Professor
Marconildo Viegas
|
Disciplina
Literatura
|
Bimestre
2º
|
Data
_____/_____/____
|
Recuperação
Conte
até dez
Thomas Jefferson é frequentemente citado
com uma das figuras mais importantes da história americana. Autor da Declaração
da Independência Americana e terceiro presidente dos Estados Unidos, Jefferson
é apontado como grande negociador. Foi ele, por exemplo, que negociou com
Napoleão Bonaparte a compra de uma área de terra que pertencia à França,
chamada Lousiania, que foi anexada aos Estados Unidos, quase dobrando seu
território da época.
A respeito de sua capacidade de lidar
com pessoas diferentes e de chegar a bons acordos políticos, Thomas Jefferson
construiu uma frase que vale por um tratado de relações humanas:
- Se ficar zangado, conte até dez
antes de dizer qualquer coisa. Se não tiver se acalmado, conte até cem; e se
não se tiver acalmado depois disso, conte até mil.
A grande simplicidade desse conselho
é meio desconcertante, pois é desproporcional à verdade que ele contém. Muito
já se falou sobre a dificuldade que as pessoas têm em manter a serenidade
durante uma discussão ou um momento difícil. E muitos estragos já foram feitos
por causa dessa dificuldade. Catástrofes no capítulo das relações humanas
poderiam ter sido evitadas se as pessoas usassem a prerrogativa do tempo entre
o estímulo e a reação.
A inteligência interpessoal é composta por
pelo menos quatro características: capacidade para compreender as pessoas,
facilidade para fazer e conservar amizades, habilidade para resolver conflitos
e aptidão para exercer liderança. A intrapessoal constrói uma autoapreciação
saudável, com influência sobre o amor próprio. É nesse ponto que a ciência que
estuda a inteligência começa a sentir falta de algo mais para explicar melhor
ao homem como ele funciona.
Pense antes de agir
A teoria das inteligências ganhou espaço na psicologia após a
década de setenta do século passado. Antes disso as atenções estavam voltadas para
o que podia ser observado por fora: o comportamento – daí o behaviorismo. A
ciência cognitiva (ciência do pensamento) veio para propor uma maneira de
interferir no comportamento “de dentro para fora”. Estava estabelecida a
dobradinha pensamento-comportamento. Mas faltava mais um parceiro nesse time: o
emocional.
As palavras que utilizamos para transmitir as ideias são
paridas pela razão, mas fecundadas pela emoção pois, bem lá no fundo, o homem
está sempre obedecendo à sua ambição biológica de buscar o prazer e de evitar o
sofrimento. E essas necessidades são vassalas no reino onde os monarcas são as
emoções. Sim, a comunicação humana é um fenômeno primordialmente emocional. A
palavra pode ser racional, mas o tom da voz é emoção pura, e é ela que comunica
de verdade.
Uma palavra elogiosa pode soar como uma
ofensa grave se for pronunciada como tal. E a ofensa estará consumada.
Portanto, à medida que discussões se acaloram, que tons de voz sobem, que faces
se enrubescem, que paciências se esgotam, cuidado. Está na hora de usar o tempo
a seu favor. Demore mais para responder.
Quando alguém diz “conte até dez” está na
verdade utilizando uma metáfora. O que realmente está querendo dizer é “pense
antes de responder” ou “não se deixe dominar pela raiva”, ou ainda “não
estrague tudo deixando a amigdala responder por você, pois ela não conhece todo
o quadro, só a pincelada do perigo e do ódio”.
No mundo animal, a vítima é o bicho
lento que não controla os movimentos. No mundo humano, a vítima é a pessoa
rápida que não controla as palavras. Kant uma vez disse que a paciência pode
ser a fortaleza para os fracos, assim como a impaciência pode se transformar na
fraqueza dos fortes.
Situações não controladas, palavras
mal postas, respostas impensadas resultam em perigosas consequências, seja pelo
desconforto que produzem, seja pelo legado que deixam, pois uma vez proferidas,
as palavras não voltam, assim como o flecha que sai do arco não mais pode ser
detida.
