A ABORDAGEM DA LITERATURA BRASILEIRA NO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DO INSTITUO EVANGÉLICO HATIKVA, EM JOÃO PESSOA-PB1
Évelin Carla
Silva de Albuquerque Azevedo2
RESUMO
O ensino médio, que é a última
etapa da educação básica, tem por objetivo preparar o estudante para o mercado
de trabalho e a cidadania, desenvolvendo habilidades e competências a fim de
que ele seja um cidadão que contribua
com a sociedade brasileira e local. Dessa forma, há várias possibilidades que a
língua portuguesa possa ser abordada em sala de aula: gramática, produção
textual e literatura brasileira, especialmente nas séries do ensino médio,
aprofundando sempre o conhecimento da língua. A presente pesquisa tem por objetivo geral abordar as especificidades
das aulas de língua portuguesa na rede privada de João Pessoa - PB,
especialmente no Instituto Evangélico Hatikva, focando o componente curricular
Literatura Brasileira, uma subdivisão de língua portuguesa, ministrada por
professor próprio para este fim. Os objetivos específicos são: refletir sobre
os gêneros textuais literários e não literários usados na disciplina de
literatura brasileira; avaliar o protagonismo estudantil no desenvolvimento de
habilidades e competências dos estudantes nas aulas de literatura brasileira;
analisar, através dos gêneros textuais literários e não literários, o
comprometimento com o letramento literário e o desempenho de apreensão dos
conteúdos abordados em literatura brasileira. A metodologia se deu através de
pesquisa do tipo bibliográfica, na qual se buscou trabalhos existentes sobre a
temática, e sob a ótica qualitativa, uma vez que se tem material de pesquisa
produzido por universidades de todo o Brasil e a temática ser pertinente a
atualidade, pois o saber produzido pode ser analisado e ampliado com novas
observações. Baseado em teóricos como: OSSON (2006), FREIRE (1989), CANDIDO (1995),
LOPES (2021), LAJOLO (2009), entre outros. Por fim, o presente trabalho de pesquisa
está estruturado de forma que poderá ser feitas novas pesquisas e abarcando
novos conhecimentos a serem discutidos e divulgados a todos os interessados
sobre a temática, pois é assim que o saber da humanidade é construído ao longo
da história.
Palavras-chave:
Educação. Ensino. Língua
Portuguesa. Aprendizagem.
ABSTRACT
High school, which is the final stage of basic
education, aims to prepare students for the job market and citizenship,
developing skills and competencies so that they become citizens who contribute
to Brazilian and local society. Thus, there are several ways to address the
Portuguese language in the classroom: grammar, textual production, and
Brazilian literature, especially in high school, always deepening knowledge of
the language. The general objective of this research is to address the
specificities of Portuguese language classes in the private school system in
João Pessoa, Paraíba, especially at the Hatikva Evangelical Institute, focusing
on the Brazilian Literature curricular component, a subdivision of the
Portuguese language taught by a dedicated teacher. The specific objectives are:
to reflect on the literary and non-literary textual genres used in Brazilian
literature; to evaluate the leading role in the development of students' skills
and competencies in Brazilian literature classes,; and to analyze, through
literary and non-literary textual genres, the commitment to literary literacy
and the performance in understanding the content covered in Brazilian
literature. The methodology used was bibliographic research, which sought
existing works on the topic. A qualitative approach was used, given the
availability of research material from universities throughout Brazil and the
topic is relevant to today's world, as the knowledge produced can be analyzed
and expanded with new observations. The methodology is based on theorists such
as OSSON (2006), FREIRE (1989), CANDIDO (1995), LOPES (2021), LAJOLO (2009)
among others. Finally, this research work is structured in such a way that new
research can be carried out and encompass new knowledge to be discussed and
disseminated to all those interested in the topic, as this is how humanity's
knowledge is constructed throughout history.
Keywords:
Education. Teaching.
Portuguese Language. Learning.
1
Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a
aprovação na disciplina de TCC.
2 Discente do curso
Licenciatura em Letras Português.
