quinta-feira, 13 de julho de 2017

SIMULADO DO 1º ANO – LITERATURA




Leia o texto e responda o que se pede:

Poeta de Armário

Kleber Bordinho


Não gostava de poesia,
Odiava quem lia
E quem fazia
Morreu escondido
Nos fundos de uma livraria
No bolso
Uma quadrilha,
Um poema sujo,
E planos de abrir
Uma tabacaria


http://www.plataformadoletramento.org.br/arquivo_upload/2014-11/20141110151600-boxe_quadrilha.jpg

1.    (Marconildo Viegas) No poema Poeta de Armário, o autor faz referencia a outros textos do gênero lírico. Qual efeito provoca a referencia ao poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade?

a)    Dramático (gênero da encenação).
b)    Paródia (bagunça com o texto).
c)    Lirismo (gênero lírico)
d)    Intertextualidade (referencia a outro texto com mesma temática).
e)    Todas as respostas.


As questões de 02 a 04 referem-se ao texto O Auto da Compadecida.
João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Fonte: Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.

2.  A obra “Auto da Compadecida” foi escrita para o teatro:
a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do Nordeste brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.

3. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:
a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.

4. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó identificam-se com:
a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.

Leia o texto para interpretação e responda o que se pede:

FÁBULA DOS DOIS LEÕES

Diz que eram dois leões que fugiram do jardim zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o centro da cidade. Procuraram  os leões de todo jeito mas ninguém encontrou.
Vai daí, depois de uma semana, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas da Tijuca. Voltou magro, faminto e alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado que arranjasse vaga para ele  no jardim zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão tão carcomido assim. E, como  deputado arranja sempre colocação para quem não interessa colocar, o leão foi reconduzido à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrava do leão que fugira para o centro da cidade quando, lá  um dia, o bruto foi recapturado. Voltou para o jardim zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para as florestas da Tijuca disse para o coleguinha: - Puxa,  rapaz, como é que você conseguiu ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi para  as matas da Tijuca, tive que pedir arrego, porque quase não encontrava o que comer, como é então que você... vá,  diz como foi.
O outro leão então explicou:- Eu meti os peitos e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia eu  comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
- E por que voltou pra cá? Tinham acabado os funcionários?
- Nada disso. O que não acaba no Brasil é funcionário público. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o  diretor, idem um chefe de seção, funcionários diversos, ninguém dava por falta. No dia em que eu comi o cara que  servia o cafezinho... me apanharam.

(PONTE PRETA, S. Gol de padre e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2007).

5. Sobre as críticas inferidas da fábula (tipo de texto narrativo que tem animais como personagens), marque V para as verdadeiras e F para as falsas.

(      ) A enorme quantidade de funcionários públicos.
(      ) A força do imposto de renda representado pela figura do leão.
(      ) A importância do cafezinho em repartição pública.

Assinale a sequência correta.

[A] V, V, V
[B] F, V, F
[C] F, F, F
[D] V, F, V
[E] F, V, V

6. No texto, a figura pública de deputado é vista como a que

[A] oferece trabalho aos correligionários por quem ele se interessa.
[B] trabalha como funcionário público representando pessoas que o elegeram.
[C] emprega pessoas em repartição pública mesmo que não seja necessário.
[D] divide com seus assessores o ganho relativo a projetos da área social.
[E] todas as respostas.


Texto para as questões 7 e 8 sobre Escolas Literárias (Arcadismo: movimento literário de 1527).

O Amor é finalmente 
um embaraço de pernas, 
uma união de barrigas, 
um breve tremor de artérias.

Uma confusão de bocas, 
uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas (região da cintura até as coxas); 
quem diz outra coisa, é besta.
(Gregório de Matos)

7.  A visão do eu-lírico sobre o amor no poema acima é:

a) idealizado
b) carnal
c) divino
d) irônico
e) espiritualizado

8. Das expressões abaixo, a única que não se relaciona com o tipo de amor do poema é :

a) “rebuliço de ancas”
b) “confusão de bocas”
c) “embaraço de pernas”
d) “quem diz outra coisa”
e) “união de barrigas”


Leia o texto e responda
“Oração de São Francisco”
                                                                                         Fagner

Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio que eu leve o amor
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve união
Onde houver dúvida que eu leve a fé
Onde houver erro que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve alegria
Onde houver trevas que eu leva a luz

Oh, Mestre,
Fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna

Oh, Mestre,
Fazei que...


9. Sobre Metrificação/Escansão/Versificação, estudado em sala de aula, responda: O cântico Oração de São Francisco é um texto em poesia, por que:


a)            Usa o gênero lírico (sentimento).
b)    Usa o gênero dramático (encenação).
c)    Usa o gênero épico (narração).
d)    Usa linguagem informal.
e)    Todas as respostas.
10. Na contagem de sílabas poéticas, não se marca a última sílaba porque é chamada de sílaba átona. Os versos da Oração de São Francisco são distintos na contagem. No primeiro verso EM DESTAQUE, quantas sílabas poéticas têm?

a)    8
b)    6
c)    11
d)    3
e)    9


Leia o texto do Livro A marca de uma lágrima:

Cena 13

Sala de aula. Isabel, Rosana, professor de Português e alunos. Outra vez o movimento de estudantes entrando em classe. Rosana encontra Isabel e está aflita.

