terça-feira, 11 de julho de 2017

Exercícios



Leia o texto abaixo:

Capítulo XII

Partimos com o tempo encoberto, mas estável. Não teríamos de nos preocupar nem com calores cansativos nem com chuvas desastrosas. Um tempo próprio para o turismo. O prazer de galopar por um país desconhecido deixava-me de bom humor naquele início de aventura. Sentia toda a felicidade, todo o prazer e liberdade de um excursionista. Começava a gostar da viagem. “Afinal, o que estou arriscando?”, dizia-me. “Viajar por um país dos mais curiosos, escalar uma montanha bastante notável, na pior das hipóteses, descer ao fundo de uma cratera extinta! [...] Quanto à existência de uma galeria que acaba no centro do globo, pura imaginação! Pura impossibilidade! Vou tratar, então, de aproveitar o que a expedição tem de bom sem maiores problemas”. Quando concluí esse raciocínio, já havíamos saído de Reykjavik. Hans caminhava à frente num passo rápido, igual e constante.
Os dois cavalos carregados com nossas bagagens seguiam-no sem que fosse necessário conduzi-los. Eu e meu tio íamos atrás sem nos sairmos muito mal em nossos animais pequenos, mas vigorosos.
A Islândia é uma das maiores ilhas da Europa. Estende-se por mil e quatrocentas milhas e só conta com sessenta mil habitantes. Os geógrafos dividiram-na em quatro quartos, e tínhamos de atravessar quase obliquamente o que tem o nome de região de quarto do Sudvesterfjordhur. Ao deixarmos Reykjavik, Hans seguira imediatamente para a beira do mar. Atravessávamos magras pastagens que faziam o maior esforço para ser verdes; tinham maior facilidade em ser amarelas. Os cimos rugosos das massas traquíticas apareciam no horizonte entre as brumas do leste, e por momentos algumas placas de neve, concentrando a luz difusa, resplandeciam nas inclinações dos cumes afastados.
Alguns picos, mais ousados, perfuravam as nuvens cinzentas e reapareciam acima dos vapores moventes como escolhos que emergiam em pleno céu. Muitas vezes essas cadeias de rochas áridas lançavam uma de suas pontas ao mar e cortavam as pastagens; mas sempre havia lugar suficiente para passar. Além disso, nossos cavalos escolhiam instintivamente os lugares propícios sem nunca diminuir a marcha. Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote; não lhe era permitido ser impaciente. Não podia evitar sorrir ao vê-lo tão alto em seu cavalinho, e, como suas pernas compridas roçavam o chão, parecia um centauro de seis pés. [...] (VERNE, Júlio, Viagem ao Centro da Terra)
# Exercícios:
1. Esse fragmento de texto apresenta características de
A) biografia.
B) crônica jornalística.
C) diário.
D) relato de viagem.
E) reportagem.

2. De acordo com esse texto, o narrador estava bem-humorado porque
A) fazia um deboche do tio montado no cavalinho.
B) galopava em terras desconhecidas.
C) montava em um cavalo pequeno.
D) sentia-se bem com o clima ameno e agradável.
E) viajava na companhia de seu tio.

3. A linguagem predominante no trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote; não lhe era permitido ser impaciente.” (ℓ. 26-27) é
A) científica.
B) informal.
C) padrão.
D) regional.
E) técnica.

4. O terceiro parágrafo desse texto revela um narrador
A) detalhista.
B) impaciente.
C) melancólico.
D) orgulhoso.
E) solidário.

5. No trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote;...” (ℓ. 26-27), o termo destacado estabelece uma relação de
A) adição.
B) alternância.
C) conclusão.
D) explicação.
E) oposição.

