Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Hildon Bandeira
Prova de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Produção
Textual
Professor: Marconildo Viegas
Aluno (a): ___________________________________ Turma: __________
Período: vespertino
As questões não podem ser rasuradas na Folha de Respostas.
Duração da Prova: 3 horas (já incluído o tempo destinado à
identificação e ao
preenchimento da FOLHA DE RESPOSTA)
LEIA COM ATENÇÃO
Confira a numeração das questões, antes de iniciar a prova. Em caso
de problemas de impressão, fale com o professor da sala para a imediata
substituição da prova.
Cada questão é composta por cinco itens numerados de I a V. Cada
item deverá ser julgado como CERTO ou ERRADO .
Preencha, na FOLHA DE RESPOSTA, a bolha correspondente ao seu
julgamento.
Após duas horas e trinta minutos do início da prova, o candidato
fica desobrigado a devolver esta prova.
Para responder às questões de 1 a 10, leia o TEXTO abaixo.
Tropeços: a graça e a
lógica de certos enganos na fala
O compenetrado pintor de paredes olhou
as grandes manchas que se expandiam por todo o teto do banheiro do nosso
apartamento, as mais antigas já negras, umas amarronzadas, outras esverdeadas,
pediu uma escada, subiu, desceu, subiu, apalpou em vários pontos e
deu seu diagnóstico:
— Não adianta pintar. Aqui tem muita
“humildade”.
Levei segundos para compreender que ele
queria dizer “umidade”. E consegui não rir. Durante a conversa, a expressão
surgiu outras vezes, não escapara em falha momentânea.
Há palavras que são armadilhas para os
ouvidos, mesmo de pessoas menos humildes. São captadas de uma forma,
instalam-se no cérebro com seu aparato de sons e sentidos — sons parecidos e
sentidos inadequados — e saltam frescas e absurdas no meio de uma conversa. São
enganos do ouvido, mais do que da fala. Como o tropeção de uma pessoa de boas
pernas não é um erro do caminhar, mas do ver.
Resultam muitas vezes formas hilárias. O
zelador do nosso prédio deu esta explicação por não estar o elevador automático
parando em determinados andares:
— O computador entrou em “pânico”.
Não sei se ele conhece a palavra “pane”.
Deve ter sido daquela forma que a ouviu e gravou. Sabemos que é “pane”, ele
assimilou “pânico” — a coisa que nomeamos é a mesma, a comunicação foi feita.
Tropeço também é linguagem.
O cheque bancário é frequentemente
vítima de um tropicão desses. Muita gente diz, no final de uma história de
esperteza ou de desacordo comercial, que mandou “assustar” um cheque. Pois
outro dia encontrei alguém que mandou “desbronquear” o cheque.
Linguagens — imagino a viagem que a
palavra “desbloquear” fez na cabeça da pessoa: a troca comum do “1” pelo “r”, a
estranheza que se seguiu, o acréscimo de um “n” e aí, sim, a coisa ficou
parecida com alguma coisa, bronca, desbronquear, sem bronca. Muita palavra com
status de dicionário nasceu assim.
Já ouvi de um mecânico que o motor do
carro estava “rastreando”, em vez de “rateando”. Talvez a palavra correta lhe
lembrasse rato e a descartara como improvável. “Rastrear” parecia ter melhor
raiz, traz aquela idéia de vai e volta e vacila, como quem segue um rastro...
Sabe-se lá. Há algum tempo, quando eu procurava um lugar pequeno para morar, o
zelador mostrou-me um quarto-e-sala “conjungal”.
Tem lógica, não? Muitos erros são
elaborações. Não teriam graça se não tivessem lógica.
A personagem Magda, da televisão, nasceu
deles. Muito antes, nos anos 70, um grupo de jornalistas, escritores e atores
criou Pônzio, personagem de mesa de bar que misturava sentidos das palavras
pela semelhança de sons. Há celebridades da televisão que fazem isso a sério.
Na Casa dos Artistas, uma famosa queria pôr um “cálcio” no pé da mesa. Uma
estrela da Rede TV! falou em “instintores” de incêndio. A mesma disse que certo
xampu tinha “Ph.D.” neutro.
Estudantes candidatos à universidade
também tropeçam nos ouvidos. E não apenas falam, mas registram seus equívocos.