1
INTRODUÇÃO
A
língua portuguesa é um arcabouço de possibilidades, como também é muito
abrangente no que diz respeito a diversas abordagens de ensino, uma vez que há
claras diferenças entre o português culto e formal e o português coloquial e
informal, assim como as variações linguísticas. Nesse contexto, a literatura
brasileira é um dos itens na subdivisão das vastas possibilidades da língua, ou
seja, a manifestação linguística faz com que seja vista com tal importância a
ponto de que seja abordada a parte nas aulas de português.
O
ensino médio, que é a última etapa da educação básica, tem por objetivo
preparar o estudante para o mercado de trabalho e a cidadania, desenvolvendo
habilidades e competências, a fim de que ele seja um cidadão que contribua com a sociedade
brasileira e local. Dessa forma, há várias possibilidades que a língua
portuguesa possa ser abordada em sala de aula: gramática, produção textual e
literatura brasileira, especialmente nas séries do ensino médio, aprofundando
sempre o conhecimento da língua padrão. Ao iniciar a última etapa da educação
básica - o ensino médio -, o estudante tem contato com a subdivisão da língua
portuguesa ministradas nas escolas privadas de João Pessoa - PB, aumentando
assim a possibilidade de interação com a compreensão textual, a escrita, a
oralidade e a estilística, entre outros. Nesse amplo leque de atividades, há a
percepção da importância da ministração de aulas de literatura brasileira, a
fim de que as artes sejam despertadas no estudante do ensino médio, uma vez
que, dessa forma, são desenvolvidas as habilidades e competências necessárias
que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como premissa. É nesse contexto
que se faz a formação de leitores críticos, uma vez que não são mais abordadas
a questão de memorização de fórmulas e técnicas obsoletas em relalção ao ensino
da língua portuguesa no ensino médio. Dessa forma, transformar o estudante em
um leitor fluente e que este veja a importância de ler para a abertura de
mundos diferentes que estão além da realidade ainda vivenciada, espandindo a
visão de mundo.
A
leitura crítica é a não decorada, a que faz o estudante refletir e isso é um
papel importante para a vida cidadã, sendo o cerne da literatura nas aulas de
língua portuguesa, uma vez que a leitura deve ser de um sujeito protagonista
que tem em mente a contextualização, a criticidade e a forma ativa de fazer uma
ponte de ligação com o conhecimento historicamente produzido e o cotidiano das
pessoas na socidade. No entanto, é perceptível observar que, em muitos casos,
as aulas de literatura não atraem a atenção dos alunos em sua maioria, pois a
forma como se dá na grade curricular termina desmotivando o estudante,
fazendo-os perderem o interesse e gerando consequências para a vida toda, uma
vez que a literatura (e suas formas de manifestação) deve ser vista como um
instrumento balizador para as novas competências que são exigidas na nova
sociedade contemporânea.
Vale
salientar que as aulas de literatura não é a simples leitura de livros ou
preparação para os exames escolares ou externos, mas o objetivo da literatura
que é ensinada na escola é fazer com que o estudante tenha uma formação
integral do ser humano, sendo um cidadão participante da sociedade com
criticidade, sensibilidade e autonomia. Existem diferenças nas aulas de
literatura da escola pública e privada, uma vez que por diversos motivos e
formas, as referidas aulas enfrentam disparidades em relação às condições de
trabalho e nos recursos disponíveis, como material didático e plataformas
digitais que envolvem e fascinam diretamente o estudante. No entanto, para que
se tenha sucesso no plano de ensino do componente curricular , o professor deve
estar empenhado em formação constante em como despertar o interesse do
estudante e buscar estratégias para tornarem as aulas mais interessantes e
contagiantes, uma vez que há inúmeras formas de se superar barreiras para a
busca da excelência no processo ensino e aprendizagem. A presente pesquisa tem
por objetivo geral abordar as especificidades das aulas de língua
portuguesa na rede privada de João Pessoa - PB, especialmente no Instituto
Evangélico Hatikva, focando o componente curricular Literatura Brasileira, uma
subdivisão de língua portuguesa, ministrada por professor próprio para este
fim. Os objetivos específicos são: identificar sobre os gêneros textuais
literários e não literários usados na disciplina de literatura brasileira;
avaliar o protagonismo no desenvolvimento de habilidades e competências dos
estudantes nas aulas de literatura brasileira, analisar, através dos gêneros
textuais literários e não literários, o comprometimento com o letramento
literário e o desempenho de apreensão dos conteúdos abordados em literatura
brasileira.
