Lira XXI
Tomás
Antônio Gonzaga
Que diversas que são,
Marília, as horas,
Que passo na masmorra
imunda, e feia,
Dessas horas felizes, já
passadas
Na tua pátria aldeia!
Então eu me ajuntava com
Glauceste;
E à sombra de alto Cedro
na campina
Eu versos te compunha, e
ele os compunha
À sua cara Eulina.
Cada qual o seu canto aos
Astros leva;
De exceder um ao outro
qualquer trata;
O eco agora diz: “Marília
terna”;
E logo: “Eulina ingrata”.
Deixam os mesmos Sátiros
as grutas.
Um para nós ligeiro move
passos;
Ouve-nos de mais perto, e
faz a flauta
C’os pés em mil pedaços.
“Dirceu, clama um Pastor,
ah! Bem merece
“Da cândida Marília a
formosura.
“E aonde, clama o outro,
quer Eulina
“Acha maior ventura?”
Nenhum pastor cuidava do
rebanho,
Enquanto em nós durava esta
porfia.
E ela, ó minha Amada, só
findava
Depois de acabar-se o dia.
1.Esta lira, que pertence
a 2ª parte de Marília de Dirceu, reflete o drama vivido pelo poeta quando
prisioneiro. Que estrofe comprova esta afirmação?
a) 4ª estrofe b) 3ª estrofe c) 2ª estrofe d) 1ª estrofe
e) N.D.A.
2.Na segunda estrofe,
Dirceu refere-se a Glauceste Satúrnio. Glauceste é o pseudônimo pastoril de que
poeta?
a) Santa Rita Durão b) Tomás Antônio Gonzaga
c) Cláudio Manuel da
Costa d) Alvarenga Peixoto
e) Marconildo Luiz Viegas
3.Que tipo de competição
havia entre Dirceu e Glauceste?
a)
Faziam
poesias eróticas.
b)
Disputavam
para ver qual dos dois compunha os melhores versos, louvando sua amada.
c)
Disputavam
o cordel mais bonito, para uma apresentação.
d)
Faziam
poesias satíricas com os Sátiros.
e)
Faziam
com que os Sátiros quebrassem seus tambores.
4.Qual a reação dos
Sátiros e dos Pastores ao ouvi-los? O que quis dizer o poeta com isso?
a)
Os
Sátiros quebravam suas flautas e os Pastores deixavam de cuidar de seus
rebanhos.
b)
Os
Sátiros deixavam as grutas e os Pastores deixavam suas mulheres.
c)
Os
Pastores saiam pelo campo e os Sátiros entravam nas grutas .
d)
Os
Pastores pegavam seus rebanhos e os Sátiros faziam poesias.
e)
Os
Sátiros e os Pastores não faziam nada de anormal.
5.As 3 características
árcades presentes no texto são:
a)
Racionalismo,
Religiosidade e Mitologia.
b)
Mitologia,
Pseudônimo e Religiosidade.
c)
Subjetividade,
Realidade e Imitação.
d)
Mitologia,
Imitação e Realidade.
e)
Pseudônimo,
Mitologia e Bucolismo.
Súplica
Um dia, um professor comovido falava-me de árvores. Seu avô conhecera Andersen, esse pequeno deus que encantou para sempre a infância, todas as infâncias, com suas maravilhosas histórias. Mas, além de conhecer Andersen, o avô desse comovido professor legara a seus descendentes uma recordação extremamente terna: ao sentir que se aproximava o fim de sua vida, pediu que o transportassem aos lugares amados, onde brincara em menino, para abraçar e beijar as árvores daquele mundo antigo – mundo de sonho, pureza, poesia – povoado de crianças, ramos, flores, pássaros... O professor comovido transportava-se a esse tempo de ternura, pensava nesse avô tão sensível, e continuava a participar, com ele, dessa cordialidade geral, desse agradecido amor à Natureza que, em silêncio, nos rodeia com a sua proteção, mesmo obscura e enigmática.
Lembrei-me de tudo isso ao contemplar uma árvore que não conheço, e cujo tronco há quinze dias se encontra ferido, lascado pelo choque de um táxi desgovernado. Segundo os técnicos, se não for socorrida, essa árvore deverá morrer dentro em breve: pois a pancada afetou-a na profundidade da sua vida.
