Conte até dez
Thomas Jefferson é
frequentemente citado com uma das figuras mais importantes da história
americana. Autor da Declaração da Independência Americana e terceiro presidente
dos Estados Unidos, Jefferson é apontado como grande negociador. Foi ele, por
exemplo, que negociou com Napoleão Bonaparte a compra de uma área de terra que
pertencia à França, chamada Lousiania, que foi anexada aos Estados Unidos,
quase dobrando seu território da época.
A respeito de sua capacidade de lidar
com pessoas diferentes e de chegar a bons acordos políticos, Thomas Jefferson
construiu uma frase que vale por um tratado de relações humanas:
- Se ficar zangado, conte até dez
antes de dizer qualquer coisa. Se não tiver se acalmado, conte até cem; e se
não se tiver acalmado depois disso, conte até mil.
A grande
simplicidade desse conselho é meio desconcertante, pois é desproporcional à
verdade que ele contém. Muito já se falou sobre a dificuldade que as pessoas
têm em manter a serenidade durante uma discussão ou um momento difícil. E
muitos estragos já foram feitos por causa dessa dificuldade. Catástrofes no
capítulo das relações humanas poderiam ter sido evitadas se as pessoas usassem
a prerrogativa do tempo entre o estímulo e a reação.
A inteligência
interpessoal é composta por pelo menos quatro características: capacidade para
compreender as pessoas, facilidade para fazer e conservar amizades, habilidade
para resolver conflitos e aptidão para exercer liderança. A intrapessoal
constrói uma autoapreciação saudável, com influência sobre o amor próprio. É
nesse ponto que a ciência que estuda a inteligência começa a sentir falta de
algo mais para explicar melhor ao homem como ele funciona.
Pense antes de agir
A teoria das inteligências ganhou espaço na psicologia após a
década de setenta do século passado. Antes disso as atenções estavam voltadas
para o que podia ser observado por fora: o comportamento – daí o behaviorismo.
A ciência cognitiva (ciência do pensamento) veio para propor uma maneira de
interferir no comportamento “de dentro para fora”. Estava estabelecida a
dobradinha pensamento-comportamento. Mas faltava mais um parceiro nesse time: o
emocional.
As palavras que utilizamos para transmitir as ideias são
paridas pela razão, mas fecundadas pela emoção pois, bem lá no fundo, o homem
está sempre obedecendo à sua ambição biológica de buscar o prazer e de evitar o
sofrimento. E essas necessidades são vassalas no reino onde os monarcas são as
emoções. Sim, a comunicação humana é um fenômeno primordialmente emocional. A
palavra pode ser racional, mas o tom da voz é emoção pura, e é ela que comunica
de verdade.
Uma palavra elogiosa
pode soar como uma ofensa grave se for pronunciada como tal. E a ofensa estará
consumada. Portanto, à medida que discussões se acaloram, que tons de voz
sobem, que faces se enrubescem, que paciências se esgotam, cuidado. Está na
hora de usar o tempo a seu favor. Demore mais para responder.
Quando alguém diz
“conte até dez” está na verdade utilizando uma metáfora. O que realmente está
querendo dizer é “pense antes de responder” ou “não se deixe dominar pela
raiva”, ou ainda “não estrague tudo deixando a amigdala responder por você,
pois ela não conhece todo o quadro, só a pincelada do perigo e do ódio”.
No mundo animal, a vítima é o bicho
lento que não controla os movimentos. No mundo humano, a vítima é a pessoa
rápida que não controla as palavras. Kant uma vez disse que a paciência pode
ser a fortaleza para os fracos, assim como a impaciência pode se transformar na
fraqueza dos fortes.
Situações não controladas, palavras
mal postas, respostas impensadas resultam em perigosas consequências, seja pelo
desconforto que produzem, seja pelo legado que deixam, pois uma vez proferidas,
as palavras não voltam, assim como o flecha que sai do arco não mais pode ser
detida.
