sábado, 30 de junho de 2012

Todas as cartas de amor


Todas as cartas de amor
Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam carta de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas



(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas)


Interpretação
1.      Qual é a temática (assunto) do texto?
2.      A linguagem do texto abordado é culta-formal ou coloquial-informal? Justifique com elementos do texto.
3.      O texto é literário ou não-literário?
4.      Que palavra do trecho “Todas as cartas de amor são/Ridículas”  pretende torná-lo incontestável?
5.      O eu lírico fala baseado em sua experiência? Em que verso ele afirma isso?
6.      Segundo o eu lírico que fato faz com que, necessariamente, as cartas de amor se tornem ridículas?
7.      A 1ª estrofe do poema de Fernando Pessoa deixa claro o seu conteúdo: desdenhar das cartas de amor. Essa afirmação é verdadeira?
8.      Lendo a 6ª estrofe, pode-se afirma que o eu lírico está casado ou solteiro ou separado? Justifique.

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