Leia
o texto e responda o que se pede:
ANGELUS
Cruz e Sousa
Ah! lilazes de Ângelus harmoniosos,
Neblinas vesperais, crepusculares,
Guslas gementes, bandolins saudosos,
Plangências magoadíssimas dos ares…
Serenidades etereais d'incensos,
De salmos evangélicos, sagrados,
Saltérios, harpas dos Azuis imensos,
Névoas de céus espiritualizados.
Ângelus fluidos, de luar dormente,
Diafaneidades e melancolias…
Silêncio vago, bíblico, pungente
De todas as profundas liturgias.
É nas horas dos Ângelus, nas horas
Do claro-escuro emocional aéreo,
Que surges, Flor do Sol, entre as sonoras
Ondulações e brumas do Mistério.
Cruz e Sousa
Ah! lilazes de Ângelus harmoniosos,
Neblinas vesperais, crepusculares,
Guslas gementes, bandolins saudosos,
Plangências magoadíssimas dos ares…
Serenidades etereais d'incensos,
De salmos evangélicos, sagrados,
Saltérios, harpas dos Azuis imensos,
Névoas de céus espiritualizados.
Ângelus fluidos, de luar dormente,
Diafaneidades e melancolias…
Silêncio vago, bíblico, pungente
De todas as profundas liturgias.
É nas horas dos Ângelus, nas horas
Do claro-escuro emocional aéreo,
Que surges, Flor do Sol, entre as sonoras
Ondulações e brumas do Mistério.
- O poema de Cruz
e Sousa denominado de Angelus, faz parte do movimento literário chamado
de:
a) Parnasianismo
b) Romantismo
c) Realismo
d) Simbolismo
e) Modernismo.
Leia
o texto e responda o que se pede:
O PODER ULTRAJOVEM
Carlos Drummond de Andrade
— QUERO LASANHA.
Aquêle anteprojeto
de mulher — quatro anos, no máximo, desabrochando na ultraminissaia — entrou
decidido no restaurante. Não precisava de menu, não precisava de mesa, não
precisava de nada. Sabia perfeitamente o que queria. Queria lasanha.
O pai, que mal acabara de estacionar o carro em uma vaga de
milagre, apareceu para dirigir a operação-jantar, que é, ou era, da competência
dos senhores pais.
— Meu bem, venha
cá.
— Quero lasanha.
— Escute aqui,
querida. Primeiro, escolhe-se a mesa.
— Não, já escolhi.
Lasanha.
Que parada — lia-se na cara do pai. Relutante, a garotinha
condescendeu em sentar-se primeiro, e depois encomendar o prato:
— Vou querer
lasanha.
— Filhinha, por que
não pedimos camarão? Você gosta tanto de camarão.
— Gosto, mas quero
lasanha.
— Eu sei, eu sei
que você adora camarão. A gente pede fritada bem bacana de camarão. Tá?
— Quero lasanha,
papai. Não quero camarão.
— Vamos fazer uma
coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal?
— Você come camarão
e eu como lasanha.
O garçom aproximou-se, e ela foi logo instruindo:
— Quero uma
lasanha.
O pai corrigiu:
— Traga uma fritada
de camarão pra dois. Caprichada.
A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em
nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas interrogações também se liam
no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva. Quando o garçom voltou com os
pratos e o serviço, ela atacou:
— Môço, tem
lasanha?
— Perfeitamente,
senhorita.
O pai, no contra-ataque:
— O senhor
providenciou a fritada?
— Já, sim, doutor.
— De camarões bem
grandes?
— Daqueles legais,
doutor.
— Bem, então me vê
um chinite, e pra ela... O que é que você quer, meu anjo?
— Uma lasanha.
— Traz um suco de
laranja pra ela.
Com o chopinho e o suco de laranja, veio a famosa fritada de
camarão, que, para surprêsa do restaurante inteiro, interessado no desenrolar
dos acontecimentos, não foi recusada pela senhorita. Ao contrário, papou-a, e
bem. A silenciosa manducação atestava, ainda uma vez, no mundo, a vitória do
mais forte.
— Estava uma coisa,
hem? — comentou o pai, com um sorriso bem alimentado. — Sábado que vem, a gente
repete... Combinado?
— Agora a lasanha,
não é, papai?
— Eu estou
satisfeito. Uns camarões tão geniais! Mas você vai comer mesmo?
— Eu e você, tá?
— Meu amor, eu...
— Tem de me
acompanhar, ouviu? Pede a lasanha.
O pai baixou a cabeça, chamou o garçom, pediu. Aí, um casal, na mesa vizinha,
bateu palmas. O resto da sala acompanhou. O pai não sabia onde se meter. A
garotinha, impassível. Se, na conjuntura, o poder jovem cambaleia, vem aí, com
fôrça total, o poder ultrajovem.
Texto extraído do livro “O poder ultra jovem”, Ed. José Olympio – Rio de Janeiro, 1972, pág. 3.
- Dos elementos da narrativa (personagens, narrador, lugar, tempo e
espaço) e dos tipos de narrativas (conto, crônica, novela e romance)
podemos observar alguns pormenores. Nesse contexto, em que momento do
lazer entre pai e filha sofre um conflito?
a)
No momento que ele quer uma coisa e
ela quer outra.
b)
No momento que o garçom oferece
refrigerante.
c)
No momento em que ela vai a escola no
outro dia.
d)
No momento em que ela alega ficar com
dor de barriga com aquela comida.
e)
Todas as respostas.