Língua Portuguesa – Narrativa de Aventura- 7º Ano – 4º Bimestre 2013

                                  Leitura e Análise Textual – Fragmentos de Júlio Verne

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                Você lerá a seguir trechos de dois capítulos do livro Viagem ao centro da Terra de Júlio Verne.
                Esse livro conta a história do professor Otto Lidenbrock, que descobre, lendo um antigo pergaminho, que pela  cratera de um vulcão, localizado na Islândia, seria possível chegar ao centro da Terra e explorá-lo.
                O professor e seu sobrinho Axel partem , então, da Alemanha rumo à Islândia. Lá se juntam a Hans, um guia islandês e, em 23 de junho de 1863, iniciam uma expedição no interior do vulcão.

• Como você imagina que seria uma viagem ao centro da Terra?
• O que o título abaixo sugere que vai acontecer nessa história?

                                                       Desespero e Escuridão

                [...]
                Tudo corria bem, até que algo muito grave aconteceu comigo. Foi assim: no dia 7 de agosto, atingimos um trecho do túnel que era pouco mais inclinado. Eu ia na frente, seguido por meu tio. De repente, ao me virar, estava sozinho. Talvez tivesse andado muito depressa e resolvi voltar para alcançar meus companheiros. Andei durante quinze minutos e não os encontrei. Chamei por eles e não obtive resposta. Andei mais meia hora. Um silêncio medonho reinava nagaleria. Lembrei-me do riacho. Bastaria voltar acompanhando seu curso, e certamente encontraria a pista dos meus companheiros. Abaixei-me para tocar a água e descobri que estava tudo seco. O córrego havia sumido.
                Entrei em desespero. Morreria de sede e fome! O córrego devia ter seguido outro caminho. Não havia uma única pista para poder voltar. Eu estava perdido nas entranhas da terra.
                Tentei pensar em outras coisas, como a nossa casa em Hamburgo, minha querida Grauben, meu tio, que a essa altura devia estar desesperado à minha procura. Rezei para encontrar uma saída.
                Eu ainda tinha alimento e água para três dias. Precisava fazer alguma coisa, mas não sabia se devia subir ou descer. Resolvi subir. Precisava encontrar o córrego.
                Subi, mas não reconheci o caminho. Tive certeza de que aquela galeria não me levaria a lugar nenhum. Desesperado, sem enxergar direito e muito nervoso, bati contra uma parede e caí.
                Algum tempo depois, acordei perdido num labirinto de curvas. Minha lanterna estava amassada, com a luz fraca. A qualquer momento, poderia se apagar. Meu desespero aumentou. Comecei  a correr naquele labirinto sem saída, chamando, gritando, uivando, batendo contra as rochas. Depois de algumas horas, caí novamente e perdi a consciência.
                Quando recobrei os sentidos, percebi que estava machucado. Nunca senti uma solidão tão grande em toda a minha vida. Ia desmaiar novamente, quando ouvi um ruído forte em algum lugar daquele abismo. Talvez fosse a explosão de algum gás ou uma pedra caindo. Depois o silêncio voltou a reinar.
                Encostei o ouvido na muralha e escutei palavras incompreensíveis ao longe. Seria uma alucinação? Prestei atenção e ouvi novamente um murmúrio. Eram vozes humanas!
                Só podem ser meu tio e Hans. Se eu os ouvia, certamente eles me ouviriam também.
                — Aqui! Aqui! — gritei com todas as minhas forças.
                Não obtive resposta. Encostei meu ouvido na pedra de novo e, dessa vez ouvi meu nome bem claro! Era meu tio quem o pronunciava. Eu não tinha tempo a perder. Se eles se afastassem, talvez não me ouvissem mais. Cheguei bem perto da muralha e gritei da forma mais clara possível:
                — Tio Lidenbrock!
                Passaram-se alguns segundos, que pareciam séculos, e então ouvi:
                — Axel, Axel! É você?
                — Sim, sou eu — respondi.
                — Onde você está?
                — Perdido, na mais completa escuridão! Minha lanterna quebrou e o córrego desapareceu.
                — Tenha coragem! Não se desespere, Axel!
                Calculando o tempo que o som levava para ser ouvido, descobrimos a distância que nos separava. Segundo o meu tio, que estava numa enorme caverna, da qual partiam diversas galerias , eu deveria descer para encontrá-los.
                — Ande, se for preciso arraste-se, escorregue pelas rampas e você vai nos encontrar no fim do caminho. Venha, meu filho, venha!
                Essas palavras me reanimaram. Parti ao encontro deles cheio de esperança. Minhas forças estavam no fim. Eu só conseguia me arrastar. A galeria inclinada me conduziu a uma velocidade assustadora. Escorreguei pelas pedras, em poder me segurar em parte alguma , até bater a cabeça em uma rocha e perder os sentido mais uma vez.

