Interessante
é a trajetória de vida de Lima Barreto analisada no documentário feito pela TV
Escola Mestres da Literatura, em que se mostra um homem que venceu
preconceitos numa sociedade racista do final do século XIX e inicio do século
XX.
A
sociedade injusta da época é retrata em sua obra-prima “Triste fim de Policarpo
Quaresma”, uma vez que aborda temas do cotidiano da época e que chegaram até
nós, sendo muito atuais, com temas como o racismo, a pobreza, a falta de
oportunidade, etc.
O documentário também mostra a
biografia do autor e faz uma reflexão sobre a sociedade carioca, tanto sobre os
fatos históricos, como a vida politica na transformação do Brasil desse
período.
É falado sobre a questão do racismo
e o conservadorismo na sociedade carioca, algo que prejudicou a vida do
escritor, uma vez que ele sofria preconceitos, mas isso não deixou que ele
pudesse viver a cidade, como também refletir sobre a sociedade republicana e
brasileira em si.
São abordadas outras obras do autor
feitas simultaneamente e que focalizam ainda os costumes urbanos do Rio de
Janeiro, como “Recordações do escrivão Isaias Caminha” e “Vida e morte de M. J.
Gonzaga de Sá”. Esses dois livros tocam em personagens reais que facilmente são
reconhecidos e, a partir daí, há uma perseguição literária a Lima Barreto.
Ao se voltar para o livro “Triste
fim de Policarpo Quaresma” é analisado, de forma sucinta, quanto à divisão da obra
e o ufanismo do Major, como também ao nacionalismo e aos planos político e
geográfico do Brasil.
O documentário chama muito a atenção
para o “pobre” como protagonista de sua obra, uma vez que nunca ocorreu tal
fato na literatura, sendo criticado pela linguagem usada na obra e os temas abordados
da época.
Outro livro analisado é “Os
bruzundangas” que, em forma de sátira, fala da realidade do dia a dia, de forma
inovadora.
Abordando a vida do autor Lima
Barreto, o documentário afirma que alguns admitem ser ele um antropólogo e
etnólogo com concepções avançadas para seu tempo.
Lima
Barreto realmente era um homem de vanguarda, pois ele estava à frente de seu
tempo e olhava para o mundo de seu tempo. E vemos que o documentário traz a
questão de que as diferenças sociais ainda não foram superadas, fazendo-nos
refletir em pleno século XXI a questão do racismo, da pobreza e de costumes que
perpassam toda a humanidade.