Desafio
Antigamente, decifrar enigmas era prova de inteligência.
Com o passar do tempo, esses pequenos textos encontraram na voz do povo a
melhor forma de divulgação. Tente responder os enigmas a seguir:
1.
Quanto tempo leva um trem de 1 km de comprimento para
atravessar um túnel de 1 km de comprimento, se viaja à velocidade de 1 km por
minuto?
3. Você precisa
cozinhar um ovo por 2 minutos exatos, mas tem somente uma ampulheta que marca 5
minutos e outra que marca 3 minutos. Como fazer?
A
literatura e a correspondência
Todas
as cartas de amor
Fernando Pessoa
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam carta de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas)
Interpretação
1.
Qual é a temática (assunto) do texto?
2.
A linguagem do texto abordado é
culta-formal ou coloquial-informal? Justifique com elementos do texto.
3.
O texto é literário ou não-literário?
4.
Que palavra do trecho “Todas as cartas
de amor são/Ridículas” pretende torná-lo
incontestável?
5.
O eu lírico fala baseado em sua
experiência? Em que verso ele afirma isso?
6.
Segundo o eu lírico que fato faz com
que, necessariamente, as cartas de amor se tornem ridículas?
7.
A 1ª estrofe do poema de Fernando Pessoa
deixa claro o seu conteúdo: desdenhar das cartas de amor. Essa afirmação é
verdadeira?
8.
Lendo a 6ª estrofe, pode-se afirma que o
eu lírico está casado ou solteiro ou separado? Justifique.
Intertextualidade
Pode-se definir a intertextualidade
como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo
pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a
identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos
mais ou menos conhecidos.
Dependendo da situação, a intertextualidade
tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da
intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve
ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas
do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos
literários.
Na pintura tem-se, por
exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia
da americana Cindy Sherman, na qual quem
posa é ela mesma.
A foto de
Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de
intertextualidade na pintura.
Na publicidade, por exemplo,
em um dos anúncios do Bombril, o ator se
veste e se posiciona como se fosse a Mona
Lisa de
Leonardo da Vinci e cujo slogan
era "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima".
Intertextualidade é a relação
entre dois textos caracterizada por um citar o outro.
Paráfrase
Paráfrase consiste em
reescrever com suas palavras as ideias centrais de um texto.
Consiste em um
excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese,
clareza e precisão vocabular.
A paráfrase mantém o sentido do texto
original.
Paráfrase
representa uma reescritura do texto original com novas palavras sem que o
sentido do mesmo seja modificado.
Assim, a
paráfrase é uma reprodução da idéia do autor com as palavras do discente
(aluno), utilizando-se de sinônimos, inversões de períodos, etc. Trata-se de
reescrever o texto original com as palavras do aluno, mas sem alterar o
sentido.
Paródia
A Paródia
é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma
composição literária, (também existem paródias de filmes e músicas),
sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.
Ela geralmente é
parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes.
Figuras
de linguagem
Definição:
também chamadas de figuras de estilo, são recursos especiais de que se vale
quem fala ou quem escreve, para comunicar à expressão mais força, intensidade e
beleza.
São 3 tipos:
·
Figuras
de palavras (tropos - desvio)
·
Figuras
de construção (sintaxe)
·
Figuras
de pensamento
FIGURAS
DE PALAVRAS
Metáfora:
comparação mental entre dois seres ou fatos
Tio José é uma
fera. Paulo é um poste.
Comparação:
identificação de elementos a partir de características comuns, destacando
semelhanças, traços comuns.
Tio José é bravo
como uma fera. Paulo é alto
como um poste.
Antítese/paradoxo:
oposição, antônimo, ideias contrastantes no primeiro caso; no segundo por
ideias absurdas.
A tristeza de
uns é a alegria de outros. Amo-te
assim: meio odiosamente.
Catacrese: metáfora
forçada, já desgastada pelo uso. O nome diz significa abuso.
Pé da mesa,
aterrissar em alto mar.
Metonímia/sinédoque:
relação de sentido e a associação de ideias provocam a substituição de um termo
por outro.
Estou vendo o
filme de Spielberg. (autor pela obra)
Os aviões
semeavam a morte. (causa: bombas,
efeito: morte)
A terra inteira chorou a morte de João Paulo II.
(continente pelo conteúdo)
Ele é um bom garfo. (instrumento pela pessoa)
Eufemismo:
atenuação de ideia desagradável por uma mais suave.
Ir para o Reino
de Deus. Faltar com a verdade (chamar de mentiroso)
Pessoa
problemática (neurótica) Mal incurável (AIDS)
Apropriar-se
(roubar) Amigo do alheio (ladrão)
Deixar o mundo dos vivos (morrer)
Perífrase/antonomásia:
designar um ser através de uma característica que o tenho celebrizado.
