quarta-feira, 28 de junho de 2017

AVALIAÇÃO PARCIAL: Elementos da narrativa, análise de tela (linguagem não verbal), estrangeirismos, realismo/naturalismo, romantismo.



Observe esta obra de arte do pintor francês Gericault (1791-1824):

Resultado de imagem para a jangada de medusa

  1. Essa tela conhecida como A jangada da Medusa tem uma característica marcante do Barroco, qual é?

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Leia o trecho do romance realista:

“E, pela manhã, quando Amâncio , ao seguir para as aulas, lhe foi dar o beijo favorito, ela muito amuada, voltou o rosto, resmungando “que a deixasse”.
O rapaz prometeu que “ia pensar” e à noite daria uma resposta”.
                                          
(AZEVEDO, Aluisio. Casa de Pensão)

  1. Escreva os elementos da narração (personagens, narrador, tempo, espaço, enredo) estudado em sala presentes nesse trecho do livro citado acima
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  1. Nesse fragmento de texto do livro citado acima, há estrangeirismos? JUSTIFIQUE. (Somente valendo se tiver a justificativa).
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Leia o texto e responda o que se pede:

A personagem principal do Realismo/Naturalismo na obra “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo chama-se Raimundo José da Silva. É um atraente e culto mestiço de olhos azuis que afronta a sociedade maranhense por não perceber a sua condição social. A obra foi escrita quando o autor tinha vinte anos de idade e morava no Estado do Maranhão, em 1881, numa época em que o Brasil ansiava por mudanças. A questão abolicionista era tema palpitante na corte, mas o Maranhão mantinha-se como uma das províncias mais escravistas do Brasil. A pesar da obra ser considerada do movimento Naturalista, é impossível não perceber traços do Romantismo, uma vez que o enredo se desenrola numa atmosfera de mistério que termina em uma trágica história de amor. O trecho abaixo conta como o Dr. Raimundo ficou sabendo que era filho de uma escrava com um português, fato que ele não tinha conhecimento até então.

Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio:
– Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!… Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão a um branco de lei, português ou descendente direto de portugueses!… O senhor é um moço muito digno, muito merecedor de consideração, mas… foi forro à pia, e aqui ninguém o ignora.
– Eu nasci escravo?!…
– Sim, pesa-me dizê-lo e não o faria se a isso não fosse constrangido, mas o senhor é filho de uma escrava e nasceu também cativo.
– Raimundo abaixou a cabeça. Continuaram a viagem. E ali no campo, à sombra daquelas árvores colossais, por onde a espaços a lua se filtrava tristemente, ia Manoel narrando a vida do irmão com a preta Domingas. Quando, em algum ponto hesitava por delicadeza em dizer toda a verdade, o outro pedia-lhe que prosseguisse francamente, guardando na aparência uma tranquilidade fingida. O negociante contou tudo o que sabia.
– Mas que fim levou minha mãe?… a minha verdadeira mãe? perguntou o rapaz, quando aquele terminou. Mataram-na? Venderam-na? O que fizeram com ela?
– Nada disso; soube ainda há pouco que está viva… É aquela pobre idiota de São Brás.
– Meus Deus! Exclamou Raimundo, querendo voltar à tapera.
– Que é isso? Vamos! Nada de loucuras! Voltarás noutra ocasião!
Calaram-se ambos. Raimundo, pela primeira vez, sentiu-se infeliz; uma nascente má vontade contra os outros homens formava-se na sua alma até aí limpa e clara; na pureza do seu caráter o desgosto punha a primeira nódoa. E, querendo reagir, uma revolução operava-se dentro dele; ideias turvas, enlodadas de ódio e de vagos desejos de vingança, iam e vinham, atirando-se raivosos contra os sólidos princípios da sua moral e da sua honestidade, como num oceano a tempestade açula contra um rochedo os negros vagalhões encapelados. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
– Mulato!

(Aluísio de Azevedo. O MULATO. L&PM Editores, Porto Alegre, 2002)

Assinale a única opção correta a respeito do texto.

4.    O texto nos prova que o romance trata o assunto do preconceito:
a. (   ) racial         b. (   ) político      
c. (   ) religioso      d. (   ) econômico

5.    Fala-se de um prejuízo que se deve entender como:
a. (   ) sentimental      b. (   ) econômico      
c. (   ) religioso    d. (   ) social

6.    O pedido de casamento é recusado por:
a. (   ) causa da condição econômica do pretendente
b. (   ) causa da condição social do pretendente
c. (   ) temor à reação da sociedade
d. (   ) haver outro pretendente

7.    Raimundo e Manoel eram, respectivamente:
a. (   ) afilhado e padrinho
b. (   ) filho e pai
c. (   ) genro e sogro
d. (   ) sobrinho e tio

8.     O livro O mulato, de Aluísio Azevedo, segundo o que foi estudado em sala de aula sobre os tipos de narrativas, enquadra-se em ROMANCE, CONTO, NOVELA ou CRÔNICA? Justifique. (Somente valendo se tiver justificativa).

