CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um
tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu
prefiro
aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário
nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito
legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
“rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos
andaime.
Pra pegar um cinema, ver
Schwarzneger
E também o Van Damme.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
1. Nessa
música, o grupo intencionalmente explora uma variante lingüística. Para isso,
cria uma personagem que teria determinadas características de fala. No terceiro
verso, temos uma construção que está em desacordo com a norma culta.
Identifique-a e reescreva-a em língua culta.
2. Pouco
sabemos sobre a pessoa que fala nessa música, mas, por algumas pistas do texto,
podemos
imaginar. Na sua opinião, qual deve ser:
a) o grau de escolaridade dela? c) a classe social a que
ela pertence?
b) a profissão? d) os filmes a que normalmente ela assiste?
3. No
3o. verso da 3a. estrofe, é empregada uma gíria: “uns rolezinho”. Imagine o
sentido dessa expressão, a partir do contexto.
4. Existem
alguns termos na letra da música que também podem nos dar pistas sobre a origem
da pessoa que fala na música: “mode” e “aipim”. Em que região do país esses
termos são popularmente empregados?
À MODA CAIPIRA
Para a Sonia Junqueira, pela parceria e amizade.
U musquitu ca mutuca
num cumbina.
U musquitu pula
i a mutuca impina.
U patu ca pata
num afina.
U patu comi grama
i a pata qué coisa fina.
U gatu cum u ratu
vivi numa eterna luita.
U ratu vai cumê queiju,
vem um gatu i insurta.
U galu ca galinha
num pareci casadu.
A galinha vai atrais deli
i u galu sarta di ladu.
U pavão ca pavoa
mais pareci muléqui.
A pavoa passa réiva
e eli só abri u léqui.
U macacu ca macaca
num pareci qui si ama:
ela pedi um abraçu,
ele dá uma banana…
Eu mais ocê cumbina
qui dá gostu di vê:
eu iscrevu essas poesia
i ocê cuida di lê…
(Cantos de encantamento. Belo
Horizonte: Formato, 1996. p. 22.)
1. Ao escrever esse poema, o autor não obedeceu às
regras ortográficas da língua portuguesa.
a) Por que o autor escreveu o texto desse modo?
b) Qual é o dialeto que o autor usou para escrever o poema?
2. Compare as palavras abaixo. As da coluna da esquerda estão
escritas de acordo com as regras ortográficas, e as da coluna da direita estão escritas
conforme aparecem no poema.
mosquito musquitu
pato patu
rato ratu
a)
Quais dessas palavras lembram
mais o nosso jeito de falar?
b) Conclua: Nosso jeito de falar sempre corresponde ao modo como
as palavras são escritas?
Presada Cenhora,
Quero candidatarme pra o lugar
de auçiliar de iscritório que vi no jornau. Eu teclo muito de pressa con um
dedo e fasso contas ben.
Axo que sou bom ao tefone em bora
seija uma peçoa sem muito extudo.
O meu salario tá aberto há
discução pra que a senhora possa ver o que mi pode pagar e a Cenhora axar qui
eu meresso.
Pósso comessar imediatamente.
Agradessido em avanso pela sua resposta.
Cinceramente,
José Machado Valente
PS : Como o meu currico é
muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.
Foto
censurada
Resposta da selecionadora:
Querido José Machado,
O emprego é seu. Nós temos correção automática no
word. Compareça já amanhã.
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