Por
fim, a metodologia teve por base
teóricos, como: OSSON (2006), FREIRE (1989), CANDIDO (1995), LOPES
(2021), LAJOLO (2009), entre outros se deu através de pesquisa do tipo
bibliográfica, na qual se buscou trabalhos existentes sobre a temática, e sob a
ótica qualitativa, uma vez que se tem material de pesquisa produzido por
universidades de todo o Brasil e a temática ser pertinente a atualidade, pois o
saber produzido pode ser analisado e ampliado com novas observações e também o
presente trabalho de pesquisa está estruturado de forma que poderá ser feitas
novas pesquisas e abarcando novos conhecimentos a serem discutidos e divulgados
a todos os interessados sobre a temática, pois é assim que o saber da
humanidade é construído ao longo da história.
2
A HISTÓRIA DA ABORDAGEM DA LÍNGUA
PORTUGUESA ESTUDADA NAS ESCOLAS PRIVADAS DE JOÃO PESSOA-PB
A
língua portuguesa teve uma maior ênfase em relação à Educação brasileira a
partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), isto é, a lei nº 9.394
de 1996, como também se preponderou isso na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) nos anos de 2017 cujo foco é no letramento em língua portuguesa ao
formar estudantes capazes de interpretar e escrever textos coesos, coerentes,
com uso de linguagem formal a depender do gênero textual, entre outros.
A
escola privada teve a menção abordada na LDB na qual frisou nos seus princípios
citados no Art. 3º: “O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios: [...] V–coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
[...]” (BRASIL, 2017) durante a formalização e organização da estrutura
curricular da educação básica brasileira. Isso fez com que fosse permitida a
abertura de escolas privadas e que elas pudessem oferecer a prestação de
serviços à sociedade brasileira, concomitante à escola pública.
Nesse
contexto, a estrutura curricular ficou a critério dos estabelecimentos de
ensino citado na LDB (BRASIL, 1996) que estabelece:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino,
respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência
de: I – elaborar e executar sua proposta
pedagógica [grifo nosso]; II – administrar seu pessoal e seus
recursos materiais e financeiros; III – assegurar o cumprimento dos dias
letivos e horas-aula estabelecidas; IV – velar pelo cumprimento do plano de
trabalho de cada docente; V – prover meios para a recuperação dos alunos de
menor rendimento; VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola; VII – informar pai e mãe,
conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais,
sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da
proposta pedagógica da escola; VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do
Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas
acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei. (BRASIL, 1996, p.
14)
Dessa
forma, houve uma abertura para que os componentes curriculares obrigatórios
básicos estabelecidos em lei fossem colocados em evidência. Cada sistema de
ensino tem esses componentes curriculares comuns e uma parte diversificada,
fazendo com que seus estudantes possam ter uma maior amplitude de
conhecimentos.
Ainda
segundo a mesma Lei da Educação, ou seja, a LDB (Ibidem),
Art. 26. Os currículos da educação infantil,
do ensino fundamental e do ensino médio devem ter uma base nacional comum, a
ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar,
por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais
da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. § 1o Os currículos a que se refere o caput devem
abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
especialmente da República Federativa do Brasil, observado, na educação infantil,
o disposto no art. 31, no ensino fundamental, o disposto no art. 32, e no
ensino médio, o disposto no art. 36. [grifo
nosso] (BRASIL, 1996, p. 19)
Desde
então, os sistemas de ensino colocaram em prática a língua portuguesa
subdividida em: gramática, literatura brasileira e produção textual (redação),
todas com professores próprios que ministram suas aulas em horários
determinados pela coordenação pedagógica, fazendo suas avaliações escritas de
forma independente, fomentando o letramento na língua portuguesa.
