procedimento.
Por isso, a prática realizada fora do ambiente hospitalar e nas condições descritas acima é responsável por cerca de pouco mais de 70 mil mortes de mulheres ou lesões permanentes por ano em todo o mundo. Mesmo sendo considerada crime em muitos países, a prática do aborto totaliza aproximadamente 44 milhões anuais.

Movimentos pró-aborto no Brasil
Parte da população, principalmente a feminina, luta para que as mulheres tenham o direito de escolher se desejam ou não levar uma gestão até o fim. Motivos religiosos e demagogos à parte, uma das principais alegações dos grupos a favor da legalização da prática é que o fato de o aborto ser ilegal não evita que ele seja realizado, porém coloca em risco a vida de muitas mulheres que recorrem à clandestinidade.
No entanto, a grande maioria da população é contra a prática e há grupos que protestam pedindo que o aborto seja também considerado crime nas três situações descritas acima.
Disponível em: <https://examedaoab.jusbrasil.com.br/artigos/414535657/aborto-o-que-diz-a-lei >. Acesso em 15 de ago de 2018.
INSTRUÇÕES:

·                     O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. O mesmo não será corrigido.
·                     O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
·                     A redação deve conter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.
·                     A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo (opinião) – argumentativo (argumentos) receberá nota zero.
·                     A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

PROPOSTA DE REDAÇÃO: Feminicídio no Brasil




Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo (opinião com argumentos) em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O Feminicídio no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de assassinatos de mulheres chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. Apenas na última semana, foram registrados pelo menos cinco casos de mulheres assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros só em São Paulo. Dado alarmante que reflete a realidade do Brasil, país com a quinta maior taxa de feminicídio do mundo.
Nesse contexto, o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. Apenas entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos.
Com a Lei 13.140, aprovada em 2015, o feminicídio passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio.
Para a promotora de Justiça e coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (GEVID) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian, a lei do feminicídio foi uma conquista e é um instrumento importante para dar visibilidade ao fenômeno social que é o assassinato de mulheres por circunstâncias de gênero.

Lei Maria da Penha

A implementação integral da Lei Maria da Penha é o primeiro ponto desse rol de medidas que devem ser tomadas pelo Estado. Reconhecida mundialmente como uma das melhores legislações que buscam atacar o problema e elemento importante para a desnaturalização da violência como parte das relações familiares e para o empoderamento das mulheres [...]

Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-08/taxa-de-feminicidios-no-brasil-e-quinta-maior-do-mundo>. Acesso em 15 de ago de 2018.
INSTRUÇÕES:

·                     O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. O mesmo não será corrigido.
·                     O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
·                     A redação deve conter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.
·                     A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo (opinião) – argumentativo (argumentos) receberá nota zero.
·                     A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Interpretação de Texto. Gramática. Derivação. Composição.

