Leia o texto e responda o que se pede:
Poeta de Armário
Kleber Bordinho
Não gostava de
poesia,
Odiava quem lia
E quem fazia
Morreu escondido
Nos fundos de uma
livraria
No bolso
Uma quadrilha,
Um poema sujo,
E planos de abrir
Uma tabacaria
1.
(Marconildo
Viegas) No poema Poeta de Armário, o autor faz referencia a outros textos do
gênero lírico. Qual efeito provoca a referencia ao poema Quadrilha, de Carlos
Drummond de Andrade?
a)
Dramático
(gênero da encenação).
b)
Paródia
(bagunça com o texto).
c)
Lirismo
(gênero lírico)
d)
Intertextualidade
(referencia a outro texto com mesma temática).
e)
Todas
as respostas.
As questões de 02 a 04 referem-se ao texto O Auto da Compadecida.
João Grilo: Ah isso
é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem
ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Fonte: Auto
da Compadecida. 15
ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.
2. A obra “Auto da
Compadecida” foi escrita para o teatro:
a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do
Nordeste brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.
3. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:
a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
4. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó identificam-se com:
a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.
Leia o texto para interpretação e responda o
que se pede:
FÁBULA DOS DOIS LEÕES
Diz que eram dois leões que fugiram do
jardim zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os
perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o
centro da cidade. Procuraram os
leões de todo jeito mas ninguém encontrou.
Vai daí, depois de uma semana, para
surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas da
Tijuca. Voltou magro, faminto e alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado que
arranjasse vaga para ele no
jardim zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão
tão carcomido assim. E, como deputado
arranja sempre colocação para quem não interessa colocar, o leão foi
reconduzido à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais
se lembrava do leão que fugira para o centro da cidade quando, lá um dia, o bruto foi recapturado.
Voltou para o jardim zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que
fugira para as florestas da Tijuca disse para o coleguinha: - Puxa, rapaz, como é que você conseguiu ficar
na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi
para as matas da Tijuca,
tive que pedir arrego, porque quase não encontrava o que comer, como é então
que você... vá, diz como
foi.
O outro leão então explicou:- Eu meti
os peitos e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia eu comia um funcionário e ninguém
dava por falta dele.
- E por que voltou pra cá? Tinham
acabado os funcionários?
- Nada disso. O que não acaba no
Brasil é funcionário público. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o diretor, idem um chefe de seção,
funcionários diversos, ninguém dava por falta. No dia em que eu comi o cara
que servia o cafezinho...
me apanharam.
(PONTE PRETA, S. Gol de padre e outras crônicas. São
Paulo: Ática, 2007).
5. Sobre as críticas inferidas da fábula (tipo de texto narrativo que tem
animais como personagens), marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( )
A enorme quantidade de funcionários públicos.
( )
A força do imposto de renda representado pela figura do leão.
( )
A importância do cafezinho em repartição pública.
Assinale a sequência correta.
[A] V, V, V
[B] F, V, F
[C] F, F, F
[D] V, F, V
[E] F, V, V
6. No texto, a figura pública de deputado é vista como a que
[A] oferece trabalho aos correligionários por quem ele se interessa.
[B] trabalha como funcionário público representando pessoas que o
elegeram.
[C] emprega pessoas em repartição pública mesmo que não seja necessário.
[D] divide com seus assessores o ganho relativo a projetos da área
social.
[E] todas as respostas.
Texto para as
questões 7 e 8 sobre Escolas Literárias (Arcadismo: movimento literário de
1527).
O Amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas (região da cintura até as coxas);
quem diz outra coisa, é besta.
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas (região da cintura até as coxas);
quem diz outra coisa, é besta.
(Gregório de Matos)
7. A visão do eu-lírico sobre o amor no
poema acima é:
a) idealizado
b) carnal
c) divino
d) irônico
e) espiritualizado
8. Das expressões
abaixo, a única que não se relaciona com o tipo de amor do
poema é :
a) “rebuliço de
ancas”
b) “confusão de
bocas”
c) “embaraço de
pernas”
d) “quem diz
outra coisa”
e) “união de barrigas”
Leia o texto e
responda
“Oração de São Francisco”
Fagner
Senhor,
Fazei-me instrumento
de vossa paz
Onde houver ódio que eu leve o amor
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve união
Onde houver dúvida que eu leve a fé
Onde houver erro que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve alegria
Onde houver trevas que eu leva a luz
Oh, Mestre,
Fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna
Oh, Mestre,
Fazei que...
9. Sobre Metrificação/Escansão/Versificação, estudado em sala de aula,
responda: O cântico Oração de São
Francisco é um texto em poesia, por que:
a)
Usa o gênero lírico (sentimento).
b)
Usa o gênero dramático (encenação).
c)
Usa o gênero épico (narração).
d)
Usa linguagem informal.
e)
Todas as respostas.
10. Na contagem de
sílabas poéticas, não se marca a última sílaba porque é chamada de sílaba
átona. Os versos da Oração de São Francisco são distintos na contagem. No
primeiro verso EM DESTAQUE, quantas sílabas poéticas têm?
a)
8
b)
6
c)
11
d)
3
e)
9
Leia o texto do Livro A marca de uma lágrima:
Cena 13
Sala de aula. Isabel, Rosana, professor de Português e alunos. Outra vez
o movimento de estudantes entrando em classe. Rosana encontra Isabel e está
aflita.
Rosana - Isabel! Onde você andou? Procurei por você o recreio inteiro!
Seu rosto está vermelho... O que houve?
