Prova Bimestral
de Literatura Brasileira
Serie: 2º ano
Professor:
Marconildo Viegas
Obs. As questões
objetivas não podem ser rasuradas. A rasura ANULA a questão. Pense antes de
marcar.
1. Leia o texto abaixo e responda a
questão proposta:
O texto tem o objetivo
de solucionar um problema social,
a) descrevendo a
situação do país em relação à gripe suína.
b) alertando a
população para o risco de morte pela Influenza A.
c) informando a
população sobre a iminência de uma pandemia de Influenza A.
d) orientando a
população sobre os sintomas da gripe suína e procedimentos para evitar a
contaminação.
e) convocando toda a população para se submeter a
exames de detecção da gripe suína
2.
Considere os fragmentos abaixo:
I. “Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir.
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.”
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III. “Tenho medo de mim, de
ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes,
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.”
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II. “Mas essa dor da vida que
devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!”
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IV. “Somos nós, meu
senhor, mas não temas.
Nós quebramos as nossas algemas
P’ra pedir-te as esposas ou mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este – irmão da mulher que manchaste...
Oh! Não temas, senhor, são teus cães.”
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A temática e o
vocabulário permitem associar à segunda geração romântica os fragmentos
a) I
e IV. b) II e III.
c) II
e IV. d) I
e III. e) III
e IV.
TEXTO II
TEXTO
III
Mulher,
Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a
teus pés um homem terno e curvo
jurar
amor, chorar pranto de sangue,
Não
creias, não, mulher: ele te engana!
As
lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto
da perfídia.
Joaquim Manoel de Macedo
3. Textos
de diferentes tipos de composição, estilo e época podem tratar do mesmo tema,
como é observado na leitura dos textos II, III e IV. Com base na visão de amor
defendida pelo romantismo e pelo realismo, verifica-se que
a) há um tratamento idealizado da relação
homem/mulher nos três textos.
b) só
o texto II apresenta um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
c) há um tratamento realista da relação homem/mulher
nos três textos.
d) só
o texto III apresenta um tratamento realista da relação homem/mulher.
e) só o texto IV
apresenta um tratamento realista da relação homem/mulher
TEXTO V
O Sertão paraibano seria também
invadido e semeado de sesmarias na segunda metade do século XVII por entradas
que partiam do Leste, com Teodósio de Oliveira Ledo, e por outras vindas do
Sul que ocupam o alto curso do Rio Piranhas e a bacia do Rio do Peixe. A
influência paraibana penetrava os Cariris Velhos até o Boqueirão e daí se
estendia a Taperoá, enquanto a baiana e paulista atingia as áreas drenadas
pelo Piancó e pelo Piranhas...
Os vários grupos indígenas que
dominavam as caatingas sertanejas não podiam ver com bons olhos a penetração
do homem branco que chegava com gado, escravos e agregados e se instalava nas
ribeiras mais férteis. Construía casas, levantava currais de pau-a-pique e
soltava o gado no pasto, afugentando os índios para as serras ou para as
caatingas dos interflúvios, onde havia falta d'água durante quase todo o ano.
Vivendo na idade da pedra, retirando o sustento principalmente da caça e da
pesca, o indígena julgava-se com o direito de abater os bois e cavalos dos
colonos, como fazia com qualquer outra caça. Abatido o animal, vinha a vindita e a reação do indígena e,
finalmente, a guerra. Guerra que provocou o devassamento do interior e que se
concluiu com o aniquilamento de poderosas tribos e com o aldeamento dos
remanescentes. Guerra que possibilitou a ocupação, pela pecuária, do Ceará,
do Rio Grande do Norte, e de quase toda a Paraíba. Várias extensões foram
incorporadas economicamente à colônia portuguesa, passando a fornecer os
animais de trabalho e a carne às áreas mais povoadas da Mata pernambucana e
do Recôncavo Baiano.
O sistema de criação era o
mesmo encontrado no Agreste; apenas aqui as extensões eram maiores, as
fazendas mais importantes, possuindo até, algumas delas, mais de 5.000
cabeças de gado; as secas eram mais rigorosas, provocando grandes prejuízos
aos criadores, e as comunicações com o litoral mais difíceis devido às
imensas distâncias.
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ANDRADE, M. C. A
terra e o homem no nordeste. Contribuição ao estudo da questão agrária no
nordeste. 5 ed., São Paulo: Atlas, 1986, pp. 149-150.
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4. Lendo-se
atentamente o texto V, é fácil perceber que trata de lutas ocorridas entre
brancos e índios, por ocasião do povoamento das terras brasileiras. Esse tema
também foi explorado pelo indianismo romântico. Há, no entanto, entre esse
texto e aqueles produzidos pelo indianismo romântico significativa diferença.
Esta diferença é marcada sobretudo pela
I. presença
do mito do bom selvagem nos textos produzidos pelo romantismo brasileiro.
II. representação
de nossas raízes históricas por meio da idealização do índio nos textos românticos.