Nas provas de avaliação do ensino médio apareceram coisas como “a gravidez do
problema”, “micro-leão-dourado” e, esta é ótima, “raios ultraviolentos”.
Crianças cometem coisas tais, para a
delícia dos pais. O processo é o mesmo: ouvir, reelaborar, inserir em uma
lógica própria e falar. Minha filha pequena dizia “água solitária”, em vez de
“sanitária”. A sobrinha de uma amiga, que estranhava a irritação mensal da tia
habitualmente encantadora, ouviu desta uma explicação que era quase uma
desculpa e depois a repassou para a irmã menorzinha:
— A tia Pat está “misturada”.
ÂNGELO,
Ivan. Tropeços: a graça e a lógica de certos enganos da fala. In: Veja:
São Paulo, 23 abr. 2003.
1. No texto, o autor comenta alguns tropeços que se observam na fala
de algumas pessoas. Com base nesses comentários, julgue as seguintes
assertivas:
I. Algumas palavras da língua constituem armadilhas exclusivamente
para pessoas não escolarizadas.
II. Os tropeços, como o uso da palavra humildade pelo pintor de
parede, comprometem seriamente a comunicação.
III. Os tropeços, em alguns casos, têm justificativa lógica, o que
reflete o seu processo de elaboração, como ocorre em sala-e-quarto conjungal.
IV. Os tropeços restringem-se aos usuários da língua que não têm
domínio da expressão escrita.
V. O uso inadequado de palavras, como assustar ou desbronquear
um cheque, constitui um problema no uso da língua, uma vez que não permite
que a comunicação se realize.
2. Considerando o ponto de vista de Ivan Ângelo acerca dos tropeços,
julgue as assertivas a seguir:
I. São resultantes de um ensino ineficiente, sobretudo na
universidade, incapaz de formar bem os educandos.
II. São, por vezes, graciosos e pertinentes, dando origem ao
aparecimento de algumas palavras no dicionário.
III. São marcas da ignorância dos usuários da língua, que desconhecem
totalmente o sentido das palavras.
IV. São usados pela televisão para levar o humor aos telespectadores.
V. São rechaçados por jornalistas e escritores os quais condenam todo
e qualquer problema que ameace a eficácia da língua.
3. No fragmento “Resultam muitas vezes formas hilárias.”
(linha 11), o termo destacado pode ser substituído por outros, sem alteração de
sentido. Considerando essa substituição, julgue os itens a seguir:
I. ilógicas. II. ineficazes. V. divertidas.
III. inadequadas. IV.
engraçadas.
4. Leia o fragmento:
“Estudantes candidatos à universidade também tropeçam nos
ouvidos. E não apenas falam, mas registram seus equívocos. Nas provas de
avaliação do ensino médio apareceram coisas como “a gravidez do problema”,
“micro-leão-dourado” e, esta é ótima, “raios ultraviolentos”. (linhas
33-35)
Considerando a postura do autor nesse fragmento, julgue as
assertivas a seguir:
I. Limita-se apenas a narrar situações de uso da língua falada e
escrita marcadas pelo humor.
II. Faz considerações acerca do uso da língua, expressando a sua
opinião.
III. Expõe seu ponto de vista de forma explícita.
IV. Usa o adjetivo ótima para elogiar o uso da língua em provas
do ensino médio.
V. Considera a expressão raios ultraviolentos como mais
hilária que as expressões a gravidez do problema e microleão-dourado.
5. Considerando o mecanismo de coesão textual no fragmento “Não
sei se ele conhece a palavra ‘pane’. Deve ter sido daquela forma que a ouviu e
gravou.” (linha 14), julgue as assertivas a seguir:
I. O pronome ele retoma a expressão “O zelador”. (linha
11)
II. A expressão daquela forma recupera o termo “pânico”, expresso
na fala do zelador. (linha 13)
III. O pronome a recupera a expressão “a palavra ‘pane’”.(linha
14)
IV. A expressão daquela forma não é um mecanismo de coesão
textual.
V. As formas pronominais ele e a têm como função evitar
a repetição dos termos a que elas se referem.
