quarta-feira, 12 de julho de 2017

AVALIAÇÃO

Leia o texto e responda o que se pede:


A velhice
Olavo Bilac

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto, à sombra dela
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

.1. Assinale a alternativa que se aplica ao movimento literário do parnasianismo. 

a) predomínio da emoção. 
b) tentativa de fixar a sentimento romântico. 
c) constante presença da temática da morte. 
d) valorização do soneto. 
e) princípios dos clássicos.

Leia o texto e responda o que se pede:

O PODER ULTRAJOVEM

Carlos Drummond de Andrade

— QUERO LASANHA.
Aquêle anteprojeto de mulher — quatro anos, no máximo, desabrochando na ultraminissaia — entrou decidido no restaurante. Não precisava de menu, não precisava de mesa, não precisava de nada. Sabia perfeitamente o que queria. Queria lasanha.
O pai, que mal acabara de estacionar o carro em uma vaga de milagre, apareceu para dirigir a operação-jantar, que é, ou era, da competência dos senhores pais.
— Meu bem, venha cá.
— Quero lasanha.
— Escute aqui, querida. Primeiro, escolhe-se a mesa.
— Não, já escolhi. Lasanha.
Que parada — lia-se na cara do pai. Relutante, a garotinha condescendeu em sentar-se primeiro, e depois encomendar o prato:
— Vou querer lasanha.
— Filhinha, por que não pedimos camarão? Você gosta tanto de camarão.
— Gosto, mas quero lasanha.
— Eu sei, eu sei que você adora camarão. A gente pede fritada bem bacana de camarão. Tá?
— Quero lasanha, papai. Não quero camarão.
— Vamos fazer uma coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal?
— Você come camarão e eu como lasanha.
O garçom aproximou-se, e ela foi logo instruindo:
— Quero uma lasanha.
O pai corrigiu:
— Traga uma fritada de camarão pra dois. Caprichada.
A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas interrogações também se liam no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva. Quando o garçom voltou com os pratos e o serviço, ela atacou:
— Môço, tem lasanha?
— Perfeitamente, senhorita.
O pai, no contra-ataque:
— O senhor providenciou a fritada?
— Já, sim, doutor.
— De camarões bem grandes?
— Daqueles legais, doutor.
— Bem, então me vê um chinite, e pra ela... O que é que você quer, meu anjo?
— Uma lasanha.
— Traz um suco de laranja pra ela.
Com o chopinho e o suco de laranja, veio a famosa fritada de camarão, que, para surprêsa do restaurante inteiro, interessado no desenrolar dos acontecimentos, não foi recusada pela senhorita. Ao contrário, papou-a, e bem. A silenciosa manducação atestava, ainda uma vez, no mundo, a vitória do mais forte.
— Estava uma coisa, hem? — comentou o pai, com um sorriso bem alimentado. — Sábado que vem, a gente repete... Combinado?
— Agora a lasanha, não é, papai?
— Eu estou satisfeito. Uns camarões tão geniais! Mas você vai comer mesmo?
— Eu e você, tá?
— Meu amor, eu...
— Tem de me acompanhar, ouviu? Pede a lasanha.
         O pai baixou a cabeça, chamou o garçom, pediu. Aí, um casal, na mesa vizinha, bateu palmas. O resto da sala acompanhou. O pai não sabia onde se meter. A garotinha, impassível. Se, na conjuntura, o poder jovem cambaleia, vem aí, com fôrça total, o poder ultrajovem.

Texto extraído do livro “O poder ultra jovem”, Ed. José Olympio – Rio de Janeiro, 1972, pág. 3.


2.    Dos elementos da narrativa (personagens, narrador, lugar, tempo e espaço) e dos tipos de narrativas (conto, crônica, novela e romance) podemos observar alguns pormenores. Nesse contexto, em que momento do lazer entre pai e filha sofre um conflito?

a)    No momento que ele quer uma coisa e ela quer outra.
b)    No momento que o garçom oferece refrigerante.
c)    No momento em que ela vai a escola no outro dia.
d)    No momento em que ela alega ficar com dor de barriga com aquela comida.
e)    Todas as respostas.

3.    Quando o narrador descreve o comportamento da garota, deixa claro que ela tinha personalidade e não desistia de suas vontades. Em que parte do texto isso fica claro?

a)    No momento do jantar que ela fica calada.
b)    No momento do café da manhã.
c)    No momento da merenda da escola
d)    No momento que ela faz perguntas em seu pensamento.
e)    No momento que ela viaja sozinha para os EUA.