- Quando o narrador descreve o comportamento da garota, deixa claro
que ela tinha personalidade e não desistia de suas vontade. Em que parte
do texto isso fica claro?
a)
.
b)
A todos os leitores.
Texto para as questões
3 e 4 faz parte do Realismo/ Naturalismo.
Que
fazias tu, mãe cautelosa e ríspida que não vinhas arrancar às mãos e à boca da
filha um veneno tão sutil e mortal? D. Benedita, à janela, olhava a noite,
entre as estrelas e os lampiões de gás, com a imaginação vagabunda, inquieta,
roída de saudades e desejos. O dia tinha-lhe saído mal, desde manhã. D.Benedita
confessava, naquela doce intimidade da alma consigo mesma, que o jantar de D.
Maria dos Anjos não prestara para nada, e que a própria amiga não estava provavelmente
nos seus dias de costume. Tinha saudades, não sabia bem de que, e desejos, que
ignorava. De quando em quando, bocejava ao modo preguiçoso e arrastado dos que
caem de sono; mas se alguma coisa tinha era fastio, - fastio, impaciência,
curiosidade. D. Benedita cogitou seriamente em ir ter com o marido; e tão
depressa, a ideia do marido lhe penetrou no cérebro, como se lhe apertou o
coração de saudades e remorsos, e o sangue pulou-lhe num tal ímpeto de ir ver o
desembargador que, se o paquete* do Norte estivesse na esquina da
rua e as malas prontas, ela embarcaria logo e logo. Não importa; o paquete
devia estar prestes a sair, oito ou dez dias; era o tempo de arranjar as malas.
Iria por três meses somente, não era preciso levar muita coisa.
Ei-la
que se consola da grande cidade fluminense, da similitude (semelhança) dos
dias, da escassez das coisas, da persistência das caras, da mesma fixidez das
modas, que era um dos seus árduos problemas: – por que é que as modas hão de
durar mais de quinze dias?
(Trecho do conto “D. Benedita” de Machado de
Assis)
* paquete: navio veloz e luxuoso, originariamente a vapor, para
transporte rápido e regular de passageiros.
3. O texto apresenta um perfil
psicológico da personagem D. Benedita. Considerando a ironia própria
à escrita de Machado de Assis, pode–se afirmar que D. Benedita
a) caracteriza-se
como uma mulher paciente e cautelosa e nunca fazia nada contra.
b) demonstra
ser uma personagem consciente dos seus sentimentos.
c) possui
uma personalidade acomodada, que não fazia nada porque era velha.
d) adora
as novidades, o espetáculo e saia andando pela cidade, como uma criança.
e ) toma
as decisões após refletir longamente, mas sem nenhuma atitude, porque era muito
idosa.
4. O trecho: “Que fazias tu, mãe
cautelosa e ríspida que não vinhas arrancar às mãos e à boca da filha um veneno
tão sutil e mortal?”
I. constitui uma avaliação irônica do narrador acerca da
personagem D. Benedita.
II. reforça, através do discurso da personagem D. Benedita, sua
personalidade fútil (enganadora).
III. é um diálogo entre o narrador e a personagem.
Está(ão) correta(s):
a) apenas
I
b) apenas
I e
III
c) apenas
I e
II
d) todas
e) apenas
II
5. O realismo foi um movimento de:
a) volta ao passado
a) volta ao passado
b) exacerbação (aumento) da estética romântica
c) moralismo.
d)
irracionalismo
e) maior preocupação com a objetividade/cientificismo/razão
Leia o poema e responda o que se pede:
Antífona
Cruz e Sousa
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
Leia o texto e responda o que se pede
A um poeta
OLAVO BILAC
Longe do estéril
turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se
disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na
fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza,
gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
7. Assinale a alternativa que se aplica ao movimento
literário do parnasianismo.
a) predomínio do emoção.
b) tentativa de fixar a sentimento romântico.
c) constante presença da temática da morte.
d) princípios dos clássicos.
e) valorização do soneto.
b) tentativa de fixar a sentimento romântico.
c) constante presença da temática da morte.
d) princípios dos clássicos.
e) valorização do soneto.
8. Na frase: ”Tente
perceber também com que tipo de pessoas eles falam nas salas de chat e no MSN e previna-os para os riscos a que estão sujeitos. Mantenha-se
atento (a) – a prevenção é o melhor remédio.”. Há um exemplo claro de:
a) Subjetivismo.
b) Denotação.
c) Estrangeirismo
d) Conotação.
e) Figuras de linguagem.
Leia o texto e responda o que se pede:
Como eu te amo
Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,
Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;
Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,
Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;
Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
9. Esse texto é representante de um
movimento literário chamado de:
a) Realismo, porque mostra a vida real de
adultério.
b) Romantismo, pois mostra o lado sentimental
da pessoa.
c) Parnasianismo, porque não se importa com
sentimento do outro.
d) Simbolismo, porque vemos a musicalidade
sendo valorizada.
e) Todas as respostas.
Observe esta obra de arte do pintor francês Jean-François
de Millet:
10. Essa tela conhecida como As
respigadeiras (ou espigadeiras) tem uma característica marcante do Realismo,
qual é?
a) Ela não é idealizada.
b) Ela é idealizada.
c) A mulher é perfeita.
d) A mulher é prendada, sabe fazer tudo
relacionado ao lar.
e) Todas as respostas.
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