6. Há, no texto, a ocorrência do pronome relativo que com
valor explicativo. Considerando esse emprego,
julgue os fragmentos a seguir:
I. “Sabemos que é pane – ele assimilou pânico [...]” (linha
15)
II. “[...] a coisa que nomeamos é a mesma, a comunicação foi feita.”
(linhas 15-16)
III. “[...] – imagino a viagem que a palavra “desbronquear” fez na
cabeça da pessoa [...]” (linhas 19-20)
IV. “A sobrinha de uma amiga, que estranhava a irritação mensal da
tia habitualmente encantadora, ouviu desta uma
explicação [...]” (linhas 37-39)
V. “[...] ouviu desta uma explicação que era quase uma desculpa [...]”
(linhas 38-39)
7. Considerando a análise dos termos destacados em “Como o
tropeção de uma pessoa de boas pernas não é um erro do caminhar, mas do
ver.” (linha 10), julgue as assertivas a seguir:
I. O conectivo como introduz oração de valor comparativo.
II. O conectivo como inicia oração que expressa idéia de causa.
III. O conectivo mas inicia oração cuja ideia se opõe ao sentido
expresso na oração anterior.
IV. O conectivo mas pode ser retirado sem alterar o sentido do
fragmento.
V. Os conetivos como e mas podem ser substituídos,
respectivamente, por conforme e portanto, sem alterar o sentido
do fragmento.
8. O verbo ser é empregado na estrutura da voz passiva
analítica. Considerando-se esse uso, julgue as formas verbais destacadas nos
fragmentos a seguir:
I. .“Há palavras que são armadilhas [...]. São captadas
de uma forma, instalam-se no cérebro [...]” (linhas 7-8)
II. “São enganos do ouvido mais do que da fala.” (linhas
9-10)
III. “[...] – a coisa que nomeamos é a mesma, a
comunicação foi feita.” (linhas 15-16)
IV. “O cheque bancário é frequentemente vítima de um
tropicão desses.” (linha 17)
V. .“Muitos erros são elaborações.” (linha 27)
9. Acerca do termo assim no fragmento “Muita palavra com
status de dicionário nasceu assim.” (linha 22), julgue as assertivas a
seguir:
I. Refere-se ao verbo nascer, indicando-lhe circunstância de modo.
II. Retoma a expressão “com status”.
III. Exerce uma função adverbial.
IV. Indica que todas as palavras com status de dicionários originam-se
de equívocos dos falantes.
V. Funciona sintaticamente como complemento do verbo nascer.
10. Considerando o emprego do verbo haver em “Há palavras
que são armadilhas para os ouvidos, mesmo de pessoas menos humildes.” (linha
7), julgue as assertivas a seguir:
I. A forma verbal há pode ser substituída pela forma verbal existem,
mantendo-se a correção gramatical.
II. O verbo haver, nesse contexto, classifica-se como verbo
impessoal.
III. A forma verbal há pode vir flexionada na 3ª pessoa do
plural, mantendo-se a norma padrão da língua escrita.
IV. O verbo haver pode ser substituído pelo verbo existir,
sem alteração do sentido do fragmento.
V. O verbo haver, nesse contexto, pode ser substituído pelo
verbo ter, mantendo-se a norma padrão da língua escrita.
Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Hildon Bandeira
Prova de recuperação de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e
Produção Textual
Professor: Marconildo Viegas
Aluno (a): ___________________________________ Turma: __________
Período: vespertino
As questões não podem ser rasuradas na Folha de Respostas.
Número de Questões: 10 de Língua Portuguesa
Duração da Prova: 3 horas (já incluído o tempo destinado à
identificação e ao
preenchimento da FOLHA DE RESPOSTA)
LEIA COM ATENÇÃO
Confira a numeração das questões, antes de iniciar a prova. Em
caso de problemas de impressão, fale com o professor da sala para a imediata
substituição da prova.
Cada questão é composta por cinco itens numerados de I a V. Cada
item deverá ser julgado como CERTO ou ERRADO .
Preencha, na FOLHA DE RESPOSTA, a bolha correspondente ao seu
julgamento( ou ) a respeito de cada item das questões.
Após duas horas e trinta minutos do início da prova, o candidato
fica desobrigado a devolver este caderno de provas.
Para responder às questões de 1 a 10, leia o TEXTO
abaixo.
