quarta-feira, 11 de novembro de 2020

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO QUINHENTISMO

 


Leia o texto abaixo:

 

 “A Carta”, de Pero Vaz de Caminha, escrita ao rei d. Manuel, é um verdadeiro registro de nascimento do Brasil. Nela observamos o deslumbramento com a nova terra, os equívocos sobre as riquezas e as intenções do colonizador português. Com “A Carta” de Caminha teve início o período da literatura informativa sobre o Brasil.

 

Carta a el-rei d. Manuel

Pero Vaz de Caminha

 

1º trecho

 

Neste mesmo dia, a hora de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!

 

 

2º trecho

 

E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro. [...] A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência.

 

3º trecho

 

O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. [...]Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata!

 

4º trecho

 

E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela.

 

5º trecho

 

Nela até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.

 

1.      Ao estabelecer uma semelhança (analogia) física entre o índio e o europeu, Caminha valoriza quase sempre o índio. Marque a única passagem em que ocorre essa valorização.

 

a) Com a frase: “de bons rostos e bons narizes, bem feitos” ( 2º trecho)

b) Com a frase: “e de terra chã, com grandes arvoredos” (1º trecho)

 

2.      Em que trecho Caminha registra o primeiro choque cultural sofrido pelos portugueses? O que causou esse choque?

 

a)  No 2º trecho, com a nudez dos índios.         

b) No 5º trecho, com a cobiça dos europeus.

 

3.      Soma-se a perfeição física a inocência dos homens primitivos, ainda não contaminados pela civilização, naturalmente bons como Deus os feze beneficiados pelo contato com a natureza. Essa ideia está contida em que trechos da Carta?

 

a) No 2º e 4º trechos.                                                                 

b) No 2º  e 3º trechos.

 

4. Nos trechos lidos, há indícios da preocupação portuguesa com a exploração material da nova terra em qual deles? a)1ºtrecho.                                                               b) 5º trecho.

 

 

5. A carta de Pero Vaz de Caminha, sobre o achamento do Brasil, enviada a El-Rei Dom Manuel é a principal manifestação literária do Quinhentismo, movimento literário brasileiro do século XVI. Tendo em vista o seu teor, podemos afirmar que os leitores, ao se depararem com tal texto, conseguiriam através dele:


(A)  resgatar valores e conceitos sociais brasileiros.
(B) descobrir a história brasileira pela arte.
(C) ter mais informações sobre a arte brasileira.
(D) ver a cultura indígena brasileira.
(E) perceber o interesse português em explorar a nova terra.

 

 

Veja o mapa abaixo e responda a questão proposta:

 

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_GNH6neggyr7R3hIgFHRMK8dKM2NtS9f8nC2K8F6NwZc1ZbOXQHfhZl7iSpHlqptChKBMuGXuEKbgOtNCmyR1OCdYm2qEjSzk0f0VRxpvPRlO8VObWuyeLcePEfaTe96gXC210wnV9U/s320/mapa+terra+brasilis.jpg

Disponível em: <https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_GNH6neggyr7R3hIgFHRMK8dKM2NtS9f8nC2K8F6NwZc1ZbOXQHfhZl7iSpHlqptChKBMuGXuEKbgOtNCmyR1OCdYm2qEjSzk0f0VRxpvPRlO8VObWuyeLcePEfaTe96gXC210wnV9U/s320/mapa+terra+brasilis.jpg. >Acesso em 27 de agosto de 2010.

 

6. Que ideia sobre o Novo Mundo esse mapa transmitia aos europeus?

 

a) A riqueza com o pau brasil, a flora, a fauna, a grande extensão territorial e os habitantes.

(    ) A política das boas relações entre os países exploradores.

 

7. O trecho a seguir vincula-se ao conceptismo barroco:

 

“Sendo, pois, certo que a palavra divina não pode deixar de frutificar por parte de Deus, segue-se que ou é por falta do pregador ou por falta dos ouvintes. Por qual será? (...) Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles grande fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça fruto, faz efeito. (...) a palavra de Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras não frutificou, mas nasceu até nas pedras.” (Padre Antônio Vieira. Sermão da Sexagésima).

 

Nesse trecho, NÃO ocorre o (a)

 

a)  elogio da natureza para justificar um ideal pagão de vida.

b)  uso de estruturas oracionais que enfatizam as relações de causa, condição e consequência.

c)  apelo à repetição de palavras e ideias.

d)  progressão gradual do raciocínio, com vistas ao convencimento do ouvinte ou leitor.

e)  uso de antíteses e metáforas.

 

Figuras\Cabral e as índias.bmpTEXTO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Texto extraído da revista Rivista. Edição Zero. Fortaleza: Editora RISO, s/d, p. 55).

 

       8. A intertextualidade é a relação que ocorre entre dois ou mais textos. Essa relação pode dar-se em forma de paráfrase ou de paródia. O corpo do Texto III é uma paráfrase da Carta de Caminha pois,

 

       I. apesar da leve mudança no estilo, confirma a visão de Caminha sobre a terra descoberta.

       II. faz críticas explícitas ao aspecto ufanista (ilusório) da Carta.

       III. mantém o mesmo olhar positivo de Caminha sobre o futuro da terra brasileira.

       IV. embora escrita no mesmo estilo, critica de modo disfarçado a visão de Caminha sobre a terra descoberta.

 

       Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

 

a)I, II e III.                            

b)I e III.                                

c)I.      

d)II e IV.                              

e)III e IV.

 

       9. No texto III, levando-se em conta a norma culta da língua, verifica-se ERRO em:

 

a)         “... um número sem fim de animais...”

b)        “Ainda não haviam louras, nem surfistas, nem mulatas...”

c)         “Árvores gigantescas e multidões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira.”

d)        “Era assim o Brasil de Cabral, já quinhentos anos passados.”

e)         “..., quando for a vez desses meninos?”

      

10. A respeito da manchete: CABRAL DESCOBRE O CAMINHO DAS ÍNDIAS, é correto afirmar que o autor pretendia

 

a)         dizer que havia muitas índias na terra descoberta.

b)        dizer que Cabral descobriu o caminho que o levaria para as Índias.

c)         usar a homonímia para causar um efeito humorístico.

d)        explorar a sinonímia das palavras.

e)         usar a paronímia (mesmo som e sentido diferente) a fim de confundir o leitor.

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