                                            A recuperação de Axel

                Quando abri os olhos, meu tio estava cuidando de mim. Ao perceber que eu tinha acordado, soltou um grito de alegria:
                — Ele está vivo! Está vivo!
                —Estou...
                Hans veio me cumprimentar.
                — Tio, que horas são, que dia é hoje, onde estamos?
                — Hoje é domingo, 9 de agosto, e são onze horas da noite. Agora, chega de perguntas. Você está muito fraco.
                Meu tio tinha razão. Eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Precisava descansar.
                [...]

                                                                            Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. P29-32

Linha e Entrelinha

1. No primeiro capítulo dos livro Viagem ao centro da Terra, Axel, chamado ao escritório do professor Lindenbrock, presencia o momento em ele encontra um pergaminho revelador. Veja como foi.

O pergaminho misterioso
                [...] Ao entrar em seu escritório, encontrei-o mergulhado na poltrona de veludo, admirando um livro. [...]
                —Que livro! Que livro! — gritava [...]
                Enquanto o professor falava, empolgado, um papel escorregou do livro e caiu no chão
                — O que é isso?! — surpreendeu-se ele.
                Era um pergaminho antigo. Observando o documento com interesse, o professor comentou:
                — Está escrito em islandês antigo! Quem será que o escreveu? O que pode significa?

                                                                           Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. p. 4-5.

a. O que é um pergaminho? De que é feito? Se necessário consulte um dicionário para responder.
b. Atualmente as pessoas escrevem em pergaminhos? Por quê?

2. Uma das personagens do livro é também o narrador da história.

a. Que personagem do texto narra a história?
b. Transcreva a frase do primeiro parágrafo na qual se descobre quem é o narrador.

3. O início da exploração acontece na cratera de um vulcão extinto.

a. O que significa dizer que um vulcão está extinto?
b. Você teria coragem de entrar na cratera de um vulcão extinto? Comente.

4. Em relação ao tempo , responda.
a. Em que dia o professor Lidenbrock, Axel e Hans entraram na cratera do vulcão, na Islândia?
b. Em que Axel se perdeu?
c. Há quanto tempo os três estavam no interior dói vulcão? Copie a resposta no caderno.

. 1 mês e meio         .  menos de 1 mês    .      mais de dois meses

5. Axel desmaiou três vezes. O que o fez desmaiar em cada uma das vezes?

6. Por que o desespero de Axel aumentou ao ver que a lanterna estava danificada?

7. O professor Lidenbrock anotava em um diário tudo o que acontecia na viagem.

a. O que você imagina que ele anotou a respeito do desaparecimento de Axel nos dias 7 e 8 de agosto? Faça as anotações no caderno como se fosse o professor Lidenbrock.
b. Se Axel tivesse um diário, o que ele teria escrito nesses dois dias? Faça as anotações no caderno como se fosse Axel.

8. Por que o professor Lidenbrock solicitou a Axel que descesse a rampa em vez de ir ao local em que o sobrinho estava?

9. Por que o título do primeiro capítulo é “Desepero e escuridão”?

10. Se você fosse dar um título geral para essa história, referente aos dois capítulos, que título daria? Justifique.

11. O professor Lidenbrock e Hans foram  solidários e procuraram por Axel até localizá-lo. Você já foi solidário com alguém? Em que situação?


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