Isabel - Nada... acho que estou resfriada, Rosana. Na saída, eu vou com
você até o ponto de ônibus. Tenho uma coisa pra te contar que vai deixar você
muito feliz.
Rosana - E eu também, Isabel, eu também tenho uma coisa linda pra te
contar!
Isabel - Agora fique quieta que a aula é de Português. Ouvi dizer
que esse professor é terrível!
Rosana - Para você ele deve ser fichinha, Isabel. Você é a recordista de
notas dez em redação!
Entra o professor de Português. Os alunos calam-se. O professor tem um ar
muito severo. Não é de brincadeiras, ao contrário da professora de Física.
Professor - Muito bem, jovens, vamos nos apresentar. Eu sou o seu
professor de Português. Como eu sou, vocês logo vão ficar sabendo. Comigo basta
pensar. Basta trabalhar, e muito. Se vocês forem assim, vamos nos dar muito
bem. Mas hoje eu quero conhecer vocês. Para isso, vamos fazer uma redação. Pelo
texto de vocês, vou poder separar quem sabe pensar daqueles que ainda estão na escala
mais baixa da evolução. Vamos lá. Papel e lápis na mão. Uma redação de
aquecimento. Tema livre. Podem soltar-se e mostrar o que existe dentro da
cabeça de cada um. Eu só aviso que, para mim, um erro de concordância é o mesmo
que empurrar escada abaixo a cadeira de rodas de uma velhinha. Com a velhinha
em cima!
Rosana fica apavorada, pois é péssima aluna de Português e redige mal.
Isabel nota seu desespero. Faz um sinal de calma para a amiga e põe-se a
redigir furiosamente. Logo, passa disfarçadamente a folha escrita para Rosana.
Isabel - Pegue. Copie com sua letra.
A partir deste momento, como na aula de Física, todos os atores ficam
imóveis e Isabel fala seus pensamentos. Só escreve quando diz a frase: “Quando
você me beijou...”
Isabel - Idiota que fui. Pensar que Cristiano pudesse se apaixonar por
mim, por mim, a gorducha... Quando você me beijou... Pensar que Cristiano
poderia ler nos meus olhos, através dos óculos, e enxergar lá dentro toda a
paixão da gorducha iludida... Quando você me beijou... Apaixonar-se pela
desengonçada, pela feiosa piadista... Ah, que piada! Com o rostinho de Rosana à
frente... com o corpinho de Rosana nos braços... nem pensar! Quando você me
beijou... Burra! O que Cristiano poderia encontrar em mim? A espinha amarela no
nariz, como um aríete de pus abrindo caminho rumo à solidão? Quando você me
beijou... O que ele veria? O que todos veem, além da gorducha iludida, da
feiosa cretina? Fernando tem razão. Eu acredito em tudo, como uma cretina.
Acreditei até que Cristiano poderia me amar. Cretina! Acreditei até naquele
beijo... Quando você me beijou... Cristiano...
Chora. Se possível, a plateia deve perceber que ela está lavada em
lágrimas. E que as lágrimas pingam no papel.
Professor - Muito bem, classe, podem parar. Já deu tempo para colocar no
papel o que tem dentro de suas cabeças. Se é que tem alguma coisa dentro de
suas cabeças. Isabel! Quem é Isabel?
Isabel - Sou eu.
Professor - Meu colega do oitavo ano elogiou muito seus textos, Isabel.
Quero começar por ele. Pode entregá-lo para mim?
Isabel entrega-lhe o papel. O professor começa a ler e fica surpreso.
Professor - O que é isto? Quando você me beijou, quando você me beijou,
quando você me beijou... Há apenas a mesma frase escrita várias vezes!
Isabel - É um poema concreto, professor, Assim como “Uma pedra é uma
pedra”, do
Carlos Drummond de Andrade. O leitor deve completar o poema de acordo com
suas próprias experiências, de acordo com suas lembranças de um beijo de
amor...
Risadinhas discretas dos alunos. O professor ergue um olhar duro,
controlador, para toda a classe. Alunos calam-se.
Professor - Uma explicação hábil. Hábil e espirituosa, Isabel. Mas que
não passa de uma saída para desculpar a preguiça. A preguiça e a falta de
respeito... E isto? Que marquinha redonda é esta? Parece a marca de uma
lágrima...
Disponível em: http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/contos/a_marca_de_uma_lagrima.pdf>. Acesso em 28 de maio de 2012.
Gil Vicente foi o maior teatrólogo da língua portuguesa e suas principais
obras foram “Auto da Visitação” e “A farsa de Inês Pereira” esta última tinha
por lição: Mais vale um asno que me carregue que um cavalo que me derrube.
11. Qual é o gênero literário estudado em sala relacionado ao texto lido
A marca de uma lágrima?
a) Épico.
b) Formal.
c) Lírico.
d) Informal.
e) Dramático.
Para o gênero dramático, são essenciais dois elementos: a importância do
público e a possibilidade de desencadear emoções por meio da representação.
Baseado nos comentários em sala de aula sobre o gênero citado, responda: Que
elementos da linguagem teatral estão indicados no texto “A marca de uma
lágrima”?
a) Os diálogos, o cenário, as poesias, as
declamações.
b) O cenário, a entrada das personagens, a reações, os diálogos, as
rubricas.
c) o diálogo informal, a vida cotidiana, a política brasileira.
d) o descobrimento do Brasil, a política do café com leite.
e) Todas as respostas.
1D
2D
3C
4D
5A
6C
7: B
8: D
9A
10E
11E
12B
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