Leia o texto e responda o que se pede:
Macacos me mordam
Fernando Sabino
Morador de uma cidade do interior de Minas me deu conhecimento do fato: diz ele que há tempos um cientista local passou telegrama para outro cientista, amigo seu, residente em Manaus:
“Obsequio providenciar remessa 1 ou 2 macacos”.
Necessitava ele de fazer algumas inoculações em macaco, animal difícil de ser encontrado na localidade. Um belo dia, já esquecido da encomenda, recebeu resposta:
“Providenciada remessa 600 restante seguirá oportunamente”.
Não entendeu bem: o amigo lhe arranjara apenas um macaco, por seiscentos cruzeiros? Ficou aguardando, e só foi entender quando o chefe da estação veio comunicar-lhe:
– Professor, chegou sua encomenda. Aqui está o conhecimento para o senhor assinar. Foi preciso trem especial.
E acrescentou:
– É macaco que não acaba mais!
Ficou aterrado: o telégrafo errara ao transmitir “1 ou 2 macacos”, transmitira “1002 macacos”! E na estação, para começar, nada menos que seiscentos macacos engaiolados aguardavam desembaraço. Telegrafou imediatamente ao amigo:
“Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante”.
Ia para a estação, mas a população local, surpreendida pelo acontecimento, já se concentrava ali, curiosa, entusiasmada, apreensiva:
– O que será que o professor pretende com tanto macaco?
E a macacada, impaciente e faminta, aguardava destino, empilhada em gaiolas na plataforma da estação, divertindo a todos com suas macaquices. O professor não teve coragem de aproximar-se: fugiu correndo, foi se esconder no fundo de sua casa. A noite, porém, o agente da estação veio desentocá-la:
– Professor, pelo amor de Deus, vem dar um jeito naquilo.
O professor pediu tempo para pensar. O homem coçava a cabeça, perplexo:
– Professor, nós todos temos muita estima e muito respeito pelo senhor, mas tenha paciência: se o senhor não der um jeito eu vou mandar trazer a macacada para sua casa.
– Para minha casa? Você está maluco?
O impasse prolongou-se ao longo de todo o dia seguinte. Na cidade não se comentava outra coisa, e os ditos espirituosos circulavam:
– Macacos me mordam!
– Macaco, olha o teu rabo.
A noite, como o professor não se mexesse, o chefe da estação convocou as pessoas gradas do lugar: o prefeito, o delegado, o juiz.
– Mandar de volta por conta da prefeitura?
– A prefeitura não tem dinheiro para gastar com macacos.
– O professor muito menos.
– Já estão famintos, não sei o que fazer.
– Matar? Mas isso seria uma carnificina!
– Nada disso – ponderou o delegado: – Dizem que macaco guisado é um bom prato…
Ao fim do segundo dia, o agente da estação, por conta própria, não tendo outra alternativa, apelou para o último recurso – o trágico, o espantoso recurso da pátria em perigo: soltar os macacos. E como os habitantes de Leide durante o cerco espanhol, soltando os diques do mar do Norte para salvar a honra da Holanda, mandou soltar os macacos. E os macacos foram soltos! E o mar do Norte, alegre e sinistro, saltou para a terra com a braveza dos touros que saltam para a arena quando se lhes abre o curral – ou como macacos saltam para a cidade quando se lhes abre a gaiola. Porque a macacada, alegre e sinistra, imediatamente invadiu a cidade em pânico. Naquela noite ninguém teve sossego. Quando a mocinha distraída se despia para dormir, um macaco estendeu o braço da janela e arrebatou-lhe a camisola. No botequim, os fregueses da cerveja habitual deram com seu lugar ocupado por macacos. A bilheteira do cinema, horrorizada, desmaiara, ante o braço cabeludo que se estendeu através das grades para adquirir uma entrada. A partida de sinuca foi interrompida porque de súbito despregou-se do teto ao pano verde um macaco e fugiu com a bola 7. Ai de quem descascasse preguiçosamente uma banana! Antes de levá-la à boca um braço de macaco saído não se sabia de onde a surrupiava. No barbeiro, houve um momento em que não restava uma só cadeira vaga: todas ocupadas com macacos. E houve também o célebre macaco em casa de louças, nem um só pires restou intacto. A noite passou assim, em polvorosa. Caçadores improvisados se dispuseram a acabar com a praga – e mais de um esquivo notívago correu risco de levar um tiro nas suas esquivanças, confundido com macaco dentro da noite.
No dia seguinte a situação perdurava: não houve aula na escola pública, porque os macacos foram os primeiros a chegar. O sino da igreja badalava freneticamente desde cedo, apinhado de macacos, ainda que o vigário houvesse por bem suspender a missa naquela manhã, porque havia macaco escondido até na sacristia.
Depois, com o correr dos dias e dos macacos, eles foram escasseando. Alguns morreram de fome ou caçados implacavelmente. Outros fugiram para a floresta, outros acabaram mesmo comidos ao jantar, guisados como sugerira o delegado, nas mesas mais pobres. Um ou outro surgia ainda de vez em quando num telhado, esquálido, assustado, com bandeirinha branca pedindo paz à molecada que o perseguia com pedras. Durante muito tempo, porém, sua presença perturbadora pairou no ar da cidade. O professor não chegou a servir-se de nenhum para suas experiências. Caíra doente, nunca mais pusera os pés na rua, embora durante algum tempo muitos insistissem em visitá-la pela janela.
Vai um dia, a cidade já em paz, o professor recebe outro telegrama de seu amigo em Manaus:
“Seguiu resto encomenda”.
Não teve dúvidas: assim mesmo doente, saiu de casa imediatamente, direto para a estação, abandonou a cidade para sempre, e nunca mais se ouviu falar nele.