Conta uma fábula que o pai de um
jovem de temperamento difícil deu-lhe certa feita um saco de pregos, um martelo
e uma ordem: cada vez que perdesse a paciência deveria pregar um prego na cerca
dos fundos da casa. No primeiro dia foram trinta e sete, mas com o tempo foram
diminuindo, pois ele foi percebendo que era melhor controlar os impulsos do que
pregar pregos. Até que chegou o dia em que, orgulhoso, relatou ao pai que não
precisava mais pregar, pois aprendera a controlar-se.
O pai então lhe disse para retirar um
prego a cada dia que se mantivesse controlado. Após um tempo, o jovem informou
ao pai de sua grande vitória: não havia mais pregos a retirar. O pai sorriu,
mas convidou o filho a acompanhá-lo aos fundos da casa. Enquanto ambos olhavam
para a cerca, o pai perguntou: “e agora o que você vai fazer para apagar as
marcas deixadas pelos pregos?”
Palavras sempre deixam marcas, e às
vezes não nos orgulhamos delas. Sempre é melhor contar até dez.
Disponível em: <http://eugeniomussak.com.br/minhas-ideias/o-que-escrevi/artigo/reflexoes/page/2/>. Acesso em 27 de maio de 2012.
1.
Dentro
do que foi estudado sobre denotação e conotação, responda: Por que o autor da
frase Contar até dez precisava tanto saber controlar suas emoções?
a)
Ele
foi uma pessoa importante na sociedade e precisava sempre tomar muitas decisões
importantes e controlar as emoções.
b)
Ele
foi uma pessoa da sociedade e precisa pensar na sua carreira e vivia muito
estressado.
c)
Ele
foi uma pessoa comum e precisa pensar na sua carreira e vivia muito estressado.
d)
Ele
foi uma pessoa simples da sociedade e não precisa pensar na sua carreira e
vivia muito calmo.
e)
Ele
foi uma pessoa pobre na sociedade e precisa pensar na sua carreira e vivia em
constante reflexão.
2.
Segundo
o autor do texto, muitas catástrofes nas relações humanas poderiam ter sido
evitadas se as pessoas pensassem e esperassem antes de reagir a determinado
estímulo. Quais catástrofes são essas?
a)
As
leituras que as pessoas tem sobre assassinatos a fazem de jeito que algo
acontece quando alguém age sem pensar, por impulso.
b)
As
guerras, ataques a determinados países, assassinatos, crimes premeditados e
aqueles que acontecem quando alguém age sem pensar, por impulso.
3.
Quais
são as inteligências que estão em alta na atualidade?
a)
A
intrapessoal e a interpessoal.
b)
A
extrapessoal e a hiperpessoal.
c)
A
hipersesorial e interpessoal.
d)
A
interpressional e a hiperpessoal.
e)
A
interpressional e a hipersesorial.
4.
Sobre
os tipos de textos (argumentativo, poético, descritivo, narrativo, injuntivo e
informativo) vistos em sala de aula, responda: Esse texto é um artigo de
opinião, porque:
a)
É
um tipo de texto injuntivo, pois se caracteriza como aquele que aborda o ato de
ser cidadão consciente ao comprar um livro.
b)
É
um texto poético, pois o tem sua relação com o jornalístico que se caracteriza
pela exposição de um ponto de vista sobre determinado assunto, no caso do texto
A Alma é o melhor remédio para se ler.
c)
É
um texto informativo/jornalístico que se caracteriza pela exposição de um ponto
de vista sobre determinado assunto, no caso do texto Ler é o melhor remédio
para a alma.
d)
É um tipo de texto narrativo, pois se
caracteriza como aquele que narra um fato fictício sobre o cidadão consciente
ao comprar um livro de terror.
e)
É
um tipo de texto descritivo, pois se caracteriza como aquele que aborda o ato
detalhado de um cidadão consciente ao comprar um livro de matemática.
Leia o texto não –
literário e responda:
“A
vegetação é fundamental para evitar deslizamentos e enchentes. O assoreamento
do rio nada mais é que a terra que saiu de suas margens e foi para o leito,
porque não tem vegetação para segurar, atuando como esponja. Com isso, o rio
fica mais raso e transborda com facilidade”.
Disponível em: <http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/print.asp?cod_noticia=9886&cod_canal=38>.
