quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Interpretação A triste história da galinha preta.

Prova Bimestral
Serie: 1º ano
Tipo A


“Sou mulher e escrevo. Sou plebeia e sei ler. Nasci serva e sou livre. Vi na minha vida coisas maravilhosas. Fiz na minha vida coisas maravilhosas. Durante algum tempo o mundo foi um milagre. Depois a escuridão voltou. A pena estremece entre os meus dedos cada vez que o aríete investe contra a porta. Um portão sólido de metal e madeira que não tardará a ficar em pedaços. Pesados e suados homens de ferro amontoam-se à entrada. Vêm buscar-nos. As Boas Mulheres rezam. Eu escrevo. É a minha maior vitória, a minha maior conquista, o dom de que me sinto orgulhosa; e embora as palavras estejam a ser devoradas pelo grande silêncio, constituem hoje a minha única arma. Com as pancadas, a tinta continua a estremecer no tinteiro, também ela assustada. A sua superfície encrespa-se como a de um pequeno lago tenebroso. Mas depois aquieta-se inexplicavelmente. Levanto a cabeça esperando o empurrão que não chega. O aríete parou. As Perfeitas também pararam o zumbido das suas orações. Será que os cruzados conseguiram aceder ao castelo? Julgava-me preparada para este momento, mas não estou.”

1.    Qual é o acontecimento central do trecho?
a)    A invasão do Atacadão dos Eletros.
b)    A invasão do castelo.

2.    Que sentimento toma conta da narradora-personagem nesse momento?
a)    Medo.
b)    Alegria

3.    Que referências no texto podem ajudar o leitor a identificar que os fatos narrados ocorreram na Idade Media?
a)    Castelo, aríete, pena.
b)    Castelo, mulheres fazendo trabalho, cruzados.

Leia o texto abaixo e responda o que se pede:

A triste história de uma galinha preta
Moacyr Scliar escreve um texto de ficção baseado em matérias publicadas no jornal.

Estudante atira galinha preta viva em Marta Suplicy. Cotidiano, 12.ago.2003

Era uma galinha preta, e era uma galinha triste. Triste porque galinha, claro --estamos falando de aves nervosas cujo cacarejo traduz uma instabilidade emocional desconhecida na espécie humana--, mas triste sobretudo porque preta. Se vivesse só entre galináceos, a galinha não se importaria com sua cor, ainda que esta contrastasse com as multicoloridas penas de suas colegas; mas, criada no meio de humanos, a pobre sabia do estigma que carregava. Preta, tinha seu destino traçado: mais cedo ou mais tarde seria sacrificada naquele ritual conhecido como despacho.
A certeza dessa morte perturbava profundamente a pobre criatura. Diferente de suas colegas, recusava-se a botar ovos; e quando lhe perguntavam por que rejeitava a maternidade, respondia que não queria deixar pintinhos órfãos no mundo. Pela mesma razão, fugia dos galos; um deles mostrava-se até apaixonado e fazia-lhe propostas, mas a galinha as recusava: quem está condenada, dizia, não pode entregar-se ao amor.
A galinha preta não sabia o que o futuro lhe reservava.
Um dia, mãos vigorosas agarraram-na. Pronto, pensou, chegou minha hora. Achou que ia ser levada a uma encruzilhada qualquer, para o tão temido sacrifício; em vez disso, transportaram-na até um recinto que estava cheio de jovens. Uma senhora discursava ali e a galinha, aturdida, já se perguntava o que iria acontecer quando, de súbito, jogaram-na contra a oradora.
Foi um momento de glória, de inesperada glória. Por um instante, dezenas de olhos acompanharam sua trajetória; no curto trajeto entre a mão contestadora e a figura feminina que, para muitos ali, encarnava o poder, a galinha era o foco de todas as atenções. Outras bateriam as asas, outras cacarejariam de susto; não a galinha preta. Inesperadamente transformada em projétil, ela só esperava estar à altura do papel que a história lhe designara.
O alvo não foi atingido, a galinha caiu no chão, estabeleceu-se a maior confusão, com gente correndo de um lado para outro. Ela refugiou-se em um canto e ali ficou, até que caiu a noite. Tudo calmo, tudo quieto, saiu do esconderijo e dirigiu-se para a rua. Era outra galinha: orgulhosa, impávida, avançava sem temor, gozando a glória recém-adquirida.
Pela calçada vinham caminhando dois homens, pobres, esfarrapados. A galinha mirou-os, altaneira. Esperava que se afastassem, que lhe abrissem respeitosamente caminho. Não foi isso que aconteceu. Os dois se olharam e, como que agindo de comum acordo, jogaram-se sobre a galinha.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.

4.    Identifique no texto as características da galinha-personagem.
a)    Ela é triste e solitária e condenada a um destino terrível: o despacho.
b)    Ela está feliz por passear na cidade de cabeça erguida.

5.    Esse texto é literário ou não literário? Justifique.
a)    É literário, porque usa linguagem conotativa.
b)    Não literário, porque se usa linguagem denotativa.

Leia o texto abaixo e responda:
http://www.zun.com.br/fotos/2011/06/literatura_de_cordel.jpg

Disponível em: <http://www.zun.com.br/literatura-de-cordel-resumo/>. Acesso em: 19 de mar de 2012.

6.    Esse texto é uma literatura de cordel porque:
a)    Porque tem rimas e seus versos são de redondilhas maior e menor.
b)    Porque tem rimas e seus versos são alexandrinos e decassílabos.

Leia o texto abaixo e responda:

Disponível em: <http://amocearamirim.zip.net/>. Acesso em: 18 de mar de 2012.

De acordo com o texto acima (verbal e não verbal), marque um X na resposta correta a questão que se segue:

7.    O texto aborda que temática (assunto):

a)    Ambiental                          b) Político                           c)Bélico (guerra)

Leia o texto e responda:
A ARTE DE SER FELIZ
Cecília Meireles
HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Disponível em: <http://natrodrigo.wordpress.com/category/cecilia-meireles/>. Acesso em 18 de mar de 2012.

8.    No verso: “HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz”. Por que a cidade parecia ser de giz?

a)    Porque era no inverno e se usa uma metáfora.
b)    Porque era no inverno e se usa uma catacrese.

Leia o texto abaixo e responda:

http://2.bp.blogspot.com/-IUP7IxJbhuA/T2ERxv74t3I/AAAAAAAAA1M/WvgtUvCwtO0/s1600/poesia.jpg
Disponível em: <http://sonhofeitodebrisa.blogspot.com.br/>. Acesso em 19 de mar de 2012.


9.    Faça a Metrificação (mínimo de 4 verso) da poesia A estrela, de Manuel Bandeira.

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