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Leia o texto abaixo e responda o que se pede:

José de Alencar é o principal ficcionista do Romantismo no Brasil. Explorou a lenda, a história, os costumes dos brancos e índios, a política e a vida colonial. Seus romances são divididos em 4 grupos:  indianista, histórico, urbano e regionalista. A obra O Guarani, da qual retiramos o texto, faz parte do grupo indianista, onde explora o encontro/confronto entre a civilização europeia e a indígena, de que resultaria uma pretensa civilização brasileira.
                    
O Plano

JOSÉ DE ALENCAR. O Guarani.

O fidalgo, livre do pesar de perder um amigo, assumira a sua costumada severidade, sempre que se tratava de uma falta grave.
– Cometeste uma grande imprudência, disse ao índio; fizeste sofrer teus amigos; expuseste a vida daqueles que te amam; não precisas de outra punição além desta.
– Peri ia salvar-te!
– Entregando-te nas mãos do inimigo?
– Sim!
– Fazendo-te matar por eles?
– Matar e…
O índio calou-se.
– É preciso explicares-te, para que não julguemos que o amigo inteligente e dedicado de outrora tornou-se um louco e um rebelde.
A palavra era dura; e o tom em que foi dita ainda agravava mais a repreensão severa que ela encerrava.
Peri sentiu uma lágrima umedecer-lhe as pálpebras:
– Obrigas Peri a dizer tudo!
– Deves fazê-lo, se desejas reabilitar-te na estima que te votava, e que sinto perder.
– Peri vai falar.
Álvaro entrava nesse momento tendo deixado no alto da esplanada os seus companheiros já livres do perigo, e quites por algumas feridas que não eram felizmente muito graves.
Cecília apertou a mão do moço com reconhecimento; Isabel enviou-lhe num olhar toda a sua alma.
As pessoas presentes se gruparam ao redor da poltrona de D. Antônio, em face do qual Peri, de pé, com a cabeça baixa, confuso e envergonhado como um criminoso, ia justificar-se.
Dir-se-ia que confessava uma ação indigna e vil; ninguém adivinhava que sublime heroísmo, que concepção gigantesca havia nesse ato, que todos condenavam como uma loucura.
Ele começou:
“Quando Ararê deitou o seu corpo sobre a terra para não tornar a erguê-lo, chamou Peri e disse:
“Filho de Ararê, teu pai vai morrer; lembra-te que tua carne é a minha carne; que teu sangue é meu sangue. Teu corpo não deve servir o banquete do inimigo.
“Ararê disse, e tirou suas contas de frutos que deu a seu filho: estavam cheias de veneno; tinham nelas a morte.
“Quando Peri fosse prisioneiro, bastava quebrar um fruto, e ria do vencedor que não se animaria a tocar no seu corpo.
“Peri viu que a senhora sofria, e olhou as suas contas; teve uma ideia; a herança de Ararê podia salvar a vida de todos.
“Se tu deixasses fazer o que queria, quando a noite viesse não acharia um ini-migo vivo; os brancos e os índios não te ofenderiam mais.”
Toda a família ouvia esta narração com uma surpresa extraordinária; compreendiam dela que havia em tudo isto uma arma terrível, – o veneno; mas não podiam saber os meios de que o índio se servira ou pretendia servir-se para usar desse agente de destruição.
– Acaba! disse D. Antônio; por que modo contavas então destruir o inimigo?
– Peri envenenou a água que os brancos bebem, e o seu corpo, que devia servir ao banquete dos Aimorés!
Um grito de horror acolheu essas palavras ditas pelo índio em um tom simples e natural.
O plano que Peri combinara para salvar seus amigos acabava de revelar-se em toda a sua abnegação sublime, e com o cortejo de cenas terríveis e monstruosas que deviam acompanhar a sua realização.

Após a leitura atenta do texto, responda às questões, assinalando a única resposta correta.

9.    As reticências da resposta do índio (Matar e…) devem completar-se com o verbo:

a. (   ) comer         b. (   ) beber      
c. (   ) envenenar     d. (   ) morrer

10.  Leia:  “O índio Peri morria de amores por Ceci”. Qual é a figura de linguagem (metáfora, hipérbole, aliteração) presente nessa frase?

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