Leia o
texto abaixo e faça o que se pede:
Professores
indicam temas para o Enem
Educadores falam sobre assuntos possíveis para a
redação, como homofobia e Código Florestal
05 de setembro de 2011 | 8h 08
Isis Brum
- Jornal da Tarde
Não basta mergulhar nos livros didáticos, decorar
regras de acentuação e caprichar na ortografia. Para se dar bem na prova de
redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em outubro, é preciso
conhecer a fundo assuntos da atualidade. Educadores ouvidos pelo Jornal da
Tarde sugerem atenção especial a temas largamente discutidos neste
ano, como o Código Florestal e o casamento gay.
A prova de redação do Enem aborda,
tradicionalmente, temas de relevância nacional
A prova de redação do Enem aborda,
tradicionalmente, temas de relevância nacional em política, sociedade ou
cultura, de repercussão doméstica e com forte valorização dos direitos humanos.
Por isso, é fundamental que o aluno tenha repertório para discutir esses
assuntos com propriedade.
Na opinião da educadora do Colégio Marista
Arquidiocesano, Cristina Helena Ferreira, a redação do Enem
"substitui" uma entrevista pessoal com o candidato a uma vaga na
universidade. "A redação avalia como o estudante pensa e se articula, como
reivindica seus direitos e quais são seus valores. Em resumo, o que ele tem a
oferecer."
Neste ano, diz a professora Cristina, os alunos do
Arquidiocesano escreveram sobre homofobia e união estável, energia nuclear
(motivada pelo vazamento da usina de Fukushima, no Japão), corrupção durante os
preparativos para a Copa e o papel da mulher na sociedade com a eleição de
Dilma Rousseff à Presidência. "São assuntos que requerem atenção para quem
fará o Enem", avalia. Na escola, os temas das redações são propostos pelos
próprios alunos no ensino médio.
Professora de Redação do Ensino Médio do Colégio
Equipe, Áurea Rampazzo acredita que o exame cobra uma atitude crítica. "É
a postura que o jovem deve ter do seu entorno. Ele precisa ter coragem de
questionar, desconfiar das grandes verdades e propor uma intervenção viável
para essa situação", indica.
Simone Ferreira Gomes da Motta, professora do
Colégio Etapa, diz que assuntos como o caso das modelos que não desfilaram na
São Paulo Fashion Week 2011 porque estavam abaixo do peso recomendado podem ser
abordados na redação. "A partir disso, podemos falar sobre como coibir os
transtornos alimentares e discorrer sobre as mortes por anorexia", sugere.
"Já os ataques a homossexuais e a aprovação da união homoafetiva poderão
retomar discussões sobre preconceito e desigualdade de gêneros."
Para o professor do Colégio e Curso Decisão,
Marconildo Viegas, “o aluno deve estar inteirado sobre os acontecimentos
mundiais e nacionais, uma vez que a redação é de caráter em que se reconheça o
problema e haja uma solução proposta”, diz.
A estudante Ana Carolina Cartillone, de 17 anos,
também tem seu palpite sobre o tema da redação, endossado pela opinião dos
professores: a participação dos jovens nas transformações políticas de um país,
especialmente no caso das mobilizações via redes sociais. Já Natália Doratioto
Serrano Faria Braz, de 21 anos, está atenta à Primavera Árabe (manifestações
que questionam os regimes autoritários em diversos países do Oriente Médio) e diz
que lê tudo que encontra sobre o tema.
A prova de redação do Enem será no dia 23 de
outubro, mas outras disciplinas serão avaliadas no dia 22. Estão inscritos para
esta edição 5,3 milhões de estudantes.
‘Estudantes
devem evitar clichês’
O principal diferencial da redação do Enem é o
formato situação-problema, que exige não apenas a discussão escrita do tema
proposto, mas obriga o vestibulando a apresentar uma medida de intervenção.
Segundo os especialistas ouvidos pela reportagem do JT, é nesse ponto que
os estudantes abusam dos clichês e perdem pontos. Apontar a educação ou o
combate à corrupção como solução para os problemas do País, por exemplo, é uma
forma ‘pobre’ de desenvolver um tema.
