Figuras de Linguagem
As figuras de
linguagem surgem do trabalho artístico da forma de escolha e combinação das
palavras na frase, de modo a provocar a possibilidade de associações de idéias
pela aproximação de sentidos múltiplos, conotativos (opostos e/ou semelhantes)
e de sonoridade (especialmente na poesia) das palavras.
A seguir estão relacionadas às
principais figuras de linguagem:
1.
Metáfora: do
grego (meta = mudança; fora = transporte). É a transferência ou transporte do
significado total e possível de uma palavra para a outra. É uma pequena
comparação.
Ex.: “Joana é
a estrela da novela”
“Deixe de ser estrela menino.
Acorde para a vida e seja humilde!”
“Estas altas árvores
são umas harpas verdes
com cordas de chuva
que tange o vento”
2. Comparação: associação limitada de sentidos. Tem como conectivos
principais: como, parece, tal qual.
Ex.:
“Você é burra como uma porta.”
“Tal
qual o sol deseja a vinda do dia, eu desejo a sua companhia.”
“Eu e você parecemos como o sol e
a lua: não podemos viver um perto do outro.”
3.
Metonímia: do
grego (meta = mudança; nômio = nome). É a substituição de palavras
relacionadas. Existem várias relações metonímicas como autor pela obra, parte
pelo todo, causa pelo efeito, recipiente pelo produto, etc.
Ex.: “Já li Machado de Assis e Drummond”
“As velas se aproximam”
“O copo está cheio demais!”
“
Vivo do suor do meu rosto.”
4. Paradoxo: idéias
contrárias mas que fere a razão.
Ex.:
O célebre desconhecido chegou ao porto.
Ele chorava de alegria.
5. Antítese: idéias
contrárias para expressar algum sentimento.
Ex.:
A velhice chora, a infância ri
Há males que vêm para o bem
6. Ironia: ocorre quando
se tem intenção de falar o contrário do que se está dizendo, para criticar,
satirizar ou ridicularizar a pessoa.
Ex.: “Querida,
como você está em forma! Aposto que não pesa nem duzentos quilos”.
“Coitadinho do assassino! Foi
condenado?”
7. Eufemismo: é a
tentativa de tornar mais suaves ou delicadas expressões desagradáveis.
Ex.: “Caro
deputado, o senhor está faltando com a verdade. Vossa senhoria, sem
dúvida, apropriou-se de alguns bens por meios indevidos.”
“ João passou desta para melhor.”
8. Prosopopéia ou
Personificação: é a atribuição de características humanas a seres
irracionais ou inanimados.
Ex.: “As ruas
desertas estão tristes.”
“ O riacho, depois das últimas
trovoadas, cantava grosso, bancando rio”
9. Hipérbole: expressão
que exagera os fatos a fim de impressionar o leitor.
Ex.: “Riu
tanto que rasgou a boca”
“Já disse mil vezes que não fui
eu que fiz isso”.
10. Catacrese: uso
inapropriado de termos específicos de certas situações ou para designar parte
de objetos por falta de termos apropriados na Língua, ou mesmo, com finalidade
artística.
Ex.: O bico
do bule quebrou hoje, a asa da xícara e a perna da mesa consertei
ontem.
11. Aliteração: repetição intensa de consoantes dentro de uma
oração, com intenção de sugerir sons ou ruídos.
Ex.: “Que a brisa
do Brasil beija e balança.” (Castro Alves)
“Vozes veladas, veludosas
vozes, volúpias de violões” (Cruz e Souza)
12. Assonância: repetição abundante de vogais
Ex.: “Ó formas
alvas, brancas, formas claras”
(Cruz e Souza)
“O outro povo
contou tudo isso.”
13. Onomatopéia: procura reproduzir sons ou ruídos.
Ex.: “Toc,
toc, toc, e bateram na porta.”
“ Tiquetaque, tiquetaque, corria o
relógio vagarosamente.”
14. Polissíndeto: repetição exagerada do conectivo ‘e’.
Ex.: “Entrava-nos
alma adentro/ e via esta lama podre/ e com pesar nos fitava/ e
com ira amaldiçoava/ e com doçura perdoava.”
Obs.: A inexistência desse
conectivo, chama-se de Assíndeto.
Ex: Chamava,
gritava, esperneava, (e) não quis nem ouvi-lo”
15. Elipse: omissão de termos.
Ex.: (nós)
“Fomos ao colégio”
16. Zêugma: omissão de termos existentes na frase.
Ex.: “Os
alunos gostam de esporte, as alunas de música.”
17. Anáfora: repetição de expressões
Ex.: “Tudo, tudo, pode acontecer.”
“Hoje, hoje e somente hoje
eu deixo você entrar desse jeito.”
18. Pleonasmo: redundância. Retomada de algo que foi dito para
reforçar a idéia.
Ex.: “Vi com esses olhos.”
“Isso são apenas pequenos detalhes.”
19. Hipérbato: inversão sintática.
Ex.: Ao
colégio o aluno foi.
20. Sinestesia: mistura de sentidos.
Ex.: A música
doce acariciava a minha alma.
Funções da Linguagem
Para que
existam as funções da linguagem, faz-se necessário um emissor, um receptor e
uma mensagem. Essas funções estarão vinculadas, principalmente, nesses três
objetos. Veja o quadro a seguir proposto por Roman Jakobson:
1. Função emotiva: quando a mensagem está centrada no emissor (ou
remetente). Este se utiliza de uma linguagem de primeira pessoa, sendo o
sujeito da enunciação.
2. Função apelativa ou conativa: mensagem está centrada no receptor
(ou destinatário). Comum em propagandas e uso de verbos no imperativo para
persuadir receptor.
3. Função referencial ou denotativa: a mensagem nesta função
concentra-se no contexto, com o intuito de expressar a realidade, informando.
4. Função fática: mensagem centrada no contato, a comunicação entre
falante e ouvinte estabelece um diálogo.
5. Função poética ou conotativa: função
onde a mensagem concentra-se em si mesma. Muito comum na literatura.
6. Função metalingüística: o próprio
código é estudado, procurando explicar a linguagem através dela própria.
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