Teste do 2º bimestre
Literatura
Serie: 6º ano
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas:
APRENDE A ESCREVER NA AREIA
Malba Tahan
(Lenda oriental)
(Lenda oriental)
Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas extensas
estradas que circulam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Ambos se
faziam acompanhar de seus ajudantes, servos e caravaneiros.
Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio,
barrento e impetuoso, em cujo seio a morte espreitava os mais afoitos e
temerários.
Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao
saltar, porém, de uma pedra, o jovem Mussa foi infeliz. Falseando-lhe o pé,
precipitou-se no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali
perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib.
Este, sem um instante de hesitação, atirou-se à
correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer a salvo o companheiro de
jornada.
- Que fez Mussa?
Chamou,
no mesmo instante, os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes gravassem na face
mais lisa de uma grande pedra, que perto se erguia, esta legenda admirável:
"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada,
Nagib salvou, heroicamente, seu amigo Mussa".
Isto feito, prosseguiram com suas caravanas pelos
intérminos caminhos de Allah.
Alguns meses depois, de regresso às terras,
novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio, naquele mesmo lugar
perigoso e trágico.
E, como se sentissem fatigados, resolveram repousar
algumas horas à sombra acolhedora do lajedo que ostentava bem no alto a honrosa
inscrição.
Sentados,
pois, na areia clara, puseram-se a conversar.
Eis que, por um motivo fútil, surge, de repente,
grave desavença entre os dois companheiros. Discordaram. Discutiram. Nagib,
exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou, brutalmente, o amigo. Que fez
Mussa? Que farias tu, em seu lugar? Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e,
tomando, tranqüilo, o seu bastão, escreveu na areia clara, ao pé do negro
rochedo:
"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada,
Nagib, por motivo fútil, injuriou, gravemente, o seu amigo Mussa".
Surpreendido com o estranho proceder, um dos
ajudantes de Mussa observou respeitoso:
- Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação
de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na pedra, o feito heróico. E agora, que
ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia
incerta, o ato de covardia! A primeira legenda, ó cheique, ficará para sempre.
Todos os que transitarem por este sítio dela terão
notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de areia, antes do cair da tarde,
terá desaparecido, como um traço de espumas entre as ondas buliçosas do mar. Respondeu
Mussa:
É que o benefício que recebi de Nagib permanecerá,
para sempre, em meu coração. Mas a injúria. . . Essa negra injúria... Escrevo-a
na areia, com um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer,
mais depressa, ainda, desapareça e se apague de minha lembrança!
- Assim é, meu amigo! Aprende a
gravar, na pedra, os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as
palavras de carinho, simpatia e estimulo que ouvires.
Aprende,
porém, a escrever, na areia, as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as
ironias que te ferirem pela estrada agreste da vida.
Aprende a gravar, assim, na pedra; aprende a
escrever, assim, na areia... e serás feliz !
1. Que
elementos do texto nos permitem deduzir que os amigos Mussa e Nagib têm uma
condição social elevada?
2. Com
que expressão personificada (com características humanas) o narrador acentua os
perigos do grande rio barrento e impetuoso?
3. Segundo
o narrador, a queda de Mussa foi causada por nervosismo, temor ou arrojamento?
Justifique.
4. O
que fez Mussa para que a lembrança da gratidão a Nagib não fosse efêmera
(passageira)?
5. Por
que Mussa gravou a injuria de Nagib na areia?
6.
Qual a situação final da narrativa? Ele
encerra a lição?
Leia o poema abaixo e responda as questões propostas
Ódio?
Ódio por ele? Não… Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida roubei todo o encanto…
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida roubei todo o encanto…
Que importa se mentiu? E se hoje o
pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já o bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não… não vale a pena…
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não… não vale a pena…
7.
Quem é o eu lírico, aquele que fala no poema?
8.
Segundo o texto, que sentimento seria de esperar que
ela tivesse pela pessoa que mentiu?
9.
Ela está disposta a sentir ódio ao amado? Por quê?
10. Que
solução, portanto, o eu lírico resolve dar a desilusão amorosa vivida?
PONTUAÇÃO
EXTRA
Veja
a tela abaixo de E.D. Siffert, denominada Imaginação.
Disponível
em: <http://www.siffertart.com/L_fantasia.html>. Acesso em: 09/05/2011.
1. No
centro dessa ilustração, observa-se uma menina atenta à leitura de um livro.
Que tipo de livro ela estaria lendo com tanto interesse?
2. Comente
a atitude da fada e do duende na ilustração.
3. Que
papel a imaginação desempenha na nossa vida?
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