Leia o texto e responda:
Ler é a melhor solução
Você é o que você lê. Afinal, se tem
uma fome que é insaciável é a minha fome de ler, fome de livro. Que, aliás, tem
uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não engorda. Este artigo é
sobre ler. Porque para mim, as pessoas são como estantes que vão se completando
à medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é por isso que eu
digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um
livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa.
Ler é poder. Poder construir você mesmo. Tijolo a tijolo. Ou livro a livro,
para ser mais exato.
Você lê? Quanto? O quê? Eu leio o que
pinta. Livros, revistas, pichações, frases de banheiro público, poesia, placa
de estrada, jornal. Leio Capricho. Leio até errata. E claro que ler não é
substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui com livros.
Mas pode ser enriquecida com as vidas que estão neles. Também não estou dizendo
que você tem que virar um intelectual. Nada a ver. Intelectual é um teórico que
tem medo de se colocar em prática. E eu estou falando de praticar o lido para
ficar melhor. Em tudo. Na vida, na profissão, no papo, nas festas. Até no
namoro.
Às vezes, a gente não lê tanto quanto
deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse é o seu caso, peça dicas. Eu
sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar a alguém de um
lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li o Sítio
do Pica Pau Amarelo. Que imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei
nas histórias. Outro livro que me marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um
poeta russo que viveu talvez a época mais energética da era moderna: a
Revolução Soviética. Ele fazia dos cartazes de propaganda comunista uma forma
de poesia. Viveu tão intensamente quanto a poesia que escrevia. Existe, ainda,
Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia que publicava livros para se
libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a
capacidade de escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de
‘heterônimos’ (o contrário de homônimos). “O poeta é um fingidor. Finge tão
completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”. Isto é
Fernando Pessoa. Caetano já cantou a pessoa de Pessoa em sua música.
Outra descoberta: ler é o melhor
remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namorada nos separamos. Foi o momento
mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas bóias foram dois livros,
um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Alegria e
Triunfo. Estou sempre comprando livros e adoro os de frases. São frases de
pessoas conhecidas, artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas: “Se
a sua vida é livre de erros, você não está correndo riscos suficientes”, “Amigo
é um presente que você dá a você mesmo”, “Se você está querendo uma grande
oportunidade, procure um grande problema”, “A melhor maneira de vencer uma
tentação é ceder a ela”.
Existe Drummond, João Cabral de Mello
Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul Valéry, Thomas Mann, Sartre,
Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto, ensaio, poesia,
humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é por isso
que para mim, o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque “se o
livro é o alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma fome que
mata a possibilidade das pessoas serem tudo que podem. Ler às vezes enche o
saco. Às vezes dá sono. Às vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa
preguiça dos olhos. O seu cérebro vai agradecer. Afinal, as respostas estão
todas ali. Você só precisa achar as perguntas.
Alexandre Gama - Publicitário e sócio da
Almap/BBDO. Folha de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7
1. Por que o autor diz que, quando uma
pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca?
a) Porque as pessoas são aquilo que
leram, os livros que experimentaram e, quando uma pessoa morre, morre-se um
mundo de histórias, de conhecimentos.
b) Porque as pessoas são aquilo que
fazem, os livros que experimentaram e quando uma pessoa morre, morre-se uma
pessoa querida, com conhecimentos.
c) Porque as pessoas são aquilo que
viram, os livros que viram na prateleira e, quando uma pessoa morre, morre-se
um mundo de histórias não contadas.
d) Porque as pessoas são aquilo que
percebem, os livros que não vislumbraram e, quando uma pessoa morre, morre-se
um mundo de conhecimentos não registrado.
e) Porque as pessoas são aquilo que
leram e escreveram, os livros que experimentaram e, quando uma pessoa morre,
morre-se um mundo de histórias, de conhecimentos que puderam ser
compartilhados.
2. O que, para o escritor, significa
indicar um livro a alguém?
a) Indicar um livro a alguém é como
contar sobre um lugar que só ele sabe conhecer, quando se lê, viaja, entra-se
em outro mundo real.
b) Indicar um livro a alguém é como
contar sobre uma pessoa real que só ele sabe conhecer, quando se lê, viaja,
entra-se em outro mundo da filosofia.
c) Indicar um livro a alguém é como
contar sobre um ser só ele sabe conhecer, seja real ou não, quando se lê,
viaja, entra-se em outro mundo: da vida primitiva das cavernas.
d) Indicar um livro a alguém é como
contar sobre um fato do dia a dia, que só ele sabe conhecer, quando se lê,
viaja, entra-se em outro mundo da religião.
e) Indicar um livro a alguém é como
contar sobre um lugar que só ele sabe onde fica, quando ele lê, viaja, entra no
mundo dos personagens.
3.
Na frase:
“O Melo soltou um grito de dor.” A
palavra destacada sofreu um processo de formação de palavras. Qual foi?
a)
Derivação
prefixal.
b)
Derivação
parassintética.
c)
Derivação
impropria.
d)
Derivação
regressiva.
e)
Composição.
4.
Assinale
oca única opção em que ocorre variação do radical:
(A) dizer, dizes, dizia;
(B) faço, fazes, façamos;
(C) amaria, amavas, amou;
(D) quero, queres, querias;
(E) vencia, venceste, vence.
5.
Assinale
a opção onde se indica erroneamente o processo de formação:
(A) encontrável: derivação sufixal;
(B) inesperado: derivação prefixal;
(C) emudecer: derivação sufixal;
(D) inaudível: derivação prefixal;
(E) canto: derivação regressiva.
6.
Assinale
o vocábulo que apresenta o mesmo processo de formação de vaga-lume:
(A) descobriu
(B) lembrança
(C) encantamento
(D) doçura
(E) fios-de-ovos
7.
O
processo que gerou o substantivo brilhante, a partir do adjetivo brilhante, é
chamado:
(A) reduplicação
(B) regressão
(C) conversão
(D) parassíntese
(E) aglutinação
8. O plural de fogãozinho e cidadão é:
a) fogãozinhos e cidadãos
b) fogãosinhos e cidadãos
c) fogõezinhos e cidadãos
d) fogõezinhos e cidadões
e) fogõesinhos e cidadões
9. Todos os_____ que foram chamados ao
Ministério estavam _____ressabiados com os ______que por ali corriam:
a)
vice-reitores, meios, abaixas-assinados
b)
vices-reitores, meio, abaixo-assinados
c)
vices-reitores, meios, abaixo-assinados
d)
vice-reitores, meio, abaixo-assinados
e) vice-reitores, meio,
abaixas-assinados
10. “A crise não trouxe apenas danos
sociais e econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em um só vocábulo,
a forma adequada será:
a) sociais-econômicos.
b) social-econômicos.
c) sociais-econômico.
d) socioeconômicos.
e) socioseconômicos.
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