Definição:
trovador é o poeta que musicaliza a poesia nas cortes.
A
língua utilizada pelos trovadores era o galego-português, uma mistura de
espanhol (castelhano) com português.
Início:
1189/1198: surge com a Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.
Contexto
Histórico
1308
– Fundação da Universidade de Coimbra.
1415
– Conquista de Ceuta.
1420
– Início da Expansão marítima. Descoberta da Ilha da Madeira.
1453
– Os turcos conquistam Constantinopla (capital do Império Romano do Oriente).
Fim da Idade Media.
1482
– Diogo Cão descobre a foz do Zaire.
1487
– Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
1492
– Colombo descobre a América.
1498
– Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias.
A
hierarquia da sociedade feudal: clero, nobreza e povo (vilões, semi-servos e
escravos)
O
espírito da época é o TEOCÊNTRICO (Deus como o centro do Universo).
As
Cantigas eram as primeiras produções literárias da época e se dividiam em 4:
·
Cantigas
de Amor: eu lírico é masculino que sofre por amor.
·
Cantigas
de Amigo: eu lírico é feminino que sofre por amor.
·
Cantigas
de Escárnio: ataque satírico indireto, não citando
o nome da pessoa.
·
Cantigas
de Maldizer: ataque satírico direto, citando o nome
da pessoa.
Os
artistas dessa época eram:
·
Trovador:
pessoa culta, fidalga que escrevia e musicalizava sua poesia sem receber nada
em troca.
·
Segrel:
fidalgo decaído, que levava o jogral para se apresentar nas cortes, castelos.
·
Jogral:
saltimbanco (palhaço) que leva sua apresentação a corte
·
Menestrel:
músico ligado a determinada corte.
Produção
literária
A
primeira escola literária galego-portuguesa foi representada pelo trovadorismo,
onde suas cantigas foram organizadas pelos cancioneiros, que eram divididos
em:
·
Cancioneiro da Ajuda ou do Real Colégio
dos Nobres
·
Cancioneiro da Vaticana
·
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de
Lisboa ou Collocci-Brancuti
·
Cantigas de Santa Maria.
·
Novelas de cavalaria
·
Crônicões
·
Hagiografias
·
Livros de linhagem (nobiliários)
Os cancioneiros:
Como vimos, existiam três tipos de cancioneiros, eles eram classificados de acordo com a qualidade e quantidade de suas cantigas.
Vejamos cada um deles:
Como vimos, existiam três tipos de cancioneiros, eles eram classificados de acordo com a qualidade e quantidade de suas cantigas.
Vejamos cada um deles:
• O
cancioneiro da Ajuda
|
• O
Cancioneiro da Vaticana
|
•
Cancioneiro da biblioteca nacional
|
Com 310 cantigas, quase todas
de amor. Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado de D. Afonso
III. É o único que remota a época trovadoresca.
|
Com 1.205 cantigas de variados
autores, mas todas com as quatro modalidades (amor, amigo, escárnio e
maldizer), incluindo 138 cantigas de D. Diniz, que era considerado o
Rei-Trovador.
|
Com 1.647 cantigas de todas as
modalidades. O Cancioneiro também é chamado de Calocci-Brancutti em homenagem
aos seus dois possuidores italianos.
|
Os cancioneiros não são coleções de poesia lusa, mas de poesia peninsular na língua galego-portuguesa.
Trovadores – Jograis – Segréis – Menestréis
Em ordem decrescente era
constituída a hierarquia dos poetas-músicos medievais e que era de bastante
importância social e artística.
1. Trovadores: são poetas nobres, cultos criadores de cantigas e textos. 2. Jogral: são poetas humildes, eles também eram compositores de cantigas. 3. Segrel: estabelecia uma classe intermediária entre o trovador e o jogral. É importante lembrarmos que o segrel existiu somente na escola galego portuguesa. Eles eram da pequena nobreza, que reproduzia suas próprias composições. 4. Menestrel: era o nome que os músicos da corte passaram a ser chamado no século XIV, quando o nome jogral passou a ser desagradavelmente usado para chamar os bobos. |
As
cantigas de amor
Nas cantigas de
amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante.
O poeta fica na
posição de fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde
esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está
longe. Esta cantiga teve origem no sul da França, apresentando um eu – lírico é
masculino e também sofredor. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de
senhor, pois naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em
galego-português não tinham feminino, portanto ele dizia “minha senhor”, ele
cantava a dor de amar, onde está sempre acometido da “coita”. Essa palavra
(coita)é muito usada nessas cantigas, ela significa sofrimento por amor.
Cantiga da
Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós
1- No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e - ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.
1- No mundo non me sei parelha,
2- Mentre me for como me vai,
3- Cá já moiro por vós, e - ai!
4- Mia senhor branca e vermelha.
5- Queredes que vos retraya
6- Quando vos eu vi em saya!
7- Mau dia me levantei,
8- Que vos enton non vi fea!
9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
10- Me foi a mi mui mal,
11- E vós, filha de don Paai
12- Moniz, e bem vos semelha
13- Dhaver eu por vós guarvaia,
14- Pois eu, mia senhor, dalfaia
15- Nunca de vós houve nem hei
16- Valia dua correa.
Essa cantiga tem sua origem popular, são marcadas pela literatura oral, ou seja, paralelismo, refrão, reiterações e estribilho, onde isso são recursospróprios do texto que servem para serem cantados e que propiciam facilitação de memorização. Nas cantidas populares, ainda são usasos esses recursos.
Essa cantiga teve origem na Península Ibérica, ela apresenta um eu-lírico feminino, pore´m com um autor masculino, ele canta seu amor pelo seu amigo, em um ambiente mais natural, em grande parte, faz um diálogo com a suas amigas ou com a sua mãe. Na cantiga de amigo, a figura feminina é de uma jovem que começa a amar, lembrando as vezes da ausencia do amado, ou cantando a sua alegria por um encontro com ele. Essa cantiga pode mostrar também a tristeza da mulher, pelo fato do seu amado ter ido para a guerra.
Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.
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