Leia os textos e responda o que se pede:
TEXTO I
Lembrança de Morrer
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
TEXTO II
Junqueira Freire: Louco (Hora de Delírio) Não, não
é...
Louco (Hora de Delírio)
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais livre,
Aproxima-se mais à essência etérea.
Achou pequeno o cérebro que o tinha:
Suas idéias não cabiam nele;
Seu corpo é que lutou contra sua alma,
E nessa luta foi vencido aquele,
Foi uma repulsão de dois contrários:
Foi um duelo, na verdade, insano:
Foi um choque de agentes poderosos:
Foi o divino a combater com o humano.
Agora está mais livre. Algum atilho
Soltou-se-lhe o nó da inteligência;
Quebrou-se o anel dessa prisão de carne,
Entrou agora em sua própria essência.
Agora é mais espírito que corpo:
Agora é mais um ente lá de cima;
É mais, é mais que um homem vão de barro:
É um anjo de Deus, que Deus anima.
Agora, sim — o espírito mais livre
Pode subir às regiões supernas:
Pode, ao descer, anunciar aos homens
As palavras de Deus, também eternas.
E vós, almas terrenas, que a matéria
Os sufocou ou reduziu a pouco,
Não lhe entendeis, por isso, as frases santas.
E zombando o chamais, portanto: - um louco!
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais livre.
Aproxima-se mais à essência etérea.
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais livre,
Aproxima-se mais à essência etérea.
Achou pequeno o cérebro que o tinha:
Suas idéias não cabiam nele;
Seu corpo é que lutou contra sua alma,
E nessa luta foi vencido aquele,
Foi uma repulsão de dois contrários:
Foi um duelo, na verdade, insano:
Foi um choque de agentes poderosos:
Foi o divino a combater com o humano.
Agora está mais livre. Algum atilho
Soltou-se-lhe o nó da inteligência;
Quebrou-se o anel dessa prisão de carne,
Entrou agora em sua própria essência.
Agora é mais espírito que corpo:
Agora é mais um ente lá de cima;
É mais, é mais que um homem vão de barro:
É um anjo de Deus, que Deus anima.
Agora, sim — o espírito mais livre
Pode subir às regiões supernas:
Pode, ao descer, anunciar aos homens
As palavras de Deus, também eternas.
E vós, almas terrenas, que a matéria
Os sufocou ou reduziu a pouco,
Não lhe entendeis, por isso, as frases santas.
E zombando o chamais, portanto: - um louco!
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais livre.
Aproxima-se mais à essência etérea.
1.
Em
algumas letras de música do gênero rock’n’roll podemos encontrar, sem
generalizar, muitas características do Mal do Século como o culto à noite,
descontentamento com a realidade e até excesso de sentimentalismo amoroso. Os
textos de Álvares de Azevedo e de Junqueira Freire tem alguma correspondência com
o gênero musical citado e a segunda geração?
a) Sim, pois falam da mesma temática do
Romantismo.
b) Não, pois a temática não é romântica,
é pessimista.
c) Sim, pois a temática é filosófica e
não tem nada a ver com o Romantismo e rock’n’roll.
d) Não, uma vez que os escritores de
rock’n’roll são vistos como alguém desviado do padrão.
e) Todas as respostas.
Leia o texto Os Três Amores, de Castro Alves
e responda:
OS TRÊS AMORES
I
Minh’alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
- Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
- E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha
Eu morro, se desfaço-te a mantilha
Tu és - Júlia, a Espanhola!...
Recife, Setembro de 1866
I
Minh’alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
- Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
- E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha
Eu morro, se desfaço-te a mantilha
Tu és - Júlia, a Espanhola!...
Recife, Setembro de 1866
2. Uma das opções a seguir NÃO
caracteriza a poética de Castro Alves. Indique-a.
a) Linguagem grandiloquente, rica em
hipérboles e apóstrofes.
b) Oratória adequada para temas sociais,
visando ao convencimento do ouvinte/leitor.
c) Defesa de problemas sociopolíticos, como a
escravidão dos negros e os ideais republicanos.
d) Manutenção do gosto ultrarromântico,
quanto ao tratamento de temas, especialmente, na vertente lírico-amorosa.
e) Poesia de cunho social associada ao
condoreirismo, cujo símbolo é o condor, ave que alcança grandes altitudes.
3.
(PUCCAMP)
"Cantor
das selvas, entre bravas matas
Áspero
tronco da palmeira escolho,
Unido a
ele soltarei meu canto,
Enquanto
o vento nos palmares zune,
Rugindo
os longos, encontrados leques."
