Leia o texto e
responda o que se pede:
Disponível em: <http://jpn.icicom.up.pt/2007/03/06/mais_portugueses_nas_salas_de_cinema_em_2006.html>. Acesso em: 01 de
mai de 2012.
Incerto, Langdon saiu da cama, sentindo os pés mergulharem fundo no
tapete floral estilo savonnerie. Vestiu o roupão do hotel e foi até a porta.
- Quem
é?
- Sr. Langdon? Preciso falar com o senhor. - O inglês do homem
tinha sotaque, um latido cortante e autoritário. - Meu nome é Jérôme Collet,
tenente da Direção Central de Polícia Judiciária.
Langdon
fez uma pausa. Polícia Judiciária? A DCPJ, na França, era mais ou menos o mesmo
que o FBI nos Estados Unidos.
Deixando
a correntinha na porta, Langdon abriu-a alguns centímetros. O rosto que o
olhava era magro e pálido. O homem era excepcionalmente esguio, vestido com um
uniforme azul de aspecto oficial.
- Posso
entrar? - indagou o agente.
Langdon
hesitou, sentindo incerteza enquanto os olhos amarelados do homem o estudavam.
- O que
é que está havendo, afinal?
- Meu
capitão necessita de sua habilidade em um assunto particular.
-
Agora? - objetou Langdon. - Já passa de meia-noite.
- Estou
correto ao afirmar que o senhor tinha um encontro marcado com o diretor do
Louvre esta noite?
Langdon
sentiu um súbito desconforto. Ele e o reverenciado curador do Louvre, Jacques
Saunière, tinham marcado um encontro para tomar um drinque depois da palestra
de Langdon naquela noite, mas Saunière não comparecera. - Sim. Como sabia?
-
Encontramos seu nome na agenda dele.
- Não
aconteceu nada demais, aconteceu?
O
agente soltou um suspiro pesaroso e passou-lhe uma foto polaróide pela abertura
estreita da porta.
Quando
Langdon viu a foto, seu corpo inteiro se contraiu.
- Essa
foto foi tirada há menos de uma hora. Dentro do Louvre.
Enquanto
olhava aquela imagem bizarra, Langdon sentiu que a repugnância e o choque
iniciais cediam lugar a um súbito acesso de fúria.
- Mas
quem é que faria uma coisa dessas?
-
Tínhamos esperanças de que o senhor pudesse nos ajudar a responder essa mesma
pergunta, considerando-se seu conhecimento de simbologia e seus planos de
encontrar-se com ele.
Langdon
ficou olhando a foto, estarrecido, o horror agora mesclado com medo. A imagem
era repulsiva e profundamente estranha, trazendo-lhe uma sensação esquisita de
déjà vu. Pouco mais de um ano antes, Langdon havia recebido uma foto de um
cadáver e um pedido de ajuda semelhante. Vinte e quatro horas depois, quase
tinha perdido a vida dentro da Cidade do Vaticano. Essa foto era totalmente
diferente e, mesmo assim, alguma coisa naquela história toda parecia-lhe
inquietantemente familiar.
O
agente consultou seu relógio.
- Meu
capitão está esperando, senhor.
Langdon
mal o escutou. Seus olhos ainda estavam pregados à foto.
- Este
símbolo aqui e a forma como o corpo dele está, tão estranhamente...
-
Posicionado? - indagou o agente.
Langdon
concordou, sentindo um arrepio ao olhar para o homem.
- Não
dá para imaginar quem faria isso com uma pessoa.
A
expressão do policial se tornou austera.
- O
senhor não está entendendo, Sr. Langdon. O que está vendo nessa foto... - fez
uma pausa - ...foi Monsieur Saunière quem fez isso consigo mesmo.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/trechos/o-codigo-da-vinci.html>.
Acesso em: 01 de mai de 2012.
1.
Lendo
o texto acima e falando do gênero épico, pergunta-se: O que as narrativas mais
antigas apresentam como característica comum?
a)
Os
feitos extraordinários de um herói.
b)
Registra
a trajetória das narrativas, e seu estudo nos ajuda a compreender mudanças
sociais.
c)
A
historia verossímil com relação à relação a religião.
d)
A vida investigativa de Langdon.
e)
A
situação precária da religião ao longo dos anos.
