quarta-feira, 11 de novembro de 2020

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

 Leia o texto abaixo e responda as questões propostas

Eduardo e Mônica

                                           Legião Urbana

 


Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não tô legal", não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão


.

 

6.     Que tipo de texto é esse:

 

Uma resenha crítica                   b) Uma paródia.               c) Um texto musical.

 

Leia o texto abaixo e responda

Um papa brasileiro? Não!

 

O ideal é que o novo papa não seja brasileiro. Seria ruim para o Brasil. Nos últimos tempos, a duras penas, a sociedade brasileira tem conseguido alguns avanços relevantes. As pesquisas com células-tronco embrionárias, ainda que de forma bastante limitada, foram aprovadas. As pílulas do dia seguinte são distribuídas nos postos de saúde da rede pública. As mulheres vítimas de estupro estão – pelo menos até agora – autorizadas a ir direto a um hospital em busca do aborto sem ter de passar antes na delegacia para pegar um boletim de ocorrência. O aborto de fetos sem cérebro está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e tem chance de ser aprovado. Tudo isso são avanços importantes, especialmente no Brasil, o maior país católico do mundo. Afinal, ninguém desconhece que a Igreja Católica, pelo menos essa que esteve longos anos sob o comando de João Paulo II, tem cerrado fileiras contra tudo isso.

Um papa brasileiro teria uma ascendência imensa sobre a sociedade brasileira e, portanto, mais condições de impedir que esses avanços se consolidem – e, sobretudo, de impedir que novos avanços éticos e morais sejam atingidos, como a aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, outra matéria contra a qual a Igreja Católica milita.

Dom Cláudio Hummes, o arcebispo de São Paulo, é o brasileiro mais cotado para ser o novo papa. Ele tem biografia impecável.

Não é autoritário nem centralizador como João Paulo II. Tampouco arrasta a batina para a Opus Dei, a mais reacionária organização católica, a qual João Paulo II cumulou de mimos e poderes. Dom Cláudio Hummes, se tivesse assumido no lugar de João Paulo II, lá no fim dos anos 70, com certeza teria feito um papado diferente, arejado, participativo. Mas assumir agora é outra coisa. A Igreja Católica é uma instituição sólida, milenar, vetusta. Não dá guinadas ideológicas, como se fosse um diretório estudantil. Dom Cláudio

Hummes não poderia – não no tempo de um papado apenas – imprimir as mudanças radicais tão necessárias para que a Igreja Católica se modernize. Forçosamente, teria de manter grande parte da visão conservadora do antecessor. E nós, brasileiros, seríamos as vítimas preferenciais desse atraso esmagador. Não merecemos isso.

 

Veja, 13/04/2005, p. 93

6.    O texto busca sobretudo:

 

a) expressar uma verdade absoluta.

b) expressar uma opinião.

c) apresentar uma opinião dos católicos brasileiros.

d) defender um ponto de vista a partir de determinados argumentos.

e) criticar algumas atitudes da Igreja Católica no Brasil.

 

7.    De acordo com o texto, um papa brasileiro seria ruim para o Brasil porque teria força para impedir:

 

a) a modernização da Igreja Católica.

b) o conservadorismo do antecessor.

c) a consolidação de alguns avanços importantes já conseguidos.

d) a consecução de novos avanços éticos e morais.

e) o atraso nas pesquisas científicas.

 

8.    Informa-se no texto que a Igreja Católica, pelo menos durante o papado de João Paulo II, tem-se voltado contra:

 

a) as pesquisas com células-tronco embrionárias.

b) a pílula do dia seguinte.

c) o conservadorismo nos meios religiosos.

d) o casamento entre homossexuais.

e) o aborto, mesmo em casos de estupro e de fetos sem cérebro.

 

9.    (CESESP-PE)

"Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

Mais vasto é meu coração."

 

Nessa estrofe, o poeta:

 

a) Deixa claro que desejaria mudar de nome.

b) Declara que seu nome é sonoro por causa da rima.

c) Afirma que a questão central não é o nome e sim a sua origem.

d) Tem dúvida quanto ao tamanho do seu coração.

e) Sugere que a atividade poética não consiste apenas em "fazer rimas

 

10.  Que tipo de texto é esse?


 

Descrição: http://cienciahoje.uol.com.br/instituto-ch/na-midia/20-anos-de-ciencia-hoje-2002/02-09-02-jornalunicamp.jpg 

 

 

Disponível em: < http://cienciahoje.uol.com.br/instituto-ch/na-midia/20-anos-de-ciencia-hoje-2002/02-09-02-jornalunicamp.jpg>. Acesso em 23 de agosto de 2012.

a)     Texto de divulgação científica

b)    Texto musical


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