Os versos
acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias, apresentam características
da primeira geração romântica:
a.
apego ao equilíbrio na forma de expressão; presença do
nacionalismo, pela temática indianista e pela valorização da natureza
brasileira.
b.
resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão
subordinada às emoções; visão da poesia a serviço de causas sociais, como a
escravidão.
c.
expressão preocupada com o senso de medida; "mal do
século"; natureza como amiga e confidente.
d.
transbordamento na forma de expressão; valorização do índio como
típico homem nacional; apresentação da natureza como refúgio dos males do
coração.
e.
expressão a serviço da manifestação dos estados de espírito mais
exagerados; sentimento profundo de solidão.
As questões de 04 a 06 referem-se ao texto O Auto da Compadecida.
João Grilo: Ah isso
é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem
ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Fonte: Auto
da Compadecida. 15
ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.
4. A obra “Auto da
Compadecida” foi escrita para o teatro:
a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do Nordeste
brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
5. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:
a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
6. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó identificam-se com:
a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
Leia
o texto de Gonçalves Dias
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercados de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d'altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que densas
coortes Assombram das matas a imensa extensão.
FONTE: DIAS, Antonio Gonçalves.
I-Juca-Pirama seguido de Os Timbiras. Porto Alegre: L&PM, 1999.
7. No fragmento acima, NÃO se encontra a
seguinte característica romântica:
a) lirismo amoroso.
b) indianismo.
c) ritmo melódico.
d) ufanismo.
e)Todas as respostas
Leia o Soneto de Álvares de Azevedo
Já da morte o palor
me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no
macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus,
minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança
com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2000.
8. O núcleo
temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém
configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O
fundamento desse lirismo é
a)
a
angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de
reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela
autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão
amorosa.
e)
o gosto
pela escuridão como solução para o sofrimento.
Leia o trecho de O auto da Compadecida e
responda o que se pede:
“João Grilo: Ah, mas aquilo é por que foi o
cachorro. Com meu gato é diferente...
Mulher: Diferente por quê?
João Grilo: Por que em vez de despesa, esse
gato dá é lucro.
Mulher: Fora vaca, cavalo e criação, bicho
que dá lucro não existe.
João Grilo: Não existe se não... Eu fico meio
encabulado de dizer!
Mulher: Que é isso João, você está em casa!
Diga!
João Grilo: É que o gato que eu trouxe
descome dinheiro.”
9. Quais as características da linguagem
utilizada por Ariano Suassuna que podemos perceber nesse trecho?
a) Regional.
b) Política.
c) Formal.
d) Filosófica.
e) Todas as respostas.
10. Há uma adversidade da vida do homem do
sertão nordestino permeando o texto. Hoje, os nordestinos enfrentam as
adversidades de forma pacifica e com esperança em dias melhores. Que
adversidade é essa?
a) A corrupção.
b) A seca.
c) A vida religiosa das pessoas na
cidade.
d) O impeachment de Eduardo Cunha.
e) Todas as respostas.
O trecho a seguir é parte do poema
"Mocidade e morte", do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares,
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
- Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fila.
(ALVES, Castro. "Os melhores
poemas de Castro Alves." Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.)
11. Esse poema, como o próprio título sugere,
aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na
juventude. A imagem da morte aparece na palavra
a) embalsama.
b) infinito.
c) amplidão.
d) dormir
e) sono.
Veja a imagem e responda o que se pede:
12.O filme A culpa é das estrelas (2014) é
considerado como:
a) Comédia Romântica, pois os dois se
apaixonam.
b) Romance de Ficção, pois os dois são
vampiros.
c) Romance Moderno, pois não tem final
feliz.
d) Romance virtual, pois os dois se
conheceram pelas redes sociais.
e) Todas as respostas.
Veja a tela do paraibano Pedro Américo,
pintor reconhecido nacionalmente e residia na cidade de Areia.
13. Essa tela O Grito da Independência, de
Pedro Américo é reconhecida como romântica da Primeira Geração, porque:
a) aborda o nacionalismo.
b) aborda o indianismo.
c) aborda o pessimismo.
d) aborda o lirismo amoroso.
e) aborda o egoísmo.
Veja a tela do pintor J. B. Debret que aborda
uma característica própria do Romantismo.
14. Essa tela
de Debret é reconhecida como romântica da Primeira Geração, porque:
a) aborda o nacionalismo.
b) aborda o indianismo.
c) aborda o pessimismo.
d) aborda o lirismo amoroso.
e) aborda o egoísmo.
Leia o texto do Livro A marca de uma lágrima:
Cena 13
Sala de aula. Isabel, Rosana, professor de Português e alunos. Outra vez
o movimento de estudantes entrando em classe. Rosana encontra Isabel e está
aflita.
Rosana - Isabel! Onde você andou? Procurei por você o recreio inteiro!
Seu rosto está vermelho... O que houve?
