quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Material de Literatura....


Quinhentismo

Literatura dos anos de 1500, em que se tem como base principal a Carta, de Pero Vaz de Caminha.
Ela é a certidão de nascimento do Brasil e nela é visto o deslumbramento do europeu com a nova terra, como também seus equívocos e as reais intenções do colonizador.

Há nesse período dois tipos de literatura:
·         Informativa ou dos cronistas (ou viajantes);
·         Dos jesuítas.

Literatura Informativa
Existem vários textos que falam da vinda dos europeus ao Brasil, são eles:

·         Tratado da Terra do Brasil;
·         Historia da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil;
·         Tratado descritivo do Brasil;
·         Diálogos das grandezas do Brasil.

Literatura dos Jesuítas

Pe. José de Anchieta – o maior nome da catequese no Brasil.
Escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais, utilizando-se do latim, do tupi e do português em suas obras quase sempre de inspiração missionária.

















































10.       Após a leitura dos textos I e II, verifica-se que Murilo Mendes ironiza a exaltação da terra feita por Caminha. Essa ironia é traduzida claramente pelo(s) verso(s):

TEXTO I

Fragmento da Carta de Pero

Vaz de Caminha

TEXTO II

Carta de Pero Vaz

Murilo Mendes
“... a terra em si, é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem”.
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.


a) Tão fértil eu nunca vi.                                                 d)A terra é mui graciosa,               Diamantes tem à vontade,
                                                                                                   .........................................

b) No dia seguinte nasce/ Bengala de castão de oiro       e)No chão espeta um caniço,                    Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
                                                                                                  .........................................

c)Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.













TEXTO III
Figuras\Cabral e as índias.bmp

























(Texto extraído da revista Rivista. Edição Zero. Fortaleza: Editora RISO, s/d, p. 55).

       12.       A intertextualidade é a relação que ocorre entre dois ou mais textos. Essa relação pode dar-se em forma de paráfrase ou de paródia. O corpo do Texto III é uma paráfrase da Carta de Caminha pois,

       I. apesar da leve mudança no estilo, confirma a visão de Caminha sobre a terra descoberta.
       II. faz críticas explícitas ao aspecto ufanista da Carta.
       III. mantém o mesmo olhar positivo de Caminha sobre o futuro da terra brasileira.
       IV. embora escrita no mesmo estilo, critica de modo disfarçado a visão de Caminha sobre a terra descoberta.

       Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

a)I, II e III.                            b)I e III.                    c)I.       d)II e IV.      e)III e IV.

       13.       No texto III, levando-se em conta a norma culta da língua, verifica-se ERRO em:

a)         “... um número sem fim de animais...”
b)         “Ainda não haviam louras, nem surfistas, nem mulatas...”
c)         “Árvores gigantescas e multidões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira.”
d)         “Era assim o Brasil de Cabral, já quinhentos anos passados.”
e)         “..., quando for a vez desses meninos?”
      
14.       A respeito da manchete: CABRAL DESCOBRE O CAMINHO DAS ÍNDIAS, é correto afirmar que o autor pretendia

a)         dizer que havia muitas índias na terra descoberta.
b)         dizer que Cabral descobriu o caminho que o levaria para as Índias.
c)         usar a homonímia para causar um efeito humorístico.
d)         explorar a sinonímia das palavras.
e)         usar a paronímia a fim de confundir o leitor.


       15.       Com base nos textos I, II e III, verifica-se que

       I. o elogio à natureza brasileira é observado em todos os textos.
       II. o texto III expressa uma preocupação com o meio ambiente, que não existe nos textos I e II.
       III. os textos II e III são paródias do texto I.
       IV. o texto II é o que menos faz uso do registro popular da linguagem.

       Estão corretas as afirmativas:

a)apenas I e III.                                              c)   apenasIeII.
b)apenas II, III e IV.                                       d)apenas II e III.
e)todas.

7. Sobre a relação entre os jesuítas e os índios, o eu-lírico do texto II
I. critica o processo de catequização adotado pelos jesuítas.
II. apresenta uma oposição entre o mártir e o selvagem.
III. defende radicalmente a preservação dos costumes indígenas.

Está(ão) correta(s):
a) apenas I                                                     d) apenas II e III
b) apenas II                                                    e) I, II e III
c) apenas III

8. Quanto ao uso da linguagem figurada, é INCORRETO afirmar que o texto II
a) caracteriza os índios como parte da natureza selvagem.
b) revela, através de comparações com elementos da natureza, uma concepção negativa da fé cristã.
c) estabelece uma relação de comparação entre os jesuítas e as águias, valorizando os feitos daqueles.
d) compara o vento da fé com o tufão.
e) representa os jesuítas como mártires, propagadores da fé no novo mundo.

9. A metonímia é a figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra, em vista de uma relação de proximidade de sentidos que há entre elas. Considerando-se esse conceito, verifica-se que as expressões “pó da catequese” (estrofe 2) “estranho pé” (estrofe 3) e
mesma cruz” (estrofe 7) podem ser substituídas, respectivamente, por

a) águias / jesuíta / sol                                         c) palavra de Deus / jesuíta / sol
b) águias / indígena / cristianismo                      d) palavra de Deus / indígena / cristianismo
e) palavra de Deus / jesuíta / cristianismo

Barroco

Início em 1601, com a obra Prosopopéia, de Bento Teixeira. A religiosidade ainda estava muito forte. A Reforma Protestante e a Contra-Reforma estavam se organizando.
O homem vivia em constante tensão por ora querer viver a vida santa ou ora querer viver a vida profana. A Inquisição fazia seu papel de controladora da moral católica. O índex librorum prohibitorum estava em vigência.