Falando difícil
Quando começam a ser ouvidas quase todo
dia palavras que ninguém ouvia antes, é bom prestar atenção — estão criando
confusão na língua portuguesa e raramente isso resulta em alguma coisa boa. No
mundo dos três poderes e da política em geral, por exemplo, fala-se cada vez
mais um idioma que tem cada vez menos semelhança com a linguagem de utilização
corrente pelo público. As preferências, aí, variam de acordo com quem está
falando. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, colocou no mapa a palavra
“escandalização”, à qual acrescentou um “do nada”, para escrever o noticiário
sobre o dossiê (ou banco de dados, como ela prefere) feito na Casa Civil com
informações incômodas para o governo anterior. Mais recentemente, o ministro
Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, contribuiu com o seu
“espetacularização”; foi a palavra, vinda de uma língua desconhecida, que
selecionou para manifestar seu desagrado quanto à colocação de algemas no
banqueiro Daniel Dantas, durante as operações da Polícia Federal, que lhe
valeram o desconforto de algumas horas na prisão.
“Obstaculização”, “fulanização” ou
“desconstitucionalização” são outras das preferidas do momento — sendo certo
que existe, por algum motivo, uma atração especial por palavras que acabam em
“zação”.
O ministro Tarso Genro, da Justiça,
parece ser o praticante mais entusiasmado desse tipo de linguagem entre as
autoridades do governo. Poucas coisas, hoje em dia, são tão difíceis quanto
pegar o ministro Genro falando naquilo que antigamente se chamava “português
claro”. Ele já falou em “referência fundante”, “foco territorial etário”,
“escuta social orgânica articulada”, entre outras coisas igualmente alarmantes;
na semana passada, a propósito da influência do crime organizado nas eleições
municipais do Rio de Janeiro, observou que “a insegurança já transgrediu para a
questão eleitoral”. É curioso, uma vez que, como alto dirigente do Partido dos
Trabalhadores, deveria se expressar com palavras que a média dos trabalhadores
brasileiros conseguisse entender. Que trabalhador, por exemplo, saberia o que
quer dizer “referência fundante”? Mas também o PT, e não só o ministro Genro,
gosta de falar enrolado. Seus líderes vivem se referindo a “políticas”, que em
geral são “estruturantes”; dizem que isso ou aquilo é “pontual”, e assim por
diante. “Políticas”, no entendimento comum da população, são mulheres que se
dedicam à política; a senadora Ideli Salvatti ou a ex-prefeita Marta Suplicy,
por exemplo, são políticas. “Pontual”, da mesma forma, é o cidadão que chega na
hora certa aos seus compromissos.
Fazer o quê’? As pessoas acham que esse
palavreado as torna mais inteligentes, ou mais profissionais.
Conseguem, apenas, tornar-se confusas,
ou simplesmente bobas.
As coisas até que não estariam de todo
mal se só os habitantes do mundo oficial falassem nesse patoá. Mas a história
envolve muito mais gente boa, e muito mais do que apenas falar complicado — o
que ela mostra, na verdade, é que o português está sendo tratado a pedradas no
Brasil. O problema começa com a leitura. O presidente Luiz lnácio Lula da
Silva, por exemplo, vive se orgulhando de não ler livros — algo que considera,
além de chato, como um certificado de garantia de suas origens populares.
Lula ficaria surpreso se soubesse quanta
gente na elite brasileira também não lê livro nenhum — ou então lê pouco, lê
livros ruins ou não entende o que lê. Muitos brasileiros ricos, como
empresários, altos executivos e profissionais de sucesso, têm, sabidamente,
problemas sérios na hora de escrever uma frase
com mais de vinte palavras. Escrevem errado, escrevem mal ou não
dá para entender o que escrevem — ou, mais simplesmente, não escrevem nada. No
mesmo caminho vão professores, do primário à universidade, artistas,
profissionais liberais, cientistas, escritores, jornalistas — que já foram
definidos, por sinal, como indivíduos que desinformam, deseducam e ofendem o
vernáculo.
O mau uso do português resulta em
diversos problemas de ordem prática, o primeiro dos quais é entender o que se
escreve. Não é raro, por exemplo, advogados assinarem petições nas quais não
conseguem explicar direito o que, afinal, seus clientes estão querendo — ou
juízes darem sentenças em português tão ruim que não se sabe ao certo o que
decidiram. Há leis, decretos, portarias e outros documentos públicos
incompreensíveis à primeira leitura, ou mesmo à segunda, à terceira e a quantas
mais vierem. Não se sabe, muitas vezes, que linguagem foi utilizada na redação
de um contrato. Os balanços das sociedades anônimas, publicados uma vez por
ano, permanecem impenetráveis.
