LIRA XI
Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira:
Assopra no clarim que apenas soa,
Enche de assombro a terra!
Naquele, a cujo som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra.
Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira:
Assopra no clarim que apenas soa,
Enche de assombro a terra!
Naquele, a cujo som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra.
GONZAGA, T. A.
"Marília de Dirceu". Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
1. "Marília de Dirceu" apresenta um dos principais traços do arcadismo. A opção que aponta esta característica temática, presente no texto, é
a) o bucolismo.
b) a presença de valores ou elementos clássicos.
c) o pessimismo e negatividade.
d) a fixação do momento presente.
e) a descrição sensual da mulher amada.
b) a presença de valores ou elementos clássicos.
c) o pessimismo e negatividade.
d) a fixação do momento presente.
e) a descrição sensual da mulher amada.
XI
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurando gira:
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurando gira:
Que alegre campo! Que amanhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
2. A descrição que o eu-lírico faz do ambiente é uma
forma de mostrar à amada que o amor
a) acaba quando a morte chega.
b) tem pouca relação com a natureza.
c) deve ser idealizado, mas não realizado.
d) traz as tristezas e a morte.
e) é inspirado por tudo o que os rodeia.
b) tem pouca relação com a natureza.
c) deve ser idealizado, mas não realizado.
d) traz as tristezas e a morte.
e) é inspirado por tudo o que os rodeia.
Leia o texto abaixo
Com os anos, Marília, o
gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!
3. Com base nesses versos, assinale a alternativa
correta.
a) Apesar de sua idade
já muito avançada, o eu-lírico ainda se mostra disposto ao amor.
b) Marília deve
acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo que isso traga recordações inglórias
da juventude.
c) O eu-lírico faz um
chamamento à sua musa para juntos viverem o tempo presente de suas juventudes.
d) O poema explora o
motivo da mulher inacessível e misteriosa, desejada por um homem cansado e
doente.
e) Resta aos amantes a doçura
da contemplação dos filhos, expressa em “o velho cordeiro está deitado, / e o
leve filho, sempre alegre, salta”.
4. Os árcades, no Brasil, assimilaram as ideias
neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada um ao seu estilo, a
realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte
fragmento das "Cartas Chilenas":
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio.
erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio.
(GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In: COSTA, Cláudio M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia dos inconfidentes". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.)
Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo
literário, presente nos versos acima citados, EXCETO:
a) Valorização do ideal da vida simples e tranqüila.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
Leia o texto
abaixo e responda a questão proposta
Basta senhor, porque roubo em uma barca sou ladrão,
e vós que roubais em uma armada sois imperador? Assim é. Roubar pouco é culpa,
roubar muito é grandeza. O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao
inferno: os que não só vão, mas que levam de que eu trato, são os outros...
ladrões de maior calibre e mais alta esfera...
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam
cidades e reinos, os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor nem
perigo; os outros se furtam são enforcados, e o bucolismo estes furtam e
enforcam."
(Pe. Antonio Vieira. "Sermão do bom
ladrão".)
"Que havemos de esperar, Marília bela ?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
(Tomás Antônio Gonzaga. "Lira XIV")
5. Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir.
1)A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o "carpe diem" (gozar a vida presente), escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo.
2) Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem rebuscada, usada pelo Barroco.
3) O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo de difícil compreensão.
4) Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica, procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1, 2 e 3
b) 1
c) 2
d) 1, 2 e 4
e) 2, 3 e 4
b) 1
c) 2
d) 1, 2 e 4
e) 2, 3 e 4
6. Considerando-se
a produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto
afirmar que ambos
a) cultivaram o soneto, forma fixa pela qual
exploraram temas e recursos poéticos próprios dos diferentes períodos e estilos
literários que tão bem representaram.
b) cultivaram o soneto, pois valorizaram o mesmo estilo de época predominante no século XVII, quando esta forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais.
c) notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa portuguesa responsáveis pela exploração econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia.
d) notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
e) notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, estes dois elementos centrais para a lírica que seguia os padrões e os valores do chamado estilo neoclássico.
b) cultivaram o soneto, pois valorizaram o mesmo estilo de época predominante no século XVII, quando esta forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais.
c) notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa portuguesa responsáveis pela exploração econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia.
d) notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
e) notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, estes dois elementos centrais para a lírica que seguia os padrões e os valores do chamado estilo neoclássico.
Leia o texto abaixo
Com os anos, Marília, o
gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!
7. Com base nesses versos, assinale a alternativa
correta.
a) Apesar de sua idade
já muito avançada, o eu-lírico ainda se mostra disposto ao amor.
b) Marília deve
acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo que isso traga recordações inglórias
da juventude.
c) O eu-lírico faz um
chamamento à sua musa para juntos viverem o tempo presente de suas juventudes.
d) O poema explora o
motivo da mulher inacessível e misteriosa, desejada por um homem cansado e
doente.
e) Resta aos amantes a
doçura da contemplação dos filhos, expressa em “o velho cordeiro está deitado,
/ e o leve filho, sempre alegre, salta”.
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