2.1 AS PRÁTICAS
DOS MULTILETRAMENTOS NA LÍNGUA PORTUGUESA, SEGUNDO A BNCC
Nos tempos de hoje, a língua portuguesa
abrange múltiplos nuances e suas práticas permeiam todos os componentes
curriculares, uma vez que os multiletramentos fazem parte hoje do nosso
cotidiano. Mas não somente isso, estão a aparecer os novos letramentos por
causa das mídias digitais. Isso de forma fenomenalmente rápida e que as novas
gerações estão absorvendo nesse ritmo frenético e um gênero textual vai se
sobrepondo a outro e, assim, sucessivamente.
Segundo a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC),
As práticas de leitura e produção de textos
que são construídos a partir de diferentes linguagens ou semioses são
consideradas práticas de multiletramentos, na medida em que exigem letramentos
em diversas linguagens, como as visuais, as sonoras, as verbais e as corporais.
Já os novos letramentos remetem a um conjunto de práticas específicas da mídia
digital que operam a partir de uma nova mentalidade, regida por uma ética diferente. (BRASIL,
2017, p. 478)
Nesse
contexto, o professor de língua portuguesa tem a necessidade de passar por
formações continuadas, a fim de se integrar aos novos parâmetros que surgem no
dia a dia com as mídias digitais num avanço frenético que perpassa o esforço do
educador para além do que teve contato na universidade.
As
instituições escolares da rede privada em João Pessoa-PB tendem a seguir esses
parâmetros ditados pelas leis brasileiras em relação à Educação. Dessa forma,
as escolas tendem a vivenciar sempre novas formações pedagógicas para os
professores, a fim de que estes possam estar habilitados para uma melhor
prestação de serviços à comunidade. Muitas dessas formações são acompanhadas de
escolhas de materiais didáticos, ou seja, livros, apostilas de determinadas
editoras e este convênio faz com que essas empresas forneçam a formação
continuada dos docentes.
Nesse
contexto, as instituições privadas oferecem ao professor do componente
curricular essa formação de aperfeiçoamento para que possam abordar em sala de
aula as atividades cujo objetivo também é melhorar a qualidade dos indicadores
nas avaliações externas, como o SAEB, ENEM, entre outros. Essa observação é
importante porque mostra o desenvolvimento de novos pensamentos para os objetivos
da escola privada em relação às atualizações nos currículos escolares.
O
componente curricular de língua portuguesa (gramática, literatura brasileira e
produção textual) são os focos principais dessas atualizações, uma vez que as
leis da educação, ao longo do tempo, têm focado nesse componente, pois a
amplidão do que essa disciplina tem em relação a todas as outras, faz com que
toda a atenção seja voltada para que o estudante possa ter entendimento dos
conhecimentos dos campos de atuação social, assim como as práticas de
linguagem.
Vale
lembrar que o letramento literário é muito importante, uma vez que traz a tona
a capacidade do estudante de ser um indíviduo que interage com a socidade
através da leitura e da escrita em suas diversas manifestações do cotidiano,
pois os gêneros literários são muitos e a capacidade de decodificá-lo é
pertinente ao ser humano.
Destarte,
essas práticas de linguagem, que são as habilidades agrupadas em eixos que
valorizam o uso real da língua nas suas diversas dimensões e contextos, fazem
com que a produção textual, a leitura, a análise liguística/Semiótica e a
leitura sejam evidenciadas por conta da velocidade da comunicação que acontece
no Século XXI, focando sempre no protagonismo do estudante, utilizando para
isso metodologias ativas que dão maior autonomia a ele, transformando-o em
também produtor de conhecimento. Essa valorização advém de um processo longo ao
longo das décadas de 1980 – 1990 em que se as escolas tendiam a ser
tradionalíssimas em seus conteúdos e práticas pedagógicas e fazendo com que a
nova geração seja habilitada e competente no uso da língua portuguesa.