O texto
deve ser autoral, mostrando como o aluno pensa sobre o tema sugerido, e deve
evitar frases feitas, como "no princípio" e "concluindo",
recomenda Áurea Rampazzo, do Colégio Equipe. As coletâneas propostas no
enunciado da redação - textos, charges e ilustrações - devem estar relacionadas
na prova como um dos itens a favor ou contra à tese que o vestibulando irá
defender. Jamais a coletânea deve ser transcrita, pois isso levará à perda de
pontos.
Outra dica é evitar o uso de palavras incomuns no
dia a dia do estudante. É frequente errar a grafia ou empregar o termo em
sentido diferente de seu significado. O erro mais frequente, na opinião dos
professores de redação, é usar a "educação" ou o "combate à
corrupção" como medidas de intervenção para os problemas enunciados na
redação.
"O Enem não quer uma solução mágica e, sim, um
cidadão crítico, capaz de analisar um problema, se posicionar diante dele e
propor algo para transformá-lo", afirma Cristina Helena Ferreira, do
Colégio Marista Arquidiocesano.
Destaca-se
o estudante que tiver bastante leitura e souber incrementar sua defesa, por
exemplo, citando medidas já adotadas pelo governo ou o modo como a sociedade
lida com o tema.
Menção preconceituosa e que viole os direitos
humanos invalidará a prova. "Se o aluno desrespeitar esses princípios terá
a prova anulada", diz Simone Ferreira Gonçalves da Motta, do Etapa. Como
nos demais vestibulares, a prova deve ser redigida em letra legível,
respeitando a norma culta da língua, com coesão e coerência. O aluno precisa
escrever, no mínimo, sete linhas para não ter a redação anulada.
Até redes
sociais viram fontes de informação
Natália Doratioto Serrano Faria Braz, de 21 anos,
monta sua redação como se organizasse as peças de um quebra-cabeças.
"Sempre tive dificuldades, mas assim não me perco", diz a jovem, que
estuda no Colégio Etapa e presta Medicina nas principais universidades públicas
do País.
Entre
elas, Natália tem especial predileção pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), que usa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de
seleção.
Para ela, é mais fácil definir os argumentos
estabelecendo um eixo principal de sua tese, no rascunho, o que evita
repetições e contradições. Para se manter informada sobre atualidades, além de
prestar atenção nas aulas, Natália lê jornais, assiste ao noticiário e vê
documentários.
Já a aluna do Colégio Marista Arquidiocesano, Ana
Carolina Cartillone, de 17 anos, recorre às redes sociais para se informar
sobre os principais debates do País. "No Facebook tem link para algumas
notícias e no Twitter também dá para ver sobre o que as pessoas estão
falando", diz.
Estruturalmente,
Ana Carolina usa um parágrafo para a introdução ao tema, três para a
argumentação de sua tese e mais um - o último - para propor uma intervenção.
"O tema é sempre social. A prova não é difícil", opina a estudante.
"O problema é o tempo", completa.
ASSUNTOS
PROVÁVEIS
MEIO AMBIENTE
Novo
Código Florestal
Vazamento
de energia nuclear em Fukushima
Combustíveis
alternativos
Alterações
climáticas no Brasil
CORRUPÇÃO
Copa do
Mundo no Brasil
Nepotismo
e tráfico de influência nos bastidores do governo
SOCIEDADE
Aprovação
da união estável entre casais homossexuais
Homofobia:
ataques a gays
Força da
mulher com a eleição de Dilma Rousseff como presidente
COMPORTAMENTO
Distúrbios
alimentares
Modelos
muito magras não desfilaram na ‘SP Fashion Week’
POLÍTICA
Papel dos
jovens na organização de movimentos políticos
Auxílio
das redes sociais nas mobilizações da juventude
Protesto
por educação no Chile
TEMAS RECENTES
2010: O
trabalho na construção da dignidade humana
2009: O
indivíduo frente à ética nacional
2008: Como preservar
a floresta Amazônica
2007: O
desafio de se conviver com as diferenças
2006: O
poder de transformação da leitura
2005: O
trabalho infantil na sociedade brasileira
2004: Como
garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação
2003: A
violência na sociedade brasileira - como mudar as regras desse jogo
Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,professores-indicam-temas-para-o-enem,768616,0.htm>.
Acesso em: 25/09/2011.
Escolha
1 dentre os temas dados e faça uma redação dissertativa – argumentativa.
Mínimo: 20 linhas. Não use gírias ou linguagem coloquial. Não fuja ao tema.
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