1.    Quais são as ocupações/ profissões que aparecem no texto?

a)    Pedreiro, artista, jornalista.
b)    Advogado, prefeito, juiz.
c)    Delegado, prefeito, juiz.
d)    Motorista, faxineiro, atendente.
e)    João, Maria, José.

2.    Como ficou a população local com a chegada dos macacos?

a)    Ficou tranquila, como se nada tivesse acontecendo.
b)    Ficou querendo saber o porquê de tanto macaco, surpreendida.
c)    Ficou entusiasmada, porque os macacos iriam povoar a floresta.
d)    Ficou nervosa, porque o zoológico tinha muito verde.
e)    Ficou serena, pois eles iriam reproduzir mais.

3.    Ao fim do segundo dia, o agente da estação de trem apelou para um último recurso. Qual?

a)    Convocou um debate do orçamento democrático.
b)    Convocou uma reunião com o padre da igreja.
c)    Convocou uma reunião com as principais autoridades da cidade.
d)    Convocou uma festa para comemorar a vinda do restante da encomenda.
e)    Convocou um baile em homenagem ao professor cientista.

4.       Assinale a opção em que todas as palavras obedecem ao mesmo processo de formação:

(A) aguardente - girassol - reco-reco
(B) boiada - garotada - aterro
(C) sociologia - burocracia - televisão
(D) passatempo - fidalgo - decímetro
(E) descobrir - infeliz – planalto

5.       Assinale a análise morfológica incorreta:

(A) concordava; -va = desinência de pretérito imperfeito do indicativo
(B) matando; -a- = vogal temática da primeira conjugação
(C) deixara; deixa- = radical
(D) gozar = desinência de infinitivo
(E) contribuiria; -ria = desinência de futuro do pretérito do indicativo

6.       Um exemplo de vício de linguagem é?

a)      Ele entrou para dentro da casa.
b)      Ele foi embora sozinho.
c)       Mulher bonita não paga.
d)      Fuga de presos em Mangabeira aterroriza João Pessoa.
e)      João foi à feira.

7.       Grupo de três palavras formadas por DERIVAÇÃO:

(A) pesaroso, apelo (subst.), refazer
(B) pontapé, introduzir, cipoal
(C) decímetro, casamento, namoro (subst.)
(D) cine, guarda-roupa, infiel
(E) infelizmente, amolecer, varapau

Leia a primeira estrofe de Poética, de Vinicius de Moraes, para responder à questão

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

8.       Assinale abaixo a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o processo de formação das palavras destacadas no primeiro e no terceiro versos grifados.

  a) Derivação sufixal e derivação parassintética.
  b) Derivação parassintética e derivação sufixal.
  c) Derivação regressiva e derivação imprópria.
  d) Derivação sufixal e derivação regressiva.
  e) Todas as respostas.


9.       Em “...externamos nossos sentimentos para vivê-los mais INTENSAMENTE” e “Os amores silenciosos podem provocar o CHORO”, as palavras destacadas são formadas, respectivamente, a partir de processos de:

  a) derivação sufixal e composição por justaposição.
  b) composição por justaposição e derivação regressiva.
  c) derivação sufixal e derivação regressiva.
  d) derivação regressiva e derivação parassintética.
  e) derivação parassintética e derivação prefixal.


10.   Observe o trecho seguinte: “Se fosse o soletrando do Caldeirão do Hulk...”. A expressão “o soletrando”, nesse contexto, altera a classe gramatical da palavra “soletrando”. Trata-se de um caso

  a) de derivação regressiva;
  b) de derivação parassintética;
  c) de derivação sufixal;
  d) de hibridismo;
  e) de derivação imprópria.

Interpretação de texto. Gramática. Figuras de Linguagem. Vocativo.


