Prova Bimestral
de Recuperação de Literatura Brasileira
Serie: 2º ano
Professor:
Marconildo Viegas
Obs. As questões
objetivas não podem ser rasuradas. A rasura ANULA a questão. Pense antes de
marcar.
Para responder às questões de 1 a
3, leia o TEXTO.
O LAÇO DE FITA
Não
sabes, criança? ’Stou louco de amores...
Prendi
meus afetos, formosa Pepita.
Mas
onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não
rias, prendi-me
Num
laço de fita.
Na
selva sombria de tuas madeixas,
Nos
negros cabelos da moça bonita,
Fingindo
a serpente qu’enlaça a folhagem,
Formoso
enroscava-se
O
laço de fita.
Meu
ser, que voava nas luzes da festa,
Qual
pássaro bravo, que os ares agita,
Eu
vi de repente cativo, submisso
Rolar
prisioneiro
Num
laço de fita.
E
agora enleada na tênue cadeia
Debalde
minh’alma se embate, se irrita...
O
braço, que rompe cadeias de ferro,
Não
quebra teus elos,
Ó
laço de fita!
Meu
Deus! As falenas têm asas de opala,
Os
astros se libram na plaga infinita.
Os
anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas
tu... tens por asas
Um
laço de fita.
Há
pouco voavas na célere valsa,
Na
valsa que anseia, que estua e palpita.
Por
que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te
apenas...
Teu
laço de fita.
[...]
(ALVES, Castro. Espumas
Flutuantes. São Paulo: FTD, 1997, p. 29-30).
1. A expressão laço de fita, além
de constituir o título do poema, aparece repetida em todas as estrofes.
A respeito dessa expressão,
pode-se afirmar:
I. Refere-se a um adereço usado
pela figura feminina.
II. Funciona apenas como termo
vocativo a quem o eu-lírico se dirige.
III. Exprime, em alguns versos, o
poder de sedução da formosa Pepita.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) I b) II c) III d) I e II e) I e III
2. Na primeira estrofe do poema, o
eu-lírico, ao dirigir-se à amada, recorre à linguagem figurada. A respeito dessa linguagem, é correto
afirmar:
a) O eu-lírico utiliza-se da
hipérbole (exagero) em “ ’Stou louco de amores...” (verso 1 da 1ª
estrofe), para expressar a imensidão de seu amor.
b) A palavra criança refere-se,
apenas e necessariamente, à condição infantil da amada.
c) A palavra Pepita define,
metonimicamente (emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou
a possibilidade de associação entre ele), a mulher amada, comparando-a a um
metal precioso.
d) As palavras criança e Pepita,
denotativamente (sentido real), expressam a idealização feminina.
e) O recurso da gradação (ideia
crescente ou decrescente), em “No templo, no espaço, nas névoas?!” (verso
3 da 1ª estrofe), sugere um movimento descendente.
3. Na terceira estrofe do poema, o
eu-lírico:
a) ressente-se de ser um prisioneiro
do amor daquela mulher.
b) apresenta o amor como um
sentimento que estabelece relação de dependência de um ser a outro.
c) confessa o sentimento de dor ao
deixar-se envolver pela mulher amada.
d) revolta-se por ter perdido o
poder de voar, sentindo-se prisioneiro daquele laço de fita.
e) revela o desejo de continuar
livre como um pássaro bravo.
Amor: entre o sonho e a realidade
Para
responder às questões de 4 a 5, leia o texto a seguir.
Se te amo, não sei!
Amar! se te amo, não sei.
Oiço aí pronunciar
Essa palavra de modo
Que não sei o que é amar.
Se amar, é sonhar contigo,
Se é pensar, velando, em ti,
Se é ter-te n’alma presente
Todo esquecido de mi!
Se é cobiçar-te, querer-te
Como uma benção dos céus
A ti somente na terra
Como lá em cima a Deus;
Se é dar a vida, o futuro,
Para dizer que te amei:
Amo; porém se te amo
Como oiço dizer, – não sei.
DIAS, Gonçalves. Poesia
lírica e indianista. 1 ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 199.
4. Com base na 1ª estrofe do poema, é correto afirmar que o eu lírico
a) tem convicção de que ama, mesmo não se sentindo
amado.
b) mostra-se inconstante em relação a seus
sentimentos.
c) considera o amor um sentimento indefinível.
d) tem dúvidas acerca do que significa amar.
e) nega a existência do amor.
5. Considerando os
traços estilísticos desse poema, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s):
( ) O poema é
lírico, enfocando o amor a partir de uma visão romântica, comparando o ser
amado a uma dádiva dos céus.
( ) O poema
apresenta versos de métrica regular (7 sílabas), estruturado em forma de
soneto.
( ) O poema
caracteriza-se pelo tom subjetivista e sentimentalista, revelando a preocupação
do eu lírico com os seus sentimentos.
( ) O poema foge
à estética romântica, fazendo referência de forma explícita ao amor físico.
A
seqüência correta é:
a) VFVF
b) VFFV c) FVVF d) VVFV e) FFVF
6. Leia o texto abaixo e assinale
a única opção correta
Gerente – Boa
tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou
interessado em financiamento para compra de veículo.
Gerente – Nós
dispomos de várias modalidades de crédito.
O senhor é nosso
cliente?
Cliente – Sou
Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.
Gerente –
Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda
tivesse na agência de
Uberlândia!
Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO,
S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação
escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se
que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:
a) à adequação
de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.
b) à iniciativa
do cliente em se apresentar como funcionário do banco.
c) ao fato de
ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais).
d) à intimidade
forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.
e)
ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.
Textos para as
questões 7 e 8
Texto
I
É praticamente
impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em
embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos,
automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é:
quando em contato com outras substâncias, o plástico não as contamina; ao
contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o
uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do
material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é
aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado,
quando comparado ao total produzido, ainda é irrelevante.
Revista
Mãe Terra.
Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).
Texto II
Sacolas
plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros,
causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas,
baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento.
Sacolas
plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um custo
incalculável para o meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009.
Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
7. Em contraste com o texto I, no
texto II são empregadas, predominantemente, estratégias argumentativas que
a) atraem o leitor por meio de
previsões para o futuro.
b) apelam à emoção do leitor,
mencionando a morte de animais.
c) orientam o leitor a respeito
dos modos de usar conscientemente as sacolas plásticas.
d) intimidam o leitor com as
nocivas consequências do uso indiscriminado de sacolas plásticas.
e) recorrem à informação, por
meio de constatações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas
plásticas.
8. Na comparação dos textos,
observa-se que
a) o texto I apresenta um alerta
a respeito do efeito da reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica
o uso desse material reciclado.
b) o texto I tem como objetivo
precípuo apresentar a versatilidade e as vantagens do uso do plástico na contemporaneidade;
o texto II objetiva alertar os consumidores sobre os problemas ambientais
decorrentes de embalagens plásticas não recicladas.
c) o texto I expõe vantagens, sem
qualquer ressalva, do uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a evitar
o uso de embalagens plásticas.
d) o texto I ilustra o
posicionamento de fabricantes de embalagens plásticas, mostrando por que elas
devem ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento de consumidores comuns,
que buscam praticidade e conforto.
e) o texto I apresenta um alerta
a respeito da possibilidade de contaminação de produtos orgânicos e
industrializados decorrente do uso de plástico em suas embalagens; o texto II
apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e gratuitas.
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