Outrossim,
vale salientar que a escola privada, ao objetivar a língua portuguesa com duas
divisões no ensino médio, traz em si uma arquitetura curricular em que sempre
oferece a comunidade escolar uma abordagem mais centrada em atividades
individuais dos estudantes, abordando as diversidades dos gêneros textuais,
sejam estes literários ou não literários, além de fazer do estudante, através
de metodologias ativas, o protagonismo a fim de que as habilidades inerentes a
eles possam ser desenvolvidas e sejam desenvolvidas competências para a
formação cidadã, uma vez que essa é a proposta das leis educacionais na
atualidade.
Nesse
contexto, existem também fatores para uma desmotivação do estudante, pois este
percebe que não há prazer em uma aula cujo objetivo final é a aprovação, ou
seja, uma mera formalidade escolar, sem nenhuma valorização como uma fonte de
prazer, de conhecimento e de humanização, pois com uma abordagem tradicional
que prioriza a mera repetição, sem um senso crítico, destoa do que a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) preconiza: um indivíduo crítico e que seja
letrado para os diversos gêneros textuais da atualidade, assim como capacitado para
o mercado de trabalho.
É
necessário lembrar que os multiletramentos transforma a vida do estudante de
tal forma que eles se conectam com sua identidade e raízes culturais (as
complexidades, contradições e belezas), como também a valorização da diversidade
cultural do nosso país, ampliando, dessa forma, a visão de mundo que o cerca,
sendo crítico e reflexivo no que se refere a vida e a socidade brasileira desde
a sua formação.
É
evidente que para isso acontecer, é necessário o estudante está motivado e estimulado
a observar a literatura como forma de arte, pois alimenta a imaginação e a
capacidade expressiva do ser humano em evolução. Nesse contexto, se a aula de
língua portuguesa, na dimensão de literatura brasileira for algo que não atraia
o estudente, há uma enfado nessas aulas e a produtividade e a beleza do que a
literatura proporciona são prejudicadas.
Dessa
forma, as aulas de literatura se tornam entediantes e pouco atraentes para
alguns estudantes e o reflexo desse desinteresse se dá nos exames externos,
como no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), pois ao serem abordados
fragmentos de textos – sejam literários ou não literários -, reclamam da prova,
do tempo desperdiçãdo com tanto texto, entre outras reclamações, corroborando
sobre o não condionamento da leitura com prazer nas aulas de literatura.
3 A ABORDAGEM DA LITERATURA BRASILEIRA NO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DO
INSTITUTO EVANGÉLICO HATIKVA, EM JOÃO PESSOA-PB
De acordo com Zilberman (2003), a abordagem da literatura infanto-juvenil
é parte fundamental para a construção da formação integral tanto da criança
quanto do adolescente, uma vez que há a possibilidade do reconhecimento da
realidade que o cerca e também se abre outras possibilidades de se ver o mundo.
O ensino médio é a ampliação do conhecimento que se aborda ao longo do
ensino fundamental e isso faz com que sejam exigidas dos estudantes as
competências que precisam ser desenvolvidas para a formação cidadã. Nesse
contexto, a língua portuguesa, em seus múltiplos aspectos, deve ter como foco o
letramento. Dessa forma, o especialista Cosson (2006) tem como proposição que o
conceito de letramento literário é aquele em que a literatura deve ser
compreendida como uma prática social, ou seja, não é somente decorar datas, mas
formar estudantes que não sejam analfabetos funcionais, isto é, a formação de
estudantes perpassa a leitura de textos literários e não literários e
relacioná-los com a realidade que o rodeia.
Nesse contexto, o estudo da literatura brasileira no ensino médio,
especialmente no 3ª ano, traz uma amplidão de possibilidades, uma vez que a
literatura é tudo aquilo que constitui o patrimônio cultural e artístico cujo
objetivo é refletir sobre a diversidade seja social, histórica ou linguística,
formando cidadãos com sensibilidade e senso crítico para uma sociedade que tem
se desenvolvido rapidamente em relação às estéticas de produção da literatura.
