Prova
Bimestral
Serie: 1º ano
Tipo A
Leia o texto
abaixo e responda
"Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta,
contato denso; falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do
sertão; falo somente por quem
falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo:
para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no
Nordeste."
1. Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
(A) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor
deve denunciar o fato social para determinados leitores.
(B) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.
(C) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
(D) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.
(E) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
(B) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.
(C) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
(D) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.
(E) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
Leia
o texto abaixo e responda o que se pede:
A triste história de uma galinha preta
Moacyr
Scliar escreve um texto de ficção baseado em matérias publicadas no jornal.
Estudante atira galinha preta viva em Marta Suplicy. Cotidiano, 12.ago.2003
Era uma galinha preta, e era uma
galinha triste. Triste porque galinha, claro --estamos falando de aves nervosas
cujo cacarejo traduz uma instabilidade emocional desconhecida na espécie
humana--, mas triste sobretudo porque preta. Se vivesse só entre galináceos, a
galinha não se importaria com sua cor, ainda que esta contrastasse com as
multicoloridas penas de suas colegas; mas, criada no meio de humanos, a pobre
sabia do estigma que carregava. Preta, tinha seu destino traçado: mais cedo ou
mais tarde seria sacrificada naquele ritual conhecido como despacho.
A certeza dessa morte perturbava
profundamente a pobre criatura. Diferente de suas colegas, recusava-se a botar
ovos; e quando lhe perguntavam por que rejeitava a maternidade, respondia que
não queria deixar pintinhos órfãos no mundo. Pela mesma razão, fugia dos galos;
um deles mostrava-se até apaixonado e fazia-lhe propostas, mas a galinha as
recusava: quem está condenada, dizia, não pode entregar-se ao amor.
A galinha preta não sabia o que o
futuro lhe reservava.
Um dia, mãos vigorosas agarraram-na.
Pronto, pensou, chegou minha hora. Achou que ia ser levada a uma encruzilhada
qualquer, para o tão temido sacrifício; em vez disso, transportaram-na até um
recinto que estava cheio de jovens. Uma senhora discursava ali e a galinha,
aturdida, já se perguntava o que iria acontecer quando, de súbito, jogaram-na
contra a oradora.
Foi um momento de glória, de inesperada
glória. Por um instante, dezenas de olhos acompanharam sua trajetória; no curto
trajeto entre a mão contestadora e a figura feminina que, para muitos ali,
encarnava o poder, a galinha era o foco de todas as atenções. Outras bateriam
as asas, outras cacarejariam de susto; não a galinha preta. Inesperadamente
transformada em projétil, ela só esperava estar à altura do papel que a
história lhe designara.
O alvo não foi atingido, a galinha caiu
no chão, estabeleceu-se a maior confusão, com gente correndo de um lado para
outro. Ela refugiou-se em um canto e ali ficou, até que caiu a noite. Tudo
calmo, tudo quieto, saiu do esconderijo e dirigiu-se para a rua. Era outra
galinha: orgulhosa, impávida, avançava sem temor, gozando a glória
recém-adquirida.
Pela calçada vinham caminhando dois
homens, pobres, esfarrapados. A galinha mirou-os, altaneira. Esperava que se
afastassem, que lhe abrissem respeitosamente caminho. Não foi isso que
aconteceu. Os dois se olharam e, como que agindo de comum acordo, jogaram-se
sobre a galinha.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.
E aí, como diria Clarice Lispector, mataram-na, comeram-na, e passaram-se anos.
2.
Identifique
no texto as características da galinha-personagem.
a) Ela é triste e solitária e condenada a
um destino terrível: o despacho.
b) Ela está feliz por passear na cidade
de cabeça erguida.
3.
Esse
texto é literário ou não literário? Justifique.
a) É literário, porque usa linguagem
conotativa.
b) Não literário, porque se usa linguagem
denotativa.
Leia
o texto abaixo
O artista e a lâmpada
Lembro-me de que certa noite – eu
teria uns quatorze anos, quando muito –
encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica
à cabeceira da mesa de operações, enquanto um
médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam
“carneado”. [...]
Apesar do horror e da náusea,
continuei firme onde estava, talvez
pensando assim: se esse caboclo pode aguentar
tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta
lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses
talhos e salvar essa vida?
Desde que, adulto, comecei a escrever
romances, tem-me animado até hoje a
ideia de que o menos que o escritor pode
fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre
a realidade de seu mundo, evitando que
sobre ela caia a escuridão (...)
Sim, segurar a lâmpada, a despeito da
náusea e do horror.
Se não tivermos uma lâmpada elétrica,
acendamos o nosso toco de vela ou, em último
caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de nosso
posto.
(Érico Veríssimo. Solo de clarineta.
Porto Alegre: Globo, 1978, :
Vozes, 2003, v. 1. (Fragmento).
4.
A
Literatura constitui uma das manifestações artísticas do Homem. Como arte, a Literatura tem como
função a representação do belo e a provocação da emoção estética. No entanto, no texto de Érico
Veríssimo, fica evidente a intenção do
autor de ressaltar outras funções da
Literatura, como, por exemplo, a função de:
1)
persuadir os leitores acerca da importância social das informações autobiográfica.
2)
levar os leitores a refletiram sobre suas
responsabilidades sociais e coletivas.
3)
criar valores simbólicos para as coisas, como no caso da “lâmpada”.
4)
incentivar a prática do pensamento crítico e da avaliação dos sentidos da vida.
Estão corretas:
A)
2, 3 e 4 apenas B) 2 e 3
apenas C) 1 e 3 apenas D) 1, 2, 3 e 4
Leia
o texto abaixo e responda:
5.
Esse
texto é uma literatura de cordel porque:
a) Porque tem rimas e seus versos são de
redondilhas maior e menor.
b) Porque tem rimas e seus versos são
alexandrinos e decassílabos.
Leia o texto
abaixo e responda:
De
acordo com o texto acima (verbal e não verbal), marque um X na resposta correta
a questão que se segue:
6.
O
texto aborda que temática (assunto):
a) Ambiental b) Político c)Bélico (guerra)
Leia o texto e responda:
A ARTE DE SER FELIZ
Cecília Meireles
HOUVE um tempo em que
a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da
janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem
com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as
plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente
feliz.
MAS, quando falo
dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem
que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e
outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Disponível em: <http://natrodrigo.wordpress.com/category/cecilia-meireles/>. Acesso em 18 de mar de 2012.
7.
No
verso: “HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre
uma cidade que parecia feita de giz”.
Por que a cidade parecia ser de giz?
a) Porque era no inverno e se usa uma
metáfora.
b) Porque era no inverno e se usa uma
catacrese.
Leia
o texto abaixo e responda:
Disponível em: < http://aprendendoportuguesliteratura.blogspot.com.br/2011/06/autopsicografia.html>. Acesso em 19 de
mar de 2012.
8.
Faça
a Metrificação (mínimo de 4 verso) da poesia Autopsicografia, de Fernando
Pessoa.
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