Acesso em: 28 de maio de 2012.
5.
Qual
é o principal problema dos rios?
a)
O
barrronamento, a boa situação ambiental e a poluição.
b)
A
vegetação, a degradação ambiental e a erosão.
c)
A erosão, a poluição e o uso de garrafas
descartáveis.
d)
O
assoreamento, a poluição e a degradação ambiental.
e)
O acúmulo de garrafas descartáveis, a erosão e
a vegetação.
Leia o texto
Cena 13
Sala de aula. Isabel, Rosana, professor de
Português e alunos. Outra vez o movimento de estudantes entrando em classe.
Rosana encontra Isabel e está aflita.
Rosana -
Isabel! Onde você andou? Procurei por você o recreio inteiro! Seu rosto está
vermelho... O que houve?
Isabel -
Nada... acho que estou resfriada, Rosana. Na saída, eu vou com você até o ponto
de ônibus. Tenho uma coisa pra te contar que vai deixar você muito feliz.
Rosana - E eu
também, Isabel, eu também tenho uma coisa linda pra te contar!
Isabel -
Agora fique quieta que a aula é de Português. Ouvi dizer que esse professor é
terrível!
Rosana - Para
você ele deve ser fichinha, Isabel. Você é a recordista de notas dez em
redação!
Entra o professor de Português. Os alunos
calam-se. O professor tem um ar muito severo. Não é de brincadeiras, ao
contrário da professora de Física.
Professor -
Muito bem, jovens, vamos nos apresentar. Eu sou o seu professor de Português.
Como eu sou, vocês logo vão ficar sabendo. Comigo basta pensar. Basta
trabalhar, e muito. Se vocês forem assim, vamos nos dar muito bem. Mas hoje eu
quero conhecer vocês. Para isso, vamos fazer uma redação. Pelo texto de vocês,
vou poder separar quem sabe pensar daqueles que ainda estão na escala mais
baixa da evolução. Vamos lá. Papel e lápis na mão. Uma redação de aquecimento.
Tema livre. Podem soltar-se e mostrar o que existe dentro da cabeça de cada um.
Eu só aviso que, para mim, um erro de concordância é o mesmo que empurrar
escada abaixo a cadeira de rodas de uma velhinha. Com a velhinha em cima!
Rosana fica apavorada, pois é péssima aluna de
Português e redige mal. Isabel nota seu desespero. Faz um sinal de calma para a
amiga e põe-se a redigir furiosamente. Logo, passa disfarçadamente a folha
escrita para Rosana.
Isabel -
Pegue. Copie com sua letra.
A partir deste momento, como na aula de
Física, todos os atores ficam imóveis e Isabel fala seus pensamentos. Só
escreve quando diz a frase: “Quando você me beijou...”
Isabel -
Idiota que fui. Pensar que Cristiano pudesse se apaixonar por mim, por mim, a
gorducha... Quando você me beijou... Pensar que Cristiano poderia ler nos meus
olhos, através dos óculos, e enxergar lá dentro toda a paixão da gorducha
iludida... Quando você me beijou... Apaixonar-se pela desengonçada, pela feiosa
piadista... Ah, que piada! Com o rostinho de Rosana à frente... com o corpinho
de Rosana nos braços... nem pensar! Quando você me beijou... Burra! O que
Cristiano poderia encontrar em mim? A espinha amarela no nariz, como um aríete
de pus abrindo caminho rumo à solidão? Quando você me beijou... O que ele
veria? O que todos veem, além da gorducha iludida, da feiosa cretina? Fernando
tem razão. Eu acredito em tudo, como uma cretina. Acreditei até que Cristiano
poderia me amar. Cretina! Acreditei até naquele beijo... Quando você me
beijou... Cristiano...
Chora. Se possível, a plateia deve perceber
que ela está lavada em lágrimas. E que as lágrimas pingam no papel.
Professor -
Muito bem, classe, podem parar. Já deu tempo para colocar no papel o que tem
dentro de suas cabeças. Se é que tem alguma coisa dentro de suas cabeças.
Isabel! Quem é Isabel?
Isabel - Sou eu.