Há mais, nisso tudo, do que dificuldades
de compreensão. A escritora Doris Lessing, prêmio Nobel de Literatura de 2007,
diz que, quando se corrompe a linguagem, se corrompe, logo em seguida, o
pensamento. É o risco que se corre com o português praticado atualmente no
Brasil de terno, gravata e diploma universitário.
GUZO,
J. R. Falando difícil. In: Veja: São Paulo, ano 41, nº31. 06 de agosto
de 2008.
1. No texto, o autor faz considerações acerca da linguagem. Com base
nessas considerações, julgue as assertivas a seguir:
I. A fala, no âmbito dos poderes públicos, e da política, assume
feição bem própria, distanciando-se da maneira comum do falar do público.
II. A linguagem utilizada por políticos e parlamentares mostra-se cada
vez mais cuidada, por expressar a forma de comunicação de pessoas cultas.
III. O rebuscamento vocabular do Ministro Tarso Genro é uma exigência
do cargo, representante da alta esfera do governo.
IV. O processo de criação de novas palavras nem sempre é bem-vindo,
uma vez que, na maioria das vezes, pode causar problema na comunicação.
V. A escolha de palavras ou expressões por parte dos políticos e
parlamentares representa a necessidade de se criar uma língua que identifique
essas categorias na sociedade brasileira.
2. O autor titula seu texto com a frase Falando difícil.
Considerando a sua argumentação acerca do “falar difícil”, julgue as assertivas
a seguir:
I. Apenas os políticos cometem o erro de se expressar com palavreado
difícil, pois os demais segmentos
da sociedade primam pela clareza na comunicação.
II. Apenas os professores, do ensino fundamental à universidade,
mantêm o respeito à língua, evitando esse tipo de uso da linguagem.
III. Artistas, escritores e jornalistas, mesmo dando asas à imaginação,
seguem rigorosamente as normas de uso da língua, revelando um apreço ao seu
idioma.
IV. Tanto as autoridades do governo, como as citadas no texto, quanto
outros cidadãos, que se destacam no mundo empresarial, estão se descuidando de
sua língua materna.
V. O ato de falar difícil impressiona o público, por isso deve ser
uma norma a ser seguida por aqueles que vivem em contato com o público.
3. Segundo o autor, “[...] o português está sendo tratado a
pedradas no Brasil.” (linha 31) e isso é consequência de alguns fatores. Em
relação a essa questão, julgue as assertivas seguintes:
I. O descaso com a leitura, exclusivo daqueles que são analfabetos,
tem comprometido o uso da língua e da comunicação.
II. Os professores, até mesmo os universitários, a exemplo de
políticos, empresários e profissionais liberais, usam inadequadamente a língua,
gerando problemas de compreensão.
III. A elite brasileira, em número expressivo, apresenta dificuldades
que se referem ao domínio da leitura e da escrita.
IV. O português, falado e escrito atualmente no Brasil, está fadado à
preferência do usuário que o modifica arbitrariamente, causando problemas
sérios de compreensão.
V. O português é uma língua viva, e, por isso, está sujeito a
“modismos”, o que é salutar para a geração atual e futura.
4. Considerando as tipologias textuais presentes no texto, julgue as
assertivas a seguir:
I. O uso recorrente de sequências narrativas reforça a tese defendida
pelo autor.
II. O uso recorrente de sequências explicativas constitui um recurso
da argumentação.
III. O emprego de sequências descritivas constitui uma falha da
argumentação.
IV. O uso de sequências argumentativas contribui para a sustentação da
tese defendida pelo autor.
V. O uso recorrente de sequências narrativo-descritivas prejudica a
argumentação do texto.
5. Leia:
“Mas também o PT, e não só o ministro Genro, gosta de
falar enrolado.” (linhas 22-23) Considerando a análise da expressão
destacada no fragmento, julgue as assertivas seguintes:
I. Introduz oração que nega radicalmente o enunciado anterior.
II. Expressa circunstância de condição, ressaltando que o PT também
gosta de falar enrolado.
III. Introduz argumento que reafirma a ideia de que políticos usam a
linguagem de forma enrolada.
IV. Inicia um novo argumento que contraria a ideia de que os políticos
não usam adequadamente a língua.
