quarta-feira, 7 de novembro de 2012

7º ano Prova


Prova de Redação
Serie: 7º ano
Professor: Marconildo Viegas

Leia o texto abaixo:

LYGIA FAGUNDES TELLES: A dama das letras
Por Silvana Tavano

Diferente de muitas escritoras, ela nunca manteve um diário. A razão é simples: Lygia tem certeza de que acabaria inventando tudo. A realidade logo iria virar ficção, e ficção da melhor qualidade, como a que ela produz há tanto tempo. Pelo mesmo motivo, nunca considerou a possibilidade de escrever um livro de memórias ou uma autobiografia, sob o risco de reinventar a própria vida com sabor de romance. Lygia é reservada. Prefere expor suas emoções na voz dos personagens - no que eles dizem e, principalmente, no que não dizem, marca registrada de seu estilo. Porque, para ela, o final importa menos do que o desenrolar da história, na literatura e na vida real. ''Do início até o último porto, só interessa a viagem: às vezes tem tempestade, ondas enormes cobrem o barco; depois vem a calmaria e podemos desfrutar de um horizonte claro. Mas se durante essa travessia a gente prosseguir desejando o bom, o belo e o verdadeiro, então tudo terá valido a pena.''

Marie Claire (MC) A senhora é vaidosa?
Lygia Fagundes Telles
Não me chame de senhora -''você'' é bem melhor! E sobre a vaidade, bom, eu faço o que posso [risos]. Certa vez eu disse para a Hilda [a amiga e escritora Hilda Hilst, que faleceu no início de 2004] que não queria mais pintar os cabelos, e ela respondeu: ''Você vai ficar triste''. Fiquei mesmo. Tenho minhas vaidades, sempre compro minhas roupetas quando viajo. Mas não acredito em plástica, não gosto da idéia de as coisas mudarem de lugar. Felizmente tenho pele boa, então vou me agüentando: quando eu me tornar um ser tão horrível a ponto de fazer as crianças fugirem de perto, bom, aí eu me retiro.

MC Mas tem muita gente que não pensa assim. O que você acha das mulheres que são capazes de fazer qualquer coisa para continuar em cena?
LFT
Há um limite para a vaidade. É triste ver algumas mulheres exagerando nas plásticas e no botox. É, ao mesmo tempo, uma fuga e uma prisão

MC Por que isso está acontecendo?
LFT
Talvez porque ainda seja cedo - ou difícil - para a mulher entender e usufruir dessa liberdade que conquistou. Como disse o extraordinário Norberto Bobbio [pensador italiano, morto em 2004], a revolução da mulher foi a mais importante do século 20. É isso: as transformações foram muito profundas. Aquela rainha do lar antes escondida entrou nas fábricas, nos escritórios, nas universidades, começou a participar ativamente da cultura, das letras e das artes. Um espanto! Mas, com relação ao próprio corpo, às vezes essa mulher age como se estivesse dando uma espécie de troco ao homem -''agora eu também posso!''. Acho ótimo que a mulher agora tenha liberdade de escolher a vocação, o companheiro. Mas prefiro que o comportamento não seja o de arrogância e desafio.
MC Então tudo piorou?
LFT
Não, não estou lamentando a liberdade, o bem maior do ser humano e que a mulher conquistou nessa bela revolução. Acontece que as transformações foram rápidas demais e daí os exageros, o mau uso dessa liberdade, está me compreendendo? Na minha geração - a dos dinossauros [risos] - uma menina de 15 anos era mesmo uma menina. Hoje, uma garota dessa idade - algumas, é claro!- faz sexo, experimenta drogas e quer ser top model. Quando entrei na faculdade [em 1942, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo] não se pensava na mulher trabalhando em certas profissões. Tanto preconceito... Minha mãe vivia preocupada: ''Você já escreve, profissão de homem. E agora vai entrar para uma escola de homens? Tenho medo que você não se case'' [risos]. A sorte é que, de fato, eu era uma menina bem-comportada, isso ela reconhecia, vivia em volta dos livros. Depois inventei de fazer também o curso de esgrima e o de educação física [na Escola Superior de Educação Física], mas um dia ela confessou que gostava de pensar que eu também podia lutar com as espadas, como os mosqueteiros do romance.