Leia o texto e responda o que se pede:
Macacos me mordam
Fernando Sabino
Morador de uma cidade do interior de Minas me deu conhecimento do fato: diz ele que há tempos um cientista local passou telegrama para outro cientista, amigo seu, residente em Manaus:
“Obsequio providenciar remessa 1 ou 2 macacos”.
Necessitava ele de fazer algumas inoculações em macaco, animal difícil de ser encontrado na localidade. Um belo dia, já esquecido da encomenda, recebeu resposta:
“Providenciada remessa 600 restante seguirá oportunamente”.
Não entendeu bem: o amigo lhe arranjara apenas um macaco, por seiscentos cruzeiros? Ficou aguardando, e só foi entender quando o chefe da estação veio comunicar-lhe:
– Professor, chegou sua encomenda. Aqui está o conhecimento para o senhor assinar. Foi preciso trem especial.
E acrescentou:
– É macaco que não acaba mais!
Ficou aterrado: o telégrafo errara ao transmitir “1 ou 2 macacos”, transmitira “1002 macacos”! E na estação, para começar, nada menos que seiscentos macacos engaiolados aguardavam desembaraço. Telegrafou imediatamente ao amigo:
“Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante”.
Ia para a estação, mas a população local, surpreendida pelo acontecimento, já se concentrava ali, curiosa, entusiasmada, apreensiva:
– O que será que o professor pretende com tanto macaco?
E a macacada, impaciente e faminta, aguardava destino, empilhada em gaiolas na plataforma da estação, divertindo a todos com suas macaquices. O professor não teve coragem de aproximar-se: fugiu correndo, foi se esconder no fundo de sua casa. A noite, porém, o agente da estação veio desentocá-la:
– Professor, pelo amor de Deus, vem dar um jeito naquilo.
O professor pediu tempo para pensar. O homem coçava a cabeça, perplexo:
– Professor, nós todos temos muita estima e muito respeito pelo senhor, mas tenha paciência: se o senhor não der um jeito eu vou mandar trazer a macacada para sua casa.
– Para minha casa? Você está maluco?
O impasse prolongou-se ao longo de todo o dia seguinte. Na cidade não se comentava outra coisa, e os ditos espirituosos circulavam:
– Macacos me mordam!
– Macaco, olha o teu rabo.
A noite, como o professor não se mexesse, o chefe da estação convocou as pessoas gradas do lugar: o prefeito, o delegado, o juiz.
– Mandar de volta por conta da prefeitura?
– A prefeitura não tem dinheiro para gastar com macacos.
– O professor muito menos.
– Já estão famintos, não sei o que fazer.
– Matar? Mas isso seria uma carnificina!
– Nada disso – ponderou o delegado: – Dizem que macaco guisado é um bom prato…
Ao fim do segundo dia, o agente da estação, por conta própria, não tendo outra alternativa, apelou para o último recurso – o trágico, o espantoso recurso da pátria em perigo: soltar os macacos. E como os habitantes de Leide durante o cerco espanhol, soltando os diques do mar do Norte para salvar a honra da Holanda, mandou soltar os macacos. E os macacos foram soltos! E o mar do Norte, alegre e sinistro, saltou para a terra com a braveza dos touros que saltam para a arena quando se lhes abre o curral – ou como macacos saltam para a cidade quando se lhes abre a gaiola. Porque a macacada, alegre e sinistra, imediatamente invadiu a cidade em pânico. Naquela noite ninguém teve sossego. Quando a mocinha distraída se despia para dormir, um macaco estendeu o braço da janela e arrebatou-lhe a camisola. No botequim, os fregueses da cerveja habitual deram com seu lugar ocupado por macacos. A bilheteira do cinema, horrorizada, desmaiara, ante o braço cabeludo que se estendeu através das grades para adquirir uma entrada. A partida de sinuca foi interrompida porque de súbito despregou-se do teto ao pano verde um macaco e fugiu com a bola 7. Ai de quem descascasse preguiçosamente uma banana! Antes de levá-la à boca um braço de macaco saído não se sabia de onde a surrupiava. No barbeiro, houve um momento em que não restava uma só cadeira vaga: todas ocupadas com macacos. E houve também o célebre macaco em casa de louças, nem um só pires restou intacto. A noite passou assim, em polvorosa. Caçadores improvisados se dispuseram a acabar com a praga – e mais de um esquivo notívago correu risco de levar um tiro nas suas esquivanças, confundido com macaco dentro da noite.
No dia seguinte a situação perdurava: não houve aula na escola pública, porque os macacos foram os primeiros a chegar. O sino da igreja badalava freneticamente desde cedo, apinhado de macacos, ainda que o vigário houvesse por bem suspender a missa naquela manhã, porque havia macaco escondido até na sacristia.
Depois, com o correr dos dias e dos macacos, eles foram escasseando. Alguns morreram de fome ou caçados implacavelmente. Outros fugiram para a floresta, outros acabaram mesmo comidos ao jantar, guisados como sugerira o delegado, nas mesas mais pobres. Um ou outro surgia ainda de vez em quando num telhado, esquálido, assustado, com bandeirinha branca pedindo paz à molecada que o perseguia com pedras. Durante muito tempo, porém, sua presença perturbadora pairou no ar da cidade. O professor não chegou a servir-se de nenhum para suas experiências. Caíra doente, nunca mais pusera os pés na rua, embora durante algum tempo muitos insistissem em visitá-la pela janela.
Vai um dia, a cidade já em paz, o professor recebe outro telegrama de seu amigo em Manaus:
“Seguiu resto encomenda”.
Não teve dúvidas: assim mesmo doente, saiu de casa imediatamente, direto para a estação, abandonou a cidade para sempre, e nunca mais se ouviu falar nele.