Professor - Meu colega do oitavo ano elogiou muito seus textos,
Isabel. Quero começar por ele. Pode entregá-lo para mim?
Isabel
entrega-lhe o papel. O professor começa a ler e fica surpreso.
Professor - O
que é isto? Quando você me beijou, quando você me beijou, quando você me
beijou... Há apenas a mesma frase escrita várias vezes!
Isabel - É um
poema concreto, professor, Assim como “Uma pedra é uma pedra”, do Carlos
Drummond de Andrade. O leitor deve completar o poema de acordo com suas
próprias experiências, de acordo com suas lembranças de um beijo de amor...
Risadinhas discretas dos alunos. O professor
ergue um olhar duro, controlador, para toda a classe. Alunos calam-se.
Professor -
Uma explicação hábil. Hábil e espirituosa, Isabel. Mas que não passa de uma
saída para desculpar a preguiça. A preguiça e a falta de respeito... E isto?
Que marquinha redonda é esta? Parece a marca de uma lágrima...
Disponível
em: http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/contos/a_marca_de_uma_lagrima.pdf>.
Acesso em 28 de maio de 2012.
6.
Que
elementos da linguagem teatral estão indicados no texto?
a) Os diálogos, o cenário, as poesias, as
declamações.
b) O cenário, as declamações, as prosas.
c) A entrada dos personagens, as reações,
o debate.
d) A cena, as rubricas (ações das
personagens), o debate.
e)
O
cenário, a entrada das personagens, as reações, os diálogos, as rubricas.
Leia o texto e
responda:
A ARTE DE SER FELIZ
Cecília Meireles
HOUVE um tempo em que
a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da
janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem
com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as
plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente
feliz.
MAS, quando falo
dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem
que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e
outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Disponível em: <http://natrodrigo.wordpress.com/category/cecilia-meireles/>.
Acesso em 18 de mar de 2012.
7.
No
verso: “HOUVE um tempo em que
a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz”. Por que a cidade parecia ser de giz?
a)
Porque
era no verão e se usa uma metáfora (comparação) para se referir ao tempo seco.
b)
Porque
era no inverno e se usa uma catacrese para se referir ao pé do inverno.
c)
Porque
era no outono e se usa uma metonímia para se referir ao povo que andava na rua.
d)
Porque
era no verão e se usa uma catacrese para falar do avião que sobrevoa o telhado.
e)
Porque
era no inverno e se usa uma prosopopeia para se referir ao ronronar dos gatos.
Veja o texto não
verbal e responda as questões:
Disponível em: <http://www.zazzle.com.br/imaginacao_cartao-137715776714448052>. Acesso em: 18
de mar de 2012.
8.
Que
tipo de livro ela estaria lendo com tanto interesse?
a)
Um
livro de histórias científicas, com seres vivos e/ou experimentais.
b)
Um livro de histórias jornalísticas, com seres
irreais e/ou fantásticos.
c)
Um
livro de histórias corriqueiras, com seres irreais e/ou fantásticos e
assombrosos.
d)
Um
livro de histórias infantis, com seres irreais e/ou fantásticos.
e)
Um
livro de histórias orais, com seres irreais e/ou fantásticos e melancólicos.
9.
O
título Imaginação está relacionado com a imagem e é uma das funções da
literatura. O que a ilustradora quis sugerir nesse trabalho artístico?
a)
Ela
enfatizou o poder da ciência.
b)
Ela
deu ênfase na mobilidade de classe social.
c)
Ela
quis enfatizar o poder que a leitura tem de despertar a nossa imaginação.
d)
Ela
deu ênfase no poder político.
e)
Ela
enfatizou o poder da visão.
10. Mitos são historias fantásticas
criadas por um povo, podendo ter ou não ter como base um acontecimento real.
Quais os elementos da tela que nos lembram os mitos?
a)
O
livro, a menina, a montanha, o céu, as nuvens.
b)
O
cabelo, a montanha, a menina, o fogo.
c)
O
mago, o unicórnio, as cores, a montanha.
d)
O
dragão, a fada, o duende, o mago, o unicórnio.
e)
O
vulcão, o cabelo, a menina, o olhar.
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