Conta uma fábula que o pai de um
jovem de temperamento difícil deu-lhe certa feita um saco de pregos, um martelo
e uma ordem: cada vez que perdesse a paciência deveria pregar um prego na cerca
dos fundos da casa. No primeiro dia foram trinta e sete, mas com o tempo foram
diminuindo, pois ele foi percebendo que era melhor controlar os impulsos do que
pregar pregos. Até que chegou o dia em que, orgulhoso, relatou ao pai que não
precisava mais pregar, pois aprendera a controlar-se.
O pai então lhe disse para retirar um
prego a cada dia que se mantivesse controlado. Após um tempo, o jovem informou
ao pai de sua grande vitória: não havia mais pregos a retirar. O pai sorriu,
mas convidou o filho a acompanhá-lo aos fundos da casa. Enquanto ambos olhavam
para a cerca, o pai perguntou: “e agora o que você vai fazer para apagar as
marcas deixadas pelos pregos?”
Palavras sempre deixam marcas, e ás
vezes não nos orgulhamos delas. Sempre é melhor contar até dez.
Disponível em: <http://eugeniomussak.com.br/minhas-ideias/o-que-escrevi/artigo/reflexoes/page/2/>. Acesso em 27 de maio de 2012.
1.
Por
que o autor da frase Contar até dez precisava tanto saber controlar suas
emoções?
a)
Ele
foi uma pessoa importante na sociedade e precisava sempre tomar muitas decisões
importantes e controlar as emoções.
b)
Ele
foi uma pessoa da sociedade e precisa
pensar na sua carreira e vivia muito estressado.
2.
Segundo
o autor do texto, muitas catástrofes nas relações humanas poderiam ter sido
evitadas se as pessoas pensassem e esperassem antes de reagir a determinado
estímulo. Quais catástrofes são essas?
a)
As
guerras, ataques a determinados países, assassinatos, crimes premeditados e
aqueles que acontecem quando alguém age sem pensar, por impulso.
b)
As
leituras que as pessoas tem sobre assassinatos a fazem de jeito que algo
acontece quando alguém age sem pensar, por impulso.
3.
Quais
são as inteligências que estão em alta na atualidade?
a)
A
intrapessoal e a interpessoal.
b)
A
extrapessoal e a hiperpessoal.
4.
Esse
texto é um artigo de opinião, porque:
a)
É
um texto jornalístico que se caracteriza pela exposição de um ponto de vista
sobre determinado assunto, no caso do texto Ler é o melhor remédio para a alma.
b)
É
um texto jornalístico que se caracteriza pela exposição de um ponto de vista
sobre determinado assunto, no caso do texto A Alma é o melhor remédio para se
ler.
Leia
o texto abaixo e responda:
“A vegetação é fundamental para
evitar deslizamentos e enchentes. O assoreamento do rio nada mais é que a terra
que saiu de suas margens e foi para o leito, porque não tem vegetação para
segurar, atuando como esponja. Com isso, o rio fica mais raso e transborda com
facilidade”.
Disponível em: <http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/print.asp?cod_noticia=9886&cod_canal=38>.
Acesso em: 28 de maio de 2012.
5. Qual é o principal problema dos
rios?
a) O assoreamento, a poluição e a
degradação ambiental.
b) O barrronamento, a boa situação
ambiental e a poluição.
Leia
o texto abaixo
Cena
13
Sala de aula. Isabel, Rosana, professor de Português e
alunos. Outra vez o movimento de estudantes entrando em classe. Rosana encontra
Isabel e está aflita.
Rosana
- Isabel! Onde você andou? Procurei por você o recreio inteiro! Seu rosto está
vermelho... O que houve?
Isabel
- Nada... acho que estou resfriada, Rosana. Na saída, eu vou com você até o
ponto de ônibus. Tenho uma coisa pra te contar que vai deixar você muito feliz.
Rosana
- E eu também, Isabel, eu também tenho uma coisa linda pra te contar!
Isabel
- Agora fique quieta que a aula é de
Português. Ouvi dizer que esse professor é terrível!
Rosana
- Para você ele deve ser fichinha, Isabel. Você é a recordista de notas dez em
redação!