2.
A
força do caráter é o que define um herói. No último parágrafo, quando pensamos
em herói, logo nos vem a mente superpoderes e excesso de força física. Que habilidades, então Robert Langdon
deveria ter para se tornar um herói adequado a narrativa?
a)
Ele
usa a reflexão, a tranquilidade, a perspicácia, a inteligência, adiantando a
força física.
b)
Ele
usa a reflexão, a tranquilidade, a perspicácia, a inteligência, não adiantando de nada a força física.
c)
Ele
usa a metáfora, a prosopopeia, a perspicácia, a inteligência, não adiantando de
nada a força física.
d)
Ele
usa a inteligência para ganhar dinheiro em cima do decifrar códigos, não
adiantando de nada a força física.
e)
Ele
usa a inteligência, a perspicácia para conquistar a simpatia da polícia
francesa.
Leia
o texto e responda:
Disponível em: <http://littlefallensanctuary.blogspot.com.br/2011/04/imagem-da-jovem-julieta-apos-o-baile-em.html>.
Acesso em: 01 de mai de 2012.
Para o gênero dramático, são essenciais dois
elementos: a importância do publico e a possibilidade de desencadear emoções
por meio da representação. Leia o texto abaixo e responda o que se pede.
Ato II
Cena II
JULIETA — Romeu, Romeu!
Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não
quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser
logo.
ROMEU — Continuo
ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?
JULIETA — Meu inimigo é
apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não
fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte
alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que
chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se
não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem
esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de
ti mesmo, fica comigo inteira.
ROMEU — Sim, aceito
tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em
diante não serei Romeu.
JULIETA — Quem és tu
que, encoberto pela noite, entras em meu segredo?
ROMEU — Por um nome
não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser
teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
Julieta: Dize-me como
entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo
o ponto a própria morte - se quem és atendermos - caso fosses encontrado por um
dos meus parentes.
Romeu: Do amor as
lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter
do amor o curso, tentando o amor tudo o que o amor
realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito.
3.
Que
elementos da linguagem teatral estão indicados no texto de Romeu e Julieta?
a) Os diálogos, o
cenário, as poesias, as declamações.
b) Os cenários, as
rubricas, a fala cotidiana.
c) O cenário, a entrada
das personagens, as reações, os diálogos.
d) As declamações, a
poesia mórbida, os fatos diários.
e)
A
vida das donzelas, o amor não correspondido, a fala dos pais de Romeu, na cena.
4.
Em
torno de qual acontecimento se organiza a cena que se lê?
a)
As
cenas são reais, pois aconteceu o fato em algum tempo e lugar da história da
humanidade.
b) As palavras ditas
pelas personagens não muda em nada o amor entre eles.
c) As frases são ditas
em forma de poesia porque era o momento da época em que se demonstrava o
romantismo.
d) De tudo que está ao
redor das famílias inimigas.
e)
A
paixão entre as duas personagens faz com que se proponham a até renegar o nome
das famílias para viverem felizes
Leia o texto e responda o
que se pede:
A
triste história de uma galinha preta
Moacyr Scliar escreve um
texto de ficção baseado em matérias publicadas no jornal.
Estudante atira galinha preta viva em Marta Suplicy. Cotidiano,
12.ago.2003
Era uma galinha preta, e
era uma galinha triste. Triste porque galinha, claro --estamos falando de aves
nervosas cujo cacarejo traduz uma instabilidade emocional desconhecida na
espécie humana--, mas triste sobretudo porque preta. Se vivesse só entre
galináceos, a galinha não se importaria com sua cor, ainda que esta
contrastasse com as multicoloridas penas de suas colegas; mas, criada no meio
de humanos, a pobre sabia do estigma que carregava. Preta, tinha seu destino
traçado: mais cedo ou mais tarde seria sacrificada naquele ritual conhecido
como despacho.
A certeza dessa morte
perturbava profundamente a pobre criatura. Diferente de suas colegas, recusava-se
a botar ovos; e quando lhe perguntavam por que rejeitava a maternidade,
respondia que não queria deixar pintinhos órfãos no mundo. Pela mesma razão,
fugia dos galos; um deles mostrava-se até apaixonado e fazia-lhe propostas, mas
a galinha as recusava: quem está condenada, dizia, não pode entregar-se ao
amor.