A capital da
República. A cidade-luz. O rei dos animais. Ouro negro.
Cidade
maravilhosa.
Sinestesia:
transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que
resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo, ou seja,
na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos.
Sons noturnos.
Perfumes macios. Fresca musica da brisa Agora, o cheiro áspero das flores.
Hipérbole:
exagerar uma ideia para obter maior impacto em sua expressão.
Ele chorou um
rio de lágrimas. Eu estou morrendo de fome.
Ironia: inverter
o sentido de uma afirmação visando a ridicularizarão da ideia.
Cássio é o
melhor governador do universo.
Prosopopéia/personificação:
personificação ou animismo de seres que não são humanos.
Milho foi o
grande vilão da temporada.
A solidão é
fera, solidão devora, é amiga das horas, prima e irmã do tempo.
FIGURAS
DE CONSTRUÇÃO
Polissíndeto:
repetição de uma conjunção no inicio ou meio da oração.
Trabalha, e
temia, e lima, e sofre, e sua.
Assíndeto:
ausência de conectivos, conjunções.
O mosquito
pernilongo/trança as pernas, faz um M,/depois, treme, treme, treme,
faz um O
bastante oblongo,/faz um S.
Hipérbato/inversão:
inversão da ordem direta dos termos da oração a fim de dar destaque.
Justo ela diz
que é, mas eu não acho que não.
Ouviram do
Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante.
As margens
plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.
Elipse: termo
oculto facilmente identificável.
Fomos à tarde,
chegamos à noite. (nós)/ De dia, me lava roupa/ De noite, me beija a boca.
(ela)
Zeugma: omissão
de um termo já enunciado anteriormente.
Todo dia ela faz
tudo sempre igual,/Me acorda às 6 horas da manhã,/ Me sorri um sorriso pontual/
E me beija com a boca de hortelã.
(zeugma: todo
dia)
Anáfora:
repetição de uma palavra no inicio da frase ou de versos.
Já fui loura. Já
fui morena.
Já fui Margarida
e Beatriz,
Já fui Maria e
Madalena.
Anacoluto:
abandonar um termo solto na frase.
A memória, é em
nós que ela existe,
É como um
inventário de coisas.
A filha dele, a
mãe era muito mais alta e mais encorpada.
Pleonasmo:
repetição de um termo para reforçar seu significado.
A mim resta-me a
independência para chorar.
Foi o que eu vi
com meus próprios olhos.
Obs. Cuidado
para não virar vício de linguagem, como descer para baixo, subir para cima.
Gradação/clímax:
enumeração de palavras de forma organizada, de modo a provocar um clímax.
Tudo na casa era
cinza, nebuloso, assustador. Foi um tímido, um frouxo, um covarde.
Apóstrofe:
evocação ou interpelação enfática de pessoas ou seres.
Santa Virgem
Maria, vós que sois mãe do canto e do dia, dá-nos a luz do luar.
Oh! Deus. Onde
estás que não respondes...
Silepse:
concordância ideológica e não com os termos da frase.
São de três
tipos:
·
Gênero:
Vossa Excelência está ansiosa. (feminino)
·
Número:
A família inteira aplaudiram cada palavra dita pelo padre.
·
Pessoa:
Alegres, tolerantes, bonachões: todos em Taitara éramos assim antigamente,
antes da chegada de tio Baltazar.
Reiteração:
retificar uma afirmação anterior
É uma jóia, ou
melhor, uma preciosidade, esse quadro.
Paradoxo/oxímoro:
usar intencionalmente um contra-senso.
Valentia covarde
assaltar e matar pessoas indefesas.
FIGURAS
DE PENSAMENTO
Aliteração:
repetição de uma consoante
O rato roeu a
roupa do rei de Roma e a rainha com raiva rasgou o resto.
Assonância:
repetição de um som vocálico.
A linha feminina
é carimá/ moqueca, pititinga, caruru...
Onomatopéia:
representação de certos sons, produzidos por animais ou coisas, ou mesmo de
certos sons humanos
O tic tac do
relógio me incomoda.
A abelha faz zum
zum.
VÍCIOS
DE LINGUAGEM
São incorreções
e defeitos na língua falada ou escrita. Originam-se do descaso ou do despreparo
lingüístico de quem se expressa. Os principais são:
Ambiguidade:
duplo sentido
Vi Célia
passando com sua irmã.
Barbarismo:
palavras erradas, relativamente a pronúncia, forma ou significação
Cidadões, Fazem
dez anos...
Cacofonia: som
desagradável ou palavra de sentido ridículo e torpe, resultantes da
contigüidade de certos vocábulos na frase.
A boca dela.