Segundo Candido (1995), ao abordar o entendimento da literatura como
direito humano fundamental, contrapõe-se àquela abordagem literária tradicional
que visa somente a memorização dos estilos de época, características dos textos
e a biografia dos autores, reduzindo a riqueza de contato com a literatura. O
referido autor ainda foca na abordagem da literatura como a ampliação da
sensibilidade, o desenvolvimento da imaginação e a compreensão crítica da
realidade que cerca o leitor.
Ao abordar a literatura no 3º ano do ensino médio nas escolas privadas, o
foco na maioria das vezes traz a abordagem tradicional na qual se repassa o
conhecimento de forma passiva, sem análise crítica aprofundada. Isso ocorre por
ser mais fácil essa abordagem em que o conhecimento está pronto e, dessa forma,
é somente reproduzir tal conteúdo, pois é o que geralmente está em conteúdos
programáticos de exames externos, tais como: ENEM, ENADE, entre outros.
De acordo com Lajolo (2000), a escola que aborda a tendência tradicional
na educação em relação à literatura transforma a literatura em algo vazio e sem
sentido, desfazendo a beleza estética que esse componente curricular traz para
o ser humano. Nesse contexto, o professor do referido componente curricular tem
um desafio pela frente em equilibrar tanto a dimensão histórica quanto a
cultural, a fim de se ter uma experiência significativa.
Algumas estratégias que acontecem em escolas privadas é a abordagem da
metodologia ativa, como ocorre no Instituto Evangélico Hatikva, em João
Pessoa-PB, pois esta instituição educacional faz com que o estudante seja um
pesquisador do conteúdo que será abordado em sala de aula e compartilhe seu
conhecimento com a turma, oportunizando o protagonismo estudantil.
Segundo MORAN (2023),
A aprendizagem é mais significativa quando
motivamos os alunos intimamente, quando eles acham sentido nas atividades que
propomos, quando consultamos suas motivações profundas, quando se engajam em
projetos em que trazem contribuições, quando há diálogo sobre as atividades e a
forma de realizá-las. (MORAN,
2023, p. 1)
Dessa forma, observa-se o quanto a aprendizagem deve ser significativa
para o estudante, pois motiva ele a se engajar e transformar em “seu”
conhecimento aquilo que levou a fazer a pesquisa. E isso faz com que o
protagonismo estudantil seja verdadeiramente objeto de percepção do professor
do componente curricular.
A forma mais prática desse envolvimento do estudante com a metodologia
ativa é ter contato com os gêneros textuais literários, tais como: poema,
poesia de cordel, charge, história em quadrinhos, entre outros. Isso faz com
que a memorização seja mais fácil, especialmente ao se utilizar o aspecto de
rimas, de figuras de linguagem, da escrita linear e não linear.
Nesse contexto, ao abordar todas essas características literárias no 3º
ano do ensino médio, a sensibilidade é aflorada por causa da descoberta de
muitas emoções e isso não inclui somente o conhecimento sobre as
características literárias de uma determinada época, mas transforma o ser
humano que está em formação e faz com que ele viaje para outros mundos sem sair
do lugar em que está, simplesmente pelo uso do imaginação, uma vez que se pode
conhecer outras culturas através dos livros.
O Instituto Evangélico Hatikva, em João Pessoa-PB, faz com que os
professores de língua portuguesa abordem, além da metodologia ativa, as
diversas nuances de textos literários e não literários, uma vez que os docentes
desenvolvem projetos cujo objetivo é despertar para a vida profissional de
acordo com o seu projeto de vida.
Esses projetos desenvolvidos no Instituto Evangélico Hatikva na área de
linguagens, em especial no componente curricular de língua portuguesa, são
visitas pedagógicas a empresas de comunicação e também saraus literários, estes
constam no calendário escolar anual e tem o envolvimento de todos os
estudantes.
É importante salientar que ao desenvolver os projetos da escola, os
estudantes têm contato com os gêneros textuais diversos, fazendo com que os
talentos sejam descobertos ou simplesmente pelo simples fato de participar nas
tomadas de decisões é importante para cada um deles.