MC Você enfrentou muitos preconceitos?
LFT
Não posso me queixar. Casei duas vezes e o meu primeiro marido, Goffredo da Silva Telles Junior [jurista], que também foi meu professor na faculdade, sempre me incentivou muito. O tema do meu primeiro romance [''Ciranda de Pedra'', de 1954] era considerado muito forte para a época - havia uma personagem lésbica na história. Conversamos a respeito e ele me disse: ''Vá em frente!''. Mais tarde, já divorciada, voltei a me casar, com o Paulo Emilio Salles Gomes [crítico de cinema e ficcionista]. ''Senta aí e vá escrevendo'', ele costumava repetir quando me via sem ânimo. Meu filho, Goffredo, é cineasta, também gosta do que eu escrevo. E os meus amigos? Nenhum machismo.

MC Mas você não foi uma exceção? Ainda hoje, o quadro dos membros da Academia Brasileira de Letras [do qual Lygia faz parte desde 1987] tem apenas 4 mulheres e 36 homens...
LFT
Não podemos esquecer que até pouco tempo as mulheres que sabiam escrever só registravam aqueles devaneios em seus diários, e, ainda assim, às escondidas... A tal revolução é do século 20. Minha mãe era uma pianista de muito talento. E daí? Vieram os filhos, quatro. Ela não conseguiu assumir sua vocação.
MC Sobre a publicação de novos livros. Por quê não os fez?
LFT
Porque as pessoas já não lêem muito hoje em dia e é importante não desperdiçar a chance da leitura com livros que não valem à pena. Prefiro relançar o que pude fazer de melhor, é isso o que quero passar para os leitores.
MC No ano passado, você publicou a primeira antologia (''Meus Contos Preferidos'') e agora prepara o lançamento do segundo volume, os ''Meus Contos Esquecidos''. Por que esquecidos?
LFT
Os contos da primeira antologia são realmente os meus preferidos. Não imaginei que poderia não ser assim com os leitores. Alguns ficaram bravos porque deixei de incluir certas histórias. ''A senhora não botou 'Herbarium', é o seu melhor conto'', me disse uma moça na feira. Em outra ocasião, uma senhora puxou conversa para dizer que tinha estranhado não encontrar ''A Mão no Ombro''. Tentei justificar, disse que o livro estava ficando muito grosso, mas não adiantou. Recebi cartas, uma muita simpática, de um senhor português reclamando a ausência de ''A Confissão de Leontina''. Isso começou a ficar tão freqüente que me aborreci. Afinal, eram as minhas preferências! Até que, uma noite, sonhei com o [escritor] Ricardo Ramos [filho de Graciliano], um grande amigo que morreu muito cedo. Tentei falar com ele mas, no sonho, ele só me olhava, quieto. Quando acordei, levei um susto: lembrei que o Ricardo adorava um conto chamado ''Eu Era Mudo e Só''. Para mim, foi o suficiente. Liguei para o meu editor no mesmo dia: quero um volume dos ''Meus Contos Esquecidos''.
MC Acredita que a alma seja imortal?
LFT
Eu me considero uma espiritualista. Não sei como nem onde, mas acho que a alma permanece. Não posso acreditar que tudo o que somos simplesmente termine com o final da travessia. Sinto que, às vezes, os mortos vêm nos visitar. Acho que eles sentem saudades, como nós.
MC Você acha que a literatura ajuda as pessoas?
LFT
O leitor não sabe, mas ele me ajuda, é um cúmplice, no melhor sentido da palavra. Quando escrevo, eu estendo uma ponte e digo ''venha''. De certa forma, eu me desembrulho para estender essa ponte, e o leitor, do outro lado, também se esforça e se desembrulha para aceitar o meu convite. Certa vez, eu estava falando numa universidade, dizendo justamente isso, que através da palavra, quem sabe, eu conseguisse tocar num ponto importante, ajudar de alguma forma, ou talvez tudo isso fosse apenas loucura. No final da apresentação, um jovem se aproximou e me deu um bilhete que dizia: ''Não é loucura, não, Lygia. Em muitos momentos, seus contos aliviaram o meu desespero''. Então, não é sonho. A palavra consegue ajudar o meu próximo.
MC Você sempre sondou a solidão, a morte, os desencontros e a paixão em seus livros. Desses temas, o que mais atiça a sua curiosidade?
LFT
É justamente o mistério que ronda tudo isso que eu, de certa forma, persigo. Einstein, que foi um pensador da ciência, disse que por trás da matéria sempre há algo de inexplicável - e essa foi a conclusão de um homem que procurava explicações. Para mim, esse inexplicável é a alma: quando escrevo, busco desvendar parte desse mistério através dos bichos e das pessoas - mortos e vivos.
MC Do que você sente medo?
LFT
Da solidão, às vezes. Escrevi um miniconto [''Confissão'', no livro ''Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século''] que diz: ''- Fui me confessar ao mar.'' ''- O que ele disse?'' ''-  Nada.'' Essa resposta do mar é propositadamente dúbia. Deixo ao leitor a escolha. Eu estava pensando na luta, em prosseguir nadando no meu belo estilo - eu nado bem. E o leitor? Bom, então, é isso: mergulhar a cabeça e respirar fundo, e mergulhar outra vez até cumprir a travessia.
1.        Quem são o entrevistado e o entrevistador? (1,5 pontos)______________________________________________________________________________________________________________________________________
2.        O assunto abordado é polêmico? Justifique. (1,5 pontos)________________________________________________________________

