Observe esta obra de arte do pintor francês
Gericault (1791-1824):
- Essa
tela conhecida como A jangada da Medusa tem uma característica marcante do
Barroco, qual é?
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Leia o trecho do romance
realista:
“E, pela manhã, quando Amâncio , ao seguir para as aulas, lhe
foi dar o beijo favorito, ela muito amuada, voltou o rosto, resmungando “que
a deixasse”.
O rapaz prometeu que “ia pensar” e à noite
daria uma resposta”.
(AZEVEDO, Aluisio.
Casa de Pensão)
- Escreva os elementos da narração (personagens, narrador,
tempo, espaço, enredo) estudado em sala presentes nesse trecho do livro
citado acima
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- Nesse
fragmento de texto do livro citado acima, há estrangeirismos? JUSTIFIQUE.
(Somente valendo se tiver a justificativa).
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Leia o texto e responda o que se
pede:
A
personagem principal do Realismo/Naturalismo na obra “O Mulato”, de Aluísio de
Azevedo chama-se Raimundo José da Silva. É um atraente e culto mestiço de olhos
azuis que afronta a sociedade maranhense por não perceber a sua condição
social. A obra foi escrita quando o autor tinha vinte anos de idade e morava no
Estado do Maranhão, em 1881, numa época em que o Brasil ansiava por mudanças. A
questão abolicionista era tema palpitante na corte, mas o Maranhão mantinha-se
como uma das províncias mais escravistas do Brasil. A pesar da obra ser
considerada do movimento Naturalista, é impossível não perceber traços do
Romantismo, uma vez que o enredo se desenrola numa atmosfera de mistério que
termina em uma trágica história de amor. O trecho abaixo conta como o Dr.
Raimundo ficou sabendo que era filho de uma escrava com um português, fato que
ele não tinha conhecimento até então.
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um
silêncio:
– Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas
é por tudo! A família de minha mulher sempre foi escrupulosa a esse respeito, e
como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira;
concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a
prevenção contra os mulatos!… Nunca me perdoariam um tal casamento; além do
que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de
não dar a neta senão a um branco de lei, português ou descendente direto de
portugueses!… O senhor é um moço muito digno, muito merecedor de consideração,
mas… foi forro à pia, e aqui ninguém o ignora.
– Eu nasci escravo?!…
– Sim, pesa-me dizê-lo e não o faria se a isso não fosse
constrangido, mas o senhor é filho de uma escrava e nasceu também cativo.
– Raimundo abaixou a cabeça. Continuaram a viagem. E ali no
campo, à sombra daquelas árvores colossais, por onde a espaços a lua se
filtrava tristemente, ia Manoel narrando a vida do irmão com a preta Domingas.
Quando, em algum ponto hesitava por delicadeza em dizer toda a verdade, o outro
pedia-lhe que prosseguisse francamente, guardando na aparência uma
tranquilidade fingida. O negociante contou tudo o que sabia.
– Mas que fim levou minha mãe?… a minha verdadeira mãe?
perguntou o rapaz, quando aquele terminou. Mataram-na? Venderam-na? O que
fizeram com ela?
– Nada disso; soube ainda há pouco que está viva… É aquela pobre
idiota de São Brás.
– Meus Deus! Exclamou Raimundo, querendo voltar à tapera.
– Que é isso? Vamos! Nada de loucuras! Voltarás noutra ocasião!
Calaram-se ambos. Raimundo, pela primeira vez, sentiu-se
infeliz; uma nascente má vontade contra os outros homens formava-se na sua alma
até aí limpa e clara; na pureza do seu caráter o desgosto punha a primeira
nódoa. E, querendo reagir, uma revolução operava-se dentro dele; ideias turvas,
enlodadas de ódio e de vagos desejos de vingança, iam e vinham, atirando-se
raivosos contra os sólidos princípios da sua moral e da sua honestidade, como
num oceano a tempestade açula contra um rochedo os negros vagalhões
encapelados. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”.
E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o
seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
– Mulato!
(Aluísio
de Azevedo. O MULATO. L&PM Editores, Porto Alegre, 2002)
Assinale a única opção correta a respeito do texto.
4.
O texto nos prova que o romance trata o assunto do preconceito:
a. ( ) racial
b. ( )
político
c. ( ) religioso d.
( ) econômico
5.
Fala-se de um prejuízo que se deve entender como:
a. ( ) sentimental b.
( ) econômico
c. ( ) religioso d. (
) social
6.
O pedido de casamento é recusado por:
a. ( ) causa da condição econômica do pretendente
b. ( ) causa da condição social do pretendente
c. ( ) temor à reação da sociedade
d. ( ) haver outro pretendente
7.