Isabel - Nada... acho que estou resfriada, Rosana. Na saída, eu vou com
você até o ponto de ônibus. Tenho uma coisa pra te contar que vai deixar você
muito feliz.
Rosana - E eu também, Isabel, eu também tenho uma coisa linda pra te
contar!
Isabel - Agora fique quieta que a aula é de Português. Ouvi dizer
que esse professor é terrível!
Rosana - Para você ele deve ser fichinha, Isabel. Você é a recordista de
notas dez em redação!
Entra o professor de Português. Os alunos calam-se. O professor tem um ar
muito severo. Não é de brincadeiras, ao contrário da professora de Física.
Professor - Muito bem, jovens, vamos nos apresentar. Eu sou o seu
professor de Português. Como eu sou, vocês logo vão ficar sabendo. Comigo basta
pensar. Basta trabalhar, e muito. Se vocês forem assim, vamos nos dar muito
bem. Mas hoje eu quero conhecer vocês. Para isso, vamos fazer uma redação. Pelo
texto de vocês, vou poder separar quem sabe pensar daqueles que ainda estão na
escala mais baixa da evolução. Vamos lá. Papel e lápis na mão. Uma redação de aquecimento.
Tema livre. Podem soltar-se e mostrar o que existe dentro da cabeça de cada um.
Eu só aviso que, para mim, um erro de concordância é o mesmo que empurrar
escada abaixo a cadeira de rodas de uma velhinha. Com a velhinha em cima!
Rosana fica apavorada, pois é péssima aluna de Português e redige mal.
Isabel nota seu desespero. Faz um sinal de calma para a amiga e põe-se a
redigir furiosamente. Logo, passa disfarçadamente a folha escrita para Rosana.
Isabel - Pegue. Copie com sua letra.
A partir deste momento, como na aula de Física, todos os atores ficam
imóveis e Isabel fala seus pensamentos. Só escreve quando diz a frase: “Quando
você me beijou...”
Isabel - Idiota que fui. Pensar que Cristiano pudesse se apaixonar por
mim, por mim, a gorducha... Quando você me beijou... Pensar que Cristiano
poderia ler nos meus olhos, através dos óculos, e enxergar lá dentro toda a
paixão da gorducha iludida... Quando você me beijou... Apaixonar-se pela
desengonçada, pela feiosa piadista... Ah, que piada! Com o rostinho de Rosana à
frente... com o corpinho de Rosana nos braços... nem pensar! Quando você me
beijou... Burra! O que Cristiano poderia encontrar em mim? A espinha amarela no
nariz, como um aríete de pus abrindo caminho rumo à solidão? Quando você me beijou...
O que ele veria? O que todos veem, além da gorducha iludida, da feiosa cretina?
Fernando tem razão. Eu acredito em tudo, como uma cretina. Acreditei até que
Cristiano poderia me amar. Cretina! Acreditei até naquele beijo... Quando você
me beijou... Cristiano...
Chora. Se possível, a plateia deve perceber que ela está lavada em
lágrimas. E que as lágrimas pingam no papel.
Professor - Muito bem, classe, podem parar. Já deu tempo para colocar no
papel o que tem dentro de suas cabeças. Se é que tem alguma coisa dentro de
suas cabeças. Isabel! Quem é Isabel?
Isabel - Sou eu.
Professor - Meu colega do oitavo ano elogiou muito seus textos, Isabel.
Quero começar por ele. Pode entregá-lo para mim?
Isabel entrega-lhe o papel. O professor começa a ler e fica surpreso.
Professor - O que é isto? Quando você me beijou, quando você me beijou,
quando você me beijou... Há apenas a mesma frase escrita várias vezes!
Isabel - É um poema concreto, professor, Assim como “Uma pedra é uma
pedra”, do
Carlos Drummond de Andrade. O leitor deve completar o poema de acordo com
suas próprias experiências, de acordo com suas lembranças de um beijo de
amor...
Risadinhas discretas dos alunos. O professor ergue um olhar duro,
controlador, para toda a classe. Alunos calam-se.
Professor - Uma explicação hábil. Hábil e espirituosa, Isabel. Mas que
não passa de uma saída para desculpar a preguiça. A preguiça e a falta de
respeito... E isto? Que marquinha redonda é esta? Parece a marca de uma
lágrima...
Disponível em: http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/contos/a_marca_de_uma_lagrima.pdf>. Acesso em 28 de maio de 2012.
15. Aborda-se uma temática muito comum no Romantismo da Segunda Geração,
qual é:
a) O amor correspondido.
b) O amor não correspondido.
c) Indianismo.
d) Nacionalismo.
e) Todas as respostas.
1.A
2D
3D
4D
5C
6D
7A
8B
9A
10B
11E
12
A
13A
14B
15B
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