Prova
Bimestral de Recuperação de Introdução a Literatura Brasileira
Série:
8º ano
Professor:
Marconildo Viegas
Obs. As questões
objetivas não podem ser rasuradas. A rasura ANULA a questão. Pense antes de
marcar.
Fila nos bancos
REY, Marcos. Fila nos bancos. In:
O coração roubado e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2003, p. 43-45.
(Para Gostar de Ler, v. 19)
O
cliente engravatado sorriu e entregou à simpática caixa do banco um cartão,
escrito à máquina: "Vá enchendo a maleta. Comporte-se com naturalidade.
Estou segurando uma arma. Obrigado".
Não
freqüento agências bancárias, serviço assumido por minha mulher. Perder nas
filas tempo que emprego escrevendo resultaria em prejuízo financeiro. No geral
a consorte volta exausta e indignada com alguma coisa. A espera, que às vezes
começa a quilômetros do guichê, sempre a expõe a alguma convivência
desagradável. A impaciência, o lento passo a passo suscitam intimidades. A
maioria força o diálogo oferecendo balas, caramelos e biscoitos. "Experimente,
são deliciosos." Por educação ela aceitou uma dessas delícias: sofreu na
fila mesmo uma cólica violenta, não suporta nada que tenha coco. Uma vovó
levava no colo uma criança que amou minha mulher à primeira vista e quis mudar
de peito. "Segure ela um pouquinho, gostou da senhora." Embora não
houvesse reciprocidade, minha cara-metade foi gentil. Aconteceu exatamente o
que vocês estão adivinhando. Ou sentindo o odor.
Mas eu
contava a história do ladrão de banco.
A
caixa nem olhou para os lados para que o assaltante não pensasse que pedia
socorro. Diante dela, o falso cliente mantinha o mesmo sorriso imóvel. A maleta
preta já estava aberta sobre o guichê. Hesitou.
Então
ele parou de sorrir e mexeu o braço armado. Ela depositou o primeiro maço de
notas de dez na maleta.
Em
época de eleições não é seguro revelar o nome de seu candidato nas filas,
diz-me minha mulher. Já vi gente se sair mal por isso. Brigar é uma forma de
preencher o tempo. Ela se queixa em especial dos portadores de mau hálito,
justamente os chegados às confidências cara a cara. Companheiro de fila para
alguns é como padre em confessionário. Mas há coisas piores. Uma tarde minha
mulher voltou da agência possessa. Um cavalheiro atrás dela, fumando um
charuto, perguntou-lhe: "Não está sentindo um cheiro de queimado"?
Distraidamente ele fizera um furo em seu vestido. Sabem quanto me custou a
distração?
Além
das confissões constrangedoras, também há aquelas correntistas que pedem
conselhos – não sobre aplicações. Depois da narração de uma história trágica,
perguntam ansiosamente como se a uma velha amiga: "Em meu lugar o que a
senhora faria? Devo fazer isto ou aquilo? Devo permitir que minha filha saia
com ele?". Outro dia minha mulher chegou
em casa trêmula. Uma mãe desesperada, da qual nem lembrava, acercara-se
dela, ameaçadoramente, no banco: "Fiz o que aconselhou e sabe qual foi o
resultado? Minha filhinha há três meses desapareceu com o cafajeste..."
Mas eu
contava a história do ladrão de banco.
A
caixa foi colocando os maços de dinheiro dentro da maleta preta. Lentamente, o
que irritava o assaltante. Atrás dele a fila crescia. E a fila ao lado também.
O assalto praticado por um homem só porém prosseguia, a cada segundo mais tenso
em meio ao movimento da agência, protegida por guardas fardados.
– O
mais chato são certos encontros – garantiu minha mulher. – Gente que não vemos
há décadas e das quais nem lembramos mais.
Como a
saudade atua nos músculos! Ela mostrou-me o vestido amassado. Uma vizinha de
infância, pesando uns 80 quilos, quase a matara comprimindo-a entre os braços.
Isso enquanto lambuzava-lhe o rosto com beijos prolongados. Até seus cabelos
ficaram em estado lamentável. Despregou-se um botão. Nada mais inconveniente
que topar com antigos conhecidos em hora errada!
Mas eu
contava a história do ladrão de banco.
Subitamente
um cavalheiro aproximou-se do assaltante com um palmo de sorriso. Colocou-se
entre ele e a moça.
–
Batista, você! Há quanto tempo! Ainda esta semana conversei com seu tio no
supermercado! Me dê um abraço, amigão! Mas, o que é isso? Vai sair por aí com
esse baú cheio de dinheiro? Não tem medo de ladrões, não?