Em relação às visitas pedagógicas às empresas de comunicação que o
Instituto Evangélico Hatikva, em João Pessoa-PB desenvolve faz com que os
estudantes têm contato com os gêneros textuais não literários e veem uma
diferença ao tomar ciência de como é feito o trabalho no ambiente jornalístico,
como rádio, televisão e portal de notícias. E essas diferenças são comentadas
nas aulas posteriores de língua portuguesa, pois assim perfazem toda a nuance
do projeto desenvolvido.
A literatura, quando abordada de maneira prazerosa e significativa, traz
inúmeros benefícios, pois há um desenvolvimento na sensibilidade da estética
literária, como também a formação do cidadão crítico, além de se ter uma
ampliação no repertório cultural quando se tem contato com culturas diferentes,
valorizando dessa maneira todos os aspectos culturais e linguísticos.
Em relação ao 3º ano do ensino médio, a literatura brasileira é abordada
pelos profissionais da área de linguagens de tal forma que houve o interesse
dos estudantes em construir grupos de
estudos, ou seja, clube de leitura literária em que há debates nas rodas de
conversa sobre determinado tema que o professor de língua portuguesa aborda em
sala de aula, uma vez que a literatura brasileira tem uma vasta riqueza em
temas que se repetem em todas as gerações, sejam eles da época do Romantismo ou
da história recente do país.
No que diz respeito às instituições privadas, a área da educação têm
muitos desafios que perpassam por todo o ano letivo, fazendo com que o
estudante possa sair da zona de conforto e concretizar o projeto de vida
através do protagonismo, resultando no desenvolvimento de habilidades e
competências adquiridas ao longo do ensino médio.
Destarte, esses desafios que as instituições enfrentam também são tanto
de caráter estrutural como também do socioemocional no qual o estudante passa
por muitas transformações ao longo do ensino médio, superando todas as
dificuldades na maioria das vezes. Isso envolve o apoio da família, da escola,
dos amigos, da igreja, entre outros. E muitos desafios são transportados para
como objetos de exposição nas atividades dos projetos desenvolvidos na escola,
especialmente no Sarau Literário, superando assim as dificuldades individuais.
4
CONCLUSÃO
O
presente trabalho trouxe como foco a abordagem da literatura brasileira no 3º
ano do Ensino Médio, especificamente no Instituto Evangélico Hatikva, em João
Pessoa-PB, objetivando analisar as especificidades das aulas de língua
portuguesa Nesse contexto, ficou evidente que o referido componente curricular é
subdividido em gramática, literatura brasileira e produção textual, com seus
professores próprios e avaliações escolares também e nelas são observados os
gêneros textuais.
A
respeito disso, os gêneros textuais literários e não literários muito usados
nos projetos que o Instituto Evangélico Hatikva, em João Pessoa-PB, desenvolve
junto aos alunos fazem com que eles sejam representativos do envolvimento do
estudante no projeto de vida e do protagonismo estudantil como foco dessas
atividades, além do desenvolvimento de habilidades e competências para a
consolidação do processo ensino e aprendizagem e a preparação para o mundo do
trabalho e a vida cidadã.
Nesse
contexto, a literatura brasileira é vista, de forma geral, de forma
conteudista, ou seja, na tendência tradicional com a qual o aluno é passivo e
sem senso crítico, enquanto que algumas abordagens mudam de instituição para
instituição. No que se refere ao Instituto Evangélico Hatikva em João Pessoa,
desenvolve-se projetos específicos, como o Sarau Literário e Visitas
Pedagógicas a empresas de comunicação, a fim de desenvolver a criticidade em
abordagens de metodologias ativas, em relação a diferenciação dos gêneros
textuais. Dessa forma, o estudante tem uma abrangência maior a respeito da
literatura brasileira como fonte insaciável de conhecimento no campo da arte,
da cultura e é um instrumento de reflexão crítica, sendo uma experiência
transformadora para estudantes que estão sendo formados em leitores autônomos e
conscientes.
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