segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Interpretação de Texto. Concordância. Processo de Formação de Palavras.


Leia o texto a seguir e responda o que se pede.
Pedestres à vista!
Walcyr Carrasco
Espero ao volante. O semáforo parece demorar horas. Finalmente, vem o amarelo. Engato a primeira. Vira para verde. Boto o pé no acelerador. Nesse instante, uma senhora pula da calçada para a faixa, correndo com uma criança na mão. Breco ruidosamente. O carro de trás buzina, furioso. Ela corre para aproveitar o último instante antes de os veículos darem a largada. Mostro a luz verde. Olha-me como se eu fosse um alienígena. Pior ainda, um ser sem coração, incapaz de compreender sua pressa em atravessar aquela faixa. Compreendo, sim. É a mesma que eu tinha enquanto aguardava o semáforo. Dá vontade de sair do carro e armar um barraco. Não foi só a vida dela e a do filho que ela botou em risco. Como vou me sentir se atropelar alguém? Até poderia ser absolvido nos tribunais. Mas me sentiria péssimo pelo resto da vida. O novo Código de Trânsito tem ajudado a botar os motoristas na linha. E os pedestres?
Já se falou em multar quem anda a pé. Deve ser impraticável. O policial sairia correndo atrás da pessoa, pegaria o número do RG? No cruzamento de qualquer grande avenida, é uma loucura. Vendedores, pedintes, bichos da universidade, distribuidores de folhetos se atiram na frente dos carros com o semáforo fechado. Quando abre, saem em debandada, num salve-se-quem-puder. A polícia multa os carros. Nem liga para o. que vê. Durante muitos anos morei numa chácara próximo a São Paulo. Pegava a Raposo Tavares todas as noites. A maior preocupação que eu tinha era evitar as pessoas que atravessavam a estrada no escuro. Minha baixa velocidade funcionava como uma deixa. Sempre alguém corria na minha frente, cruzando para o outro lado. Dava um frio na barriga! Detalhe: isso acontecia nas áreas próximas a bairros onde existem passarelas. Sei muito bem que passarelas são desconfortáveis. Mas é melhor correr risco de vida? Sair da garagem também não é fácil. Outro dia, estava dando ré.
Um casal correu por trás do carro, como se não pudesse perder um único segundo. Brequei. Botei a cabeça para fora, reclamei: — Ei, não viram que eu estava saindo? O rapaz revidou de boca cheia: — A rua é de todos! Continuou vitorioso, como se tivesse conquistado um campeonato. Eu me pergunto: que pressa é essa? O que ganham com esse mísero segundo? Dia desses eu estacionava na rua Pamplona. Subida. Tráfego intenso. No exato momento em que embiquei na vaga, um sujeito surgiu na traseira.
Enfiei o pé no breque. O motor morreu. Um carro que descia quase levou minha dianteira. Xingaram minha mãe. O responsável nem notou o barulho. Continuou adiante, feliz da vida. Muitas vezes, ao embicar numa garagem em calçadas movimentadas, vejo um batalhão se atirar no espaço mínimo entre o para-choque e a entrada. Um amigo me aconselhou: -— Você é tonto. O negócio é acelerar, que eles saem correndo. Sei que funciona. Também ando a pé. Já vi atirarem carros em cima dos pedestres. Mas que é isso, uma selva? O motorista sempre é visto como agressor. O pedestre, como vítima.
No fundo, no fundinho, isso cheira à velha visão da luta de classes. O rico, que tem carro, é o malfeitor. O pobre pedestre, a vítima. Não é por possuir um automóvel que alguém deve ser encarado como um serial killer. Bem que está na hora de os pedestres darem a contrapartida, tornando a vida na cidade um pouco menos selvagem.


