6º ano – Final
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram
todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em
geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e
ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para
tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para
colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia
que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam
alguém que lhes passava a manta e azulava, dando às de vila-diogo.
Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para
tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens,
esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de
altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam
em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os
burros n'água.
Havia os que tomavam chá em criança, e, ao visitarem família
da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus
respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: "Farei presente".
Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu,
exclamando: "Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo", ao que o
Reverendíssimo correspondia:
"Para sempre seja louvado". E os eruditos, se
alguém espirrava - sinal de defluxo - eram impelidos a exortar: "Dominus
tecum". Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar
padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com
eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a
desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso.
Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar
escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.
(...)
Mas isso tudo era antigamente, isto é, outrora.
Carlos Drummond de Andrade
1.
Pela leitura do texto, podemos notar que
o autor:
A) utiliza um vocabulário próprio da época que pretende
retratar, resgatando uma sociedade em seus hábitos e costumes.
B) procura transcrever objetivamente todos os aspectos que
caracterizam uma sociedade num determinado tempo.
C) utiliza expressões pouco comuns ao nosso tempo de uma
forma proposital, tentando confundir o leitor.
D) expressa seu saudosismo de maneira irônica, fazendo uso da
linguagem para criticar uma sociedade distante no tempo daquela em que vivemos.
2.
Localize à direita o significado das
expressões do texto que estão relacionadas à esquerda e faça a exata
correspondência numérica.
( 1 ) tirar o cavalo da chuva ( ) aniversariar
( 2 ) tirar o pai da forca (
) desconhecer
( 3 ) sem saber da missa a metade (
) desistir
( 4 ) meter a mão em cumbuca ( ) estar com pressa
( 5 ) completar primaveras ( ) atrapalhar-se
A) 5 - 3 - 1 - 2 - 4
B) 3 - 1 - 2 - 5 - 4
C) 4 - 2 - 3 - 1 - 5
D) 3
- 5 - 2 - 4 – 1
Leia o texto
abaixo. (Obs. A imagem está legível, caso não esteja, veja a última linha.)
3. Remetente de uma
carta é quem a envia:
a) O remetente é o
Professor Marconildo Viegas, pois é ele que pede a redação.
b) O remetente é a
aluna que conta sobre como ser mais feliz.
c) O remetente é o
pai e mãe de aluna.
d) O remetente é a
amiga do professor que veio substituí-lo.
4. O destinatário
de uma carta é aquele que a recebe:
a) O destinatário é
o Professor Marconildo Viegas, pois é ele que pede a redação.
b) O destinatário é
aluna que conta sobre como ser mais feliz na vida.
c) O destinatário é
o pai e mãe do professor.
d) O destinatário é
a amiga do professor que foi para a Bica.
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas:
O Fim do Meu Universo Azul
Eu já estava quase em casa depois de uma longe e perigosa viagem
marítima. Dois dias antes, uma amiga e eu tínhamos sido perseguidas por pessoas
com arpões. Minha amiga foi morta, mas eu escapei enquanto ela era colocada no
barco. Um dos arpões perfurou minha nadadeira, uma dolorosa lembrança da perda
de minha companheira. Apesar da dor, consegui nadar bem rápido para chegar logo
em casa.
Fui
tomada por profunda depressão ao atingir o lugar onde nasci e ver o estado
deplorável de meu recife de coral favorito. Aquela tinha sido a mais bela
formação de coral que eu tinha visto em todos aqueles anos de viagem. Agora a
área estava cheia de corais quebrados e sem cor espalhados por toda parte.
Havia latas e lixo enroscados no recife. O jardim da minha memória achava-se em
ruínas.
Enquanto observava essas mudanças, só vi o que estava na minha frente tarde
demais: uma rede! Tentei lutar para me soltar, mas fui puxada violentamente
para a superfície. Uns homens tiraram-me da água, penduraram-me num gancho e me
cutucaram com ferramentas. Depois disso, eles tiveram uma atitude bastante
esquisita: devolveram-me à água. O medo e o cansaço que sentia eram quase
insuportáveis, mas continuei lutando. Ao chegar no alto da praia pude ver o
rastro de sangue atrás de mim. Tinha me cortado, com caco de vidro que estava
na areia.
Vagarosamente, cavei um buraco profundo. Pus meus ovos, descansei um pouco e
voltei para o mar. A vida de meus filhotes iria ser difícil nos decadentes
mares do mundo, mas nossa espécie continuaria. Cheguei à beirada da água e fui
coberta por ondas de espuma branca. Sentindo-me fraca por causa da perda de
sangue, tive a impressão de estar sendo sufocada. Havia alguma coisa cobrindo
minha cabeça. Era um saco de plástico! Eu já não tinha mais energia para me
livrar dele. Quando meu pulso diminuiu, os olhos fecharam-se na escuridão.
Pachamama – Missão Terra 2: ações para salvar o Planeta. Escrito por crianças e
jovens de todo o mundo. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
Disponível em:
<http://priscilamajopoemas.blogspot.com/2010/10/o-fim-do-meu-universo-azul-relatos-de.html>.
Acesso em: 26 de nov de 2011.
5. A historia lida
é contada por um animal já morto. É claro que os animais não contam historias,
menos ainda depois de mortos. Trata-se de uma ficção. Qual animal narra os
fatos no texto?
6. Como o narrador
conta experiências vividas por ele mesmo, dizemos que o texto é um relato
pessoal. Nesse caso, um relato pessoal ficcional. Em que pessoa são narrados os
fatos? É narrador observador ou narrador personagem?
Leia o texto abaixo e responda a questão proposta
Um lugar inesquecível
Mangabeira é um bairro da cidade de João
Pessoa localizado
na Zona Sul da cidade[1],
foi fundado em 23
de abril de 1983 com o nome Conjunto Habitacional Tarcísio de Miranda Burity. O
mangabeirense muitas vezes tem origem no ascendente sertânico transplantado
para zona da Mata e por isso carrega ainda o vigor dos seus ancestrais; um povo
lutador que ergueu o maior bairro da zona Sul e de toda a cidade, com uma das
principais avenidas de comércio popular para as classes medias B e C. A denominação
Mangabeira originou-se de uma fazenda que cultivava mangaba. Possui 33 escolas,
cinco praças, uma feira livre e o 2° maior mercado público da cidade (atrás
apenas do Mercado Central) e a 2ª maior avenida comercial da cidade, a Josefa
Taveira (principal, dentre as três do Bairro). Possui mais de 12 Escolas Particulares,
dentre elas: Integração Corujinha, QI e Sistema de Ensino Decisão.
Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Mangabeira_(Jo%C3%A3o_Pessoa)>. Acesso
em: 26 de nov de 2011.
7. O texto acima é
uma:
a) Descrição de
lugar.
b) Descrição de
pessoa.
c) Descrição de
sentimentos.
d) Descrição de
amor.
8.
Escolha
um dos temas dados abaixo e faça
um comentário em, no mínimo, 15
linhas. Não use: gírias, linguagem da internet (internetês), ditado
popular. Respeite a margem da folha.
1.
O desafio de se conviver com a
diferença
2.
O que posso fazer para melhorar minha cidade.
3.
Como agir em relação à violência.
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