domingo, 23 de dezembro de 2012

2º ano Realismo e Naturalismo


Realismo/Naturalismo
Texto
O primeiro beijo
1. Por que se pode afirmar que a visão que o narrador tem da sua personalidade aos 17 anos não é idealizado?
2. Que observações o narrador faz sobre o romantismo?
3. “De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga, este livro é casto, ao menos na intenção, na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada.” Este período nos faz esperar que tipo de descrição da personagem Marcela? Por quê?
4.  Quais os traços marcantes da personalidade de Marcela?



O Realismo/Naturalismo tem início no Brasil em 1881 com os livros “Memórias póstumas de Brás Cubas” (Realismo), de Machado de Assis e “O mulato” (Naturalismo), de Aluísio Azevedo.

Contexto Histórico

A segunda metade do século XIX se caracterizou pela consolidação do poder da burguesia e o crescimento do proletariado.
Se por um lado havia o progresso, representado pelo crescimento das cidades, pela instalação de fabricas, pela utilização de novas fontes de energia, como o vapor, o petróleo, o gás e eletricidade, por outro lado havia o crescimento dos bairros pobres onde residiam os operários e suas famílias.
Enquanto a burguesia lutava pelo dinheiro e pelo poder através da expansão capitalista, o operariado vivendo em condições miseráveis, manifestava a sua insatisfação, promovia as primeiras greves e criava associações que dariam origem aos sindicatos.
A ciência, devendo servir ao progresso industrial e a objetivos práticos, necessitava de novos métodos e, principalmente, de organização.
São alguns avanços desse período: a energia elétrica, a indústria do frio e com ela a conservação de alimentos, a utilização do éter como anestésico, o descobrimento dos micro-organismos responsáveis pela sífilis, pela malária e pela tuberculose etc. somados a isso, há o incremento do transporte ferroviário e marítimo e a expansão da comunicação telegráfica.
O desenvolvimento cientifico fez com que o idealismo e o tradicionalismo fossem substituídos pelo materialismo e pelo racionalismo. O método cientifico passou a ser o meio de analise e compreensão da realidade.
Algumas teorias, surgidas em decorrência das solicitações matérias da época, deram fundamento ideológico à literatura do Realismo/Naturalismo. São elas:
Teoria determinista (Hippolyte Taine): apregoa que o comportamento humano é determinado pela hereditariedade, pelo meio e pelo momento (circunstância).

Evolucionismo (Charles Darwin): Defende a tese de que o homem descende de animais inferiores e que na vida animal há uma luta contínua pela existência, da qual resultaria na sobrevivência dos mais aptos, por um processo de seleção natural.

Filosofia positivista (August Comte): aplicando o conceito de “evolução” ao pensamento humano, defende a tese de que a humanidade estaria entrando no terceiro ciclo de sua evolução, o ciclo positivo da era cientifica, depois de ter passado pelo teológico e pelo metafísico. Defende ainda que os únicos meios de se atingir o conhecimento válido são a observação, experimentação e comparação.


Características
O Naturalismo não é independente do Realismo. Ambos tem como objeto de observação a realidade exterior; ambos são postos em relevo pela literatura no mesmo período. O Naturalismo incorporou ao Realismo o cientificismo da época, o determinismo e a crença de que os homens estariam condicionados pela hereditariedade, pelo meio e pelas circunstâncias, criando daí romances que são verdadeiras teses cientificas, nos quais o artista cria situações de causa e efeito para melhor descrever atitudes e personalidades, evidenciando preocupações patológicas.
Veracidade: desprezando a imaginação romântica, o realista procura narrar fatos que tenham seus correspondentes na realidade exterior, evitando situações que possam parecer artificiais ou improváveis.
Contemporaneidade: ao contrario dos românticos, que se evadiam para um mundo situado no passado ou no futuro, o realista procura a realidade que lhe é contemporânea.
Retrato fiel das personagens: na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, não – idealizados. Por coincidir com o desenvolvimento da psicologia, o Realismo, além de retratar, procura interpretar o caráter da personagem e os motivos de suas ações. É comum a caracterização de indivíduos que representem aspectos negativos da natureza humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adúltera, a prostituta etc.
Gosto pelos detalhes específicos: objetivando precisão e fidelidade, o realista não abre mão dos detalhes e minúcias na caracterização das personagens e ambientes, na observação de atitudes e sentimentos, isso também contribui para uma certa lentidão da narrativa.
Materialização do amor: ao contrario do romântico, que tem uma visão espiritual e sentimental do amor, o realista se volta para o aspecto físico. O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer e é comum a temática do adultério e dos crimes passionais.
Denúncia das injustiças sociais: acreditando numa função social da arte, os realistas fazem dela uma arma de combate e denúncia das diferenças sociais, mostrando os preconceitos, a hipocrisia, a ambição dos homens e a exploração das classes menos favorecidas.
Determinismo e relação da causa x efeito: o realista procura uma explicação logica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificam suas ações. Na literatura naturalista, dá-se ênfase no instinto, ao meio ambiente e a hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
Linguagem próxima a realidade e preocupação formal: o universo semântico do realista retrata a realidade cotidiana. Enquanto o romântico tem como palavras – chave estrela, sonho, ave, lua, sentimento, mar, etc., o realista utiliza-se de palavras menos nobres e até mesmo vulgares: peixaria, tuberculose, moléstia, moedas, cebolas, carne, podridão etc. A linguagem realista é simples, natural, correta, clara e equilibrada.
Visão determinista e mecanicista do homem: o homem é considerado como um animal sujeito a forças que determinam o seu comportamento: o meio, o instinto, a hereditariedade e o momento.
Cientificismo: os naturalistas  procuravam observar o homem objetivamente, considerando-o como um caso a ser analisado cientificamente.
Personagens patológicas: procurando comprovar suas teses deterministas, os naturalistas preferiam personagens mórbidas, adúlteras, psiquicamente desequilibradas, assassinos, bêbados, miseráveis, doentes, prostitutas etc.
Crítica social e reformismo: denunciando o drama da existência, os naturalistas visavam modificações que alterassem o quadro negativo da realidade social.
Incorporação de termos científicos e profissionais: é comum o vocabulário ligado a medicina, a biologia, a psicologia e as atividades profissionais, sobretudo as exercidas pelas camadas menos favorecidas.
Texto
Conceição
Machado de Assis
1. Como é caracterizada a família descrita no trecho? (Da alta burguesia? Da classe média? Idealizada? Pobre? Rica? De hábitos sofisticados ou simples?)
2. Por que se pode afirmar que o ambiente doméstico desta família se caracteriza pela dissimulação (disfarce, fingimento, hipocrisia)?
3. “O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio.” Que avaliação da personalidade de Conceição corresponde a essa descrição física?
 O que sobressai no texto a descrição física ou a análise psicológica da personagem?

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