4.    Na frase: “A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas interrogações também se liam no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva”. O que significa o termo grifado?

a)    Uma figura de linguagem chamado metáfora.
b)    Uma figura de linguagem chamada catacrese.
c)    Uma figura de linguagem chamada de onomatopeia.
d)    Uma figura de linguagem chamada aliteração.
e)    Todas as respostas.

Texto para as questões 5 e 6 faz parte do Realismo/ Naturalismo.

Que fazias tu, mãe cautelosa e ríspida que não vinhas arrancar às mãos e à boca da filha um veneno tão sutil e mortal? D. Benedita, à janela, olhava a noite, entre as estrelas e os lampiões de gás, com a imaginação vagabunda, inquieta, roída de saudades e desejos. O dia tinha-lhe saído mal, desde manhã. D.Benedita confessava, naquela doce intimidade da alma consigo mesma, que o jantar de D. Maria dos Anjos não prestara para nada, e que a própria amiga não estava provavelmente nos seus dias de costume. Tinha saudades, não sabia bem de que, e desejos, que ignorava. De quando em quando, bocejava ao modo preguiçoso e arrastado dos que caem de sono; mas se alguma coisa tinha era fastio, - fastio, impaciência, curiosidade. D. Benedita cogitou seriamente em ir ter com o marido; e tão depressa, a ideia do marido lhe penetrou no cérebro, como se lhe apertou o coração de saudades e remorsos, e o sangue pulou-lhe num tal ímpeto de ir ver o desembargador que, se o paquete* do Norte estivesse na esquina da rua e as malas prontas, ela embarcaria logo e logo. Não importa; o paquete devia estar prestes a sair, oito ou dez dias; era o tempo de arranjar as malas. Iria por três meses somente, não era preciso levar muita coisa.
Ei-la que se consola da grande cidade fluminense, da similitude (semelhança) dos dias, da escassez das coisas, da persistência das caras, da mesma fixidez das modas, que era um dos seus árduos problemas: – por que é que as modas hão de durar mais de quinze dias?

(Trecho do conto “D. Benedita” de Machado de Assis)

* paquete: navio veloz e luxuoso, originariamente a vapor, para transporte rápido e regular de passageiros.

5. O texto  apresenta um perfil psicológico da personagem D. Benedita. Considerando a ironia própria à escrita de Machado de Assis, pode–se afirmar que D. Benedita

a) caracteriza-se como uma mulher paciente e cautelosa e nunca fazia nada contra.
b) demonstra ser uma personagem consciente dos seus sentimentos.
c) possui uma personalidade acomodada, que não fazia nada porque era velha.
d) adora as novidades, o espetáculo e saia andando pela cidade, como uma criança.
e ) toma as decisões após refletir longamente, mas sem nenhuma atitude, porque era muito idosa.

6. O trecho: “Que fazias tu, mãe cautelosa e ríspida que não vinhas arrancar às mãos e à boca da filha um veneno tão sutil e mortal?”

I. constitui uma avaliação irônica do narrador acerca da personagem D. Benedita.
II. reforça, através do discurso da personagem D. Benedita, sua personalidade fútil (enganadora).
III. é um diálogo entre o narrador e a personagem.

Está(ão) correta(s):

a) apenas I                  
b) apenas I e III                     
c) apenas I e II                       
d) todas                      
e) apenas II

7. O realismo foi um movimento de:

a) volta ao passado                 
b) exacerbação (aumento) da estética romântica                      
c) moralismo.
d) irracionalismo                                                 
e) maior preocupação com a objetividade/cientificismo/razão

Leia o texto e responda o que se pede

Plena nudez
Raimundo Correia

Eu amo os gregos tipos de escultura:
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.

Quero um pleno esplendor, viço e frescura
Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres: de carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas...

Não quero, a Vênus opulenta e bela
De luxuriantes formas, entrevê-la
De transparente túnica através:

Quero vê-la, sem pejo, sem receios,
Os braços nus, o dorso nu, os seios
Nus... toda nua, da cabeça aos pés!