(Cecília Meireles)
1.
a)
A lembrança do menino e a árvore.
b)
a lembrança do que está descrito é conseqüência do fato de a cronista ter
encontrado uma árvore ferida.
c)
O momento do que é visto como causa do que é encontrado no táxi.
d)
A causa de tudo é a aversão à árvore.
e)
A lembrança do que está narrado é causa do fato de o cronista ter encontrado
uma batida com o táxi.
2.
a)
um mundo sensível, natural e poético.
b)
um mundo onírico, de pureza e poesia.
c)
um país bom, natural e sofrido.
d)
um tempo de lembranças.
e)
um mundo de cores, terno e voluptuoso.
3.
a)
A batida na árvore.
b)
O carro parado.
c)
O táxi desgovernado.
d)
O avô do eu – Lírico.
e)
O amor pela árvore.
4.
a)
Todos
dão apoio a batida na árvore.
b)
Todos
estão com pena da árvore.
c)
Tudo
gira em torno do acidente.
d)
Todos
são sensíveis e manifestam amor à natureza.
e)
Todos
são sensíveis e manifestam apoio na batida.
5.Qual
é a característica árcade predominante no texto?
a)
Religiosidade
b)
Sugestividade
c)
Imitação
d)
Subjetividade
e)
Bucolismo
A um poeta
Olavo
Bilac
Longe do estéril turbilhão
da rua,
Beneditino, escreve! No
aconchego
Do claustro, na paciência
e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima,
e sofre, e sua!
Mas que na forma se
disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva
se construa
De tal modo, que a imagem
fique nua
Rica mas sóbria, como um
templo grego.
Não se mostre na fábrica o
suplício
Do mestre. E, natural, o
efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do
edifício:
Porque a Beleza, gêmea da
Verdade,
Arte pura, inimiga do
artifício,
É a força e a graça na
simplicidade.
1.Que verbo da 1ª estrofe
permite a comparação entre o trabalho do ourives e o trabalho do poeta,
reafirmando a idéia parnasiana de que o poeta é um artesão da palavra?
a) Lima b) Sofre c) Trabalha d) Sua e) Escreve
2.Enumere a 1ª coluna de
acordo com a 2ª coluna.
( ) A busca da expressão perfeita é, às vezes,
angustiante.
( ) O
verso precioso, dever ser cuidadosamente lapidado.
( ) A busca
da expressão perfeita exige paciência e dedicação.
( ) O trabalho do poeta também é desgastante.
( )
Escrever não é apenas lazer.
( I ) Trabalha
( II ) Sua
( III ) Teima
( IV ) Lima
( V ) Sofre
a) I, II, III, IV e V b) V, IV, III, II e I c) IV, V, II, III e I d) II, I, VI, V e III
e) I, III, VI, V e II
3.O que é necessário,
segundo o poeta, para que o efeito final agrade?
a) É necessário
artificialidade. b) É necessário
amizade.
c) É necessário
naturalidade. d) É necessário
neutralidade.
e) É necessário realidade.
4.Na última estrofe, o
poeta emite 3 conceitos. Quais são eles?
a)A Verdade é gêmea da
Beleza, a arte pura é amiga do artifício e a graça e a força são resultados da
naturalidade.
b) A pureza da arte é
inimiga da perfeição, Gêmea é irmã da Beleza, graça é resultado da
neutralidade.
c) A graça está em ser
inimiga do artifício.
d) A Beleza é gêmea da
Verdade, a arte pura é inimiga do artifício e a força e a graça são resultados
da simplicidade.
e) A Beleza é gêmea do
artifício, a arte pura é amiga da Verdade e a graça está na força, resultando
no infinito.
5. Qual é a característica
do Parnasianismo predominante no texto?
a)Bucolismo b) Racionalismo c)Subjetivismo
d)Radicalismo e) Arte pela Arte
Antífona
Cruz
e Souza
(fragmento)
Ó Formas alvas, brancas,
Formas claras
De luares, de neves, de
neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas,
cristalinas...
Incensos dos turíbulos das
aras...
Formas do Amor,
constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas
frescuras
E dolências de lírios e de
rosas...
Indefiníveis músicas
supremas,
Harmonias da Cor e do
Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas,
extremas,
Réquiem do Sol que a Dor
da Luz resume
Visões, salmos e cânticos
serenos,
Surdinas de órgãos
flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos
venenos
Sutis e suaves, mórbidos,
radiantes...