III. pretensão romântica de atribuir ao índio o
papel de herói nacional.
Está(ão) correta(s):
a) apenas
I e II c) apenas
III
e) todas
b) apenas
II d) apenas
II e III
Para responder às questões de 5 a 9,
leia atentamente o texto VI.
TEXTO VI
Jesuítas
Quando o vento da Fé soprava Europa,
Como o tufão, que impele ao ar a tropa
Das águias, que pousavam no alcantil;
Do zimbório de Roma – a ventania
O bando dos Apost’los sacudia
Aos cerros do Brasil.
Tempos idos! Extintos luzimentos!
O pó da catequese aos quatro ventos
Revoava nos céus...
Floria após na Índia, ou na Tartária,
No Mississipi, no Peru, na Arábia
Uma palmeira – Deus! –
(...)
Um dia a taba do Tupi selvagem
Tocava alarma... embaixo da folhagem
Rangera estranho pé...
O caboclo da rede ao chão saltava,
A seta ervada o arco recurvava...
Estrugia o boré.
E o tacape brandindo, a tribo fera
De um tigre ou de um jaguar ficava à
espera
Com um gesto ameaçador...
Surgia então no meio do terreiro
O padre calmo, santo, sobranceiro,
O Piaga do amor.
Quantas vezes então sobre a fogueira,
Aos estalos sombrios da madeira,
Entre o fumo e a luz...
A voz do mártir murmurava ungida
“Irmãos! Eu vim trazer-vos – minha
vida...
Vim trazer-vos – Jesus!”
Grandes homens! Apóstolos heróicos!...
Eles diziam mais do que os estóicos:
“Dor, – tu és um prazer!
“Grelha, – és um cetro! Chama, – um
diadema
Ó morte, – és o viver!”
Outras vezes no eterno itinerário
O sol, que vira um dia no Calvário
Do Cristo a santa cruz,
Enfiava de vir achar nos Andes
A mesma cruz, abrindo os braços grandes
Aos índios rubros, nus.
Eram eles que o verbo do Messias
Pregavam desde o vale às serranias,
Do pólo ao Equador...
E o Niagara ia contar aos
mares...
E o Chimborazo arremessava aos
ares
O nome do Senhor!...
ALVES, Castro. Espumas flutuantes.
São Paulo: FTD, 1997: 73-76.
Glossário:
alcantil
– rocha talhada a pique; lugar alto e escarpado.
zimbório
– parte mais alta e exterior da cúpula de um edifício.
estrugir
– fazer estremecer com estrondo; estrondar.
boré –
tipo de flauta utilizada pelos índios brasileiros.
piaga
– chefe espiritual dos índios; feiticeiro; pajé.
ungida
– sagrada; purificada.
estóico
– partidário do estoicismo; impassível ante a dor e a adversidade.
Niagara
– o mesmo que Niágara; cataratas na fronteira dos Estados Unidos
com o Canadá.
Chimborazo
– vulcão extinto dos Andes (Equador).
5. Considerando-se a
relação do texto II com o Romantismo, percebe-se que esse texto
a) apresenta uma visão
bucólica da natureza.
b) retrata, com
neutralidade, o primeiro século da colonização portuguesa.
c) afasta-se da postura
da primeira geração romântica, segundo a qual a colonização ocorreu sem
conflito e sem resistência.
d) representa os índios
de forma heróica, numa atitude própria aos poetas da primeira fase do
Romantismo.
e) caracteriza-se como
um texto de denúncia social, típico da terceira fase do Romantismo.
6. Sobre a relação entre
os jesuítas e os índios, o eu-lírico do texto VI
I. critica o processo de catequização
adotado pelos jesuítas.
II. apresenta uma oposição entre o
mártir e o selvagem.
III. defende radicalmente a preservação
dos costumes indígenas.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I b) apenas II c) apenas III d) apenas II e III e) I, II e III
7. Quanto ao uso da
linguagem figurada, é INCORRETO afirmar que o texto VI
a) caracteriza os índios
como parte da natureza selvagem.
b) revela, através de
comparações com elementos da natureza, uma concepção negativa da fé cristã.
c) estabelece uma
relação de comparação entre os jesuítas e as águias, valorizando os feitos daqueles.
d) compara o vento da fé
com o tufão.
e) representa os
jesuítas como mártires, propagadores da fé no novo mundo.
8. A metonímia é a
figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra, em vista
de uma relação de proximidade de sentidos que há entre elas. Considerando-se
esse conceito, verifica-se que as expressões “pó da catequese”
(estrofe 2) “estranho pé” (estrofe 3) e
“mesma cruz” (estrofe 7) podem
ser substituídas, respectivamente, por
a) águias / jesuíta /
sol
b) águias / indígena /
cristianismo
c) palavra de Deus /
jesuíta / sol
d) palavra de Deus /
indígena / cristianismo
e) palavra de Deus / jesuíta
/ cristianismo
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