A galinha preta não
sabia o que o futuro lhe reservava.
Um dia, mãos vigorosas
agarraram-na. Pronto, pensou, chegou minha hora. Achou que ia ser levada a uma
encruzilhada qualquer, para o tão temido sacrifício; em vez disso,
transportaram-na até um recinto que estava cheio de jovens. Uma senhora
discursava ali e a galinha, aturdida, já se perguntava o que iria acontecer
quando, de súbito, jogaram-na contra a oradora.
Foi um momento de
glória, de inesperada glória. Por um instante, dezenas de olhos acompanharam
sua trajetória; no curto trajeto entre a mão contestadora e a figura feminina
que, para muitos ali, encarnava o poder, a galinha era o foco de todas as
atenções. Outras bateriam as asas, outras cacarejariam de susto; não a galinha
preta. Inesperadamente transformada em projétil, ela só esperava estar à altura
do papel que a história lhe designara.
O alvo não foi atingido,
a galinha caiu no chão, estabeleceu-se a maior confusão, com gente correndo de
um lado para outro. Ela refugiou-se em um canto e ali ficou, até que caiu a
noite. Tudo calmo, tudo quieto, saiu do esconderijo e dirigiu-se para a rua.
Era outra galinha: orgulhosa, impávida, avançava sem temor, gozando a glória
recém-adquirida.
Pela calçada vinham
caminhando dois homens, pobres, esfarrapados. A galinha mirou-os, altaneira.
Esperava que se afastassem, que lhe abrissem respeitosamente caminho. Não foi
isso que aconteceu. Os dois se olharam e, como que agindo de comum acordo,
jogaram-se sobre a galinha.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.
5.
Identifique
no texto as características da galinha-personagem.
a)
Ela
é triste e solitária e condenada a um destino terrível: a forma trágica de
morte.
b)
Ela
está feliz por passear na cidade de cabeça erguida.
c)
Ela
é altaneira, anda na cidade e é glorificada por todos.
d)
Ela
foi solitária porque não queria casar e deixar herança.
e)
Ela
era triste porque a vida era difícil.
6.
Esse
texto é literário ou não literário? Justifique.
a)
Não
é literário, porque a galinha não representa nada, apenas uma ave.
b)
Não
literário, porque se usa linguagem denotativa.
c)
É
literário, porque usa linguagem conotativa.
d)
É
literário e usa linguagem denotativa (sentido real).
e)
É
literário e não literário, pois a cena aconteceu mesmo e o destino da galinha
foi glorioso.
Leia o texto:
O
artista e a lâmpada
Lembro-me
de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me
de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto
um médico fazia os primeiros curativos
num pobre-diabo que soldados da Polícia
Municipal haviam “carneado”. [...]
Apesar
do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se
esse caboclo pode aguentar tudo isso sem
gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o
doutor a costurar esses talhos e salvar
essa vida?
Desde
que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de
que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças
como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo,
evitando que sobre ela caia a escuridão (...)
Sim,
segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror.
Se
não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último
caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de
nosso posto.
(Érico Veríssimo. Solo
de clarineta. Porto Alegre: Globo, 1978, :
Vozes, 2003, v. 1.
(Fragmento).
7.
A
Literatura constitui uma das manifestações artísticas do Homem. Como arte, a
Literatura tem como função a representação do belo e a provocação da emoção
estética. No entanto, no texto de Érico Veríssimo, fica evidente a intenção do
autor de ressaltar outras funções da Literatura, como, por exemplo, a função
de:
1) persuadir os leitores
acerca da importância social das
informações autobiográfica.
2) levar os leitores a
refletiram sobre suas responsabilidades
sociais e coletivas.
3) criar valores simbólicos
para as coisas, como no caso da “lâmpada”.
4) incentivar a prática do
pensamento crítico e da avaliação dos
sentidos da vida.
5) a vida é difícil em todos
os aspectos.
Estão corretas:
a) 2, 3 e 4 apenas
b) 2 e 3 apenas
c) 1 e 3 apenas
d) 1, 2, 3 e 4
e) 1 e 5 apenas.
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