Infinitos espíritos
dispersos,
Inefáveis, edênicos,
aéreos,
Fecundai o Mistério destes
versos
Com a chama ideal de todos
os mistérios.
1.A preferência pela
indefinição e pela claridade são algumas das características da poesia
simbolista. Quais palavras fazem jus a esta afirmativa?
a)Alvas, ônibus, escuros,
vagas, vaporosas, lindas.
b)Claras, vagas,
vaporosas, Jesus, cristalinas.
c)Céus, nuvens,
vampiresca, vida, cruz.
d)Cruz, brancas, claras,
nada, tudo.
e)Alvas, brancas, claras,
vagas, vaporosas, cristalinas.
2.Que palavras sugerem a
atmosfera religiosa bastante comum nos poemas simbolistas?
a)edênicos, aéreos,
radiantes, luares, brilho, dolência.
b)antífona, horas, nada,
tudo, salmos, que, João.
c)incenso, turíbulos, Virgens, Salmos, horas, Deus.
d)antífona, incensos,
turíbulos, Virgens, salmos, santos, cânticos.
e)Virgens, cadeira, nuvem,
céu, estrela, Marconildo, Jesus.
3.A musicalidade também é
outra preocupação dos Simbolistas. Segundo o eu – lírico, como deve ser a
musicalidade do poema?
a)Alva e Clara. b)Amorosa e Musical
c)Indefinível e Suprema. d)Cantada e Brilhosa.
e)Inefáveis e Edênicos.
4.O poema evoca vários
elementos que deverão estar presentes na criação dos seus versos. Esses
elementos, vagos, dispersos, místicos, luminosos e musicais, devem contribuir
para uma poesia objetiva ou misteriosa?
a) sombria, como a 3ª
estrofe.
b) misteriosa, conforme a
última estrofe.
c) vaga, como a 1ª
estrofe.
d) visionária, como a 5ª
estrofe.
e) suave, como a 4ª
estrofe.
5.Qual a característica do
Simbolismo predominante no texto?
a) Espiritualismo b) Neutralidade c) Objetivismo
d) Racionalismo e) Arte pela arte
uma
vez
1. Que expressão central do poema evoca a possibilidade de uma narrativa?
a)
uma foz
b)
uma vez
c)
uma fala
d)
uma
e)
vala
2. Quais as palavras repetidas que, produzindo uma aliteração, contribuem para a sonoridade do poema?
a)
fala, bala, foz, voz, vez, vala
b)
casa, bala, bombom, pirulito
c)
bala, fala, vez, uma,
d)
cada, uma, vez, uma, fala
e)
fala, vala, bala, bala, fala, vala
3.
Marque a melhor opção quanto a poesia concreta analisada no texto dado:
a)
O poeta fez uma poesia voltada ao mundo onírico.
b)
O poema foi construído com verso não-linear e demonstra uma intenção
geométrica.
c)
O poema não foi construído com verso não-linear e demonstra uma intenção
geométrica.
d)
O poeta fez uma poesia voltada ao mundo futuro do porvir.
e)
O poeta faz referência a tudo na vida: o amor e a vida.
4. Que substantivos do poema sintetizam os 3 momentos de um conflito geralmente presentes em uma narrativa (complicação, clímax e desenlace)?
a)Complicação:
foz clímax: vez desenlace: voz
b)
Complicação: fala clímax: foz desenlace: vez
c)
Complicação: cada clímax: foz desenlace: vez
d)
Complicação: fala clímax:
bala desenlace: vala
e)
Complicação: uma clímax: vez
desenlace: voz
5.
Qual é a temática do texto?
a)
A morte da cronista.
b)
A dor da perda.
c)
O olhar do mundo triste.
d)
O caos na saúde pública.
e)
A violência no dia a dia.
Complicação:
ação perturbadora
Clímax:
momento de maior tensão na história.