1.    O último recurso utilizado pelo agente da estação de trem resolveu a situação?

a)    Sim, pois todos ficaram com macacos de estimação.
b)    Não, pois tinha gente da cidade querendo adotar mais macacos.
c)    Não, pois causou um alvoroço na cidade.
d)    Sim, pois os macacos foram todos comidos como ensopados.
e)    Não, pois a cidade continuou tranquila.



2.    Na frase: "[...] diz ele que há tempos um cientista local passou telegrama para outro cientista, amigo seu, residente em Manaus:" a quem a oração em destaque se refere?

a)    O contador de história.
b)    O motorista que transportava o prefeito.
c)    O maquinista do trem.
d)    O chofer do carro do cientista.
e)    O dono de casa.

3.    O que ocasionou o problema abordado no texto?

a)    A confiança no prefeito.
b)    A má interpretação de texto.
c)    A falta de conversa ao telefone.
d)    O uso do telegrama compreensível.
e)    A vida da pacata cidade.

4.       Leia a frase: “Macacos me mordam”. O título do texto faz uma referência a um ditado popular e que usa uma figura de linguagem, qual é?

a)      Metáfora (comparação indireta).
b)      Antítese (antônimo).
c)       Personificação (qualidade humana a seres inanimados).
d)      Comparação (comparação direta).

5.    Na frase: “Professor, vem dar um jeito naquilo. O termo destacado é um:

a)    Vocativo.
b)    Sujeito.
c)    Predicado.
d)    Verbo.

6.    A frase: “Depois, com o correr dos dias e dos macacos, eles foram escasseando.” O que significa o termo destacado?

a)    Aumentando.
b)    Multiplicando.
c)    Diminuindo.
d)    Dividindo.

7.       Na frase: “Ela é uma bruxa.” Temos,

a)      Metáfora (comparação indireta).
b)      Antítese (antônimo).
c)       Personificação (qualidade humana a seres inanimados).
d)      Comparação (comparação direta).
Veja a imagem abaixo:
Resultado de imagem para ei dor

8.       O termo “Ei, dor! e Ei, medo” são considerados termos acessórios da oração. Esses termos destacados são identificados como sendo chamados de:

a)    Vocativo.
b)    Sujeito.
c)    Predicado.
d)    Verbo.
Leia a frase:
Delegado, dizem que macaco guisado é um bom prato…
9.       O termo destacado é:

a)      Objeto indireto.
b)      Objeto direto.
c)       Predicativo.
d)      Vocativo.


10.   Na frase: “O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha com raiva rasgou o resto.” Há uma repetição de uma consoante (o R), a essa figura de linguagem chamamos de:

a)      Metáfora (comparação indireta).
b)      Antítese (antônimo).
c)       Polissíndeto (trava-línguas).
d)      Comparação (comparação direta).


SIMULADO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE ALAGOAS E OLHO D'ÁGUA GRANDE - BASEADO NO INSTITUTO BAHIA

  SIMULADO HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE ALAGOAS   1.             A História de Alagoas é marcada por uma série de experiências de lutas, resi...