Entra o professor de Português. Os alunos calam-se. O
professor tem um ar muito severo. Não é de brincadeiras, ao contrário da
professora de Física.
Professor
- Muito bem, jovens, vamos nos apresentar. Eu sou o seu professor de Português.
Como eu sou, vocês logo vão ficar sabendo. Comigo basta pensar. Basta
trabalhar, e muito. Se vocês forem assim, vamos nos dar muito bem. Mas hoje eu
quero conhecer vocês. Para isso, vamos fazer uma redação. Pelo texto de vocês,
vou poder separar quem sabe pensar daqueles que ainda estão na escala mais
baixa da evolução. Vamos lá. Papel e lápis na mão. Uma redação de aquecimento.
Tema livre. Podem soltar-se e mostrar o que existe dentro da cabeça de cada um.
Eu só aviso que, para mim, um erro de concordância é o mesmo que empurrar
escada abaixo a cadeira de rodas de uma velhinha. Com a velhinha em cima!
Rosana fica apavorada, pois é péssima aluna de Português e
redige mal. Isabel nota seu desespero. Faz um sinal de calma para a amiga e
põe-se a redigir furiosamente. Logo, passa disfarçadamente a folha escrita para
Rosana.
Isabel
- Pegue. Copie com sua letra.
A partir deste momento, como na aula de Física, todos os
atores ficam imóveis e Isabel fala seus pensamentos. Só escreve quando diz a
frase: “Quando você me beijou...”
Isabel
- Idiota que fui. Pensar que Cristiano pudesse se apaixonar por mim, por mim, a
gorducha... Quando você me beijou... Pensar que Cristiano poderia ler nos meus
olhos, através dos óculos, e enxergar lá dentro toda a paixão da gorducha iludida...
Quando você me beijou... Apaixonar-se pela desengonçada, pela feiosa
piadista... Ah, que piada! Com o rostinho de Rosana à frente... com o corpinho
de Rosana nos braços... nem pensar! Quando você me beijou... Burra! O que
Cristiano poderia encontrar em mim? A espinha amarela no nariz, como um aríete
de pus abrindo caminho rumo à solidão? Quando você me beijou... O que ele
veria? O que todos veem, além da gorducha iludida, da feiosa cretina? Fernando
tem razão. Eu acredito em tudo, como uma cretina. Acreditei até que Cristiano
poderia me amar. Cretina! Acreditei até naquele beijo... Quando você me
beijou... Cristiano...
Chora. Se possível, a plateia deve perceber que ela está
lavada em lágrimas. E que as lágrimas pingam no papel.
Professor
- Muito bem, classe, podem parar. Já deu tempo para colocar no papel o que tem
dentro de suas cabeças. Se é que tem alguma coisa dentro de suas cabeças.
Isabel! Quem é Isabel?
Isabel - Sou eu.
Professor - Meu colega do oitavo ano elogiou muito seus
textos, Isabel. Quero começar por ele. Pode entregá-lo para mim?
Isabel
entrega-lhe o papel. O professor começa a ler e fica surpreso.
Professor
- O que é isto? Quando você me beijou, quando você me beijou, quando você me
beijou... Há apenas a mesma frase escrita várias vezes!
Isabel
- É um poema concreto, professor, Assim como “Uma pedra é uma pedra”, do
Carlos
Drummond de Andrade. O leitor deve completar o poema de acordo com suas
próprias experiências, de acordo com suas lembranças de um beijo de amor...
Risadinhas discretas dos alunos. O professor ergue um olhar
duro, controlador, para toda a classe. Alunos calam-se.
Professor
- Uma explicação hábil. Hábil e espirituosa, Isabel. Mas que não passa de uma saída
para desculpar a preguiça. A preguiça e a falta de respeito... E isto? Que marquinha
redonda é esta? Parece a marca de uma lágrima...
Disponível em: http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/contos/a_marca_de_uma_lagrima.pdf>. Acesso em 28 de maio de 2012.
6. Que
elementos da linguagem teatral estão indicados no texto?
a)
Os diálogos, o cenário, as poesias, as declamações.
b) O
cenário, a entrada das personagens, a reações, os diálogos, as rubricas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário