Prova Final 9º A
Literatura
Leia o texto abaixo e responda:
Marília de Dirceu - Parte II
Lira XXI
Que diversas que são, Marília, as horas,
Que passo na masmorra imunda, e feia,
Dessas horas felizes, já passadas
Na tua pátria aldeia!
Então eu me ajuntava com Glauceste;
E à sombra de alto Cedro na campina
Eu versos te compunha, e ele os compunha
À sua cara Eulina.
Cada qual o seu canto aos Astros leva;
De exceder um ao outro qualquer trata;
O eco agora diz: "Marília terna";
E logo: "Eulina ingrata".
Deixam os mesmos Sátiros as grutas.
Um para nós ligeiro move os passos;
Ouve-nos de mais perto, e faz flauta
C'os pés em mil pedaços.
"Dirceu, clama um Pastor, ah! bem merece
"Da cândida Marília a formosura.
"E aonde, clama o outro, quer Eulina
"Achar maior ventura?"
Nenhum Pastor cuidava do rebanho,
Enquanto em nós durava esta porfia.
E ela, ó minha Amada, só findava
Depois de acabar-se o dia.
À noite te escrevia na cabana
Os versos, que de tarde havia feito;
Mal tos dava, e os lia, os guardavas
No casto e branco peito.
Beijando os dedos dessa mão formosa,
Banhados com as lágrimas do gosto,
Jurava não cantar mais outras graças,
Que as graças do teu rosto.
Ainda não quebrei o juramento,
Eu agora, Marília, não as canto;
Mas inda vale mais que os doces versos
A voz do triste pranto.
Que diversas que são, Marília, as horas,
Que passo na masmorra imunda, e feia,
Dessas horas felizes, já passadas
Na tua pátria aldeia!
Então eu me ajuntava com Glauceste;
E à sombra de alto Cedro na campina
Eu versos te compunha, e ele os compunha
À sua cara Eulina.
Cada qual o seu canto aos Astros leva;
De exceder um ao outro qualquer trata;
O eco agora diz: "Marília terna";
E logo: "Eulina ingrata".
Deixam os mesmos Sátiros as grutas.
Um para nós ligeiro move os passos;
Ouve-nos de mais perto, e faz flauta
C'os pés em mil pedaços.
"Dirceu, clama um Pastor, ah! bem merece
"Da cândida Marília a formosura.
"E aonde, clama o outro, quer Eulina
"Achar maior ventura?"
Nenhum Pastor cuidava do rebanho,
Enquanto em nós durava esta porfia.
E ela, ó minha Amada, só findava
Depois de acabar-se o dia.
À noite te escrevia na cabana
Os versos, que de tarde havia feito;
Mal tos dava, e os lia, os guardavas
No casto e branco peito.
Beijando os dedos dessa mão formosa,
Banhados com as lágrimas do gosto,
Jurava não cantar mais outras graças,
Que as graças do teu rosto.
Ainda não quebrei o juramento,
Eu agora, Marília, não as canto;
Mas inda vale mais que os doces versos
A voz do triste pranto.
Disponível
em: <http://www.casadobruxo.com.br/poesia/t/lira2_21.htm>. Acesso em: 26
de nov de 2011.
1. Esta lira, pertence à segunda
parte de Marilia de Dirceu, reflete o drama vivido pelo poeta quando
prisioneiro. Circule a estrofe que comprava essa afirmação.
Leia o texto
abaixo e responda as perguntas propostas
Adeus, Meus Sonhos!
Alvares
de Azevedo
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores.
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores.
2. Qual é a causa principal do
desejo de morrer manifestado pelo eu – lírico?
Leia o texto abaixo e responda as questoes propostas
Carta aberta aos governantes do País
'A favela é a opção de
residência que resta a muitos para poder trabalhar na metrópole'
Maria Ruth Amaral de Sampaio
PROFESSORA DA FACULDADE DE
ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
A
notícia divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de que
mais de um terço da população urbana brasileira vive em favelas e esse número
cresceu cerca de 42% nos últimos 15 anos tem alguns significados. O mais
importante deles é a ineficiência da política habitacional. E não se trata
apenas da habitacional, mas também da política econômica e de inclusão social
dessa população.
A
decisão de viver na favela mostra que essa é ainda a opção que resta aos
brasileiros que querem morar nas metrópoles em busca de emprego e de melhores
oportunidades, apesar das condições precárias de existência que têm de
enfrentar. A notícia menciona também que os gastos com aluguel absorvem 30% do
salário, o que significa um orçamento mais exíguo para os encortiçados que
vivem nas áreas centrais de São Paulo e Rio de Janeiro e pagam aluguel, mas
chamam menos atenção do que os favelados por se encontrarem mais dispersos na
malha urbana.
O
novo programa de urbanização de favelas que teve início em São Paulo este ano é
um esforço conjunto dos governos federal, estadual e municipal, com o objetivo
de melhorar as condições de vida, inicialmente em pelo menos um terço das
favelas paulistanas. Espera-se que, independentemente dos resultados da eleição
municipal, esse programa cumpra seus objetivos, melhorando as condições sociais
e de habitação dessa população.
Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,a-favela-e-a-opcao-de-residencia-que-resta-a-muitos-para-poder-trabalhar-na-metropole,266425,0.htm>.
Acesso em 26 de nov de 2011.
3.
A
carta aberta é um texto argumentativo que apresenta a opinião de uma ou mais pessoas, entidades,
sindicatos, etc. diante de uma questão de interesse coletivo. Pode ter um
destinatário amplo ou especifico. No texto em estudo, quem são o remetente e o
destinatário da carta?
4.
Em
que órgão da imprensa foi publicado a carta aberta?
5.
A
carta aberta, muitas vezes visa alertar ou até mesmo mobilizar as pessoas em
relação a um problema denunciado. Para isso, utiliza-se de argumentos. Qual o
objetivo dessa carta em estudo?
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