quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Atividade de Interpretação e Gramática. Tipos de Sujeito. Advérbio. Conjunção. Preposição. Interjeição.


Leia o texto e responda:

Ler é a melhor solução

Você é o que você lê. Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha fome de ler, fome de livro. Que, aliás, tem uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não engorda. Este artigo é sobre ler. Porque para mim, as pessoas são como estantes que vão se completando à medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é por isso que eu digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa. Ler é poder. Poder construir você mesmo. Tijolo a tijolo. Ou livro a livro, para ser mais exato.
Você lê? Quanto? O quê? Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações, frases de banheiro público, poesia, placa de estrada, jornal. Leio Capricho. Leio até errata. E claro que ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui com livros. Mas pode ser enriquecida com as vidas que estão neles. Também não estou dizendo que você tem que virar um intelectual. Nada a ver. Intelectual é um teórico que tem medo de se colocar em prática. E eu estou falando de praticar o lido para ficar melhor. Em tudo. Na vida, na profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Às vezes, a gente não lê tanto quanto deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse é o seu caso, peça dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar a alguém de um lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li o Sítio do Pica Pau Amarelo. Que imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Outro livro que me marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu talvez a época mais energética da era moderna: a Revolução Soviética. Ele fazia dos cartazes de propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão intensamente quanto a poesia que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia que publicava livros para se libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a capacidade de escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de ‘heterônimos’ (o contrário de homônimos). “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”. Isto é Fernando Pessoa. Caetano já cantou a pessoa de Pessoa em sua música.
Outra descoberta: ler é o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namorada nos separamos. Foi o momento mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas bóias foram dois livros, um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Alegria e Triunfo. Estou sempre comprando livros e adoro os de frases. São frases de pessoas conhecidas, artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas: “Se a sua vida é livre de erros, você não está correndo riscos suficientes”, “Amigo é um presente que você dá a você mesmo”, “Se você está querendo uma grande oportunidade, procure um grande problema”, “A melhor maneira de vencer uma tentação é ceder a ela”.
Existe Drummond, João Cabral de Mello Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul Valéry, Thomas Mann, Sartre, Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto, ensaio, poesia, humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é por isso que para mim, o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque “se o livro é o alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma fome que mata a possibilidade das pessoas serem tudo que podem. Ler às vezes enche o saco. Às vezes dá sono. Às vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa preguiça dos olhos. O seu cérebro vai agradecer. Afinal, as respostas estão todas ali. Você só precisa achar as perguntas.

Alexandre Gama - Publicitário e sócio da Almap/BBDO. Folha de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7


1.    O que, para o escritor, significa indicar um livro a alguém?

a)     Indicar um livro a alguém é como contar sobre um lugar que só ele sabe conhecer, quando se lê, viaja, entra-se em outro mundo real.
b)    Indicar um livro a alguém é como contar sobre uma pessoa real que só ele sabe conhecer, quando se lê, viaja, entra-se em outro mundo da filosofia.
c)     Indicar um livro a alguém é como contar sobre um ser só ele sabe conhecer, seja real ou não, quando se lê, viaja, entra-se em outro mundo: da vida primitiva das cavernas.
d)    Indicar um livro a alguém é como contar sobre um fato do dia a dia, que só ele sabe conhecer, quando se lê, viaja, entra-se em outro mundo da religião.
e)     Indicar um livro a alguém é como contar sobre um lugar que só ele sabe onde fica, quando ele lê, viaja, entra no mundo dos personagens.

.    2.  Por que o autor diz que, quando uma pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca?

a)     Porque as pessoas são aquilo que leram, os livros que experimentaram e, quando uma pessoa morre, morre-se um mundo de histórias, de conhecimentos.
b)    Porque as pessoas são aquilo que fazem, os livros que experimentaram e quando uma pessoa morre, morre-se uma pessoa querida, com conhecimentos.
c)     Porque as pessoas são aquilo que viram, os livros que viram na prateleira e, quando uma pessoa morre, morre-se um mundo de histórias não contadas.
d)    Porque as pessoas são aquilo que percebem, os livros que não vislumbraram e, quando uma pessoa morre, morre-se um mundo de conhecimentos não registrado.
e)     Porque as pessoas são aquilo que leram e escreveram, os livros que experimentaram e, quando uma pessoa morre, morre-se um mundo de histórias, de conhecimentos que puderam ser compartilhados.


3.    Marque a oração que não possui sujeito (oração sem sujeito):

a) Puseram fogo na loja.                                                      
b) Vendem-se casas.      
c) Naquele ano, surgiram os sintomas da doença.              
d) Nevou em João Pessoa.

4.    Há sujeito composto em:

a) Deus meu, Deus meu, que farei para falar com ele sobre o assunto?
b) Os livros foram roubados da biblioteca da escola pública no fim de semana.
c) Nós, os homens de futuro, venceremos.
d) Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado.
e) Ontem foi João quem disse.

5.      Em “O hotel virou catacumba”:

a) O predicado é nominal
b) O predicado é verbo-nominal
c) O predicado é verbal
d) O verbo é transitivo indireto


6.    "O professor entrou apressado." O trecho em destaque indica:

a) predicado nominal
b) predicado verbo-nominal
c) predicado verbal
d) adjunto adverbial


7.    No trecho - “e usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia exprimir”, os vocábulos sublinhados se classificam respectivamente como:

a) conjunção / advérbio;
b) conjunção / adjetivo;
c) advérbio / adjetivo;
d) preposição / advérbio;
e) preposição / adjetivo

8.    Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo:
 “_____ que nada tenha acontecido com Maurício.”
“_____! Com quem eu estou falando?”
“_____, você fala demais!”

a) Oxalá, hum, irra
b) Tchau, que pena, claro
c) Hum, claro, ué
d) Queira Deus, alô, bico calado


9.    “Não me aguardem, porque não poderei chegar a tempo.” Neste período a conjunção em destaque estabelece uma relação de:
a) adição
b) oposição
c) alternância
d) explicação
e) conclusão


Leia este poema:

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade


10.  No texto, o poeta emprega uma conjunção e que tem valor de:

a)    Oposição.
b)    Adversidade.
c)    Adição.
d)    Conclusão
e)    Explicação.


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