Batista
olhou para o chão mas não viu buraco algum para esconder-se.
A
caixa, sorrindo, ao amigo dele:
– Seu
Batista não vai sair com esse dinheiro, não; ele veio depositar...
1. Considerando a temática central
de “Fila nos bancos”, é correto afirmar que esse texto (1 ponto)
a) critica a falta de segurança nas
agências bancárias.
b) denuncia o incômodo por que
passam os clientes em atendimento nas agências bancárias.
c) mostra o quanto é divertido estar
em fila nos bancos.
d) analisa o comportamento dos
bancários diante de assaltos.
e) critica a postura das mulheres,
tagarelas, em fila nos bancos.
2. A repetição do enunciado “Mas
eu contava a história do ladrão de banco.” (linha 12) (1 ponto)
a) interrompe a narração dos fatos,
comprometendo a conexão entre as partes do texto.
b) mantém o suspense da narrativa,
aguçando a curiosidade do leitor sobre o fim do assalto.
c) dificulta a compreensão do
leitor, porque fragmenta a história.
d) expressa a dificuldade do
narrador em se fixar em um único assunto.
e) constitui um defeito, pois toda
repetição é desnecessária.
3. No fragmento “Não freqüento
agências bancárias, serviço assumido por minha mulher. Perder nas filas tempo
que emprego escrevendo resultaria em prejuízo financeiro.” (linhas 3 e 4),
o narrador julga que (1 ponto)
a) a ida a agências bancárias é uma
atividade indigna.
b) a obrigação de frequentar
agências bancárias é tarefa para mulheres.
c) sua mulher pode perder tempo em
fila nos bancos.
d) sua mulher frequenta agências
bancárias, porque gosta de ficar em filas.
e) sua mulher, ao ficar em fila, tem
prejuízos financeiros.
4. Considere o fragmento:
“A espera, que às vezes começa
a quilômetros do guichê, sempre a expõe a alguma convivência desagradável. A
impaciência, o lento passo a passo suscitam intimidades. A maioria força o
diálogo oferecendo balas, caramelos e biscoitos.” (linhas 5 a 7) (1,5
pontos)
A partir desse fragmento, pode-se
inferir que, em fila nos bancos, as pessoas
a) tornam-se íntimas, porque são
obrigadas a conversar com todos.
b) constroem amizades, porque esse é
um lugar adequado para intimidades.
c) estão expostas a situações
incomuns, devido ao tempo de espera e à ociosidade.
d) aproveitam esses momentos para
relaxar.
e) sentem-se acolhidas pelos
companheiros de fila.
TEXTO
5.
Na
tira lida, o que o menino forte está fazendo com o Cebolinha? (0,5 ponto)
( ) Procura brigar com Cebolinha por motivo
desconhecido.
( ) Procura fazer com que Cebolinha estude
com ele sobre artes marciais.
6.
O
que a imagem do menino maior nos indica sobre ele? (Observe o desenho – não
verbal e verbal) (1,5 pontos)
( ) Que a coroa indica que ele é o mais
forte, o maioral, o rei do lugar.
( ) Que ele é bom de amizade, pois tem uma
coroa que simboliza isso.
7.
O
menino maior está segurando o Cebolinha pela gola da camiseta. No primeiro
quadrinho, a fala e o rosto do Cebolinha nos encaminha para um possível final.
Qual? (0,5 ponto)
( ) Cebolinha vai enfrentar o outro menino.
( ) Cebolinha não quer brigar com o menino.
8.
Na
fala: “Me coloca no chão, senão vai
ver só o que eu faço!”, que sentido tem essa frase? (1 ponto)
( ) Me coloca no chão, caso contrario vai ver só o que eu faço!”.
( ) Me coloca no chão, somente você vai ver só o que eu faço!”.
9.
O
final da tira quebra a expectativa do leitor. Por quê? (1 ponto)
( ) Porque Cebolinha dá uma surra no garoto
maior.
( ) Porque Cebolinha faz xixi nas calças, ao
invés de enfrentar o garoto maior.
10. Essa tirinha usa que tipo de
linguagem? (0,5 ponto)
( ) Linguagem verbal ( ) Linguagem não verbal
( ) Linguagem verbal e não verbal ( ) Nenhuma delas
11. Quem está simbolizando a
fraqueza? (0,5 ponto)
( ) Cebolinha que fez xixi nas calças.
( ) O garoto maior, porque está em vantagem
no tamanho.
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