Prova
Bimestral
Serie: 1º ano
Tipo A
“Sou mulher e escrevo. Sou plebeia e sei ler.
Nasci serva e sou livre. Vi na minha vida coisas maravilhosas. Fiz na minha
vida coisas maravilhosas. Durante algum tempo o mundo foi um milagre. Depois a
escuridão voltou. A pena estremece entre os meus dedos cada vez que o aríete
investe contra a porta. Um portão sólido de metal e madeira que não tardará a
ficar em pedaços. Pesados e suados homens de ferro amontoam-se à entrada. Vêm
buscar-nos. As Boas Mulheres rezam. Eu escrevo. É a minha maior vitória, a minha
maior conquista, o dom de que me sinto orgulhosa; e embora as palavras estejam
a ser devoradas pelo grande silêncio, constituem hoje a minha única arma. Com
as pancadas, a tinta continua a estremecer no tinteiro, também ela assustada. A
sua superfície encrespa-se como a de um pequeno lago tenebroso. Mas depois
aquieta-se inexplicavelmente. Levanto a cabeça esperando o empurrão que não
chega. O aríete parou. As Perfeitas também pararam o zumbido das suas orações.
Será que os cruzados conseguiram aceder ao castelo? Julgava-me preparada para
este momento, mas não estou.”
Disponível em: <http://a-papoila.blogspot.com.br/2007/10/histria-do-rei-transparente-leitura-de.html>. Acesso em: 19 de
mar de 2012.
1. Qual é o acontecimento central do
trecho?
a) A invasão do Atacadão dos Eletros.
b) A invasão do castelo.
2. Que sentimento toma conta da
narradora-personagem nesse momento?
a) Medo.
b) Alegria
3. Que referências no texto podem ajudar
o leitor a identificar que os fatos narrados ocorreram na Idade Media?
a) Castelo, aríete, pena.
b) Castelo, mulheres fazendo trabalho,
cruzados.
Leia
o texto abaixo e responda o que se pede:
A triste história de uma galinha preta
Moacyr
Scliar escreve um texto de ficção baseado em matérias publicadas no jornal.
Estudante atira galinha preta viva em Marta Suplicy. Cotidiano, 12.ago.2003
Era uma galinha preta, e era uma
galinha triste. Triste porque galinha, claro --estamos falando de aves nervosas
cujo cacarejo traduz uma instabilidade emocional desconhecida na espécie
humana--, mas triste sobretudo porque preta. Se vivesse só entre galináceos, a
galinha não se importaria com sua cor, ainda que esta contrastasse com as
multicoloridas penas de suas colegas; mas, criada no meio de humanos, a pobre
sabia do estigma que carregava. Preta, tinha seu destino traçado: mais cedo ou
mais tarde seria sacrificada naquele ritual conhecido como despacho.
A certeza dessa morte perturbava
profundamente a pobre criatura. Diferente de suas colegas, recusava-se a botar
ovos; e quando lhe perguntavam por que rejeitava a maternidade, respondia que
não queria deixar pintinhos órfãos no mundo. Pela mesma razão, fugia dos galos;
um deles mostrava-se até apaixonado e fazia-lhe propostas, mas a galinha as
recusava: quem está condenada, dizia, não pode entregar-se ao amor.
A galinha preta não sabia o que o
futuro lhe reservava.
Um dia, mãos vigorosas agarraram-na.
Pronto, pensou, chegou minha hora. Achou que ia ser levada a uma encruzilhada
qualquer, para o tão temido sacrifício; em vez disso, transportaram-na até um
recinto que estava cheio de jovens. Uma senhora discursava ali e a galinha,
aturdida, já se perguntava o que iria acontecer quando, de súbito, jogaram-na
contra a oradora.
Foi um momento de glória, de inesperada
glória. Por um instante, dezenas de olhos acompanharam sua trajetória; no curto
trajeto entre a mão contestadora e a figura feminina que, para muitos ali,
encarnava o poder, a galinha era o foco de todas as atenções. Outras bateriam
as asas, outras cacarejariam de susto; não a galinha preta. Inesperadamente
transformada em projétil, ela só esperava estar à altura do papel que a
história lhe designara.
O alvo não foi atingido, a galinha caiu
no chão, estabeleceu-se a maior confusão, com gente correndo de um lado para
outro. Ela refugiou-se em um canto e ali ficou, até que caiu a noite. Tudo
calmo, tudo quieto, saiu do esconderijo e dirigiu-se para a rua. Era outra
galinha: orgulhosa, impávida, avançava sem temor, gozando a glória
recém-adquirida.
Pela calçada vinham caminhando dois
homens, pobres, esfarrapados. A galinha mirou-os, altaneira. Esperava que se
afastassem, que lhe abrissem respeitosamente caminho. Não foi isso que
aconteceu. Os dois se olharam e, como que agindo de comum acordo, jogaram-se
sobre a galinha.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.
4. Identifique no texto as
características da galinha-personagem.
a) Ela é triste e solitária e condenada a
um destino terrível: o despacho.
b) Ela está feliz por passear na cidade
de cabeça erguida.
5. Esse texto é literário ou não
literário? Justifique.
a) É literário, porque usa linguagem
conotativa.
b) Não literário, porque se usa linguagem
denotativa.
Leia
o texto abaixo e responda:
6. Esse texto é uma literatura de cordel
porque:
a) Porque tem rimas e seus versos são de
redondilhas maior e menor.
b) Porque tem rimas e seus versos são
alexandrinos e decassílabos.
Leia o texto
abaixo e responda:
De
acordo com o texto acima (verbal e não verbal), marque um X na resposta correta
a questão que se segue:
7. O texto aborda que temática (assunto):
a) Ambiental b) Político c)Bélico (guerra)
Leia o texto e responda:
A ARTE DE SER FELIZ
Cecília Meireles
HOUVE um tempo em que
a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da
janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem
com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as
plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente
feliz.
MAS, quando falo
dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem
que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e
outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Disponível em: <http://natrodrigo.wordpress.com/category/cecilia-meireles/>. Acesso em 18 de mar de 2012.
8. No verso: “HOUVE
um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de
giz”. Por que a cidade
parecia ser de giz?
a) Porque era no inverno e se usa uma
metáfora.
b) Porque era no inverno e se usa uma
catacrese.
Leia
o texto abaixo e responda:
9. Faça a Metrificação (mínimo de 4
verso) da poesia A estrela, de Manuel Bandeira.
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