domingo, 22 de abril de 2018

Prova 8º ano: Interpretação de texto. Vozes verbais. Tipos de sujeito. Tipos de predicado.


Leia o texto e responda o que se pede:

O leão, o burro e o rato

Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
- Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.
Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:
- Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostando-o no chão, morto.
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
- Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora - divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou:
- Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
- Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
E o rato respondeu:
- Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu - é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha - é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu.
Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha - e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
- Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! - exclamou o leão,
realmente admirado. - Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
- Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.

Millôr Fernandes
1.    A narrativa procura passar a idéia de que:
    a) A justiça é cega.                                                     b) Os fortes não são sábios.
c) A sabedoria é própria das criaturas menores.        d) Só um burro tenta ficar com a parte do leão.
2.    Houve uma expansão da língua portuguesa com as Grandes Navegações. Dentre os países que, no século XVI colonizados por Portugal, tem como seu idioma oficial:

a)    Rangel, Cristo, João Pessoa, Xangai.
b)    Estados Unidos, Venezuela, Chile, Canadá.
c)    Timor Leste, Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Moçambique, Angola.
d)    França, Japão, Itália, Coreia do Norte, Russia.

3.    Marque a oração que não possui sujeito (oração sem sujeito):

a) Puseram fogo na loja.                                                      b) Vendem-se casas.      
c) Naquele ano, surgiram os sintomas da doença.              d) Nevou em João Pessoa.

4.    sujeito composto em:

a) Deus meu, Deus meu, que farei para falar com ele sobre o assunto?
b) Os livros foram roubados da biblioteca da escola pública no fim de semana.
c) Nós, os homens de futuro, venceremos.
d) Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado.
e) Ontem foi João quem disse.

5.      Em “O hotel virou catacumba”:

a) O predicado é nominal
b) O predicado é verbo-nominal
c) O predicado é verbal
d) O verbo é transitivo indireto


6.    "O professor entrou apressado." O trecho em destaque indica:

a) predicado nominal
b) predicado verbo-nominal
c) predicado verbal
d) adjunto adverbial


7.    Transpondo-se para a voz ativa a frase A passeata foi dissolvida a bala pela polícia, a forma verbal resultante será

(A) tinha dissolvido.
(B) dissolveu.
(C) tinha sido dissolvida.
(D) dissolveu-se.
(E) dissolveram.

8.    A pobreza extrema reduz a competitividade do país. Transpondo a frase para a voz passiva, a forma verbal passa a ser

(A) é reduzida.
(B) foram reduzidas.
(C) está reduzindo.
(D) tinham reduzido.
(E) estará reduzida.



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