V. Expressa inclusão, possibilitando a continuidade do ponto de vista
do autor acerca do uso da língua pelos políticos.
6. O conectivo que, entre outras funções, aparece no texto com
valor restritivo. Considerando esse valor, julgue os fragmentos a seguir:
I. “Quando começam a ser ouvidas quase todo dia palavras que
ninguém ouvia antes, [...]” (linha 1)
II. “[...] fala-se cada vez mais um idioma que tem cada vez menos
semelhança com a linguagem de utilização corrente pelo público.” (linhas
3-4)
III. “Poucas coisas, hoje em dia, são tão difíceis quanto pegar o
ministro Tarso Genro naquilo que antigamente se chamava ‘ português claro’.”
(linhas 15-16)
IV. “[...] a propósito da influência do crime organizado nas
eleições municipais do Rio de Janeiro, observou-se que a insegurança já
transgrediu para a questão eleitoral.” (linhas 18-19)
V. “ ‘Políticas’, no entendimento comum da população, são mulheres
que se dedicam à política; [...]” (linhas 24-25)
7. Considerando a mesma regência da forma verbal destacada em “Quando
começam a ser ouvidas quase todo dia palavras que ninguém ouvia antes,
[...]” (linha 1), julgue os verbos destacados nos fragmentos a seguir:
I. “[...]são mulheres que se dedicam à política;
[...]” (linhas 24-25)
II. “As pessoas acham que esse palavreado as torna
mais inteligentes, ou mais profissionais.” (linha 27)
III. “Lula ficaria surpreso se soubesse quanta gente
na elite brasileira também não lê livro nenhum –” (linha 34)
IV. “O mau uso do português resulta em diversos
problemas de ordem prática, [...]” (linha 41)
V. “Os balanços das sociedades anônimas, publicados uma vez por
ano, permanecem impenetráveis.” (linhas 46-47)
8. Há, no texto, registro de uso do verbo na voz passiva.
Considerando esse uso, nas formas destacadas abaixo, julgue os fragmentos a
seguir:
I. “As preferências, aí, variam de acordo com quem está
falando.” (linhas 4-5)
II. “Seus líderes vivem se referindo a políticas, que em geral são
estruturantes.” (linhas 24-25)
III. “Conseguem, apenas, tornar-se confusas , ou
simplesmente bobas.” (linha 28)
IV. “[...] – o que ela mostra é que o português está sendo
tratado a pedradas no Brasil.” (linhas 30-31)
V. “Não se sabe, muitas vezes, que linguagem foi utilizada na
redação de um contrato.” (linha 46)
9. Considerando o uso dos conectivos destacados no fragmento “A
escritora Doris Lessing, prêmio Nobel de Literatura de 2007, diz que, quando
se corrompe a linguagem, se corrompe, logo em seguida,
o pensamento. (linhas 48-50), julgue as assertivas a seguir:
I. O conectivo quando e a expressão logo em seguida introduzem
orações que expressam ideia, respectivamente, de tempo e de conclusão.
II. O conectivo quando e a expressão logo em seguida estabelecem
relação de temporalidade entre as orações.
III. O conectivo quando pode ser substituído pelo conectivo sempre
que, mantendo-se a mesma circunstância.
IV. A expressão logo em seguida pode ser substituída pela
conjunção portanto, sem alteração do sentido do fragmento.
V. A expressão logo em seguida modifica a forma verbal “corrompe”,
indicando-lhe circunstância de tempo.
10. Leia:
“É curioso, uma vez que, como dirigente do Partido dos
Trabalhadores, deveria se expressar com palavras que a média dos trabalhadores
brasileiros conseguisse entender.” (linhas 19-21) Considerando a concordância das formas
verbais nesse fragmento, julgue as assertivas a seguir:
I. O uso da forma verbal deveria constitui um desvio da norma
padrão da língua escrita, visto que não concorda com o seu sujeito.
II. A forma verbal deveria poderá ser flexionada no plural,
estabelecendo a concordância com o termo trabalhadores.
III. A forma verbal conseguisse está flexionada no singular,
concordando com o sujeito a média dos trabalhadores brasileiros. .
IV. A forma verbal conseguisse poderá flexionar-se também no
plural, mantendo-se a concordância com a expressão trabalhadores brasileiros
V. O uso das formas verbais deveria e conseguisse está
de acordo com a norma padrão da língua escrita.
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