3.        Assinale a resposta correta

a)      Uma entrevista é: (0.5 pontos)
(    ) Um gênero textual cuja finalidade é obter opiniões de uma pessoa a respeito de um assunto e divulgar  informações sobre a vida pessoal ou profissional dela.
(    ) São usadas para acrescentar informações complementares a um texto.

Leia o texto abaixo
Em meados de setembro de 1999, aconteceu a construção, adequação e ambientação de 28 recintos, como também a pavimentação e implantação paisagística dos lagos, jardins, praças e canteiros do Parque Arruda Câmara.
Na cidade do Rio de Janeiro há também um outro Parque Arruda Câmara, na Barra da Tijuca, cuja extensão é de 50 hectares, e em relação a esse Parque não nos deteremos, ficando ciente de que há um Parque¹ co-irmão no Rio de Janeiro.
A área do Parque foi cedida por Walfredo Guedes Pereira, prefeito local em 1920 - 1924, compreendia cerca de 43 hectares e foi desapropriada de um sítio vizinho ao Parque, no entanto, essa área caiu para 26,8, uma vez que as comunidades vizinhas começaram a invadir.
E sobre a casa de Arruda Câmara hoje há clube  político que funcionava no recinto, hoje está extinto tal movimento político, a casa era de aspecto rústico, situado no lado esquerdo de Nossa senhora da Conceição, Igreja localizada na praça do mesmo nome, na cidade de Pedras de Fogo. As reuniões ali realizadas se revestiam de caráter político e nelas eram debatidas idéias democráticas, cuja finalidade era a obtenção da Independência do Brasil².
(Monografia do professor Marconildo Viegas sobre O parque Arruda Câmara - Bica)

4.        As notas de rodapé são: (0.5 ponto)

(    )  São usadas para acrescentar informações complementares a um texto. Elas podem ser números, asteriscos ou outros sinais.
(     ) É uma narrativa visual em quadros, em geral, emprega linguagem verbal e visual; a fala ou pensamento das personagens aparece em balões.


                                                                                                

5.        No primeiro quadrinho, o que Calvin está fazendo? (1 ponto)

(      ) Segurando seu lençol para ir para a cama dormir.
(      ) Brincando com um lençol, imitando os super heróis.

6.        O que gera o humor na tirinha? (1 ponto)

(      ) O fato dele ser enrolar no cobertor e cair.
(      ) O fato dele está brincando e não se importar com os acidentes.


7.        As Histórias em quadrinhos é: (0.5 ponto)

(    )  São usadas para acrescentar informações complementares a um texto. Elas podem ser números, asteriscos ou outros sinais.
(     ) É uma narrativa visual em quadros, em geral, emprega linguagem verbal e visual; a fala ou pensamento das personagens aparece em balões.

8.        Que tipos de balões estão presentes nos quadrinhos acima (0.5 ponto)

(      ) Somente de fala.
(      ) Somente de pensamento


Leia o texto abaixo:

Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?…Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.


9.        Qual é a temática (assunto) do texto? ( 1 ponto)

(      ) A amizade verdadeira.
(      ) A vida triste de um cachorro.

10.     Re-escreva o texto A disciplina do Amor, de Lygia Fagundes Telles, respeitando a margem, usando letra legível e corrida. ( 2 pontos)

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