8. Assinale a alternativa que se aplica ao movimento literário do parnasianismo. 

a) predomínio da emoção. 
b) tentativa de fixar a sentimento romântico. 
c) constante presença da temática da morte. 
d) princípios dos clássicos. 
e) valorização do soneto.

9. Na frase: “Estas ameaças são reais principalmente para quem não tem noção desses perigos e que acredita que é perfeitamente seguro partilhar informações pessoais nas redes sociais, deixando-as visíveis para qualquer utilizador da Internet. Tente perceber também com que tipo de pessoas eles falam nas salas de chat e no MSN e previna-os para os riscos a que estão sujeitos. Mantenha-se atento (a) – a prevenção é o melhor remédio.”. Há um exemplo claro de:

a)    Subjetivismo.
b)    Denotação.
c)     Estrangeirismo
d)    Conotação.
e)    Figuras de linguagem.

Veja a imagem e responda o que se pede:

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10. Esse texto é representante de um movimento literário chamado de:

a)     Realismo, porque mostra a vida real de adultério.
b)    Romantismo, pois mostra o lado sentimental da pessoa.
c)    Parnasianismo, porque não se importa com sentimento do outro.
d)    Simbolismo, porque vemos a musicalidade sendo valorizada.
e)    Todas as respostas.

Observe esta obra de arte do pintor francês Jean-François de Millet:

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11. Essa tela conhecida como As respigadeiras (ou espigadeiras) tem uma característica marcante do Realismo, qual é?

a)    Ela não é idealizada.
b)    Ela é idealizada.
c)    A mulher é perfeita.
d)     A mulher é prendada, sabe fazer tudo relacionado ao lar.
e)    Todas as respostas.

Veja a imagem e responda o que se pede

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12. No poema Via Láctea, de Olavo Bilac, tem uma característica marcante do Parnasianismo, qual é?

a) valorização do soneto. 
b) tentativa de fixar a sentimento romântico. 
c) constante presença da temática da morte. 
d) predomínio da emoção.
e) princípios dos clássicos.

Leia o fragmento do romance realista O Cortiço, de Aluísio Azevedo.

Rita Baiana
                                                Aluísio Azevedo

Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando. Em torno o entusiasmo tocava ao delírio; um grito de aplausos explodia de vez em quando, rubro e quente como deve ser um grito saído do sangue. E as palmas insistiam, cadentes, certas, num ritmo nervoso, numa persistência de loucura. E, arrastado por ela, pulou à arena o Firmo, ágil, de borracha, a fazer coisas fantásticas com as pernas, a derreter-se todo, a sumir-se no chão, a ressurgir inteiro com um pulo, os pés no espaço, batendo os calcanhares, os braços a querer fugirem-lhe dos ombros, a cabeça a querer saltar-lhe. E depois, surgiu também a Florinda, e logo o Albino e até, quem diria! o grave e circunspecto Alexandre.
O chorado arrastava-os a todos, despoticamente, desesperando aos que não sabiam dançar. Mas, ninguém como a Rita; só ela, só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante.
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.

  1. Que diferenças podemos estabelecer entre a caracterização de Rita Baiana e uma personagem feminina dos romances românticos?

a)    Ela é avarenta (sovina, mão de vaca).
b)    Rita Baiana é uma mulata educada, com pudor ou recato, diferente das personagens românticas que eram rudes, mal educadas, etc.
c) Rita Baiana é uma mulata rude, libidinosa, sem recato ou pudor, diferente das personagens românticas, que era educadas, frágeis e recatadas.
d) Ela é egoísta.
e) Todas as respostas.

  1. Como se caracteriza o meio social do cortiço? Em que ele difere do ambiente romântico?

a)    O meio social é dos ricos com pessoas abastardas, de brancos, enquanto que o ambiente romântico é o das casas simples e dos burgueses.
b)    O meio social é dos pobres, assalariados, biscateiros, negros, mestiços e portugueses, enquanto que o ambiente romântico é o das casas e dos palacetes burgueses.
c) O meio é da classe média que vive de aparência.
d) O meio é da classe pobre que recebe bolsa família no século XIX.
e) O meio é dos ricos que vivem abastados, viajando e esbanjando saúde.

  1. Que sentimentos são despertados em Jeronimo pela dança de Rita Baiana?

a)    Sentimento de paixão e desejo.                         
b) Sentimento de repulsa e raiva.
c) ódio e rancor.
d) pena e amor.
e) Todas as respostas.














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