Desenlace:
solução do conflito
Texto Grande Sertão:
Veredas
Diadorim vinha constante comigo. Que viesse sentido, soturno? Não era, não, isso eu é que estava crendo, e quase dois dias enganoso cri. Depois, somente, entendi que o emburro era mesmo meu. Saudade de amizade. Diadorim caminhava correto, com aquele passo curto, que o dele era, e que a brio pelejava por espertar. Assumi que ele estava cansado, sofrido também. Aí mesmo assim, escasso no sorrir, ele não me negava estima, nem o valor de seus olhos. Por um sentir: às vezes eu tinha a cisma de que, só de calcar o pé em terra, alguma coisa nele doesse. Mas essa ideia que me dava era do carinho meu. Tanto que me vinha a vontade, se pudesse, nessa caminhada, eu carregava Diadorim, livre de tudo, nas minhas costas. Até o que me alegrava era uma fantasia, assim como se ele, por não sei que modo, percebesse meus cuidados, e no próprio sentir estivesse me agradecendo. O que brotava em mim e rebrotava: essas demasias do coração. Continuando, feito um bem, que sutil e nem me perturbava, porque a gente guardasse cada um consigo sua tenção de bem-querer, com esquivança de qualquer pensar, do que a consciência escuta e se espanta; e também em razão de que a gente mesmo deixava de escogitar e conhecer o vulto verdadeiro daquele afeto, com seu poder e seus segredos; assim é que hoje eu penso. Mas, então, num determinado, eu disse:
— “Diadorim, um mimo eu tenho, para você destinado, e de que nunca fiz menção…”
— o qual era a pedra de safira, que do Arassuaí eu tinha trazido, e que à espera de uma ocasião sensata eu vinha com cautela guardando, enrolada numa pouca de algodão, dentro dum saquitel igual ao de um breve, costurado no forro da bolsa menorzinha da minha mochila.
Diadorim entrefez o pra-trás de uma boa surpresa, e sem querer parou aberto com os lábios da boca, enquanto que os olhos e olhos remiravam a pedra-de-safira no covo de suas mãos. Ao que, se sofreou no bridado, se transteve sério, apertou os beiços; e, sem razão sensível nem mais, tornou a me dar a pedrinha, só dizendo:
— “Deste coração te agradeço, Riobaldo, mas não acho de aceitar um presente assim, agora. Aí guarda, outra vez, por um tempo. Até em quando se tenha terminado de cumprir a vingança por Joca Ramiro. Nesse dia, então, eu recebo…”.
1.
a)Seu menosprezo por
Diadorim.
b)Sua rutilância por
Diadorim.
c)Seu apego por Diadorim.
d)Sua clarividência por
Diadorim.
e)Sua atração por
Diadorim.
2.
a)O narrador faz questão
de mostrar sua homossexualidade.
b)O narrador não diz o quanto Diadorim não era
especial.
c)O narrador admite que
seus sentimentos são diferentes de todas as pessoas.
d)O narrador admite que a
maneira de olhar de Diadorim era especial, carinhoso e significante.
e)O narrador diz o quanto
Diadorim é especial para ele.
3. Marque essas
expressões.
a) Nem me perturbava,
deixava de cogitar, a espera de uma ocasião insensata, dentro dum saquitel,
olhos e olhos remiravam.
b)Eu tinha a cisma,
pelejava por espertar, no próprio sentir, me agradecendo, no próprio sentir e
me agradecendo o emburro era meu.
c)Entrofez o pra – trás,
parou aberto com os lábios da boca, os olhos e olhos remiravam, se sofreou
bridado, se transteve sério.
d) Eu tinha a cisma,
pelejava por espertar, no próprio sentir, dentro dum saquitel, olhos e olhos
remiravam.
e) dentro dum saquitel,
olhos e olhos remiravam no próprio sentir, me agradecendo, o emburro era meu,
sofreou brindado.
4.
a)A sua intenção era
revelar sua homossexualidade.
b)Sua única intenção para
se disfarçar de homem era matar Hermógenes e que depois da morte de seu
inimigo, poderia se revelar.
c)Sua intenção única era
se disfarçar de mulher e matar Riobaldo e não se revelar.
d)Sua intenção unívoca
tinha a ver com o presente, pois não tinha como retribuir.
e)Sua intenção única era
deixar o bando antes de matar Riobaldo.
5.Qual a característica do
modernismo 3ª fase predominante no
texto?
a) Renovação na temática
regionalista.
b) Neutralidade na
narrativa regionalista.
c) Objetivismo no realismo
fantástico.
d) Racionalismo no
conflito da prosa urbana.
e) Arte pela arte.
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