Mande-me já isso. Nunca Brito vinha aqui. A dis-puta...
Estrangeirismo:
uso de palavras, expressões ou construções próprias de línguas estrangeiras
(galicismo, francesismo etc.)
Menu/ lady/
Office-boy
Hiato: seqüência
antifônica de vogais.
Andréia irá
ainda hoje ao oculista.
Colisão:
sucessão desagradável de consoantes iguais ou idênticas.
O que se sabe
sobre o sabre, viaja já, aqui caem cacos
Eco: concorrência
de palavras que tem a mesma terminação.
A flor tem odor
e frescor. Com medo, Alfredo ocultou-se
no arvoredo.
Pleonasmo:
redundância, presença de palavras supérfluas na frase.
Entrar pra
dentro, sair pra fora, brisa matinal da manhã.
Linguagem
denotativa: sentido real: O muro é de
pedra.
Linguagem
conotativa: sentido figurado: João tem um
coração de pedra.
Linguagem
literária X Linguagem não-literária
Linguagem
não-literária
|
Linguagem
literária
|
1. Anoitece.
|
A mão da noite embrulha os
horizontes. ( Silva Alvarenga)
|
2. Aos cinqüenta anos,
inesperadamente apaixonei-me de novo.
|
Na curva perigosa dos cinqüenta
/ derrapei neste amor. ( Carlos Drummond de Andrade)
|
Tipos
de linguagem
Coloquial – informal –
não padrão: a linguagem da fala, sem regras.
Culta-formal – padrão:
a linguagem da escrita, com regras determinadas na gramática,aceita na
sociedade como a padrão.
(Portal turma da
Mônica: www.turmadamonica.com.br)
No primeiro quadrinho,
a Mônica pensou que o lagarto era um desenho. Ao usar a expressão “DA HORA” ela
deu a entender que o desenho
(A) tinha acabado de
ser feito. (B)
durava somente uma hora.
(C) era moda entre a
turma. (D)
deveria ser usado na hora.
A raposa e as uvas
Num dia quente de verão, a raposa passeava por um pomar. Com sede e
calor, sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.
Que delícia”, pensou a raposa, “era disso que eu precisava para
adoçar a minha boca”. E, de um salto, a raposa tentou, sem sucesso, alcançar as
uvas.
Exausta e frustrada, a raposa afastou-se da videira, dizendo:
“Aposto que estas uvas estão verdes.”
Esta fábula ensina que algumas pessoas quando não conseguem o que
querem, culpam as circunstâncias.
(http://www1.uol.com.br/crianca/fabulas/noflash/raposa.
htm)
A frase que expressa
uma opinião é
(A) “a raposa passeava
por um pomar.” (ℓ. 1)
(B) “sua atenção foi
capturada por um cacho de uvas.” (ℓ. 2)
(C) “a raposa
afastou-se da videira” (ℓ. 5)
(D) “aposto que estas uvas estão verdes” (ℓ. 5-6)
O autor desses
quadrinhos pretendeu chamar a atenção para a
(A) necessidade de
preservar as árvores.
(B) poesia “Canção do
exílio”, que fala da terra.
(C) vida de passarinho
solitário.
(D) volta o sabiá para sua casa.
A Raposa e o Cancão
Passara a manhã chovendo, e o Cancão todo molhado, sem poder voar,
estava tristemente pousado à beira de uma estrada. Veio a raposa e levou-o na
boca para os filhinhos. Mas o caminho era longo e o sol ardente. Mestre Cancão
enxugou e começou a cuidar do meio de escapar à raposa. Passam perto de um
povoado. Uns meninos que brincavam começam a dirigir desaforos à astuciosa
caçadora. Vai o Cancão e fala:
— Comadre raposa, isto é um desaforo! Eu se
fosse você não agüentava! Passava uma descompostura!...
A raposa abre a boca num impropério terrível contra a criançada. O
Cancão voa, pousa triunfantemente num galho e ajuda a vaiá-la...
CASCUDO, Luís Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 16ª ed. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2001.
No final da história,
a raposa foi
(A) corajosa. (B) cuidadosa. (C) esperta. (D) ingênua.
Você não entende nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz Coca-Cola
Eu tomo
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Não tá entendendo quase nada do que eu digo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
Eu me sento
Eu fumo
Eu como
Eu não agüento
Você está tão curtida
Eu quero é tocar fogo nesse apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero é correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo.
(VELOSO, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2
Ed. Nova Cultura. 1998)
A repetição da
expressão “eu quero”, em diversos versos, tem por objetivo
(A) fazer associações
de sentido. (B) refutar
argumentos anteriores.
(C) detalhar sonhos e
pretensões. (D) apresentar
explicações novas.
(E) reforçar a expressão dos desejos.
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