Rosana - Isabel! Onde você andou? Procurei por você o recreio inteiro! Seu rosto está vermelho... O que houve?
Isabel - Nada... acho que estou resfriada, Rosana. Na saída, eu vou com você até o ponto de ônibus. Tenho uma coisa pra te contar que vai deixar você muito feliz.
Rosana - E eu também, Isabel, eu também tenho uma coisa linda pra te contar!
Isabel  - Agora fique quieta que a aula é de Português. Ouvi dizer que esse professor é terrível!
Rosana - Para você ele deve ser fichinha, Isabel. Você é a recordista de notas dez em redação!

Entra o professor de Português. Os alunos calam-se. O professor tem um ar muito severo. Não é de brincadeiras, ao contrário da professora de Física.

Professor - Muito bem, jovens, vamos nos apresentar. Eu sou o seu professor de Português. Como eu sou, vocês logo vão ficar sabendo. Comigo basta pensar. Basta trabalhar, e muito. Se vocês forem assim, vamos nos dar muito bem. Mas hoje eu quero conhecer vocês. Para isso, vamos fazer uma redação. Pelo texto de vocês, vou poder separar quem sabe pensar daqueles que ainda estão na escala mais baixa da evolução. Vamos lá. Papel e lápis na mão. Uma redação de aquecimento. Tema livre. Podem soltar-se e mostrar o que existe dentro da cabeça de cada um. Eu só aviso que, para mim, um erro de concordância é o mesmo que empurrar escada abaixo a cadeira de rodas de uma velhinha. Com a velhinha em cima!

Rosana fica apavorada, pois é péssima aluna de Português e redige mal. Isabel nota seu desespero. Faz um sinal de calma para a amiga e põe-se a redigir furiosamente. Logo, passa disfarçadamente a folha escrita para Rosana.

Isabel - Pegue. Copie com sua letra.

A partir deste momento, como na aula de Física, todos os atores ficam imóveis e Isabel fala seus pensamentos. Só escreve quando diz a frase: “Quando você me beijou...”

Isabel - Idiota que fui. Pensar que Cristiano pudesse se apaixonar por mim, por mim, a gorducha... Quando você me beijou... Pensar que Cristiano poderia ler nos meus olhos, através dos óculos, e enxergar lá dentro toda a paixão da gorducha iludida... Quando você me beijou... Apaixonar-se pela desengonçada, pela feiosa piadista... Ah, que piada! Com o rostinho de Rosana à frente... com o corpinho de Rosana nos braços... nem pensar! Quando você me beijou... Burra! O que Cristiano poderia encontrar em mim? A espinha amarela no nariz, como um aríete de pus abrindo caminho rumo à solidão? Quando você me beijou... O que ele veria? O que todos veem, além da gorducha iludida, da feiosa cretina? Fernando tem razão. Eu acredito em tudo, como uma cretina. Acreditei até que Cristiano poderia me amar. Cretina! Acreditei até naquele beijo... Quando você me beijou... Cristiano...

Chora. Se possível, a plateia deve perceber que ela está lavada em lágrimas. E que as lágrimas pingam no papel.

Professor - Muito bem, classe, podem parar. Já deu tempo para colocar no papel o que tem dentro de suas cabeças. Se é que tem alguma coisa dentro de suas cabeças. Isabel! Quem é Isabel?
Isabel - Sou eu.
Professor - Meu colega do oitavo ano elogiou muito seus textos, Isabel. Quero começar por ele. Pode entregá-lo para mim?

Isabel entrega-lhe o papel. O professor começa a ler e fica surpreso.
Professor - O que é isto? Quando você me beijou, quando você me beijou, quando você me beijou... Há apenas a mesma frase escrita várias vezes!
Isabel - É um poema concreto, professor, Assim como “Uma pedra é uma pedra”, do
Carlos Drummond de Andrade. O leitor deve completar o poema de acordo com suas próprias experiências, de acordo com suas lembranças de um beijo de amor...

Risadinhas discretas dos alunos. O professor ergue um olhar duro, controlador, para toda a classe. Alunos calam-se.

Professor - Uma explicação hábil. Hábil e espirituosa, Isabel. Mas que não passa de uma saída para desculpar a preguiça. A preguiça e a falta de respeito... E isto? Que marquinha redonda é esta? Parece a marca de uma lágrima...


Gil Vicente foi o maior teatrólogo da língua portuguesa e suas principais obras foram “Auto da Visitação” e “A farsa de Inês Pereira” esta última tinha por lição: Mais vale um asno que me carregue que um cavalo que me derrube.


11. Qual é o gênero literário estudado em sala relacionado ao texto lido A marca de uma lágrima?

a)    Épico.
b)    Formal.
c)    Lírico.
d)    Informal.
e)    Dramático.


Para o gênero dramático, são essenciais dois elementos: a importância do público e a possibilidade de desencadear emoções por meio da representação. Baseado nos comentários em sala de aula sobre o gênero citado, responda: Que elementos da linguagem teatral estão indicados no texto “A marca de uma lágrima”?


a)     Os diálogos, o cenário, as poesias, as declamações.
b)      O cenário, a entrada das personagens, a reações, os diálogos, as rubricas.
c) o diálogo informal, a vida cotidiana, a política brasileira.
d) o descobrimento do Brasil, a política do café com leite.
e) Todas as respostas.





1D
2D
3C
4D
5A
6C
7: B
8: D
9A
10E
11E
12B




Nenhum comentário:

Postar um comentário

SIMULADO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE ALAGOAS E OLHO D'ÁGUA GRANDE - BASEADO NO INSTITUTO BAHIA

  SIMULADO HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE ALAGOAS   1.             A História de Alagoas é marcada por uma série de experiências de lutas, resi...