As questões de 01 a 03 referem-se ao texto
O Auto da Compadecida.
João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado
especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Fonte: Auto
da Compadecida. 15
ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.
1. A obra “Auto da Compadecida” foi escrita para o teatro:
a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do
Nordeste brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
2. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:
a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
3. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó identificam-se com:
a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
Observe
a cena medieval retratada e relacionando-a com o Trovadorismo, responda o que
se pede:
4. Existe um conjunto de atividades na
Tela de Ambolio. Que cena foi retratada no afresco de
Ambrolio Lorenzetti e onde ela acontece:
a) O conjunto de edificações, a presença de muitas pessoas em
espaços públicos, a interação entre as pessoas.
b) O conjunto de muitos botecos, a presença de muitos
animais em espaço privado, o mercantilismo.
c) O conjunto de muitas igrejas, a presença de muitos animais
selvagens (como o leão) em
espaços públicos, o individualismo entre as pessoas.
d) O conjunto arquitetônico da cidade de João Pessoa, na idade medieval, em
que as pessoas comercializavam em Mangabeira, entre muitos animais.
Observe o texto abaixo e responda, pois na conhecida música/texto
“Abandonada”, de Fafá de Belém se
parece com as cantigas trovadorescas (estudadas em sala de aula) que foram as
primeiras produções literárias da época e se dividiam em quatro.
Abandonada por você/ Apaixonada por você/ Eu vejo o vento te levar/ Mas
tenho estrelas prá sonhar/ E ainda te espero todo dia...
5. Marque a única opção em que a música/texto “Abandonada” se encaixa:
a) Cantigas de Amor: eu lírico é masculino
que sofre por amor.
b) Cantigas de Escárnio: ataque
satírico indireto, não citando o nome da pessoa.
c) Cantigas de Amigo: eu lírico é
feminino que sofre por amor.
d) Cantigas de Maldizer: ataque
satírico direto, citando o nome da pessoa.
e) Cantigas de Malmequer: em que
se brinca com as crianças.
Leia o texto do Humanismo sobre “A farsa de Inês Pereira” e relembre o
vídeo visto em sala de aula em que a peça foi escrita por Gil Vicente e
responda:
Andar! Pero Marques seja!
Quero tomar por esposo
Quem se tenha por ditoso
De cada vez que me veja.
Meu desejo eu
retempero:
Asno que me leve
quero,
Não cavalo valentão:
Antes lembre que leão,
Antes lavrador que
Nero.
6. Os versos em destaque no texto equivalem a MORAL DA HISTÓRIA, qual é:
a) Convém asno a que
me leve de que cavalo fraco.
b) Prefiro mais asno
que me leve a cavalo pangaré.
c) O cavalo de João
Marques me levou para casa.
d) É preferível asno
que me leve do que cavalo.
e) Prefiro asno que me
leve a cavalo que me derrube.
7. (Cescem)
- "Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem" (A Carta, de Pero
Vaz de Caminha). No
texto do Quinhentismo, notamos:
a) que Pero Vaz Caminha assume a atitude de um
observador frio.
b) que Caminha se empolga (coloca emotividade nas palavras) pelas coisas da terra.
c) que o escritor descobriu águas-marinhas.
d) Caminha apenas está atento ao que vê, desprezando o entusiasmo tão comum da época.
e) nenhuma das anteriores.
b) que Caminha se empolga (coloca emotividade nas palavras) pelas coisas da terra.
c) que o escritor descobriu águas-marinhas.
d) Caminha apenas está atento ao que vê, desprezando o entusiasmo tão comum da época.
e) nenhuma das anteriores.
Leia o texto e responda o que se pede:
FÁBULA DOS DOIS LEÕES
Diz que eram dois leões que fugiram do
jardim zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os
perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o
centro da cidade. Procuraram os
leões de todo jeito mas ninguém encontrou.
Vai daí, depois de uma semana, para
surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas da
Tijuca. Voltou magro, faminto e alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado que
arranjasse vaga para ele no
jardim zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão
tão carcomido assim. E, como deputado
arranja sempre colocação para quem não interessa colocar, o leão foi reconduzido
à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais
se lembrava do leão que fugira para o centro da cidade quando, lá um dia, o bruto foi recapturado.
Voltou para o jardim zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que
fugira para as florestas da Tijuca disse para o coleguinha: - Puxa, rapaz, como é que você conseguiu ficar
na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi
para as matas da Tijuca,
tive que pedir arrego, porque quase não encontrava o que comer, como é então
que você... vá, diz como
foi.
O outro leão então explicou:- Eu meti
os peitos e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia eu comia um funcionário e ninguém
dava por falta dele.
- E por que voltou pra cá? Tinham acabado
os funcionários?
- Nada disso. O que não acaba no
Brasil é funcionário público. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o diretor, idem um chefe de seção,
funcionários diversos, ninguém dava por falta. No dia em que eu comi o cara
que servia o cafezinho...
me apanharam.
(PONTE PRETA, S. Gol de padre e outras crônicas. São
Paulo: Ática, 2007).
Sobre as críticas inferidas da fábula, marque V para as verdadeiras e F
para as falsas.
( )
A enorme quantidade de funcionários públicos.
( )
A força do imposto de renda representado pela figura do leão.
( )
A importância do cafezinho em repartição pública.
8. Assinale a sequência correta.
[A] V, V, V
[B] F, V, F
[C] F, F, F
[D] V, F, V
[E] F, V, V
9. No texto, a figura pública de deputado é vista como a que
[A] oferece trabalho a correligionários por quem ele se interessa.
[B] trabalha como funcionário público representando pessoas que o
elegeram.
[C] emprega pessoas em repartição pública mesmo que não seja necessário.
[D] divide com seus assessores o ganho relativo a projetos da área
social.
[E] todas as respostas.
1.D
2.C
3.D
4.A
5.C
6.E
7.B
8.A
9.C
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