Raimundo e Manoel eram, respectivamente:
a. ( ) afilhado e padrinho
b. ( ) filho e pai
c. ( ) genro e sogro
d. ( ) sobrinho e tio
8.
O livro O mulato, de Aluísio Azevedo, segundo
o que foi estudado em sala de aula sobre os tipos de narrativas, enquadra-se em
ROMANCE, CONTO, NOVELA ou CRÔNICA? Justifique. (Somente valendo se tiver
justificativa).
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Leia
o texto abaixo e responda o que se pede:
José de Alencar é o principal ficcionista do Romantismo no
Brasil. Explorou a lenda, a história, os costumes dos brancos e índios, a
política e a vida colonial. Seus romances são divididos em 4 grupos:
indianista, histórico, urbano e regionalista. A obra O
Guarani, da
qual retiramos o texto, faz parte do grupo indianista, onde explora o
encontro/confronto entre a civilização europeia e a indígena, de que resultaria
uma pretensa civilização brasileira.
O Plano
JOSÉ DE
ALENCAR. O
Guarani.
O fidalgo, livre do pesar de perder um amigo, assumira a sua
costumada severidade, sempre que se tratava de uma falta grave.
– Cometeste uma grande imprudência, disse ao índio; fizeste
sofrer teus amigos; expuseste a vida daqueles que te amam; não precisas de
outra punição além desta.
– Peri ia salvar-te!
– Entregando-te nas mãos do inimigo?
– Sim!
– Fazendo-te matar por eles?
– Matar e…
O índio calou-se.
– É preciso explicares-te, para que não julguemos que o amigo
inteligente e dedicado de outrora tornou-se um louco e um rebelde.
A palavra era dura; e o tom em que foi dita ainda agravava mais
a repreensão severa que ela encerrava.
Peri sentiu uma lágrima umedecer-lhe as pálpebras:
– Obrigas Peri a dizer tudo!
– Deves fazê-lo, se desejas reabilitar-te na estima que te
votava, e que sinto perder.
– Peri vai falar.
Álvaro entrava nesse momento tendo deixado no alto da esplanada
os seus companheiros já livres do perigo, e quites por algumas feridas que não
eram felizmente muito graves.
Cecília apertou a mão do moço com reconhecimento; Isabel
enviou-lhe num olhar toda a sua alma.
As pessoas presentes se gruparam ao redor da poltrona de D.
Antônio, em face do qual Peri, de pé, com a cabeça baixa, confuso e
envergonhado como um criminoso, ia justificar-se.
Dir-se-ia que confessava uma ação indigna e vil; ninguém adivinhava
que sublime heroísmo, que concepção gigantesca havia nesse ato, que todos
condenavam como uma loucura.
Ele começou:
“Quando Ararê deitou o seu corpo sobre a terra para não tornar a
erguê-lo, chamou Peri e disse:
“Filho de Ararê, teu pai vai morrer; lembra-te que tua carne é a
minha carne; que teu sangue é meu sangue. Teu corpo não deve servir o banquete
do inimigo.
“Ararê disse, e tirou suas contas de frutos que deu a seu filho:
estavam cheias de veneno; tinham nelas a morte.
“Quando Peri fosse prisioneiro, bastava quebrar um fruto, e ria
do vencedor que não se animaria a tocar no seu corpo.
“Peri viu que a senhora sofria, e olhou as suas contas; teve uma
ideia; a herança de Ararê podia salvar a vida de todos.
“Se tu deixasses fazer o que queria, quando a noite viesse não
acharia um ini-migo vivo; os brancos e os índios não te ofenderiam mais.”
Toda a família ouvia esta narração com uma surpresa
extraordinária; compreendiam dela que havia em tudo isto uma arma terrível, – o
veneno; mas não podiam saber os meios de que o índio se servira ou pretendia
servir-se para usar desse agente de destruição.
– Acaba! disse D. Antônio; por que modo contavas então destruir
o inimigo?
– Peri envenenou a água que os brancos bebem, e o seu corpo, que
devia servir ao banquete dos Aimorés!
Um grito de horror acolheu essas palavras ditas pelo índio em um
tom simples e natural.
O plano que Peri combinara para salvar seus amigos acabava de
revelar-se em toda a sua abnegação sublime, e com o cortejo de cenas terríveis
e monstruosas que deviam acompanhar a sua realização.
Após a leitura atenta do texto, responda às questões,
assinalando a única resposta correta.
9.
As reticências da resposta do índio (Matar e…) devem
completar-se com o verbo:
a. ( )
comer b. ( )
beber
c. ( ) envenenar d.
( ) morrer
10.
Leia: “O índio Peri
morria de amores por Ceci”. Qual é a figura de linguagem (metáfora, hipérbole,
aliteração) presente nessa frase?
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