terça-feira, 11 de julho de 2017

Exercicios

Leia o texto abaixo, pois é uma mensagem de fim de ano do Professor Marconildo Viegas para todos seus alunos e alunas e respondam as questões propostas:

Nós somos águias!

Vamos finalmente, contar a historia narrada por James Aggrey.
O contexto é o seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês. As opiniões se dividiam.
Alguns queriam o caminho armado. Outros, o caminho da organização politica do povo, caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N’Krumah. Outros se conformavam com a colonização à qual toda a África estava submetida. E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retorica dos ingleses. Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado.
James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a historia passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte historia:
“Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse rei/rainha de todos os pássaros.
         Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Isto não é uma galinha, é uma águia!
De fato - disse o camponês. É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergue-a bem alto e desafiando-a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então, abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente, ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – insistiu o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
- Águia, já que você é águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou em redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou.. vou... até confundir-se com o azul do firmamento...”
E Aggrey terminou conclamando:
- Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muito de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias.
Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. p. 29-34. (Fragmento)
1.    Esse texto é:
(    ) Motivacional, pois motiva as pessoas a serem independentes.                     
(    )Literal, pois as pessoas eram realmente galinhas e comiam milho.

2.    Que relação há entre o fato e a história narrada por James Aggrey?
(    ) Apesar de serem águias, eles já estavam acostumados com a situação.
(    ) Apesar de serem águias e não agiam como águias, mas como galinhas, sendo subordinados a presença inglesa no local.

3.    Metáfora é uma figura de linguagem que expressa uma ideia associada a um ser por meio de uma comparação subentendida ou diretamente, por sentido figurado. Qual é a metáfora que aparece no texto?
(    ) Águia e galinha, comparando pessoas com visão e pessoas acomodadas.
(    ) Milho e galinheiro, comparando a pessoas pobres e pessoas famintas.

4.    A carta pessoal é um gênero textual que visa a comunicação escrita entre duas pessoas e pode ser de diversos tipos. Veja a carta pessoal abaixo e responda:

a)    Circule o remetente da carta.
b)    Faça um quadrado no destinatário da carta.


Disponível em: <http://meioseculodeaprendizagens.blogspot.com/2010/12/comunicacao-e-relacoes-interpessoais.html>. Acesso em: 26 de nov de 2011.

Leia o texto abaixo e responda a questão proposta:

Na fazenda do padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar férias, corre o rio Paraíba. Rio imenso, silencioso e de águas barrentas. Ao atravessar a fazenda ele fazia uma grande curva para a direita e desaparecia atrás da mata, mas subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-lo a uns dois quilômetros de distância e nesse lugar, bem no meio do rio, via-se uma ilha que na fazenda chamavam de "Ilha Perdida". Solitária e verdejante, parecia mesmo perdida entre as águas volumosas.
Quico e Oscar, os dois filhos do padrinho, ficavam horas inteiras sentados no alto do morro e conversando a respeito da ilha. Quem viveria lá? Seria habitada? Teria algum bicho escondido na mata?
Disponível em: <http://www.skoob.com.br/livro/1534/>. Acesso em: 26 de nov de 2011.

5.    O texto acima é uma: a) Descrição de pessoa.               b) Descrição de lugar.

Leia o texto abaixo e responda as questões propostas

Leia o texto abaixo e responda as questões propostas:

O Fim do Meu Universo Azul

Eu já estava quase em casa depois de uma longe e perigosa viagem marítima. Dois dias antes, uma amiga e eu tínhamos sido perseguidas por pessoas com arpões. Minha amiga foi morta, mas eu escapei enquanto ela era colocada no barco. Um dos arpões perfurou minha nadadeira, uma dolorosa lembrança da perda de minha companheira. Apesar da dor, consegui nadar bem rápido para chegar logo em casa.
            Fui tomada por profunda depressão ao atingir o lugar onde nasci e ver o estado deplorável de meu recife de coral favorito. Aquela tinha sido a mais bela formação de coral que eu tinha visto em todos aqueles anos de viagem. Agora a área estava cheia de corais quebrados e sem cor espalhados por toda parte. Havia latas e lixo enroscados no recife. O jardim da minha memória achava-se em ruínas.
            Enquanto observava essas mudanças, só vi o que estava na minha frente tarde demais: uma rede! Tentei lutar para me soltar, mas fui puxada violentamente para a superfície. Uns homens tiraram-me da água, penduraram-me num gancho e me cutucaram com ferramentas. Depois disso, eles tiveram uma atitude bastante esquisita: devolveram-me à água. O medo e o cansaço que sentia eram quase insuportáveis, mas continuei lutando. Ao chegar no alto da praia pude ver o rastro de sangue atrás de mim. Tinha me cortado, com caco de vidro que estava na areia.
            Vagarosamente, cavei um buraco profundo. Pus meus ovos, descansei um pouco e voltei para o mar. A vida de meus filhotes iria ser difícil nos decadentes mares do mundo, mas nossa espécie continuaria. Cheguei à beirada da água e fui coberta por ondas de espuma branca. Sentindo-me fraca por causa da perda de sangue, tive a impressão de estar sendo sufocada. Havia alguma coisa cobrindo minha cabeça. Era um saco de plástico! Eu já não tinha mais energia para me livrar dele. Quando meu pulso diminuiu, os olhos fecharam-se na escuridão.

                                               Pachamama – Missão Terra 2: ações para salvar o Planeta. Escrito por crianças e jovens de todo o mundo. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
Disponível em: <http://priscilamajopoemas.blogspot.com/2010/10/o-fim-do-meu-universo-azul-relatos-de.html>.


6.    A historia lida é contada por um animal já morto. É claro que os animais não contam historias, menos ainda depois de mortos. Trata-se de uma ficção. Qual animal narra os fatos no texto?

7.    Como o narrador conta experiências vividas por ele mesmo, dizemos que o texto é um relato pessoal. Nesse caso, um relato pessoal ficcional. Em que pessoa são narrados os fatos?  É narrador observador ou narrador personagem?



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