Características
·         Culto do contraste (uso de antíteses – oposição)
·         Consciência da transitoriedade da vida
·         Gosto pela grandiosidade
·         Cultismo (jogo de palavras)
·         Conceptismo (jogo de ideias)
·         Frases interrogativas

Autores

·         Gregório de Mattos (Boca do inferno);
Escreveu poesias lírico-amorosas; religiosa e satírica.

·         Bento Teixeira

·         Manuel Botelho de Oliveira


·         Padre Antonio Vieira
Defendia os negros e os índios, como também os cristãos novos (judeus convertidos ao catolicismo). Sofreu perseguição pela Inquisição.
Sua obra está dividida em cartas, profecias e sermões.
Os Sermões são os mais importantes, dentre eles o Sermão da Sexagésima – que fala sobre a arte de pregar e ensinar.




TEXTO

Sermão vigésimo sétimo

Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria.

(VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão vigésimo sétimo. In: AMORA, Antônio Soares, org. Sermões, 2 ed. São Paulo, Cultrix, 1981, p. 58.)

       7.         No texto, verificam-se os seguintes traços do barroco:

    I.            a presença de um grande número de antíteses.
   II.            a predominância dos aspectos denotativos da linguagem.
III.            a utilização do recurso da hipérbole para melhor traduzir o sofrimento dos escravos.
IV.            o envolvimento político do jesuíta.

                   Estão corretas apenas as afirmativas:

a)I e II.        b)III e IV.          c)II e III.         d)I e IV.         e)I e III.

8. O trecho a seguir vincula-se ao conceptismo barroco:

“Sendo, pois, certo que a palavra divina não pode deixar de frutificar por parte de Deus, segue-se que ou é por falta do pregador ou por falta dos ouvintes. Por qual será? (...) Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles grande fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça fruto, faz efeito. (...) a palavra de Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras não frutificou, mas nasceu até nas pedras.” (Padre Antônio Vieira. Sermão da Sexagésima).

Nesse trecho, NÃO ocorre o (a)

a)  elogio da natureza para justificar um ideal pagão de vida.
b)  uso de estruturas oracionais que enfatizam as relações de causa, condição e conseqüência.
c)  apelo à repetição de palavras e idéias.
d)  progressão gradual do raciocínio, com vistas ao convencimento do ouvinte ou leitor.
e)  uso de antíteses e metáforas.




Arcadismo

Início em 1768 com o livro Obras Poéticas, de Claudio Manuel da Costa.
A religião dá lugar à razão, o homem vive no Século das Luzes, diferente do anterior, que era o das Trevas.
Começa a Revolução Industrial na Inglaterra; surgem os Iluministas, organiza-se a grande Enciclopédia, com 35 volumes. A Revolução Francesa estaria prestes a acontecer, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.

Características

·         Imitação dos clássicos;

·         Bucolismo;

·         Pastoralismo;

·         Idealização do amor e da mulher;

·         Uso de pseudônimos (falsos nomes);


·         Uso de frases latinas: carpe diem, fugere urbem, inutilia truncat, etc


Autores

·         Claudio Manuel da Costa (Glauceste Saturnio)

·         Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)

Escreveu Cartas Chilenas e Marília de Dirceu

·         José Basílio da Gama (Termindo Simpílio)
Escreveu O Uraguai.

·         Frei José de Santa Rita Durão
Escreveu Caramuru.
Súplica por uma árvore.
                                  Cecília Meireles.

Um dia, um professor comovido falava-me de árvores. Se avô conhecera Andersen, esse pequeno deus que encantou para sempre a infância, todas as infâncias, com suas maravilhosas historias. Mas, além de conhecer Andersen, o avô desse comovido professor legara a seus descendentes uma recordação extremamente terna: ao sentir que se aproximava o fim de sua vida, pediu que o transportassem aos lugares amados, onde brincara em menino, para abraçar e beijar as árvores daquele mundo antigo – mundo de sonho, pureza, poesia – povoado de crianças, ramos, flores, pássaros... O professor comovido transportava-se a esse tempo de ternura, pensava nesse avô tão sensível, e continuava a participar, com ele, dessa cordialidade geral, desse agradecido amor à Natureza que, em silêncio, nos rodeia com a sua proteção, mesmo obscura e enigmática.
            Lembrei-me de tudo isso ao contemplar uma árvore que não conheço, e cujo tronco há quinze dias se encontra ferido, lascado pelo choque de um táxi desgovernado. Segundo os técnicos, se não for socorrida, essa árvore deverá morrer dentro em breve: pois a pancada que a atingiu afetou-a na profundidade de sua vida.
Meireles, Cecília. Suplica por uma árvore. In: O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980, p. 63.

  1. Embora fique melhor onde está, pois atrai o leitor, o primeiro parágrafo poderia vir depois do segundo, se obedecesse à lógica dos acontecimentos. Por que?

  1. O que a paisagem campestre representa para o cronista?


  1. Que objeto urbano contribui, no segundo parágrafo, para o contraste entre o campo e a cidade?

  1. Que semelhanças há entre o avô, o professor e a cronista?


INTERTEXTUALIDADE

Leia o poema seguinte, de Cláudio Manuel da Costa:

Aquele adore as roupas de alto preço,
Um siga a ostentação, outro a vaidade;
Todos se enganam com igual excesso.
Eu não chamo a isto felicidade:
Ao campo me recolho, e reconheço,
Que não há maior bem que a soledade.

Soledade: lugares ermos, desertos.

Que elemento comum podemos encontrar nestes versos, escritos no século XVIII, quando comparados ao texto de Cecília Meireles?

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