1.    A crônica é um gênero textual que aborda um tema do dia a dia. Nessa crônica narra-se um episódio corriqueiro nas ruas das grandes cidades. Qual é o tema central dessa crônica?

a)    Fala-se sobre política.
b)    Fala-se sobre educação no trânsito, sendo focado os comportamentos violentos de motoristas armados.
c)    Fala-se sobre educação no trânsito, sendo focado o comportamento de motoristas e pedestres.
d)    Fala-se de uma pseudo-harmonia (falsa harmonia) de motoristas e pedestres.
e)    Todas as respostas.

2.    Na frase: “Dá vontade de sair do carro e armar um barraco”. O termo sublinhado é:

a)    Literal, pois o motorista vai construir um barraco na rua.
b)    Figurado, porque o motorista deveria fazer confusão.
c)    Literal, pois o motorista vai construir um casebre no meio fio da rua.
d)    Figurado, porque o motorista iria fazer a paz no trânsito, plantando flores.
e)    Todas as respostas.

3.    Na frase: “O novo Código de Trânsito tem ajudado a botar os motoristas na linha”. O termo sublinhado pode ser entendido como:

a)    Educar.
b)    Transgredir.
c)    Fugir.
d)    Prender.
e)    Todas as repostas.
Leia a tirinha e responda o que se pede:
Resultado de imagem para processos de formação de palavras armandinho

4.    O vocábulo porque é orginalmente uma conjunção; porém, da maneira como está empregada no tem-se um exemplo no último quadrinho da tira, transforma-se em substantivo, em razão da anteposição do artigo definido “a”. Que tipo de derivação acontece nesse exemplo?

a)    Derivação regressiva
b)    Derivação impropria
c)    Derivação prefixal
d)    Derivação sufixal
e)    Derivação parassintética.

5.    As palavras CLARAMENTE, BONZINHO, HOMENZARRÃO são formadas por derivação:

a)    Regressiva
b)    Sufixal 
c)    Prefixal
d)    Parassintética
e)    Todas as respostas.


6.    Assinale a denominação (classificação) do elemento mórfico E na palavra CANTEMOS.

a)    Desinência modo-temporal.
b)    Tema.
c)    Vogal temática.
d)    Desinência número-pessoal.
e)    Todas as respostas.

Para responder à questão, leia a seguir um trecho de um bate-papo pela internet, retirado de uma das “salas” do UOL.

(04:01:51) LOIRA fala para E.F.S.-MSN: NAO QUERO PAPO CONTIGO PQ VC PIZOU NA BOLA
(04:01:55) Alex entra na sala...
(04:02:02) Alex para Todos: Alguém quer teclar?
(04:02:04) ATIRADOR fala para AG@SSI: QUEM E VC
(04:02:39) LOIRA fala para nois (Mô, Lê e Ti): APARENCIA NAO EMPORTA
(04:02:43) ATIRADOR fala para LOIRA: eai princesa ta afim de tc
(04:02:56) LOIRA fala para AG@SSI: OI QTOS ANOS

7.    Sobre a escrita do bate-papo, são feitas quatro afirmações:

I.              As palavras teclar e tc são formadas, respectivamente, por sufixação e sigla.
II.            Estão incorretamente grafadas (escritas) as palavras pizou e emporta.
III.           A pontuação está incorreta nas frases de Loiras, Alex e Atirador.
IV.          Alex e Atirador apresentam erros de acentuação de palavras.

Estão corretas:

a)    I e II.
b)    I e III.
c)    II e III.
d)    II e IV.
e)    III e IV.


8.    Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta:

a)    Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b)    Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c)    Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d)    Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e)    Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

9.    Há erro de concordância em:

a)    atos e coisas más
b)    dificuldades e obstáculo intransponível
c)    cercas e trilhos abandonados
d)    fazendas e engenho prósperas
e)    serraria e estábulo conservados

10.  Assinale a alternativa em que a concordância nominal está correta:

a)    Seguem anexas as certidões solicitadas.
b)    As portas estavam meias abertas.
c)    Os tratados lusos-brasileiros foram assinados.
d)    Todos estavam presentes, menas as pessoas que deveriam estar.
e)    Vossa Excelência deve estar preocupado, Senhor Ministro, pois não conseguiu a aprovação dos tratados financeiros-comerciais.






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